the innocent meeting .



A garota estava sentada em uma poltrona próxima da lareira, folheava mais um daqueles monstruosos livros, os olhos delatando a atenção que dedicava àquelas folhas de conteúdo suportável apenas para a própria castanha e os professores que ministravam as aulas sobre tais assuntos.


O lugar parecia estranhamente deserto, o que em si não era nenhuma surpresa. Todos pareciam empolgados com o passeio a Hogsmeade que aconteceria dali a algumas horas. Os garotos convencidos de que se dariam bem em seus encontros e as garotas suspirando com entusiasmo.


Esta atmosfera pré-romântica era um tanto quanto tediosa na opinião da Castanha, quer dizer, ela mesmo tinha uma merda de encontro com o Bass e nem por isso conseguia sair por aí dando pulinhos de alegria. Era REALMENTE frustrante todo o climinha propenso a romances instantâneos.


Harry, por exemplo, com certeza deveria ter alguma bosta de encontro com alguma garota tão oca quanto seus reais sentimentos. Ele então buscaria a tal azarada, iriam de mãos-dadas, o moreno com seus sorrisos calculados para deixá-la mais vulnerável, dizendo todo o tipo de coisas que as garotas queriam ouvir.


Argh. Tudo bem, ele era esperto pra esse tipo de coisa, meio que iludia/usava todas as suas “vítimas”, mas não é como se elas (embora vadias) não tivessem sentimentos, não é? 


Alguns desses simples e quase comuns pensamentos provocaram a reação menos indicada, ao menos se tratando de ciúmes por seu melhor amigo pegador-incurável.


Doía, compreende? Não no ego, no orgulho, muito menos no joguinho tolo de desejos assumidos entre eles. Doía na parte profunda, longe da superfície de coisas sem importância e perto de sua mais nova tendência a sentir-se melancólica com relação ao rumo que seus atos os levavam. Quer dizer, ela NÃO PODIA estar se sentindo tão mal só por VÊ-LO com Outras


Ela nunca fora assim, por que o seria agora?


 Queria que algum lapso de incoerência o fizesse desistir dessa coisa de SEMPRE conseguir todas as garotas pelo prazer de conquistá-las.


 Idiota. IDIOTA. Hermione Jane Granger, você é uma estúpida! refletira, tentando voltar a ler o livro, ainda que as frases houvessem simplesmente fugido de sua memória e que aquela droga de leitura fosse uma inutilidade perto dos problemas em que estava se metendo.


 Passara cerca de uma hora fitando a intensidade das chamas, sobrepondo-se umas as outras, em um fogo de formas contemplativas.


 Passou a ouvir vozes que lhe eram familiares.


 Rony e Luna vinham próximos (deus, isto fez seu estômago QUASE revirar!). Sempre seria estranho perceber que havia perdido grande parte da velha relação com o ruivo.


 Rony e Luna pareciam ter algum tipo de... Química. É, essa era a palavra certa. O lado lunático misturado ao lado sempre divertido do Weasley resultavam em um casal de medidas instáveis.


 Engraçados, unidos... Apaixonados.


 Gina vinha um pouco distante deles, conversando sobre quadribol com Simas, Dino e... Não olhe agora, não olhe agora. Volte a ler, Hermione Jane Granger!, ordenou-se, fingindo concentração.


 Por Merlin, não QUERIA mais ficar ali. NÃO ALI. Com o casal 20 envolvendo seu ex-namorado e o ex casalzinho de Gina Weasley e o Potter.


 Oh certo, você está com ciúmes dele com a Gina! Parabéns Granger! Sacada de gênio essa!.


 A esta hora tinha o olhar focado por demais em RISCAR com um pouco de força suas próprias anotações, a fim de extravasar  a frustração de lembrar de como a ruiva sempre encontrava uma forma de estar sempre com o moreno. Grr!


 Não reparou quando todos se dispersaram a caminho de seus dormitórios.


 Okay, quase todos.


 Continuou lá, riscando. Rezando pra não ser notada e ao mesmo tempo querendo não notá-lo mais.


 Não Pôde ver o sorriso de satisfação que usurpou a face do garoto, ou o controle da sua vontade de deixar Gina e Simas falando com os ventos enquanto ia vê-la. Óbvio que não fez tal coisa. Seria dar bandeira e o que menos queria no momento era manter-se entre as teorias conspiratórias do Weasleys.


