Capitulo 15
Nesse momento ele passou a mão por baixo do casaco dela e acarinhou suas costas. Gina sentiu um calafrio correr pelo corpo, mas não protestou. Daí a pouco percebeu que sua blusa estava sendo levantada nas costas e sentiu a mão dele subir pela espinha. Sabia que precisava protestar, que ele não tinha o direito de tocá-la com aquela familiaridade, mas a música parecia uma espécie de droga que a deixava sem ação, provocando emoções físicas que Draco jamais conseguiria provocar.
Ele cheirava tão bem! O perfume da loção de barbear misturado ao odor masculino do corpo de Harry entravam pelas narinas de Gina, enchendo-a de um desejo que não sabia como satisfazer. Comprimiu mais o corpo de encontro ao dele, os seios palpitantes.
Harry abaixou a cabeça e beijou o pescoço dela.
— Ele tentou fazer amor com você, não tentou? – ela ia protestar, mas ele não deixou. — O que aconteceu? Ele atacou você como um touro furioso? Se conheço bem aquele seu noivo, ele deve ter sido delicado como um rinoceronte!
— Você não tem o direito de dizer essas coisas! Gina se afastou, indignada. — Você nem o conhece direito.
— Posso arriscar um palpite...
— Palpite errado!
— Errado? – Harry não se deixou convencer. — Está bem, então estou errado. Esqueça. Vamos dançar.
— Não!
— Por que não? Prefere fazer outra coisa? – olhar naqueles olhos verdes e intensos era como cair num abismo. Por que não sentia aquela mesma fraqueza, aquela mesma vontade de se entregar quando estava nos braços de Draco?
Gina sentia que estava traindo tudo em que havia acreditado até aquele dia, ao permitir que Harry a segurasse daquele jeito. Mas ele, ao contrário de Draco, sabia como despertar os instintos de mulher que estavam adormecidos dentro dela.
— Preciso ir – repetiu Gina, tentando se livrar do abraço, mas as mãos que até então a envolviam com tanta delicadeza se contraíram em volta de sua cintura.
— Ainda não – os olhos de Harry desceram dos lábios de Gina para sua boca e depois para os seios que arfavam de excitação. — Converse comigo.
— Eu... acho que não é bem conversar o que o senhor quer, sr. Potter – murmurou Gina, sem muita convicção.
— Não? – sorriu, irônico. — Então me diga... o que é que eu quero?
— Harry, por favor... – Gina não conseguia continuar aquele diálogo de duplo sentido. — Preciso ir. Guarde seus dotes de sedutor para... para Vivien e... para Margot. Eu... eu tenho namorado.
— Namorado! – repetiu, irritado. — Ora, Gina, você é mesmo muito antiquada, não é?
— Por favor... – estava se detestando por suplicar assim, mas precisava salvar seu auto-respeito. — Solte-me Harry. Não me faça odiar você.
Pensou que ele fosse ignorar o pedido. Mas, depois de alguns momentos de ansiedade, ele a soltou e passou as mãos pelos cabelos.
Gina procurou controlar o pânico e, com as mãos tremulas, enfiou a blusa para dentro da saia. Estava exausta, e apesar de aliviada, sentia uma estranha decepção. Minutos antes queria desesperadamente fugir dele, e agora relutava em se afastar. Quando Harry se virou para olhar para ela, sentiu o coração saltar dentro do peito e não conseguiu resistir ao tormento que viu naqueles olhos.
— Harry... – quando percebeu, estava outra vez nos braços dele, sabendo que daquela vez não haveria recuo.
Abriu os lábios inconscientemente, acompanhando passo a passo a emoção crescente de Harry, até que o desejo explodiu num fogo de paixão. Despertada pela primeira vez, a sexualidade de Gina aforou livre, forçando-a a unir o corpo ao dele numa intimidade jamais experimentada com outro homem.
— Santo Deus, Gina! – Harry se afastou um pouco, mas os lábios de Gina tornaram a buscar os dele e o beijo continuou, mais apaixonado.
Ela sentiu que os dedos de Harry abriam os botões da sua blusa, revelando os seios firmes, e quase instintivamente também abriu a camisa dele e comprimiu-se contra o peito nu. Sentia o corpo inteiro em fogo, num desejo intenso de sentir a carne dele.
