Gringotes



Capítulo 34 – Gringotes  


 


Logo depois do show todos voltaram para a casa, onde estava mais quente.


Carmen tentou aproveitar que Letícia adormeceu no colo do pai e Gina estava ajudando a mãe na cozinha.


- Harry, eu sei que você não tem um presente pra mim. Mas sei uma coisa que você pode me dar. – disse a espanhola de forma sedutora.


- O que? – perguntou o menino sem entender a indireta.


- Um beijo. – disse ela fechando os olhos.


Ele inocentemente se aproximou, e ficando nas pontas dos pés beijou a testa da menina. Depois de afastou feliz por ter dado o que ela pediu.


A menina ficou esperando a seqüência, mas ela nunca viu. Quando ela abriu os olhos, o menino já estava longe, mas precisamente abraçado a Gina que não tinha uma cara muito boa. Foi na direção deles com raiva, ela ia querer o beijo, nem que fosse a força.


Mas seu caminho foi interrompido pela irmã, que a puxou para um canto e deu um sermão.


Os dois amigos nada perceberam, mas Gina ficou mais feliz quando viu que Harry tinha largado a outra e seguido para ela, sem demonstrar nenhum interesse.


 


Tiago aproveitou o feriado para ir até o Gringotes, sabendo que poucos bruxos iam até lá nesta época, e também por causa de sua folga em Hogwarts. Já havia enviado uma carta para o gerente do banco marcando a visita.


Chegou e se apresentou a um duende na entrada e informou que tinha uma hora marcada com Berdo.


Ficou esperando por mais de meia hora, sabendo que isso era uma tática comum dos duendes para ganhar as discussões, já que os bruxos estavam cansados e aceitariam as condições do banco.


Foi quando o duende o chamou.


- Bom dia, Sr Berdo. – disse ele respeitosamente.


- Bom dia, Sr Potter. – respondeu o gerente. – Vejo que você conseguiu as informações que me prometeu.


- Claro. – disse Tiago, esperando por isso. – Aqui está.


O auror tirou uma pasta grande de dentro de sua mochila. Berdo tentou disfarçar sua surpresa pelo tamanho do dossiê, mas não conseguiu evitar que seus olhos se arregalassem.


Era pelo menos o dobro do que ele tinha em mãos sobre os Lestrange.


- Vejo que você se esforçou. – disse o duende.


- Sim, temos que ter total cooperação. – disse Tiago sabendo que deixaria o duende constrangido.  – Sei que está um pouco extenso, mas está o mais completo possível para que vocês possam ter sua decisão.


- Analisaremos tudo isso. – disse ele chamando um auxiliar para dar início a leitura de tudo isso. – Mas tenho outro assunto para tratar com você. Andamos pesquisando você.


Tiago não reagiu, sabia que era um risco. Mas não contaria a verdade.


- Sim, algo errado?


- Infelizmente não conseguimos nada sobre você antes do dia em que Aquele que não deve ser nomeado foi destruído pelo seu filho, ou melhor, Harry Potter.


- Sim, acabei por encobrir minha vida anterior assim como da minha esposa. Para garantir a segurança do Harry, que foi devidamente adotado, portanto é meu filho. Mas posso te garantir que sou da família Potter e a Lilian pertence a família Prewett.


- Por hora, ficarei com a sua palavra. Mas espero que não me decepcione. – disse Berdo. – Quando tivermos uma posição mandaremos uma coruja para você.


 


A primeira pessoa que Harry encontrou quando voltou das festas para o castelo foi Olívio Wood, o capitão do time de quadribol.


- Harry, conseguiu uma vassoura pra você? – perguntou nervoso.


- Sim, consegui. Meu pai me deu de Natal.


- Maravilha. – disse Olívio. – Temos treino amanhã. O próximo jogo é no começo do mês que vem. Qual é a sua vassoura? Uma Nimbus 2001 ou Cleansweep?


- Uma Firebolt. – disse o menino.


- Repete.


- Uma Firebolt.


- Ela é tão veloz como falam?


- Um pouco mais. – disse se divertindo.


