Personagens, Micos e Ciúmes.
Capítulo 1 – Personagens, Micos e Ciúmes.
O homem loiro de cabelos lisos que lhe caiam sobre os olhos, alto e forte, vestia uma calça social preta e camisa também preta, olhava pela janela de seu escritório, distraidamente com as mãos no bolso.
Havia passado tantos anos naquele lugar que tinha aprendido a gostar. Sentia falta do clima londrino, das festas, das mulheres e de seus pouquíssimos amigos.
Já era hora de avisá-los sobre seu retorno. Precisava de um lugar para ficar até conseguir se organizar. Não conseguia pensar em outra pessoa para ajudá-lo a não ser Mark Murray, seu amigo de infância e de farras. O correto da turma, que sempre o trazia a realidade e o tirava das confusões.
Passou as mãos pelos cabelos, tirando-os e os fazendo cair novamente sobre os olhos, sorrindo divertido ao se lembrar de todas as enrascadas que havia se metido nos últimos anos.
Sentou-se em sua mesa e decidiu ligar para o amigo.
- Alô?
- Será que você ainda se lembra do seu velho amigo encrenqueiro?
- Draco Malfoy o mais farrista de Londres. Como poderia me esquecer. Andou sumido.
- Estive enrolado por aqui. Mas agora estou de volta.
- Ah, como você conseguiu se livras de seus rolos sem que eu estivesse por perto?
- E como você tem se enrolado por ai sem minha companhia? Mas estou ligando por bons motivos... Tenho novidades...
E os dois amigos colocaram os assuntos em dia e começaram a fazer planos para a volta de Malfoy para Londres.
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- Ginny! Ginevra Weasley! Por Merlin! Acorda! Você está atrasada! – era a terceira vez que Christye batia na porta do quarto da amiga.
Ginny remexeu-se na cama, preguiçosa. Estava acordada, mas algo a fazia não sentir a mínima vontade de querer se levantar. Remexeu-se novamente e o máximo que conseguiu foi virar para o lado e enterrar-se ainda mais na cama e cobrir a cabeça com o edredom.
De repente ouviu a porta se abrir depressa e a luz invadir seu quarto. Resmungou.
- Tá na hora de parar com a preguiça. – Christye sentou-se na cama e puxou o edredom impaciente, trazendo uma xícara de café. As duas amigas se encaram por um instante e logo Christye viu que a amiga não estava bem. Seus cabelos vermelhos estavam desarrumados e levemente úmidos e a pele alva da amiga estava rosada, mostrando que ela estava mais quente que o de costume. Levou à mão a testa da amiga para conferir sua desconfiança.
- Porque não me disse que não estava se sentindo bem? – repreendeu Christye.
- Porque eu não estava nem com coragem de abrir os olhos, que dirá de gritar mais alto que você para que você me escutasse. – disse irritada.
- Desculpe, devia ter entrado antes. E agora? Não vai ao hospital hoje? – perguntou um tanto envergonhada do escândalo que havia aprontado.
- Você poderia passar no hospital e avisar Mark por mim? – pediu Ginny com um sorriso malicioso nos lábios - Diga que ainda pretendo ir ao hospital hoje, mas, que agora não consigo. – Ginny sentou-se na cama e pegou o café. – Brigada.
- Mas você não poderia ligar pra ele? – perguntou ruborizada.
- Poderia, mas ai você não teria desculpa para ver seu médico favorito. – Ginny riu e tossiu um pouco.
Christye pegou a almofada e bateu na amiga.
- Eiii... Eu estou doente! – protestou a amiga rindo. – Você não pode fazer este ultimo favor para sua amiga moribunda? – pediu com os olhos suplicantes e um sorriso divertido nos lábios.
- Exagerada! – Christye fechou os olhos e suspirou derrotada. – Tá bem.
