Rik em apuros



 Rik andava pelos corredores do castelo, pensativo. Já faziam dois meses que não tinha notícias de sua irmã -dois longos meses passados no verão sueco. E não apenas dela, porém de todos seus amigos, todos empenhados em uma luta por ideais que não eram seus -Anna, Johansen…


 …Elizabeth…


 A doce garota que não saia de seus pensamentos desde a primeira vez que havia posto seus olhos nela…


 O garoto riu ao pensar no que a irmã diria se o visse sonhando acordado com Lizzie. Não, as chances seriam de que ela nada falaria -estaria ocupada fingindo um falso mal estar enquanto Anna riria.


 Sentia saudades de todos.


 -Sentindo-se sentimental hoje, Rik Fuchs?


 Rik virou-se e se deparou com Voldemort sentado em uma das grandes poltronas de couro de dragão. O homem sorriu friamente enquanto convidou o outro a sentar-se com ele, indicando-lhe a poltrona vaga. Rik se sentou, tentando se livrar de todas as emoções. Bloqueie suas memórias, feche sua mente… Droga, por que não poderia ser tão bom nisso quanto Katherine?


 -Não vai funcionar. Não servirá em nada tentar me bloquear. Ou já esqueceu quem sou?


 -Posso dizer que seu rosto não é algo que se esqueça facilmente. A que devo a honra de sua visita?


 -Digamos que… assuntos em comum. Diga-me… você que é aparentemente tão conhecido de… Elizabeth…


 O coração de Rik disparou. Voldemort deve tê-lo percebido, pois seu sorriso aumentou.


 -Ah… Sim, você sabe de quem estou falando. Muito bem. Onde ela está?


 -Eu não sei.


 -Logo veremos isso.


 Rik percebeu imediatamente quando a mente de Voldemort passou pelas barreiras que ele tentava criar com tanto esforço e começou a vasculhar suas memórias. Lembranças de Elizabeth desenrolavam-se em sua mente uma após a outra, um vórtice de imagens que tonteava o garoto, impedindo-o de lutar contra a invasão. Porém nada encontrava, não havia nada a encontrar. Se Rik soubesse onde a garota estava certamente estaria com ela, e não vagando pelo castelo…


Mesmo assim não parou. Voldemort começou a examinar as memórias sobre Katherine, buscando alguma falha na garota que desconhecesse. Se continuasse assim acabaria…


Rik respirou fundo e se concentrou. Precisava bloquear pelo menos aquelas lembranças, as confições das quais a vida de sua irmã dependia…


O outro notou o que o garoto fazia e foi mais rápido.

 “-Rik, eu quero te contar. Eu preciso te contar. Mas temo que ela não deixe que eu… Rik, lembra-se de nossa tia Morgan?
 -Não exatamente lembro, mas sei de quem você está falando. O que tem ela?
 -Pois bem. Ela fez uma horcrux antes de morrer, Rik. Mas isso não é tudo. Ela fez uma horcrux em mim. Ela está em mim neste momento.”

 -Severo… Snape. Eles foram amantes. Ele havia apagado as memórias dela, porém mostrou-nos tudo no dia em que ocorreu a operação em Hogwarts… Rik, você tem que apagar essas memórias de mim.
 -Você quer que eu apague suas memórias?
 -Não, não as minhas. As dela.”

 O ataque mental parou. Rik não ousou olhar para o homem à sua frente, mas sabia que ele não havia gostado do que viu. Podia sentir isso, como se uma parte deles ainda estivesse ligada pela conexão mental recém encerrada.


 -Agora eu entendo…- Voldemort murmurou para si mesmo, como se houvesse esquecido-se de Rik. Porém voltou-se para o garoto quase imediatamente.- E agora você. O que devo fazer com você?


Rik percebeu então o perigo que corria. Afinal, ele havia ajudado a irmã a ocultar a traição. Isso o colocava no mesmo nível, mais um traidor. E o mundo do Lorde não tinha espaço para esse tipo de pessoas.



 -Eu ainda não vou matá-lo. Afinal, Katherine não ficaria nada feliz com isso e eu ainda preciso dela para encontrar Elizabeth. Você vai viver… por hora. Obliviate!

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