- Quero ver os sonserinos quando descobrirem isso. – disse o capitão, já pensando nos movimentos que ele queria que o moreno tentasse.


- Parece que o Natal chegou de novo para ele. – disse Fred que tinha ouvido a conversa.


- Mas eu também quero ver a cara dos sonserinos quando você entrar com essa vassoura em campo. – disse George.


- A vassoura não faz o jogador. – disse Hermione.


- Como não? – perguntou Rony indignado.


- Nós não vencemos a Sonserina ano passado mesmo com eles vassouras novas? – disse Gina.


- Mas temos os melhores jogadores, e O apanhador com a melhor vassoura. – disse George.


- Não tem como perdermos. – disse Fred.


- Melhor treinarmos muito, para que isso seja verdade. – disse Harry.


No dia seguinte, aconteceu o primeiro treino. Mas surpreendentemente, ninguém sabia da nova aquisição do time vermelho. Sendo assim não havia ninguém na torcida, apenas Gina e Luna, que já era habitual.


Todos ficaram maravilhados quando viram Harry voando, até mesmo os gêmeos que já tinham até mesmo voado na vassoura.


O treino foi muito bom, já que todos se animaram com a atuação do apanhador.


 


Quando o jogo se aproximava a notícia da vassoura de Harry se espalhou e muitos torcedores começaram a assistir os treinos da Grifinória. Olívio pediu para Harry diminuir um pouco o ritmo para não chamar muita atenção dos adversários.


Por isso ele costumava acordar cedo, e treinar antes do café para poder estar com a vassoura sobre controle.


Antes do jogo Olívio chamou Harry em um canto.


- Harry tome cuidado com a Chang. Ela andou treinando muito para poder superar a sua vassoura.


- Não se preocupe com isso. Aquele pomo é meu. – disse Harry.


- É assim que se fala. – disse Olívio e se voltando para o resto do time. – Vamos está na hora do jogo e da nossa vitória.


O time da Corvinal era um time mais rápido e habilidoso que os outros adversários, mas não era o mais forte, isso era claro no placar, já que a Grifinória abria uma certa vantagem.


Harry viu o pomo do outro lado do campo, assim que começou a acelerar Cho entrou no seu caminho. Fazendo o perder o pomo de vista.


A corvinal deu um sorriso satisfeito, já que mesmo com seu treinamento conseguia alcançar a velocidade do menino.


- Harry, deixa de cavalheirismo e se precisar derrube ela da vassoura. – gritou o goleiro da Grifinória.


Harry voltou a procurar o pomo e logo o encontrou, mas ele estava mais perto da Cho, que também tinha visto a bolinha dourada.


Ele se arrumou e acelerou a sua vassoura de forma que ele ainda não tinha feito naquele jogo. E acabou emparelhando com a Cho, e ia passando quando viu em sua visão periférica uma coisa desagradável. Três criaturas encapuzadas entravam no campo. Harry acreditou que fossem dementadores.


Sem perder tempo, pegou sua varinha, que ele resolveu carregar nos jogos depois do último jogo, e invocou seu patrono. Nem olhou para trás para ver o que acontecia e voltou sua atenção total para o pomo, já estava a meio corpo de vantagem quando esticou a mão e agarrou o pomo dando a vitória a Grifinória.


- Foi um belo jogo, uma pena que não fui eu quem ganhou. – disse Cho, que havia pousado ao lado do moreno. – Meus parabéns, você é o melhor mesmo.


Ela deu um beijo na bochecha dele, e saiu para seu vestiário enquanto o resto do time vermelho se aproximava dele.


Gina, não sabendo porque, pulou no pescoço dele, quando Cho deu  uma última olhada para trás, e deu um beijo nele que foi correspondido.


- Você foi maravilhoso. – disse a ruiva. – Não só no jogo como também no patrono.


- Obrigado, mas eram dementadores mesmo? – perguntou ele de forma que só ela ouvisse, o que causou uma certa revolta nos ruivos.


- Não eram apenas os jogadores da Sonserina que queriam atrapalhar o jogo, segundo seu pai. Snape foi cuidar disso com a McGonagall.


