A pessoa errada, a escolha cer

A pessoa errada, a escolha cer



No dia seguinte, Harry acordou tarde, porém radiante. Levantou, tomou um banho, se vestiu e desceu. A primeira coisa que queria fazer era falar com Hermione. E a encontrou, sozinha no Salão Comunal, estudando, óbviamente.
- Ei, bom dia, Mii. O que faz aqui? Pensei que estaria na aula.
Harry se aproximou e beijou o topo da cabeça da amiga. Hermione somente sorriu.
- Aula de Adivinhação, eu me nego a fazer.
Harry gargalhou, embora fosse uma gargalhada forçada. Ele suspirou e Hermione estreitou os olhos.
- O que há de errado, Harry?
- Como sabe que há algo de errado? - Perguntou o menino, em tom de brincadeira. Hermione respondeu seriamente.
- Te conheço a quatro anos e, posso ser péssima em Adivinhação, mas sei que fomos destinados a sermos amigos. Sinto que te conheço desde que nascemos.
Harry sorriu carinhosamente para a amiga.
- Você está certa. Preciso falar com você, mas estou com medo de te magoar.
Hermione o olhou preocupada.
- Diga, Harry, não me apavore.
Harry se aproximou da amiga e segurou a sua mão.
- Mii... Me desculpe, não posso mais. Me perdoe, sei que prometi te ajudar mas... Eu tô apaixonado. Apaixonado pela Gina, que está apaixonada pelo Cedrico, olha que droga! - Harry falava rapidamente - E eu não quero perder a oportunidade de conquistá-la, assim como o Rony está perdendo com você.
Hermione engasgou com a própria saliva, mas fez tudo descer. Respirou fundo.
- Oh, Harry, não sei do que você está falando... Eu e o Rony...
- Se amam. - Cortou o menino - E não vamos falar disso, e não me olhe assim, e é óbvio sim, e sim de novo, para todos. Hermione, o fato é que Rony está perdendo tempo. Se eu e você nos gostássemos... realmente como algo além de amigos? Seria tão tarde... E eu não quero que isso possa acontecer comigo. Me desculpe, Hermione eu..
- Não se preocupe, Harry. - Disse a castanha - Você fez o que me prometeu, me tirou daquela enrascada. E fez mais ainda, me apoiou nos momentos em que eu mais precisei. Ninguém faria aquilo por mim. E preste atenção, eu prometo te recompensar por tudo que você fez. Eu te amo, Harry.
Harry abriu um imenso sorriso, e deu um impulso para abraçar Hermione. Abraçados, viram claramente os seus sentimentos: nasceram para ter a maior amizade de todas. Nasceram para se protegerem. Naceram para serem irmãos.
- Também te amo, Mione. Obrigado por me entender.
- Sempre, Harry, não esqueça.
Harry saiu do abraço e a olhou, divertido.
- E nem vem com essa de me pagar por tudo o que eu fiz, sabe que eu só sou o “menino-que-sobreviveu” por causa de você e Rony, não é?
- Até parece. - Sorriu Hermione. Harry beijou as costas da mão da menina.