 Tapara os olhos da castanha e respirara na curva do pescoço da garota, o que foi suficiente para fazê-la estremecer e fazê-lo encher-se de si.


 - Senti sua falta, Granger. – Retrucou, depositando um selinho rápido nos lábios da garota, que arderam em chamas.


 Ela arregalou os olhos, temendo que houvessem sido vistos.


 - Não tem ninguém aqui, Herms. – Ele esclareceu, num sorriso de canto de lábio.


 - Quase morro agora. – Declarou, soltando o ar.


 - Foi a emoção por me ver, não foi? – Dissera, sarcástico.


 - Ah, cala a boca Potter. – Falara, fingindo indiferença.


 - Prefiro que VOCÊ cale.


 - Não aqui.


- Isso foi convite?


- Não, seu idiota.


Ele rira.


- E Então, por que não foi assistir ao meu treino? – Perguntou, com a expressão séria.


- Sei lá, eu achei que não fosse preciso, quer dizer, existem fã clubes de garotas loucas por um Potter exatamente pra isso.


- Não sei se você entendeu, mas eu queria uma Granger, não um bando de psicóticas.


- Tudo bem Potter, não precisa chorar, prometo que vou assistir aos próximos treinos, jogos e qualquer outra coisa da grifinória.


- Assim espero, Granger. – Rira. – E então? Como vão coisas com o Bass?


- Indo. – Respondera. – Quer dizer, não é como se eu GOSTASSE dele... Tá mais pra uma experiência.


- Mas vocês já conversaram alguma outra vez?


- Na verdade, eu ainda nem disse que aceitei ao convite de sair pra Hogsmeade.


- Tecnicamente falando, vocês tem um encontro hoje à tarde, mas ele ainda não foi informado disso? – O moreno simplificara, olhando-a com diversão.


- É, acertou Harry.


- E se ele já tiver chamado ‘outra’ garota para esse ‘projeto’ de encontro?


- O problema é dele, oras!


- UHAUSHAUSUAHSUHASUHAUSHUAHSUAHSUHASUH...


- Eu provavelmente iria aproveitar o passeio sem nenhuma dificuldade. Não nasci grudada no Bass, sabe?


- Eu tenho uma teoria melhor...


- Qual?


- Pra começar você poderia NÃO avisar ao Bass que aceitou o convite dele... Aí, eu também não avisaria a nova garota com quem eu comecei a sair que O CONVITE foi de verdade e poderíamos ir juntos.


- Encontro ‘inocente’ entre amigos pro passeio de Hogsmeade? – Ela falara, tranqüila.


Não que não tivesse gostado da proposta.


- Acredite se quiser, mas as minhas intenções são “totalmente” amigáveis.


- UAHUSHAUSHUAHSUHASUHAUSHAUHSUAHSUHASUHASUAUSAUS...


- Não posso esquecer de dar uma desculpa à garota.


- Quê? Acha mesmo que eu vou aceitar essa proposta de “encontro inocente”? – Dissera, sarcástica.


- Acho.


- Me dê 3 motivos.


- Certo, primeiro motivo: você QUER ir comigo; segundo: eu REALMENTE quero ir com você; terceiro: Que diferença faz a resposta que você vai contar, se os seus olhos já me delataram tudo? – Argumentara, com uma expressão cínica.


- Ah não, falso romantismo não, Harry! Que golpe baixo, tsc.


- Ei, eu tô falando sério! Seus olhos sempre dizem o que você sente.


Ela o fitara com deboche.


- Não acredita em mim, Herms?


- Preciso mesmo responder?


- Ótimo, vou provar como está errada.


- ‘Tô esperando.


Ele aproximara-se da garota, unindo seus rostos. A respiração de ambos tornou-se rapidamente acelerada, em um nível de adrenalina familiar. Estava tão perto que seus lábios quase se encostavam. A garota fechou os olhos na mesma hora, perdendo a noção da realidade.


- Se você estivesse de olhos abertos, eles diriam que você espera um beijo. – Sussurrara no ouvido da castanha.


Ela pareceu sair de um transe e afastou-se, ainda que permanecesse sentada na poltrona; parecia irritada.


Ele ignorou o afastamento e a irritação da amiga, simplesmente beijou-a ainda que ela permanecesse resistente aos seus toques, talvez a castanha estivesse com um ego um pouco ferido por ser tão previsível diante do moreno.


Beijaram-se.


Como se já o tivessem feito por toda a sua vida, como se aquilo fosse algo “natural” entre amigos.