Antes de sair trouxe remédios e água para a miga. Ela não podia acreditar que teria que falar com Mark. Mesmo eles sendo conhecidos, era Ginny a amiga dele e o elo entre os dois.
A cada carro que passava e a cada vitrine, Christye fazia uma parada para certificar-se de que estava bem arrumada. E só conseguia ficar cada vez mais nervosa. “Você está parecendo uma adolescente em seu primeiro encontro. E isto não é um encontro”. Repreendeu a si mesma.
Não demorou a chegar à frente do hospital e fechando os olhos respirou profundamente torcendo para que ele ainda não tivesse chegado ou estivesse ocupado. Sem muita opção, entrou e para sua tristeza (ou felicidade?) foi informada que ele estava e autorizada a subir.
Christye passava suas pastas de uma mão à outra, ansiosa. Ajeitava a roupa, passava as mãos no cabelo. Seu coração estava acelerado e seu estomago começava a apresentar sinais de desconforto. Isso tudo era exageradamente ridículo, ela sabia disso, mas, não conseguia evitar.
Parou a frente da porta do médico e respirou profundamente... Uma... Duas... Três vezes. Quando ia bater, a porta se abriu, revelando um homem alto de cabelos curtos de um loiro escuro, olhos verdes, escondidos atrás de óculos discreto. Ele vestia uma calça jeans de lavagem clara e tênis brancos. A camiseta branca estava escondida atrás do jaleco, e ele sorria...
Não sabia quanto tempo ficou admirando o médico a sua frente, mas foi tirada de seus devaneios pelas mãos (lindas e grandes xD) do médico abanando a sua frente. Ela tossiu.
- Está tudo bem Christye? – perguntou carinhoso.
- Ah... Sim... Está... Ótimo! Eu... – Ah Christye Lupin pare de se comportar como uma adolescente. Recriminou-se e tomando coragem, encarou o médico, mais tranqüila. – Eu estou bem, mas Ginny acordou febril e indisposta. Pediu para que eu visse lhe informar. Disse que ainda pretende vir ao hospital, mas, agora de manhã não será possível.
- Ah, eu sabia que ela ia acabar ficando doente. Anda fazendo plantões demais. – constatou. – Mas não vamos ficar aqui parados na porta não é?! Entre, faz tempo que não conversamos. Quer alguma coisa? – e ele colocou a mão delicadamente nas costas de Christye convidando-a a entrar. Esse pequeno contato a fez perder todo o resto de autocontrole que ainda a restara. Resultado: suas pastas espalhadas pelo chão e ela roxa de vergonha. Abaixou-se desastrada e ele a ajudou a pegar suas coisas, o que não ajudou muito o estado emocional de Christye.
Ela despediu-se apressada quando enfim conseguiu juntar suas coisas e desceu pelas escadas mesmo, deixando para trás Mark com um sorriso confuso e divertido, coçou a nuca.
Christye desceu dois lances de escada e desabou em um degrau, pensando que isso já estava ficando ridículo para sua idade.
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- Pansy, você poderia entrar em contato com um corretor? Preciso de um apartamento para um amigo, de preferência no mesmo prédio que o meu. – Pediu Mark a sua secretaria, Pansy Parkinson era jovem e bonita. Tinha cabelos e olhos pretos e a pele muito clara. Era conhecida de Mark de muitos anos e cuidava não apenas dos seus assuntos de trabalho, mas também de seus assuntos burocráticos, pessoais. – Ah, e hoje irei almoçar fora. Vou visitar uma amiga doente, caso alguém me procure, estarei no celular.
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Naquele dia Christye decidiu almoçar em casa para se certificar de que sua amiga estava bem. Ainda não se conformara com o mico da manha. Definitivamente isso não poderia mais se repetir. Talvez devesse para de vê-lo. Ou comer um chocolate...
Chegando ao apartamento encontrou a amiga sentada na cama, acompanhada. Peraí. Acompanhada???