Rony descia as escadas naquela hora e viu aquela cena. Hermione parecia tão feliz. Harry parecia feliz. Talvez Hermione o amasse, realmente. Talvez ela não o quisesse somente como um amigo.
Hermione foi até o ouvido de Harry e sussurrou.
- Desça, Gina já está lá embaixo. Não perca tempo, Harry, o tempo passa e a gente nem vê. A gente se fala.
Ele sorriu, mas não se levantou. Hermione o olhou, confusa e depois brava, fingidamente.
- Ande Harry, estou te expulsando daqui! Saia desça imediatamente ou eu te azaro.
Harry arregalou os olhos, fingindo medo e saiu em disparada. Parou antes de passar pelo quadro da Mulher Gorda e se virou para a amiga.
- Só mais uma coisa. Você estava linda, ontem.
Hermione puxou um dos seus livros e jogou em direção a Harry.
- TCHAU, HARRY!
Ele saiu gargalhando e Hermione sorrindo, puxou a varinha. Quando ia invocar o livro, alguém o fez priemiro.
- Accio livro.
Um livro que estava no colo de Hermione voou em direção de Rony, chocando-se com o seu estômago. Hermione soltou um risinho abafado e Rony gemeu, caido no chão. Ela mirou a varinha para Rony.
- Accio livros.
Os dois livros, o que estava perto de Rony e o que estava em frente ao quadro, voaram até Hermione. Ela os guardou e caminhou até Rony. Seu coração pulava. Encontrou Rony no chão, com as mãos na barriga.
- Ei, Rony, você está bem?
- Sim, eu estou legal e.. AU! Que livro pesado, Hermione.
- Ah, era só...
- Hogwarts, Uma História - Disse Rony, imitando a garota. Hermione riu e deu a mão para o ruivo se levantar.
Quando ele se levantou, Hermione e Rony ficaram muito próximos, próximos demais, perigoso demais. Eles estavam explodindo de desejo de se beijarem novamente, mas Rony não sabia como Hermione se sentia em relação a Harry. Tentou ver se encontrava a resposta nos olhos de Hermione, mas esse foi o seu erro. Mergulhando naqueles olhos cor de chocolate, só conseguiu se perder mais. Via ansiedade, via cuidado. Mas nada que o ajudasse a ver se Hermione o queria tanto quanto ele a queria. Sim, estava cego.

- Bem, ér... Bom, eu estou com fome, que tal ovos no café da manhã? Quero um bom copo de suco de abóbora e se eu não correr, Harry talvez coma tudo, junto com Simas e...
Hermione estava parada, vendo Rony ir em direção ao quadro da Mulher Gorda. Num impulso, chamou-o.
- RONY!
Ele se virou, imediatamente.
- Sim?
- Ér.. bem.. eu... obrigada.
- Obrigada? Pelo o que?
- Por ontem. Você sabe. Eu sempre...
Queria dizê-lo que sempre sonhou com aquele beijo e que o seu perfume era muito melhor do que ela um dia imaginou. Porém, Rony a cortou.
- Ah, sobre o Malfoy? Não se preocupe, sei que faria o mesmo por mim. Você e o Harry. Até mais, Hermione.
Rony passou pelo quadro e saiu em direção ao Salão Principal. Não se sentia a vontade naquela situação, mas se não tinha certeza, não arriscaria a amizade dos dois.
Hermione, por sua vez, estava permaneceu no lugar onde estava. Não podia acreditar que Ronald Weasley havia acabado de ignorar totalmente o beijo dos dois. Não acreditava naquilo, não queria e nem podia. As lágrimas começaram a querer escapulir dos olhos da menina, quando ela agarrou todos os livros e subiu rapidamente para o seu quarto. Raiva expandia de todos os poros de Hermione, não podia crer que deu tudo de sí, que sentia como se todos os seus problemas estivessem sido resolvidos depois daquela noite, que apareceu com olheiras profundas porque não dormiu a noite e chorou de felicidade intensamente. Não acreditava que amava o garoto mais idiota de Hogwarts. Harry estava certo, Rony sempre jogava todas as oportunidades pela janela, sempre perdia todas as suas chances. E Hermione estava convencida a não dar nenhuma segunda, ou melhor, milésima chance para ele.

Chegando em seu quarto, pegou o seu diário e escreveu, compulsivamente. As irritantes lágrimas não paravam de descer, e isso já estava começando a encher Hermione. Quando terminou de escrever em seu diário, puxou uma das folhas limpas de pergaminho que sempre carregava consigo e começou a escrever. Escreveu e respirou satisfeita pela sua resistente pena, que não quebrara. Quando terminou, dobrou o pergaminho e escreveu com uma letra caprichada.

Vitor Krum. "

Terminou e ia fechando o diário, quando decidiu reler o que havia escrito. As palavras ainda estavam frescas na cabeça dela. Fechou o diário e seguiu para o Corujal, antes de ir para o Salão Principal. Suspirou, lembrando-se das suas ultimas palavras escritas no diário.

" ... ele nunca foi a pessoa certa pra mim. Pena que eu sempre estive procurando a pessoa errada. Pena que só ela sabe me fazer feliz. "

Hermione nunca esteve tão perdida em sí. Nunca esteve tão perdida em Rony. Nunca esteve tão desiludida. Nunca esteve tão sozinha.

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