Um fantasma chamado saudade...



Dia 17 de janeiro, festa de cinco anos da confeitaria de vovó...

O único dia em que o Harry largava a noitada com as loiras peitudas, e o dia em que todo o bairro se reunia para comer à custa das Granger, e rir dos cantores de karaokê, eu costumava me divertir nesses dias.

Costumava, pois eu realmente não estava vivendo uma época de sorte. Eu estava totalmente acabada...

Conversar com Draco não tampava o buraco enorme que as noites sem as conversas ao telefone com o Harry cavavam. Ver filmes de comédia com Draco não me faziam rir como ver filmes de comédia com o Harry. Os abraços de despedida do Draco não eram tão acolhedores quanto os do Harry.

E por fim eu percebi que Draco Malfoy, NUNCA, seria tão bom quanto Harry. E eu queria desesperadamente o “idiota-mulherengo-bobão-trouxa” e outros adjetivos que nomeavam Harry Potter.

- Você é fraca, Hermione! - gritou Draco ao telefone. - Não faz nem uma semana que começamos o plano B, e você já está caindo em depressão, cheia de saudades do mecânico.
- Tudo bem, Draco, eu concordo com você. - disse olhando a foto que eu e Harry havíamos tirado no meu aniversário. - Nem todos têm nervos de aço como Draco Malfoy, nem todos conseguem se esconder em uma crosta de sarcasmo só pra não mostrar seus verdadeiros sentimentos. Talvez eu seja digna de pena, talvez eu goste de me esconder atrás das "asas" da minha mãe. Talvez eu seja humana demais para ser sua amiga, Draco...

Ele não chegou a responder, somente desligou o telefone na minha cara, mas eu sequer me importava. A pessoa que realmente me importava estaria possivelmente toda suja de graxa há essas horas.

- Harry, é a Mione, me liga e perdão por ter te esquecido. Na verdade eu não te esqueceria nunca, porque você é o meu melhor amigo e o único amigo que eu tenho. Beijo e te espero na festa da confeitaria.

Deixei a mensagem na caixa postal dele e tentei me ocupar em qualquer coisa que não fosse a minha infelicidade. Fiz bolos, tortas, salgadinhos, docinhos, e empadas...

Fiz de tudo para tentar esquecer o único homem que realmente me fazia prestar um pouco de atenção ao programa: Bela mulher, e nas dicas de maquiagem para arrasar na balada.




Ouvi o barulho da campainha, e o som de batidas na madeira de minha porta. Eu conhecia aquelas batidas e por mais incrível que pareça, as batidas na porta entraram em sintonia com os fortes batimentos do meu coração e o mais rápido que meus pés conseguiam correr, eu fui em direção a porta sorrindo e me deparei com...?

Qual é?! Eu acho que vocês podem adivinhar quem estava à porta...

- Harry, eu senti tanto a sua falta. - gritei abraçando os fortes músculos e dando uma longa avaliada no corpo do moreno mais lindo do mundo.
- Mione... - ele olhou pra mim com o mesmo olhar daquela noite, o olhar que prometia uma bela noite. - Me promete que nunca mais nenhum loiro abusado vai se meter na nossa amizade.

Tenho que agradecer ao Draco, mesmo ele sendo um sádico desgraçado, a técnica do ciúme ajudou para alguma coisa.

- Só se você prometer que vai sempre me colocar antes de qualquer coisa, e sempre antes das loiras peitudas.

Eu concordo que sou uma ciumenta, mas eu sou nova nesse negócio de amor, então me dêem um desconto. E tudo voltou a ser como era antes, infelizmente o Harry não pensou em me pedir em namoro ou em sequer me beijar, mas a nossa amizade continuava inteira, o que já era um bom começo.

Sentados no sofá comendo sorvete e vendo uma comédia qualquer que passava na TV, eu pude sorrir em paz.

- Você come como uma criança, Harry. - brinquei vendo o queixo sujo de sorvete dele. - Seu queixo também come sorvete.

Limpei o caminho de sorvete que ia da boca até o queixo, e confesso que as batidas do meu coração dispararam rapidamente que até me assustaram, e se Harry prestasse um pouco de atenção, ouviria que meu coração batia apressado por ele.

- Você também está suja, senhorita Granger...

Quando iria levar a minha mão de encontro à sujeira, Harry me deteve. Fez algo melhor, algo muito melhor!

Sua boca sugou todo o sorvete que eu havia deixado no meu queixo, a minha respiração aos poucos foi ficando alterada e meu coração compunha uma música tão romântica que me assustava. O pote de sorvete que eu e ele dividíamos, foi de encontro ao meu corpo e tudo correu tão rápido, que quando eu consegui entender o que estava acontecendo. Eu e Harry estávamos de roupas íntimas, e cobertos por sorvete, mas eu não me importava com o frio. A sensação dos lábios dele nos meus deixava tudo meio que... Quente!

- Harry eu...
- Por favor, Mione, não fala nada, vai estragar o momento.


E eu me calei, os únicos barulhos que eu enfim fiz, foram abafados pela boca dele na minha, e ao fim de tudo eu sorri abraçada a ele. Meu telefone tocou, mas eu não fiz questão de atender, eu realmente pouco me importava.

A sensação que eu havia sentido me deixava fora de comunicação com o mundo.

"Você ligou para Hermione Granger, no momento eu não posso atender, deixe seu recado após o bip."

"Mione, perdão, eu acho que te machuquei. Eu sou meio sádico às vezes, e você não é fraca. Mas na próxima vez, eu vou ser mais carinhoso e não vou te machucar, eu prometo."

