Troca Equivalente
Capitulo I
Troca Equivalente
-Bruh!! – a ruiva atravessava a rua com seus materiais nos braços, gritando para amiga que se encontrava defronte da livraria.
-Não precisa gritar Karin. – disse a morena ríspida.
-Com mal humor é? – perguntou a ruiva ao se aproximar. – Ultimamente você está muito mal humorada. O que anda acontecendo afinal?
-Nada. – disse a morena não querendo conversar. – Será que podemos entrar logo na livraria e procurar o bendito livro que você tanto quer?
Karin fez que sim com a cabeça, e então as duas entraram na loja de fachada azulada. O local era de longe um estabelecimento moderno, o mesmo ainda possuía no caixa as antigas maquinas registradora, as prateleiras eram de madeira envernizada, e ao redor tinha diversas mesas também de madeira, com duas ou três cadeiras postas ao redor das mesmas. Mais ao fundo encontrava-se uma escada em espiral que levava para o segundo andar, e foi naquela direção que as duas garotas seguiram. Karin empolgada, e Bruna sem muito animo.
As meninas seguiram o corredor formado com prateiras, todas elas cheios de livros, em sua maioria de capas duras, onde as cores vermelha e preta predominavam. Karin foi a primeira a chegar ao fim do corredor, onde ficava uma prateleira estreita, com livros mais novos, e de brochuras. Por causa disso que o livro vermelho de capa dura destacou-se facilmente entre os demais.
-É esse ai? - perguntou Bruna ao chegar perto da amiga.
-É sim. – respondeu Karin o pegando entusiasmada. – Irei lê-lo em menos de uma semana.
Bruna inclinou-se um pouco de modo que conseguisse ler o titulo do livro, vendo apenas um símbolo estranho na capa.
-O que significa esse símbolo aí? – perguntou a morena apontando com certa curiosidade o tal símbolo.
-Troca Equivalente.
A morena e a ruiva viraram-se assustada para voz suave que tinha acabado de ser ouvida por elas, vendo na outra extremidade do corredor uma menina alta, de cabelos longos e negros com leves mechas rosas.
-E quem te chamou para conversa? – perguntou veementemente Bruna ficando de frente para outra, e colocando suas mãos na cintura.
-Oi para você também Bruna. – disse a menina.
-Vocês duas poderiam parar com isso. – repreendeu Karin. – E como você sabe o significado desse símbolo?
-Meu avô estuda símbolos antigos, e esse símbolo aí faz parte de uma antiga civilização que acreditava na leia da Troca Equivalente.
-Que besteira! Fullmetal agora?
Karin a olhou sem entender nada, enquanto a outra garota revirava os olhos.
-Você tinha piadinhas mais interessantes antigamente Bruna. – desdenhou Anna.
-E você era bem mais inteligente! Onde já se viu uma coisa dessas?
-Oras o que eu posso fazer, é o que símbolo representa. – disse aproximando-se mais. – E porque você quer esse livro? – perguntou olhando para Karin.
-Eu o vi na ultima vez que vim até aqui, e o li um pouco e achei interessante, por isso voltei para comprá-lo.
-Posso vê-lo?
-Por que senhorita ‘ eu sei das coisas’, acha que o livro pode querer fazer alguma troca com a Karin.
-Não, o mesmo pode contem instruções da antiga civilização, até mesmo o ritual da troca equivalente. – informou pegando o livro da mão da ruiva.
Bruna bufou irritada e desviou o seu olhar para mirar sem muito interesse uma mesinha com alguns livros sem capa em cima. Ao mesmo tempo em que Karin, ao lado de Anna, examinava as folhas velhas do livro. Este tinha escritas fora do tradicional, não eram em fonte preta, mas sim azul, alem de que as mesmas eram semelhante á manuscrito, cuja caligrafia era incrivelmente caprichada. Os olhos castanhos esverdeado percorriam intensamente as paginas em busca de alguma coisa, enquanto Karin olhava da folha para o rosto da menina, que tinha uma expressão de concentração. Quando por fim algo parecia que tinha chamado a atenção da morena de mechas rosas, Karin curiosa sussurrou:
-Encontrou algo?
Bruna que até então manteve afastava das duas, mostrando-se desinteressada, olhou na direção das duas, vendo Anna exibir um sorriso largo, tendo seus olhos ainda sobre o livro.
-Sim, a troca equivalente, pura e original.
-Serio? – perguntou Karin alegremente, mesmo não sabendo ao certo o que aquilo significava.
-Ótimo, a doida encontrou sua fonte de doidice. – provocou Bruna.
Anna nada disse apenas lhe lançou um olhar de desdém e em seguida voltou a sua atenção no livro, fazendo Bruna irritar-se com a atitude da garota.
-Pega logo isso Karin, e vamos sair daqui, eu estou mais a fim de continuar na livraria. – sibilou ela pegando o livro da mão da morena, quem a encarou veementemente, e o entregou para Karin.
-Mas porque ir agora, fiquei curiosa para saber sobre esse tal de troca equivalente.- disse ela em tom manhoso, irritando ainda mais a garota.
-Ah, se você quiser então fique, pois eu estou indo!
