Visitas Noturnas



Os dias se passaram. Hermione começou a aceitar não só o fato de que Krum não voltaria como também de não ter sido feita para amar.
No meio de uma conversa com os seus amigos, ela contou sobre a carta. Harry e Rony não ajudaram a melhorar a situação.

- Nós a avisamos. Você nos deu ouvidos? Não! - Resmungou Rony, ao ouvir o desfecho da história.
- Ele é um ogro, não servia mesmo pra você, Hermione. Não fique triste, fique feliz por isso ter acabado antes de que fosse mais grave a situação.
Hermione bufou e abaixou a cabeça. Não podia contar com os seus amigos para desabafar, isto estava evidente.
- Já que não vão ajudar, dá pra pararem de piorar?
- ...não, Harry, você tem razão, ele não presta pra ela.
- Se ele a machucasse, eu simplesmente...
- CALEM A BOCA!
Hermione já sentia as lágrimas chatas querendo pular de seus olhos e tentou se acalmar, em vão.
- Não acredito que eu não posso contar nada pra vocês! Que droga! Sejam pela primeira vez na vida meus amigos e me entendam! Droga, eu tô triste e vocês estão piorando, não percebem? Querem saber? Que se dane a Granger, não é mesmo? Que se dane, deixe ela pra lá, se está bem ou não, DANE-SE! Vou para o meu quarto, lá pelo menos eu não preciso ficar me deprimindo mais ainda por causa de vocês.
Hermione deixou todos os seus livros jogados no meio do salão comunal e correu para a escada. De lá, ainda deu pra ouvi-la, antes de bater a porta.
- Se eu me matar será por causa de vocês!
- Mione... - Murmuraram os meninos em unissono.

Eles não queriam magoar Hermione, só estavam falando... demais. Harry teve uma idéia pra tentar concertar aquilo tudo.
- Rony, vamos até lá?
- Como, seu louco? - perguntou Rony, sarcasticamente - Subindo as escadas naturalmente? Não podemos entrar lá!
- Eu não estava pensando nas escadas, sabe. Que tal as vassouras?
- Quê?! Está querendo voar até lá? Ma.. ma.. mas é proibido!
- E dai? Rony, a Hermione disse que ia se matar! Vamos logo!
Rony estava poderando a chance de serem pegos, porém não pensou muito nisso. Que se danasse, Hermione era mais importante no momento.

Porém Lilá entrou naquele momento no salão. Ao avistar Rony, perguntou.
- Aonde vai a esta hora, Won-Won?
- Ér.. ao banheiro, é isso.
- Rony, tem um banheiro aqui. Pra que você vai lá fora?
- Eu vou.. vou.. aah, não enche, Lilá. Vou lá fora, qual é o problema?
- O problema, meu amorzinho, é a hora. Já tocou o toque de recolher.
- Lilá, não me enche, por favor..
- Rony, quero discutir a relação.
- Agora não, Lilá, mas que saco!
- Agora sim, Ronald Weasley. Você não me procura mais, você não me fala coisas bonitas, você não me acompanha mais, você...
Lilá, não parou de falar. Rony revirou os olhos e mirou Harry, que assistia a tudo pasmo. Como era possivel conviver com uma pessoa tão... chata? Rony se aproximou do amigo e cochichou.
- Ela não me dá descanço. Que saco. - Ele suspirou - Vá sozinho. Eu vou resolver logo isso aqui. Peça desculpas a Hermione por mim. Amanhã eu falo com ela.
- Tá certo, cara. E... boa sorte ai, com a cabritinha saltitante.
Rony bufou e se largou em um sofá. Antes de Harry atravessar o retrato da Mulher Gorda, ainda conseguia ouvir os insultos histéricos de Lilá. Sentiu pena do seu melhor amigo.
Desceu as escadas tomando cuidado para não esbarrar com o sr. Filch e pegou a sua Fireboult. Decolou para a lateral do castelo e, por suas cordenadas, estava perto da janela de Hermione. Procurou calmamente e cuidadosamente até encontrar. Hermione estava sentada em sua cama, chorando e escrevendo em uma agenda. Um diário provavelmente, pensou Harry. Antes de bater na janela, Harry se certificou de que não havia ninguém a mais no quarto. Não havia realmente.