Eu entrei em estado de choque ao ouvir a voz de Draco na secretária eletrônica, pois realmente parecia que ele estava falando de outra coisa, menos de uma briga de amigos. Então o pior aconteceu quando o Harry levantou-se rapidamente e foi de encontro ao banheiro murmurando um pequeno perdão, e dizendo que nos veríamos na festa.




- Queremos agradecer por mais um ano tendo lucros e fazendo delícias para este bairro. - discursou minha avó. - Ficamos honradas em ter clientes tão amáveis quanto vocês, e queremos que todos se divirtam e comam bastante.

- Se divertindo? - perguntei a Harry me servindo de um salgadinho.
- Bastante, mas eu acho que você deve ter se divertido mais do que eu.

Porque ele tinha que me olhar desse jeito? Como se eu fosse alguém que tivesse matado suas esperanças.

- Do que você está falando? - perguntei sem graça.
- De você e do loiro... Eu gosto de você Mione, mas não consigo gostar daquele loiro.
-Tudo bem, você não precisa gostar dele... - sorri pegando outro salgadinho. - Harry posso perguntar uma coisa... - ele assentiu e perguntei. - Porque você foi embora naquele dia?

Eu tinha de perguntar, porque isso não me saía da mente.

- Por que... Eu seduzi você e esqueci que você tinha namorado. Senti-me um cachorro naquele momento, Mione, perdão.

Eu não pude responder nada, pois o Harry achava que eu e Draco éramos namorados. Eu ia falar algo, eu não sabia o que dizer, mas eu iria falar algo... Tomei fôlego para falar com Harry, mas me calei ao ouvir a voz de minha mãe ao microfone.

- Eu tenho orgulho de ser mãe daquela moça, ali. - ela falou apontando para mim, eu apenas sorri envergonhada. - E querem saber, ela tem uma linda voz, que tal você Mione, cantar para nós? – sugeriu, ela.
- Ai meu Deus, eu não canto desde que tinha oito anos. - sussurrei ao ouvido de Harry.
- CANTA ,CANTA, CANTA, CANTA. - Harry gritou, e as pessoas do bairro se juntaram a ele no coro.
- Você vai me pagar, Potter...
- Bom show, Mione. - ele sentou-se em uma das cadeiras e não tirou os olhos de mim.

Eu acho que o olhar dele me fez escolher aquela música, por bem ou por mal... Era como eu me sentia.





Eu nunca amei ninguém completamente
Sempre foi com um pé no chão
E por proteger de verdade meu coração
Eu me perdi nesses sons
Eu ouço na minha mente
Todas essas vozes
Eu ouço na minha mente todas essas palavras
Eu ouço na minha mente toda essa música

E isso parte meu coração
E isso parte meu coração
E isso parte meu coração
Isso parte meu coração

E achei que nunca iria te encontrar
Achei que nunca iríamos nos apaixonar
Achei que nunca deixaria você me beijar de um jeito tão doce e tão suave
Achei que nunca veria você
Achei que nunca conversaríamos
Achei que nunca iria ficar cantando canções de amor só pra me machucar
Só pra me machucar
Só pra me machucar
Me machucar
Me machucar

Todos os meus amigos dizem que é claro que isso vai melhorar

Vai melhorar
Melhor, melhor, melhor, melhor
Melhor, melhor, melhor

Eu nunca amei ninguém completamente
Sempre foi com um pé no chão
E por proteger de verdade meu coração
Eu me perdi nesses sons
Eu ouço na minha mente
Todas essas vozes
Eu ouço na minha mente todas essas palavras
Eu ouço na minha mente toda essa música
E isso parte meu coração
Isso parte meu coração
Parte meu
Coração
Parte meu coração

Eu ouço na minha mente
Todas essas vozes
Eu ouço na minha mente todas essas palavras
Eu ouço na minha mente
toda essa música
E isso parte meu coração
Isso parte meu coração
Parte meu
Coração

Parte meu coração
E isso parte meu coração
Isso parte meu coração
E isso parte meu coração
E isso parte meu coração...




Desci do pequeno palanque improvisado sendo aplaudida por todos, exceto Harry que havia ido embora sem se despedir. De repente eu senti vontade de ir embora, e foi o que fiz, subi as escadas do meu apartamento, chorando. E eu já havia me acostumado com o sabor amargo do choro, eu havia descoberto uma coisa muito ruim...

- Era pra mim...

Levantei os olhos e pude ver em meio a uma camada de lágrimas que ardiam em meus olhos, à figura de Harry sentado em cima do tapetinho de bem vindo do meu apartamento.

- Era pra mim? - ele perguntou
- O que?
- A canção era pra mim... Você não cantava pro Draco, você cantava pra mim, eu só quero que você diga: sim ou não. Era pra mim?

Em toda a minha vida eu nunca tive medo de dizer sim, pois naquele momento com os olhos vermelhos de lágrimas, eu tive medo; e mesmo sabendo que era a mais pura verdade, eu não conseguia dizer nem que sim.

Nem que não.

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VOLTEI PESSOAS, DESCULPEM MESMO, EU SOFRI UM SURTO DE FALTA DE CRIATIVIDADE,MAS VOLTEI E ESTOU AQUI ^^

ps: alguém me perguntou o nome do ator da capa... ele é o Jonathan Bennett

pela milésima vez, perdão e comentem fazem parte de troca de autor leitor..

eu fico felzi escrevo e vcs ficam felizes...

ps: Amo muito os comentáriso de vcs e me sinto cada dia amsi alegres com eles....

Bjinhus...

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