Natural. Natural. Natural.


O beijo foi tomando um rumo mais intenso, já não lembravam-se que a qualquer hora alguém poderia simplesmente dar as caras pela grifinória e vê-los em uma situação um tanto quanto inegável.


Afastaram-se sedentos por ar.


Merda, eles queriam mais.


- Não podemos fazer isso aqui...


- Eu sei. – Concordou a contra-gosto. – Desculpe.


- Sem problemas (: - Pausara. “Respira Hermione! Respira!” Uma idéia evidente acabara de passar pela sua cabeça, e não estava disposta a compartilhá-la.


Falar ou não falar?


Falar ou Não falar?


Falar ou... Agir.


Aproximou-se de Harry, unindo suas bocas outra vez.


Não conseguia entender como ou o quê havia de incomum no moreno que a fizesse fazer tantas coisas foras do senso trivial.


Isso era pra ser um SEGREDO, lembra? Mas estava longe de seu alcance qualquer espécie de raciocínio que fosse mais forte que as sensações proporcionadas durante tais toques.


Era como necessidade, plenitude.


O som de passos de fizeram audíveis e vozes fizeram com que ambos se soltassem de forma relutante.


- Merda!


Começaram a ajeitar suas vestes desarrumadas para que parecessem calmos again.


Ambos sentaram-se nas respectivas poltronas com expressões tensas e simplesmente dispuseram-se a rir.


Rony e Luna os olharam sem entender a cena, e permaneceram no local, mas afastados.


O ruivo parecia emburrado, como se soubesse de algo além da inocente conversa entre Harry e Hermione que presenciara.


Inocente? Sei...


O moreno sinalizara para que saíssem dali, enquanto Hermione juntava seus livros e se erguia de sua poltrona.


Assim que saíram da vista do “casal 20”, Weasley e Lovegood, voltaram a conversar.


- Essa foi por pouco!


- Tem razão.


- Tá parecendo que a gente cometeu algum crime.


- Isso tá virando rotina pra mim, UAHAUSHUAHSUAHS.


- Aonde estamos indo?


- Não sei, qualquer lugar. – Respondera o moreno, deixando a tensão de lado.


- Precisamos ter mais cuidado.


- Também não é como se devêssemos justificativa pro resto do mundo...


- É, eu sei. Mas... Não... pega bem.


- É. – Pausara. – Te contei sobre o meu mais novo alvo?


- Hm, não.


- Aí vai: É uma lufa-lufa, tá no sexto ano.


- Como ela é?


- Ah, acho que loira, ou sei lá. O fato é que ontem tivemos um encontro e... sabe como é, né?


- Argh.  Não precisa me contar os detalhes...


- UHAUHASUHAUSHAUHSUAHSUAUSHAUSH... Tão puritana você, Herms. Mas se quiser eu mostro os detalhes…


- Não, não. Seção de amassos já deu por hoje, UHAUHSUHASUHAUSHUAHS.


- Não seja malvada, Herms. – Pedira, com um olhar angelical.


- Não seja manipulador, Potter.


- Tudo bem, tudo bem...


- Quando vocês chegaram do treino e eu vi o Ron com a Luna... – Começara.


O simples começo da conversa, a simples MENÇÃO do nome de Ronald Weasley fizera o sangue do moreno esquentar. Era realmente idiota o nível de ciúmes que uma droga sem importância conseguia lhe atingir.


- Harry? ‘Ouviu o que eu disse?


- Hã... Você dizia que viu o Ron com a Luna e...?


- Okay, e... Não é que eu ainda goste dele, mas eu não consegui deixar de pensar que as coisas nunca mais vão ser as mesmas. Digo, eu, Ron, Gina... Parece que nos afastamos sem que tivéssemos tempo pra notar. Não sei voltar atrás e mudar isso... – Suspirara com frustração.


- Não tem volta, Herms. É simples. – Falara, com compreensão. – Não foi algo como uma escolha, acho que só... aconteceu.


- De qualquer forma, isso faz com que eu me sinta sozinha...


- Ah, obrigado por ter me chamado de ‘nada’ ;D


- UAHSUHASUHAUSHAUHSUAHSUH... Ah, você entendeu o que eu quis dizer!


- Na verdade não. – Dissera ele, sério. – Foi brincadeira Herms, UAHUHSUJAHSUHASUH.


- Idiota.


- Eu também te amo!


- Eu... eu não disse isso... seu besta! – Parecia emburrada.


- Mas pensou.