- Psiu! Hermione. - Ele bateu na janela. - Ei, Mione, abre aqui.
Hermione mirou a janela e viu Harry sobrevoando a área em cima de sua vassoura. Quase teve um ataque cardíado.
- Harry! Oh, pelas ceroulas de Merlin, que diabos faz aqui?
- Vim checar se você realmente não está se matando.
Hermione não se conteve e deu uma gargalhada. Harry emburrou a cara.
- Não ria Hermione, nós ficamos preocupados!
O sorriso de Hermione sumiu rapidamente.
- Ficamos? Quem?
- Ora, eu e Rony, quem mais? Ele também estava preocupado, só não veio por causa da... Lilá, sabe como é.
- Mas o que tava acont...
- Vamos Hermione, eu não posso ficar aqui - Disse Harry, nervoso - Vem, sobe aqui, vamos conversar..
- Oh, não, não, não, não e não! De jeito nenhum, Harry, isso é completamente fora das regras!
- Ah sim, então está bem, vou visitar a Floresta Proibida sozinho...
Primeira coisa que você precisa saber sobre Hermione: chantagem não funciona. Ao menos que a chantagem seja feita por um amigo e inclua algo perigoso.
- HARRY, NÃO, ESPERA! - Gritou a castanha e Harry escondeu um sorriso vitorioso - Eu vou com você, droga!
- Tá, sobe aqui.
Harry ajudou a Hermione a montar em cima da sua vassoura e ele guiou para sairem dali. Não era seguro.
Com uma mão, Harry guiava a vassoura e com a outra, ele segurava Hermione pela cintura. De repente sentiu uma coisa estranha, um tremedeira repentina que não compreendeu. Já havia tocado Hermione mil vezes, já havia a beijado no rosto, a abraçado, segurado em sua mão... Mas nada comparado áquilo. Era diferente e bom. Não sabia explicar, mas sentia que devia a proteger de tudo. De qualquer coisa.
Hermione, por sua vez, não viu maldade no toque de seu amigo. Eram só amigos, era o que sempre pensava.
Enquanto Harry voava, ele ouvia os sussurros de Hermione. Não dava bem para se entender, mas era algo como "você não vai cair, Hermione Granger, Harry é apanhador, sabe voar, não se preocupe " . Harry riu baixinho e continuou voando cautelosamente.
Harry aterrissou na Torre de Astronomia e Hermione saltou da vassoura. Assim que estavam de pé, Hermione cruzou os braços em baixo do peito e começou a tamborizar o pé no chão. E então, se virou para Harry.

- Muito bem, sr. "eu posso tudo, sou apanhador da Grifinória" - começou Hermione - Posso saber quem ou o que lhe deu o direito de sair do salão a horas inapropriadas, a pegar a sua Fireboult Besta e a voar até o meu quarto? Pior - Ela estava meio vermelha - me tirar do meu sossego pra fazer besteiras, pra voar até a Torre de Astronomia a uma hora dessas?
Harry deu um longo suspiro.
- Hermione, já te disseram que você anda paranóica com esse negócio de regras? Ih, relaxa, não saberão de nada. Você tem que quebrar as regras de vez em quando, é saudável!
- Falou o irresponsável! - Disse Hermione revirando os olhos - Fala sério, Harry, você tinha a cabeça no lugar! O que houve? É a companhia de Rony? Oh, não, são os tombos do quadribol, não é mesmo?
- Ah, Hermione, não enche! Então, éer... Hermione, queríamos te pedir desculpa. Sim, estou falando pelo Rony também, mas ele disse que te procura amanhã pra pedir pessoalmente. Mas queria falar que não falamos nada pra te deixar triste. Só não gostamos de te ver com o Krum, não confio nele. Não confiamos. Desculpe a mim e ao espirito invisivel do Rony que, olhe só, coitadinho, está aqui do meu lado chorando!
Harry fingiu abraçar o vento e Hermione chegou a chorar com a atuação do seu amigo.
- E então, perdoado..s?
Ela sorriu.
- Não consigo ficar brigada com os meus melhores amigos mesmo. Tudo bem, maaaaaaaas - Harry revirou os olhos - por favor, me animem quando eu precisar, ao invés de criar uma fossa especialmente para mim, certo?
- Certo! - Harry se aproximou e abraçou Hermione - Desculpe.
- Tudo bem - Disse Hermione sorrindo, ao sentir um beijo em seus cabelos.
- Bem - disse Harry, soltando Hermione - Que tal ficarmos aqui um pouco? Oh, Hermione, não me olhe assim, só um pouco, olhe as estrelas! Estão lindas.
Harry tinha razão, o céu estava lindo. Suspirou fundo e sorriu.
- Acho que não faz mal.
Depois disso, os dois deitaram no chão da Torre e ficaram conversando até altas horas. Eles sentiam a mesma coisa naquele momento: amavam serem amigos um do outro.

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