Verdade que machuca
Eu queria tanto responder, mas me faltavam forças e eu quis dizer: "Sim, Harry eu cantei pra você, porque você é o único que consegue tocar o meu coração e ir contra a tudo que eu sempre planejei pra mim".
Mas eu simplesmente disse:
- Não Harry, você sabe que somos amigos, a canção fala de amor e nós não nos amamos. Nós somos só amigos.
Eu falei aquilo como que para provar a mim mesma, que eu poderia vencer o olhar penetrante do Harry. Que ele sentisse o gosto amargo que eu senti naquela noite no bar quando ele simplesmente me largou por uma loira qualquer. Eu pela primeira vez na vida podia esfregar na cara dele, que ele não era tão irresistível e que era sim, substituível.
E o estranho foi que aquilo me deu prazer, me vingar de forma rápida. Melhor que desprezo, melhor até que o ciúme; e aquilo se chamava indiferença.
Eu conhecia muito bem a indiferença, pois era ela que me acompanhava durante toda a minha vida de solidão. Eu sabia que ela doía, mas não ligava... Eu havia descoberto a lição mais valiosa de todas...
Antes de me preocupar com o que o Harry achava de mim, eu tinha que me preocupar com o que eu achava de mim. E naquele momento, vendo Harry se afastar de cabeça baixa, eu me descobria uma merda!
Foi então que uma idéia me surgiu à mente.
Eu tinha que começar uma jornada minha e só minha, uma coisa rápida que eu tinha que descobrir.
- Alô, eu poderia falar com John Williams? - perguntei segurando o fone com as duas mãos, pois minhas duas mãos tremiam.
- É ele quem fala...
- Bem, eu sou do restaurante que o senhor comeu semana passada... O Senhor ganhou uma viagem a Paris, naquele dia, era nosso milésimo cliente. - menti. - Er... Parabéns!
Eu sempre fui péssima em mentiras, mais de uns dias para cá, eu estava até que me saindo bem com elas. Talvez fosse o convívio com o Draco, ou o meu corpo cansado de se ferrar com verdades e me ajudava um pouco.
- Oh, que ótimo. - respondeu o homem. - E como eu posso pegar as passagens?
- O senhor pode me encontrar no endereço que eu vou falar...
Minha mãe havia me dado o endereço do John no meu aniversário de 21 anos. Ela sentou-se comigo na varanda da casa da vovó e entregou um papel com um número de telefone e um endereço. Na hora eu não compreendi bem o que era aquilo, mas ao fitar os olhos tristes da minha mãe, - quase como duas estrelas brilhantes, - eu compreendi que ela estava me dando o endereço do meu pai.
Afinal eu tinha o direito de querer respostas, eu queria respostas...
Mas tinha medo delas. Medo de ouvir que ele realmente não me queria. E naquele dia com Harry me pressionando, eu entendi que eu tinha que fazer isso por mim e pela minha mãe. Eu tinha que conversar com o meu pai!
Se é que eu posso o chamar de pai.
Eu estava uma pilha de nervos. Andava em círculos, mas isso era algo que eu deveria fazer por mim mesma e tentei sorrir ao abrir a porta. Só que o riso se perdeu ao ver as incríveis semelhanças entre nós.
Eu não acreditava que meu pai e eu fossemos parecidos, afinal, eu não o conhecia e minha avó falava que era um monstro que não deveria ser mencionado, então eu obedecia e não o fazia, - pelo menos não na presença da minha mãe, - nada de perguntas sobre como é meu pai. Ou porque ele foi embora.
Era simplesmente uma página em branco na minha vida, mas eu queria preenche-la e não me importava se as coisas que eu escrevesse nessas páginas fossem amargas.
- Oh, a senhorita deve ser a moça que me falou das passagens.
Ele estendeu a mão e eu aceitei, cordial. E confesso que apertei a mão dele um pouco mais forte do que costumo apertar, talvez fosse o nervoso, ou a raiva contida por anos.
- Bem... Eu peço desculpas, por ter dito que o senhor tinha ganhado passagens, mas eu realmente precisava falar com o senhor...