- AFFFF ¬¬'


- UHAUSUAHSUAUSHAUHSUAHSUHASUHAUSH... Aliás, precisamos ter uma conversa Srta. Granger.


- Pode desabafar, Potter.


- AHAUSHUAHSUSHHASUHASUHAS... Na verdade, não é um assunto tão importante, só foi um detalhe que eu reparei esses tempos...


- Qual?


- Você e o Malfoy são os monitores-chefes, não?


- Hã, er, somos sim.


- Achei estranho você não ter mais mencionado as brigas entre vocês...


- Eu não mencionei porque não há mais brigas. Quer dizer, no máximo discussões pequenas.


O moreno olhou-a desconfiado, a expressão saltando de desdém.


- Você e o Malfoy são amigos agora?


- Somos... Civilizados, não amigos, UHAUSHUAHSUHASUHAUSH.


- Então, na sua opinião, o Malfoy MUDOU?


- é, em alguns aspectos.


- E sobre o que conversam...?


- Coisas, sabe. Como foi nosso dia, nossos sentimentos e... – Olhara para a expressão emburrada extrapolando de ódio no rosto do amigo. - ... Foi brincadeira, Harry! Devia ter visto a sua cara! AUSHUAHSUHASUHAUHSU...


- Isso não teve graça. – Dissera, fitando-a com seriedade.


- Deixa de ser dramático, Potter! Não tenho culpa se você morre de ciúmes de mim.


- Na realidade Herms, eu não morro. Eu VIVO com ciúmes de você ;D – E dito isto a enlaçara pela cintura, beijando-a em pleno corredor.


Os lábios dele buscaram os da castanha com toda a delicadeza possível...


- Hermione? Potter? – Uma voz grave, quase ameçadora perguntara, obrigando-os a se soltarem.


Lá estava Chuck Bass, encarando-os com naturalidade forçada.


A garota corou sob o olhar do outro, sentia que em sua testa estava escrito o bem grande EU SOU PATÉTICA, oi.


- Bass?  O que faz por aqui? – Dissera o moreno, de forma intimidante, sem esconder a conotação de desprezo no tom.


 Ver  a cara de babaca do Bass sem dúvida estava divertindo-o.


Passou um dos braços pela cintura da amiga, como se quisesse mostrar a quem ela pertencia.


A Castanha lhe lançou um olhar com reprovação que foi retribuído com um sorriso cínico.


- Andando, caso tenha esquecido o que se faz nos corredores.


- Não, não esqueci Bass. Era só isso? – Perguntara num semi-sorriso vencedor.


O outro fuzilou-o com o olhar, concentrando-se para não estuporar Harry.


ELE SABIA! Ele simplesmente sabia que o MALDITO Potter GOSTAVA de Hermione Granger BEM MAIS do que “amiga”. Presenciar aquela droga de cena era... Quase humilhante. Era quase como se tivesse perdido pro fdp do testa rachada.


- Se nos dá licença Bass, eu e a Herms precisamos ir. – O moreno falara, com a voz cínica.


O outro apenas assentira, deixando que os dois saíssem de seu campo de visão. Bem, Chuck FARIA alguma coisa. FATO.


 


A alguns metros dali...


Estavam em silêncio. O que mais irritava Hermione era saber que o idiota ao seu lado devia estar sorrindo daquela forma irritante, tão irritante como só ele sabia ser algumas vezes.


- É impressão minha ou você tá me evitando, Herms?


- Não, não é impressão Potter.


 - O que eu fiz? – Perguntara, parecendo confuso e perplexo.


- Nasceu.


- Sério, por que parece irritada? Foi alguma coisa que eu disse?


- Esquece, não vai fazer diferença ficar com raiva de você mesmo! – Declarara, dando-lhe um sorriso.


- O amor é assim, Herms, a gente nunca consegue ficar com raiva da pessoa amada...


- AAAH, EU MEREÇO!


- Ainda bem que você sabe ;D


 


**


n/a: Olá  todos! Escrevi esse capitulo num surto (não necessariamente de loucura, hehe). Basicamente, era dia dos namorados (ou quase), e anormalmente eu tive insônia, então do nada... Comecei a escrever (esse e alguns outros projetos) e fiquei escrevendo até as Srtas. 6:45 da manhã, UHAUHSUAHSUHAUSHAUHSUHASUHASUH. espero que tenham gostado. O cap. tá aágua-com-açucar, mas dá pra passar, né? ;D

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