Capítulo 1
Autora: Elphie Cohen.
Beta Reader: Ana Cunha e Thity Deluc
Classificação: Livre
Gênero: Romance
Esta fic faz parte do AO (Amigo Oculto) do Dia dos Professores das Snapetes. A presenteada foi a Marie Pevensie, que fez o seguinte pedido: “Snape sobrevive no final do sétimo livro, é absolvido e volta a dar aulas em Hogwarts. Hermione também professora, agora. Os dois se encontram... e então, o que acontece???”
Agradecimentos: Aninha, pela força e pela super betagem. Tefinha, minha irmã linda que me ajudou em algumas cenas importantes. Thity(zinha?), pela paciência comigo nos momentos finais do meu desespero. Valeu!
Severus Snape andava pelo castelo de Hogwarts, esperando a hora da reunião com os professores, marcada pela diretora Minerva, chegar. Faltava um mês para as aulas começarem e ela queria apresentar a nova professora de transfiguração e acertar alguns pontos importantes para o ano letivo que estava para iniciar.
Enquanto fazia essa caminhada, se recordava de como havia voltado para Hogwarts: após a declaração de Harry Potter a respeito de sua fidelidade à Dumbledore, fora convidado para continuar na direção da escola, mas preferiu um cargo menos visado: o de professor de Defesa Contra a Arte das Trevas.
Apesar de estar lecionando a matéria que sempre desejou, não podia negar que sua vida transformara-se numa monotonia sem fim. O que acentuava essa sensação de tédio era o fato de ter vivido mais de uma década preparado para qualquer situação de perigo e agora ter como única obrigação o ensino de DCAT em Hogwarts. E, mesmo depois de cinco anos, Severus ainda não havia se acostumado àquela tranqüilidade toda, a não ter que olhar por onde andava ou a controlar cada coisa que dizia. Ele precisava de algo que pudesse se sentir vivo novamente, mas o quê?
Enquanto ele se via em cenários que o tirariam da rotina, ouviu alguém chamando o seu nome. Ele conhecia a voz, mas demorou a lembrar de quem era, pois fazia muitos anos que não a ouvia.
- Professor Snape! – repetiu a dona da voz.
- Srta. Granger? – disse ao se virar e confirmar quem era. – Aliás, Sra. Weasley? – corrigiu com um tom levemente ácido.
- Olá! – Hermione sorriu, ignorando o tom do ex-professor. – e ainda não sou senhora Weasley – afirmou um pouco ruborizada.
- Que pena! – disse sem emoção – mas o que veio fazer aqui? – completou, fingindo cordialidade – Relembrar o tempo que você, Weasley e Potter desrespeitavam todas as regras da escola e ensaiavam para se tornarem heróis?
- Na verdade, não. – respondeu sorridente, ainda ignorando as atitudes características de Snape. – Estou aqui porque acabei meus estudos de especialização e agora sou professora formada de transfiguração e...
- Então é você? – interrompeu enquanto olhava Hermione de cima abaixo, como se analisasse a ex-aluna – Ótimo! Agora esses alunos estúpidos terão uma professora extremamente competente! – Snape bufou irritado e acrescentou um pouco de agressividade ao tom normalmente irônico – Duvido que eles vão passar um ano inteiro sem que consigam transfigurar um alfinete, ou qualquer outro objeto, num livro. Agora – completou sem disfarçar o repentino mau-humor –, se me der licença, preciso resolver algo antes da reunião – mal terminou de falar e saiu.
- Bom rever o senhor também, professor! – disse Hermione, sem entender a mudança de humor de Snape.
Mesmo que sua verdadeira lealdade fosse conhecida agora, o que Severus alegou sentir pelo “Trio de Ouro” durante todos aqueles anos sempre fora verdade e, por isso, a idéia de que um deles seria sua colega era irritante, para dizer o mínimo. E não ia fazer questão de disfarçar esse sentimento.
Ainda irado, Snape decidiu ignorá-la durante a reunião, mas ele surpreendeu-se: Hermione possuía uma presença notável! Era impossível não observá-la enquanto falava, pois não aparentava mais ser a Irritante-Sabe-Tudo que ele tanto odiava anos antes, ao contrário, demonstrava ser uma mulher com idéias e personalidade maduras e muito inteligentes. Ela tinha desenvoltura e sabia prender a atenção quando tomava a palavra. Até mesmo quando estava calada, prestando atenção aos outros, seu comportamento era cativante: o brilho no olhar atento e os sorrisos que distribuía a todos, sem medo. A raiva de Snape ia suavizando, aos poucos.
- Algo para acrescentar, Severo? – perguntou Minerva, retirando-o de seus devaneios.
- Não. – até que poderia ter alguma crítica, se soubesse o assunto que discutiam naquele momento.
- Então podemos ir para o nosso último tópico. A professora Eleanor pretende continuar apenas no Estudo dos Trouxas e quer abandonar a direção da Grifinória. E, apesar de Hermione estar entrando agora no corpo docente de Hogwarts, ela aceitou o desafio de ocupar esse cargo também, ao menos por esse ano. Alguém se opõe?
Nenhum professor se opôs, mas somente Snape não elogiou a atitude da nova professora de aceitar o desafio.
Inicialmente sentiu-se irritado: como poderia uma integrante do “Trio de Ouro”, a melhor amiga do Grandioso-Testa-Rachada tornar-se diretora de casa logo no primeiro ano como funcionária em Hogwarts? Então se lembrou da tradicional rivalidade entre Grifinórios e Sonserinos e das alfinetadas inesquecíveis que sempre tinha entre os diretores dessas casas, foi quando Snape percebeu que alguma diversão podia estar começando a entrar na sua vida naquele momento. Por isso, ao invés de continuar a odiar toda a situação de ter a melhor amiga de Potter como colega de profissão, Snape resolveu aproveitar a situação para sair do marasmo em que se encontrava.
Com a reunião encerrada, um almoço foi servido aos professores e Snape achou que seria um bom momento para começar a sair da monotonia, mas ninguém deixava Hermione sozinha para ele atacar e, como ele tinha outros compromissos, decidiu ir embora e adiar o começo de sua convivência com Granger, por hora.
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