- Harry. – disse Letícia pulando no pescoço do irmão como tinha feito Gina. – Adorei o jogo. Gina tinha me dito que você está melhor ainda, eu não acreditei, já que você era o melhor, mas ela tinha razão.


- Obrigado, rainha. – disse ele dando vários beijos na menininha.


- Agora vamos para festa. E você tome um banho. – disse Letícia, puxando Gina para o castelo.


- Até parece que a Letícia é irmã da Gina. – disse Hermione.


- Isso porque você não viu o que ela fez com a Carmen, a irmã da noiva do Sirius, quando ela falou mal da Gina. – disse Rony. – Nunca vi alguém mudar de cor tão rápido assim, olho que eu sou irmão dos gêmeos.


 


Tiago estava mais uma vez se dirigindo para Gringotes, desta vez ele queria que fosse a última para resolver essa história. Mas se fosse preciso ele iria invadir o banco para isso.


Se apresentou a um duende, e para sua surpresa foi conduzido imediatamente para o gerente.


- Sr Potter. – disse Berdo. – Já temos uma posição sobre o assunto dos Lestrange.


- Sim. – respondeu ele sem demonstrar nenhuma emoção.


- Aceitamos a sua solicitação. Você poderá entrar no cofre, mas com condições.


- Qual?


- Você terá que entrar com mais dois duendes no cofre, pegar apenas o objeto preterido e me garantir que haverá algum tipo de ressarcimento para as famílias atingidas por eles.


 -Basta que um duende da família entre com uma petição no nosso ministério. Que a investigação já foi finalizada.


- Bom, muito bom. – disse Berdo para ele mesmo. – Acredito que você queira ir agora mesmo. Certo?


- Se houvesse disponibilidade. – disse Tiago.


- Eu mesmo o acompanharei. – disse Berdo.


Os dois seguiram para a área dos cofres e foram acompanhados por mais um duende.


Passaram por um dragão cego, que Tiago fez uma nota de falar isso com Hagrid. Mais um pouco e estavam na frente do cofre dos Lestrange.


- Esse é o cofre que você quer ver. – anunciou o outro duende.


- Lembre-se, você só pode pegar um único item, e vamos conferir para ver se realmente tem alguma magia negra nele.


- Sem problemas. – disse Tiago, ciente deste pormenor desde o começo das negociações.


- Os feitiços de defesa do cofre não foram alterados, serão apenas no objeto que você indicar.


O duende abriu a porta e Tiago pode ver que os Lestrange eram realmente ricos.


Não foi preciso procura muito, a taça de Helga Hufflepuff estava em um pedestal quase no meio do cofre.


- Aquela taça. – disse o auror.


Berdo se aproximou e retirou os feitiços defensivos.


 - Pode pegar Senhor Potter. Será melhor que a analisemos no meu escritório. – disse o gerente.


Tiago a envolveu com um pano, era melhor não encostar nela, até descobrir se existia algum feitiço colocado por Voldemort como o definhante que havia no anel.  Sacando a varinha criou uma cópia no lugar da original.


De volta ao escritório, Tiago depositou a taça sobre a mesa e esperou que o duende fizesse sua avaliação.


Berdo executou alguns movimentos com a mão e fechou a cara.


- Sim, realmente há algum feitiço poderoso nesta taça, e não foram os duendes que a criaram que colocaram. E algo muito poderoso e desconhecido para mim. Isso realmente pode fazer Você sabe quem ressurgir?


- Isso o torna imortal. – disse Tiago sem quer se alongar na conversa.


- Certo. Pode levar. – disse o duende. – Creio eu que isso é segredo.


- Sim, para sua segurança. Caso isso seja descoberto, vocês duendes serão os responsáveis diretos. Por isso a cópia que deixei lá. Mas acredito que Voldemort não pensará em verificar pessoalmente se isso realmente continua aqui, conseguiremos enganar os outros com isso.


- Fico satisfeito em ouvir isso.


- Além que estou trabalhando para o fim definitivo dele e toda a sua gangue.


- Só posso desejar boa sorte em sua empreitada.


- Obrigado.


Tiago saiu do Banco pensando em como destruir a alma da taça sem destruir aquela peça histórica.


 


 


 

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