Detonando Harry Potter
G: Não, espere um momento. “Detonando” é uma palavra muito forte…
F: Você sempre reclama dos títulos. Eu gostei, oras! Não é o que vamos fazer?
G: Fred, não coloque a carruagem na frente dos Testrálios.
F: Certo, vamos ao que interessa: breve história de um sofredor!
G: Harry Potter, morador da periferia e pobre órfão abandonado, viu sua vida dar uma guinada positiva quando foi aceito na Escola de Magia e blá, blá de Hogwarts.
F: Esquelético menino de onze anos, com nada mais que chamava a atenção além de seus saudosos olhos azul-esverdeados (já que a pessoa que entrevistou e aceitou Daniel Radcliffe para o papel não havia lido esse ESSENCIAL parágrafo do primeiro livro).
G: Aquela rachadura em sua testa, coitado, oriunda de um terrível acidente com um maníaco que possuía uma varinha mágica (uau!), com certeza afetou o psicológico do garotinho.
F: Como se não bastasse não ter pais, ele ainda era feio!
Alguém no estúdio levanta uma plaquinha com uma onomatopéia de dó (lê-se: Ohhhh!). A platéia acompanha e enche o estúdio de gemidos de tristeza.
G: Sua vida foi marcada por uma perseguição a ferro e fogo.
F: Palavras e palavras se perderam no ar, tropeços e tropeços, pedras no meu caminho! Foi só um jogo de azar!
A plaquinha sobe novamente e imediatamente a platéia solta risadas breves e artificiais.
G: Em que estado da ovulação estava Gina Weasley para se apaixonar por esse escravo da solidão?
F: Não vem ao caso. Gostaríamos de ressaltar alguns pontos interessantes nessa jornada de convivência, na qual tivemos a honra de dar o ar da graça.
G: Primeiro ano, a árdua batalha pela Pedra Filosofal. Como Harry chegou até lá não usando feitiço nenhum?
F: Como o lapso de esquecimento afetou Quirrel para que ele não recordasse que possuía uma varinha mágica com poderes infinitos? Claro, a escritora queria algo mais dramático e heróico para Harry. Por que, então, não fazer com que a pessoa que tocasse Harry queimasse?
G: Ou fosse desintegrado ou tivesse um súbito ataque de asma?
F: Não! A escritora quis ir além.
G: Sem falar no espelho que não estava disposto simetricamente no ambiente. Aquilo foi uma afronta a toda decoração do castelo!
F: Eu ia comentar logo sobre o extremo uso de clichês da autora, ao fazer Harry ver seus pais no espelho. Ora, por favor! Isso é mais velho do que criar fake no orkut só para olhar a vida dos outros!
G: Outro ponto relevante nesse primeiro ano de Harry na educação privilegiada é a máfia da Copa das Casas. A Grifinória não ganhou por mérito próprio, mas sim porque Quirrel esqueceu da varinha! Vêem como tudo se encaixa?
F: Pulando para o segundo ano e o mistério da Câmara Secreta. Como tanta gente pôde pensar REALMENTE que Harry fosse o herdeiro de Slytherin? Pelo amor de Deus. Eu sabia desde o início que aquela cabecinha não tinha capacidade para tanto.
G: Péssimo. Como uma pessoa que só conhece três feitiços (e faz uso de um só) poderia ter aberto uma Câmara, manipulado uma garota, escrito um diário e ainda, o mais grave, xingar um fantasma da escola?
F: Oh, sim. Xingar o fantasma foi o mais grave de tudo. Pobre Murta, ela não sabia que já havia caído na modinha sentimental.
G: Harry aderiu ao modelo minimalista, ele não se preocupava com o visual mesmo com sua fortuna em Gringotes.
F: Terceira aventura escolar: a descoberta de um parente. Sim! Ele não era totalmente só no mundo!
G: Sua preocupação com o parente foi tanta que este acabou fugindo dele! Ele não deve ser mesmo uma boa companhia.
F: E aqui perguntamo-nos novamente, que foi que Gina Weasley viu nesse pobre rapaz?