— Você é linda... – Harry gemeu sem soltar os lábios dela. — Mas não sabe o que está fazendo comigo.
— Sei o que você está fazendo comigo – sussurrou Gina.
— O que é que eu estou fazendo? – ele arquejou e sentiu como resposta a língua dela, provocante.
— Você me faz...desejar você – murmurou quase sem perceber, sentindo que ele afundava o rosto em seus seios.
—E eu desejo você – repetiu Harry, apertando-a com mais força.
— Eu... nunca pensei que fosse assim – confessou Gina, e os lábios deles tornaram a se abrir, famintos.
Quase sem sentir, ela foi levada para um sofá grande de veludo, cuja maciez abrigou os dois num abraço envolvente. Comprimida contra o encosto, ela sentia a textura aveludada do estofamento nas costas nuas.
— Quero olhar para você – murmurou Harry, descendo a blusa que ainda pendia dos ombros dela. — Quero provar cada centímetro do seu corpo – murmurou, acariciando a curva suave do seio claro e atraindo as mãos dela para o próprio corpo, encorajando-a a ceder a tentação de explorar o corpo dele da mesma maneira que ele explorava o dela. Aquela pele morena a fascinava, e Gina sentia necessidade de tocá-la e de ser tocada.
— Também quero ver você – gemeu Gina, esmagando os lábios dele.
— Não sou tão interessante quanto você – murmurou junto ao ouvido dela, — mas não posso impedi-la.
— Não, você não pode – concordou Gina, a respiração ofegante.
O toque do telefone caiu como uma faca entre os dois. Gina reagiu como se estivesse acordando de um sonho, e sentiu uma onda de calor pelo corpo. Aterrorizada, pensou que, assim como o telefone tinha interrompido tão indiscretamente, a mãe também podia ter chegado sem ser pressentida.
— Deixe tocar – murmurou Harry quando ela começou a lutar debaixo dele.
— Deve... deve ser mamãe – exclamou ela. — E ela sabe que já estou em casa a esta hora.
— Finja que está dormindo. Quer mesmo me deixar? – perguntou, os olhos em chamas.
— Eu preciso – gemeu Gina, cujo maior desejo era continuar ali nos braços daquele homem
— Está bem. – Com um movimento brusco, Harry se levantou. — Eu atendo. – Fechou a camisa com evidente impaciência. — Mas não se mova. Volto já.
Gina se sentou e olhou para os seios nus quase com perplexidade. Perturbada pela emoção, não conseguia acreditar que havia passado praticamente uma hora nos braços de Harry. Sentia-se relativamente viva pela primeira vez na vida, consciente de cada nervo e de cada sensação do seu corpo, tremendo de expectativa pelo que ainda estava por vir e assustada com a explosão da própria sexualidade. E pensar que se considerava frígida! Como estava enganada.
Através das névoas da sua letargia, começou a perceber que Harry estava demorando mais do que devia. Fez um esforço e se levantou. Suas pernas estavam estranhamente bambas, mas ela conseguiu vestir a blusa e o casaco.
Quando chegou na porta, ouviu a voz dele e percebeu imediatamente que não estava falando com sua mãe. Incrédula, ouviu-o dar uma risada.
— Não, nada de importante – ele falava com uma descontração que a deixou perplexa. — Foi bom você ter telefonado. É bom saber que não me esqueceu. O quê? Sim, daqui a umas duas semanas, espero. É mesmo? Que ótimo! Então por que não vem até aqui? Assim teremos bastante tempo para...
Gina ficou gelada. Imaginou exatamente quem estava do outro lado da linha e sentiu vergonha. Como tudo tinha sido sórdido! Se havia se entregado com tanto abandono, era porque imaginava que Harry estava emocionalmente envolvido, tanto quanto ela. Mas agora estava obvio que ele a encarava apenas como mais uma na sua longa lista de conquistas. Teve vontade de morrer ao pensar que quase havia desistido do noivado.
Já tinha ouvido demais. Furiosa, correu escada acima, sem se importar com o grito de Harry:
— Gina, pelo amor de Deus!
(...)
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