- Falar comigo? - ele questionou entortando um pouco a cabeça, gesto que eu também fazia quando não compreendia algo.
- É! Meu nome é Hermione Granger, eu sou... - fui interrompida pela voz do homem que foi curta e grossa.
- Filha de Anita Granger...
Então ele se lembrava da minha mãe. Ou talvez fosse aquele arrependimento que corrói cada parte de seu corpo e te faz sempre lembrar que você foi um idiota. Eu queria que isso ocorresse com ele. Porque ocorreu comigo ao tardar ao conhecer meu pai.
- Então, o senhor sabe quem eu sou...
Ele sabia que eu era filha dele e se ele sabia, porque me deixar passar todos os dias dos pais, sozinha, esperando ansiosamente que ele chegasse?
Por que não mandar um cartão de natal, ou simplesmente me explicar o porque de ter me largado?
Droga, eu era filha dele!
- Então... Sua mãe e seu pai ainda são casados? - ele perguntou.
- O quê? Mas como assim minha mãe e meu pai. VOCÊ É MEU PAI! - gritei. - Você largou a minha mãe assim que soube que ela estava grávida e a deixou sozinha, tendo que me criar...
- Eu... Eu não! Hermione, você sabe realmente sabe o que houve na época que a sua mãe engravidou?
Eu... Bem eu só sabia que ele tinha largado a minha mãe, e agora tudo começava a ficar muito confuso.
- Gostaria de saber o que houve? - ele perguntou e eu assenti. - Naquela época eu amava tanto a sua mãe, éramos jovens tínhamos um mundo de planos nas costas, mas a única coisa que eu queria era casar com a Anita, e dizer pra todos que ela era minha esposa...
- E? E porque vocês não casaram? - quis saber, meio que em transe com o que ele havia falado.
- A sua avó foi no meu apartamento e disse que a sua mãe estava grávida de um cara que ela tinha conhecido, e que iria se casar com ele. - ele sorriu triste, e eu pude ver um brilho de choro nos olhos do pobre, John. - Foi como um balde de água fria, tudo que eu havia planejado havia ido por terra e eu nunca esperava isso da Anita.
- Mas isso é mentira. - gritei em defesa da minha mãe. - Eu passei a minha vida toda ouvindo a minha mãe chorar baixinho sentindo falta de você, eu sei o quanto a minha mãe te amou e o quanto eu precisei do pai que eu nunca tive. A minha mãe nunca iria te trair, pois te amou com todas as forças dela, e quando soube pela minha avó que você tinha terminado o noivado ficou arrasada, mas mesmo assim teve forças pra me criar...
- Hermione tente entender... Nós dois fomos vitimas da sua avó. - ele falou. - Você acha que eu iria largar a sua mãe e você, sozinhas? Eu me afastei porque sua avó disse que sua mãe não me queria mais. A única culpada de tudo isso é a sua avó...
- MENTIROSO! - gritei.
Eu não podia acreditar que passei todos os anos sem meu pai, por causa da minha avó, mas porque ela iria fazer isso?
Deixei o John no mesmo local que estava e corri pro cômodo de baixo, a padaria da minha avó, abri a porta com força, - coisa que assustou os clientes -, e a encontrei vendendo pão doce para qualquer que eu não tinha vontade de saber quem era...
- Vovó, eu preciso falar com você... - disse tentando me conter e não gritar na frente dos fregueses.
- Depois criança, eu tenho que...!
- AGORA! - gritei
- Pois bem... O que quer? - ela perguntou limpando as mãos no avental
- PORQUE MENTIU PRA MIM? PORQUE ENGANOU O MEU PAI? POR QUÊ? SOMENTE POR QUÊ?
Eu queria gritar mais, eu queria torcer o pescoço dela e fazer com que ela sofresse, e sentisse cada lágrima da minha mãe; e cada dia dos pais solitário. Eu queria matá-la com todas as minhas forças, e ao inferno quem dissesse que aquele monstro era minha avó.
- Vejo que tem falado com o John...
- É! Eu tenho falado com o meu pai. - fechei os punhos com toda a força que tinha e senti minha pele ser arranhada pelas minhas unhas tamanha a minha raiva.