- Que pena, pois eu irei lhe mostrar que estou dizendo a verdade. – disse Anna em tom desafiador. – Mas é claro que você está com medo de saber disso, não?
-Não estou. – disse Bruna dando passos firmes na direção dela. –É só você provar!
Karin olhava apreensiva de uma para a outra, pois ela sabia que coisa boa não iria sair dali. Anna deu um sorriso maroto, e pegou de volta o livro, virando as costas para duas.
-Sigam-me.
Karin e Bruna trocarem olhares, mas sem contradizer as duas garotas a seguiram, surpreenderam-se ao ver o caminho que ela seguia. No lugar de descer as escadas de espiral, a morena de mechas rosas seguiu para uma porta próxima á escada, onde tinha uma plaquinha com os dizeres ‘ Somente para funcionários’.
-Está maluca? – indagou Bruna.
Anna virou-se e a olhou por um tempo, e com um sorriso brincando em seus lábios levou sua mão ate a maçaneta, abrindo a porta.
-Esqueceu que meu avô tem uma livraria? – questionou Anna para Bruna.-Agora tira essa sua cara de boba e venha.
Dito isso ela entrou, sendo acompanhada pelas as outras duas. O local era empoeirado, com varias caixas de papelão abarrotado de livros, quais estavam espalhados pelo lugar, mais ao fundo tinha um antigo sofá marrom, que aparentava está tão sujo quando as caixas, contudo era naquela direção que Anna se encaminhava.
-Anna você irá... – a menininha de cabelos aloirados parou de falar ao perceber que a irmã não estava sozinha, voltando em seguida para atrás da caixa de papelão de onde surgira.
-Que bom que você está aqui Marcela, irei precisar de você também.
-Para que? – perguntou a menina surgindo novamente.-Espero que não seja para procurar livros, eu quase perdi o meu livro procurando com o vovô um livro velho. – resmungou ela abraçando o livro que trazia na mão.
-Harry Potter. – disse Karin saindo de trás de Bruna e olhando encantada o livro na mão da menina.
-Você também gosta. – disse a menina sorrindo.
-Ok, parou as duas, vamos logo fazer o que viemos fazer. – interrompeu Bruna impaciente. – Afinal de contas ainda tenho muito que fazer.
-Ok, Ok. – disse Anna pegando no braço de Marcela, e a puxando para perto do sofá.- Você ainda rouba giz da escola? – perguntou para irmã, quem enviou a mão no bolso da sua calça revelando dois pedaços de giz branco.-Ótimo desenhe um circulo no chão.
A menina repousou o livro de capa verde sobre o sofá, e depois se colocou a desenhar, deixando Bruna intrigada.
-O que pensa em fazer?
-Provar para você sobre o fato da troca equivalente. – respondeu Anna.
-Iremos fazer algum ritual? – perguntou apreensiva Karin.
-Sim, mas não se preocupem não acontecerá nada de ruim.- disse ela tranqüilizando-as.
Logo depois que Marcela, a mais nova do grupo, terminou de fazer o circulo, Anna desenhou no centro do mesmo o símbolo da troca equivalente. Qual era uma meia lua inclina sobre um sol.
-Empresta seu livro Ma.
A menina a olhou incerta, mas vendo o olhar de poucos amigos da irmã resolveu pegar o livro para então entregar para ela.
-Para que você precisa do livro do Harry Potter? – perguntou Karin.
-Esse é o secreto da troca equivalente, não importa o que, que lugar, que mundo, existente ou não, tudo pode ser trocado.
-Como assim? – perguntou Marcela perdida na explicação da irmã.
-Uma coisa pode ser trocada por outra, ate mesmo uma vida por outra, e é isso que iremos fazer neste momento.
Bruna caiu na gargalhada, acompanhada por Karin, e Marcela ficou olhando maravilhada a irmã.
-Podem rir, mas veremos se irá fazê-lo quando ver que é a verdade o que eu digo!
-Ok senhora esquisita, mostre o seu poder! – caçoou Bruna.
-Entre no circulo!
As três garotas adentraram o circulo desenhado no chão empoeirado, enquanto Anna, que também se encontrava dentro do desenho, abriu o livro da troca equivalente.
-Tudo que se pode equivaler, pode se trocar. Não se importa onde , e nem lugar, sendo ele existente ou não. O que vale é o seu valor, por isso equivalendo nossas vidas nesta troca, querendo habitar o lugar que foi apresentado, sendo levado para o lugar correto, e para o ambiente certo. Portanto aceitamos a troca equivalente!
Bruna que até então tinha um sorriso zombeteiro no rosto, foi retirado ao sentir o chão sobre o seu pé se mexer, e uma luz avermelhada encobrir seu corpo. As quatros garotas instintivamente tentaram correr da onde estavam , porem seus pés não se mexiam, e elas começavam a sentir como se algo a puxasse para baixo, ao mesmo tempo que o livro de capa verde abriu-se bruscamente, sendo folheada com um vento até então inexistente. Logo em seguida a luz avermelhada expandiu-se pela sala, retornando ao seu ponto de partida momento depois, puxando para dentro do livro as quatro meninas.
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