G: Eu sempre me pergunto isso. Principalmente na hora do banho.
F: Eu acho que foi a fama.
G: Não! Foram os feitos heróicos, realizados por Hermione Granger, com mérito nos Expelliarmus de Harry.
F: Eu havia esquecido de comentar como Harry é burro. Com todas as aulas que ele frequentou durante sua oportunidade estudantil, como pode uma pessoa fazer uso de apenas um feitiço?
G: Até nós que não prestávamos muita atenção sabemos mais do que um!
F: Sim, eu aprendi também a usar o Lumos!
G: A aula de Poções era o terror de Harry. Como foi que Slughorn sequer imaginou que Harry estava mesmo fazendo aquelas poções fabulosas durante o sexto ano? Péssimo.
F: Mas talvez pior que isso tenha sido a vestimenta de Harry no baile de inverno do quarto ano. Sinceramente, ele era a libélula sem bunda mais graciosa de todo o salão.
G: Mas ainda pior foi o fora que levou de Cho Chang, a mangueira humana. Sempre penso nisso.
F: ...
G: No banho.
F: Até hoje me pergunto como ele não morreu enfrentando aquele dragão enorme. Ele cuspia fogo!
G: Desta vez Rowling quis ir mais além! O dragão cuspia fogo e seguia Harry!
F: Só para ressaltar a inteligência do rapaz, ele nem ao menos cogitou a possibilidade de pedir ajuda a Neville sobre como respirar debaixo d’água.
G: Claro, ele teve que esperar ajuda de Dobby, o maior puxa-saco de Harry depois de Gina.
F: E o que foi a batalha de Harry com Voldemort? Ele usou NOVAMENTE seu feitiço mais fiel…
G: Expelliarmus?
F: Nossa! Como foi que você adivinhou?
G: Não sei, pensei nisso durante o banho.
F: Quinto ano. Minha parte preferida, o primeiro beijo de Potter.
G: Demorou. Nessa idade eu já levava Angelina para o armário.
F: Mas não era a Kate?
G: Enfim…
F: E que beijinho sem graça. Se era para aprender a beijar, que treinasse mais vezes, ora! Ele beijou uma vez, apenas uma garota, nem tocou nela direito e já se achava profissional.
G: Claro, ele era Harry Potter, o senhor supremo das aventuras extra curriculares.
F: Aqui temos de dizer que Harry foi inteligente ao pensar na AD.
G: Desculpe, foi Hermione quem pensou na AD.
Silêncio.
F: Bem, no sexto livro…
G: Quanta enrolação! Eu sabia desde a primeira Horcrux que Harry era uma delas.
F: Rowling quis inovar, houve até uma perseguição a Malfoy por parte do nosso herói. Huuum, isso me soou muito suspeito.
G: Sem falar na palhaçada que foi aquele grude na minha irmã. Já não bastava sua popularidade natural, ele ainda teve que agarrar meninas de família na frente de todo o Salão Comunal!
F: Final da série Harry Potter. Mais uma comprovação de seu intenso raciocínio lógico.
G: Parecia que ele não conseguia fazer nada sozinho.
F: Ele não sabia fazer nada sozinho.
G: Como foi ridícula a morte do Voldinho. Ele ocupou tanto tempo de sua vida para desvendar os mistérios da imortalidade e foi detido por um réles EXPELLIARMUS de Harry. Quanta inteligência da parte do nosso herói.
F: Assim, tiramos algumas conclusões sobre o Potter.
G: É, se não conseguimos detonar toda sua vida, pelo menos trouxemos à tona alguns fatos.
F: Primeiro ponto: Sua inutilidade.
G: Segundo ponto: Sua dependência à Hermione.
F: Terceiro ponto: Seu desleixo estético.
G: Quarto ponto: Sua sorte.
F: Quinto ponto: Sua burrice.
G: Sexto ponto: Seu interesse pelos afazeres de Draco.
F: Acho que isso é o suficiente por hoje. Aliás, a que horas você vai tomar banho hoje George?
G: Estou esperando Alícia me ligar.
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