- Entenda Hermione, era o melhor pra vocês, o John era um incompetente. Não tinha nem dinheiro pra sustentar sua mãe, quanto mais você... - ela disse de forma fria que me fez apertar mais os punhos. - Ele só tinha o maldito orgulho e o dito amor por sua mãe... Mas o amor não alimenta... O amor não serve pra nada a não ser azucrinar...
- E como você pode ter tanta certeza? Só porque um bloco de gelo constitui seu coração, não significa que os outros não possam amar. De que adianta todo o dinheiro que a senhora tem se não soube me educar e me mostrar o que é ser amada? PORQUE NÃO PODERIA DAR CERTO COM OS MEUS PAIS?
Ela sorriu sentando-se e tirando o avental que usava pra servir, e eu a encarei pedindo respostas.
- Comigo não deu certo, eu vi a história se repetindo, a menina boba se apaixona, engravida e depois é largada. Eu via a sua mãe ir pelo mesmo caminho que eu. Droga, eu não poderia deixar a minha filha sofrer como eu sofri. Ela... Ela iria ser largada pelo seu pai mais cedo ou mais tarde... Eu só adiantei o processo.
Aquela era a minha avó, um poço de gelo querendo fazer tudo ser como ela era. Corri dali o máximo que pude e eu já não conseguia nem dirigir direito devido ao nevoeiro de lágrimas que se formou nos meus olhos. Parada com o carro próximo ao quarteirão do bar onde eu e Harry nos conhecemos. Os pingos de chuva molhavam o meu rosto e se misturavam as minhas lágrimas.
Tudo que outrora eu havia aprendido havia sido jogado por terra. Minha avó era uma vadia desgraçada que havia me privado de tudo que eu mais quis. Eu percebi que eu era à sombra do que minha avó queria que eu fosse. Eu poderia ser feminina, eu poderia acreditar em amor e eu poderia casar e ter filhos e envelhecer ao lado do cara que eu quisesse, nada mais de colesterol alto e roupas largas que me faziam parecer um homem...
- Hei Luna. Talvez você não se lembre de mim, eu sou a Hermione nós estudamos juntas. - falei ao telefone.
- Olá Hermione, é claro que eu me lembro de você, costumávamos tomar café juntas às vezes. Bem a que devo o prazer de seu telefonema? - ela perguntou.
- É que eu ‘to precisando renovar meu guarda roupa, com coisas mais femininas, achei que você poderia me ajudar nisso...
- Fico feliz que você queira minha ajuda, e é claro que eu posso te ajudar. - ela respondeu.
Despedi-me e desliguei o telefone.
De agora em diante, eu viveria a minha vida sem me importar com o quão estranho eu me parecesse no começo. Eu não iria me esconder em algo que eu não era. Eu queria ser uma garota romântica e até um pouco vaidosa como as loiras que o Harry saía, ou sensual como a ex noiva do Draco.
Eu iria até mesmo quem sabe passar um pouco de tempo com o meu pai. Eu a partir de hoje viveria a minha vida, e por fim olhando as casas meio sujas daquele quarteirão eu pude sorrir e cantarolar com liberdade.
Pois eu havia me libertado.
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Antes de qualquer coisa NÃO ME MATEM POR ELA TER DITO NÃO
Na boa a fic não é de drama gente então vai ter comédia e muuito beijos do nosos casal e até o Draco meio que fiicando afim da Mione de verdade... opa to adiantando demais.
Mas gente pensa só esse não foi pra trazer melhorias a Mione vai mudar muuito dessa cap pro outro, Já deu pra entender mais ou menos pelo telefonema pra Luna...
Enfim, eu sei que é feio e eu odeio fazer chantagem, então eu só peço que comentem, pq esse cap teve menos coments se igualar com o outro..
aí vc sabe neh..
vem aquele desanimo a falta de criatividade e a seguinte pergunta cruel:
Será que o cap ficou ruim?
Então me ajudem e digam o que acham...
Mas uma vez eu volto a dizer que não é drama é comédia romantica, mas as vezes nen tudo é como se quer...
ps:
,
A VÓ DELA É UMA VÓ FEIOSA hihiih
Bijnhus e comentem
Paula Black...
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