- Aham! – pigarreou alto para chamar atenção dos que conversavam animadamente. (Animados até demais =/)
- Ah, oi Chris. – cumprimentou a amiga sorrindo. – Veio almoçar em casa hoje? – Christye fechou a cara e Ginny a olhou desconfiada.
- Por quê? Atrapalho? – Christye perguntou com a voz mais ríspida do que gostaria. Ginny encarou a amiga incrédula. Por acaso ela estaria com ciúmes? Mas foi o jovem que respondeu.
- Claro que não, vim em casa organizar umas coisas e decidi passar para ver como Ginny estava. – o rapaz havia se levantado da cama e sentado na poltrona. E sorria. – Que bom que você também veio, ai podemos colocar os assuntos em dia, os três. Mal nos falamos de manhã. —Christye soltou um riso nervoso. Porque estava agindo deste jeito. Não poderia estar com ciúmes da amiga. Poderia? Era muito provável que sim. Encarou novamente os dois e se irritou ao vê-los trocar olhares.
- Bom, vejo que você está bem Ginny e já tem companhia. Vou comer alguma coisa na rua e voltar ao trabalho. – e saiu batendo a porta do quarto e, em seguida, da sala.
Os dois amigos trocaram olhares intrigados e riram.
- TPM? – perguntou Mark, não poderia encontrar outra explicação para a cena que acabara de presenciar.
- Isso também. Mas você sabe o que tem a mais não é?! – respondeu com um olhar confidente.
- Às vezes tenho minhas dúvidas. Ela mal fala comigo, mal fica perto de mim e quase não me olha. Às vezes acho que é tudo fruto da sua imaginação. – confidenciou.
Os dois ouviram novamente a porta se abrindo.
- É preciso ter calma e muita paciência. A Chris é confusa e retraída em certos assuntos. E, não tenho certeza se ela vai preparar algo para eu comer. – sorriu, acariciando a barriga em sinal de fome.
- Vou ver o que há na cozinha e o que posso fazer pela senhorita. Mas não fique mal acostumada heim... – piscou e saiu em direção à cozinha.
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Eu sou ridícula! Definitivamente ridícula! Não acredito que paguei mais este king Kong na frente dele! – resmungava em voz alta consigo mesmo, enquanto preparava uma sopa. – Eu não tenho salvação. É isto. Ele deve me achar infantil, louca, histérica, ridícula. Ah que vergonha! Que vergonha!
- Aham! – foi à vez de ele pigarrear alto e salvá-la daqueles pensamentos.
Quando ouviu, seu coração disparou, ela sabia que era ele e virou-se assustada. Quanto será que ele havia escutado?
Nesse movimento abrupto acabou cortando o dedo.
- Aí! – exclamou levando o dedo automaticamente a boca.
- Machucou? – perguntou carinho enquanto se aproximava dela. – Deixe-me ver esse corte. – pediu segurando a mão dela. Ela o encarou com os olhos mareados e com uma feição manhosa. Feito uma criança, estendeu a mão com receio para Mark. Ele a examinou e, lavou o corte e dando um leve beijo disse com a voz levemente infantil, como deveria fazer com seus pacientes.
- Vai ficar bom logo e sem nenhuma marca. – ela sorriu docemente e o encarou. Eles estavam próximos, como não se lembrava de ter ficado com ele. Seu coração batia no compasso lento de uma musica romântica. E ela podia jurar que ele era capaz de ouvi-lo.
- Acho que nunca ficamos tão perto, por tanto tempo. – ele afirmou mais pra si, do que pra ela. A proximidade com ela era como um pôr-do-sol transmitia calor e tranqüilidade. Ela assim calma, sem suas trapalhadas parecia como uma flor, delicada, frágil e misteriosa.
Mas sua afirmação a fez voltar à realidade de seus medos, seus sentimentos, seus fantasmas e em poucos segundos pode-se ouvir, um tropeço um grito e talheres se espalhando
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