Capítulo 3



O Grande Homem


Autora: Elphie Cohen.
Beta Reader: Ana Cunha e Thity Deluc
Classificação: Livre
Gênero: Romance

Esta fic faz parte do AO (Amigo Oculto) do Dia dos Professores das Snapetes. A presenteada foi a Marie Pevensie, que fez o seguinte pedido: “Snape sobrevive no final do sétimo livro, é absolvido e volta a dar aulas em Hogwarts. Hermione também professora, agora. Os dois se encontram... e então, o que acontece???”

Agradecimentos: Aninha, pela força e pela super betagem. Tefinha, minha irmã linda que me ajudou em algumas cenas importantes. Thity(zinha?), pela paciência comigo nos momentos finais do meu desespero. Valeu!


Capítulo 3


No café da manhã do dia seguinte, Hermione estava nervosa, afinal, era o seu primeiro dia de aula, mas era imperceptível, a não ser para quem a observasse atentamente.
- Não seguiu meu conselho, Granger?
Hermione deu um pulo na cadeira: não estava preparada para ouvir a voz aveludada de Snape bem baixinho, ao pé do ouvido.
- Segui. Mas estou achando que não foi o suficiente. – respondeu, ainda com a respiração descompassada.
- Prometo não contar para ninguém que você está nervosíssima – disse quase sem conseguir segurar um sorriso.
- Não seja mau. – protestou.
- Sinto muito, mas ver uma heroína, a melhor amiga do herói da atualidade, nesse estado é uma coisa... engraçada, pra dizer o mínimo.
- Ainda mais quando se trata de uma grifinória? – completou mais calma.
- Principalmente se tratando de uma brava grifinória, eu arrisco dizer!
- Bom, levando em consideração o fato que eu nunca imaginei que a palavra “engraçada” poderia sair da sua boca, vou aceitar o que o senhor disse como um elogio.
- Elogio? – disse indignado – Não posso interferir nas ilusões alheias, ou posso?
- Acredito que não.
- Então entenda o que eu falar da forma que você desejar.
- Obrigada. Mas me diga uma coisa – disse, antes de Snape sentar-se em seu lugar.
- O quê?
- Não vai me desejar sorte?
- Para quem tem estômago para casar-se com um Weasley – disse evitando mostrar o sorriso malicioso –, você não devia duvidar da sua capacidade de conseguir lidar com um bando de fedelhos estúpidos.
- Suas palavras são inspiradoras, devo dizer!
- E pensar que nem me esforço – disse orgulhoso.

Hermione riu, gostosamente, passando a sentir-se mais aliviada, esquecendo-se do nervosismo que sentia. Quando parou de rir, viu que Snape já estava sentado à mesa, começando a tomar o desjejum, então fez o mesmo.

Ambos sentiam-se estranhos aos acontecimentos das últimas horas: a ironia de um, sempre resultava numa resposta inteligente e simpática da outra, e assim, sem perceberem, um passou a gostar da companhia do outro, mesmo sem ainda terem a consciência disso.



Após terminar a primeira aula, Hermione quis encontrar Snape para contar o quanto havia sido maravilhosa. E essa vontade era tão forte, que nem lhe pareceu estranha, até um grupo de alunos passar na sua frente, apressados, enquanto comentavam a respeito dele.

- Esse professor Snape é assustador – disse um primeiranista.
- É, o Morcegão, sempre mete medo mesmo. – afirmou um aluno mais velho.
- No começo ele até que é dócil – brincou outro, fazendo com os mais novos arregalassem os olhos, apavorados.
E, quanto mais o grupo falava de Snape, mais Hermione perdia a vontade de falar com ele.

Ao entrar na sala dos professores, ficou refletindo sobre o que ouvira dos alunos e relembrou da época que ela era aluna dele e, então, passou a convencer-se de que conversar com ele sobre uma coisa tão banal, como a sensação da primeira aula dada em Hogwarts, era a idéia mais estúpida que ela já tivera na vida.

Então, Snape entrou na sala e começou a procurar alguma coisa e demorou para se dar conta de que Hermione estava ali.
- Boa tarde, senhorita. – ele parecia tão sereno.
- Boa tarde, professor. – disse hesitando.
- Quem te deixou de castigo aí?
- Castigo? Oh, ninguém. Só estou quietinha aqui mesmo.
Snape a olhou intrigado: Hermione estava com a expressão assustada que ele adorava ver nos rostos de seus alunos, ele ainda nem tinha falado nada para ela ficar naquele estado.
- A aula foi tão apavorante assim? Pensei que eu teria que agüentar o orgulho grifinório de Minerva o resto do ano. Dessa forma, você me deixa muito mais tranqüilo. – Hermione conseguiu soltar uma risadinha nervosa. – Agora, se você me der licença, tenho que me preparar para a outra turma dos novatos. Os da grifinória são adoráveis, tão fáceis de assustar...

Hermione ficou sem fala. Sempre pensou que ele era um carrasco dentro de sala porque ele era um homem impaciente, ou qualquer outra coisa, mas nunca poderia imaginar que ele realmente se divertisse com tudo aquilo. E, nem nos seus sonhos mais ambiciosos, ela imaginou que ele fosse revelar isto a ela.



Quando chegou a noite, Hermione ainda pensava em Snape, e no jeito tranqüilo dele ao falar da facilidade de assustar alunos de onze anos. Era uma atitude que ela não aprovava, de forma alguma, mas vindo do Snape, era uma coisa tão natural, que acabou gostando.

Nos dias seguintes, ambos se cumprimentavam cordialmente e Snape raramente fazia algum de seus comentários ácidos, ou mesmo espirituosos. Ele achou que havia mudado demais em menos de uma semana e que precisava ir com mais calma. Não entendia muito bem como, nem o porquê, de sentir-se tão à vontade para conversar descontraidamente com Hermione. Talvez fosse o fato da garota não se ofender rápido, como acontecia com as outras pessoas, e dela sempre interagir. Entretanto, independente do motivo de sentir-se confortável com Hermione, resolveu diminuir a quantidade de vezes que conversavam.



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