Ciumes
Capítulo 5 - Ciúmes
(N/A: Quase esse capítulo todo é narrado pela Christye.)
Acordei atrasada naquela manhã. O relógio despertava irritantemente e eu só conseguia pensar em me enrolar ainda mais no edredom. Provavelmente eu ficaria doente...
Estava atrasada, eu sabia. Mas ainda assim não conseguia me levantar...
Agora o telefone que tocava... Eu me perguntava quem poderia me ligar tão cedo! Levantei-me sem vontade e bati o dedão no pé da cama... Sufoquei um grito e um palavrão e atendi ao telefone...
Era Ginny! Além de me puxar a orelha por estar atrasada ainda me pediu para levar uns papéis para ela. Ora, se eu estava atrasada ela não deveria me pedir para atrasar ainda mais.
Tomei café rapidamente e me vesti. Optei por um vestido longo e um casaco. Não queria perder tempo pensando em que blusa combina melhor com que calça...
Juntei meus papéis e os de Ginny e saí apressada. Tão apressada que esqueci minha bolsa e tive que voltar...
Ahh! Meu dia havia começado tão bem! Pensei ironicamente.
Ao sair do elevador tropecei... Afe! Por sorte alguém estava por perto e me amparou impedindo meu tombo e que meus papéis se espalhassem pelo chão...
Olhei para cima buscando o rosto do meu salvador e corei ao encontrá-lo. Draco Malfoy! Será que ele tinha que me encontrar sempre nessas situações embaraçosas?
- Vai com calma Christye. – ele me disse com sorriso divertido nos lábios – Bom dia! – eu me endireitei e passei as mãos pelos cabelos.
- Bom dia Draco! Obrigada! – eu agradeci ainda corada. Será que havia algum remédio para o meu problema de equilíbrio?
- Quer que eu carregue esses papéis pra você? – ele me perguntou simpático e eu fechei a cara chateada. Ah, como se eu fosse incapaz de carregá-los. – Sem ofensas Christye, só estou tentando ser cavalheiro. Se não quiser tudo bem. – e ele deu de ombros e eu fiquei envergonhada. Que mal eu tinha visto na gentileza dele?
- Desculpe. Obrigada. – entreguei meus papéis a ele e saímos do prédio em silêncio.
- Preciso entregar os papéis para Ginny. Será que você poderia me fazer esse favor? Meu dia começou mal e estou um pouco atrasada. – eu lhe disse sem encará-lo.
- Bem, eu não vejo problema algum. Mas talvez Ginny não goste. Tivemos uma discussão ontem e tenho certeza que ela não gosta de mim. – ele disse francamente.
- Oh, não sabia que tinham discutido. O que houve? – porque Ginny não me disse nada? Ele me encarou por um instante e balançou a cabeça...
- Na verdade eu não sei ao certo. Nos esbarramos no saguão e ela não gostou, eu acho. – ele não olhava para mim quando respondeu e eu fiquei pensando porque ela não havia me contado essa situação tão boba.
- Ah, nesse caso melhor eu entregar mesmo. Já tá tudo dando errado, não tem problema agüentar encheção no trabalho. – eu estava mal humorada... Ele sorriu. Meu mau humor era engraçado para ele?
- O dia mal começou, não pode estar tão ruim.
- Bem... – eu comecei contando com os dedos. – Primeiro, eu não queria levantar. Segundo, fui obrigada por um despertador irritante e um telefone insistente. Terceiro, eu ainda bati meu pé no pé da cama... Acho que isso é ruim o suficiente pra mim.
- Hum... – ele me encarou divertido. – Espero não ter piorado seu dia.
- Claro que não. Na verdade você impediu que ficasse ainda pior. Obrigada por isso. – Eu olhei agradecida de verdade e ele abriu um sorriso lindo de satisfação.
- Parece que sempre estou por perto quando você é você... – ele riu, eu sabia o que ele queria dizer e ri envergonhada.
- Está gostando de morar por aqui? – eu perguntei mudando o foco do assunto.
- É muito bom estar de volta. Eu sempre quis voltar.
- Porque não voltou antes?
- Acho que ainda não era o momento certo.
- Pretende se mudar do prédio? Mark disse que era apenas até você se estabelecer.
- A idéia inicial era essa. Mas acho que gosto do prédio o suficiente pra decidir ficar. – ele me encarou por alguns instantes e sorriu. E eu corei. Era incrível como ele conseguia me deixar sem graça. Será que era assim que ele encantava as mulheres na balada?
- É bom ter você como vizinho. – eu disse sinceramente. Eu gostava da companhia dele mesmo tendo pouco contato. Era um bom amigo apesar de tudo.
Havíamos chegado ao hospital. Pensei que ele fosse seguir direto para o seu escritório, mas ele continuou comigo até a ala pediátrica. Encontramos Mark e Ginny conversando no corredor. Não entendi direito as expressões deles quando nos viram chegar. Mark logo fechou a cara e Ginny suspirou resignada. Draco não pareceu se importar e cumprimentou os dois. Ginny revirou os olhos. Eu encarei Mark e apenas disse seu nome. Ainda estava triste com os últimos acontecimentos.
- O que houve com você hoje? Vai chegar muito atrasada no trabalho. – disse Ginny meio mandona demais.
- Bem que eu pensei na possibilidade de faltar, mas aí você ligou. – disse entregando os papéis a ela e pegando os meus com Draco. – Por sorte encontrei Draco e meu mau humor melhorou. Acho que posso trabalhar bem hoje. – ela encarou Draco e depois olhou para mim, eu não consegui entender o que ela quis dizer com esse olhar, mas tinha certeza que falaríamos sobre isso mais tarde.
Me despedi dela e de Mark e agradeci novamente a ajuda de Draco. Ele sorriu e disse que poderia contar sempre que precisasse e piscou para mim. E eu corei. Mark e Ginny novamente nos encararam de um jeito estranho. Eu ignorei e decidi ir embora. Tinha que trabalhar...
.::: Esses Nossos Amigos :::.
O trabalho não havia sido tão ruim. Talvez tivesse me enganado sobre meu dia... No caminho para casa fui repassando minhas tarefas como lavar roupa e organizar meu quarto...
Ginny estaria em casa e poderíamos pensar em sair pra beber ou comer alguma coisa... Quem sabe até convidaríamos os rapazes... Havia muitas possibilidades para um dia que havia começado tão ruim, isso me parecia bom...
Quando cheguei em casa notei que Ginny estava sentada na cozinha com um rosto apreensivo mas, ignorei por um momento enquanto ia para meu quarto tirar a roupa do trabalho e colocar algo mais leve.
- O plantão terminou bem? – perguntei assim que entrei na cozinha. Eu estava bem humorada e ela parecia perceber isso e me deu um olhar preocupado.
- O que há entre você e Malfoy? – Uhm... ela foi direta e por um momento eu me permitir pensar que ela estava com ciúmes.
- Como assim? – não podia ser ciúmes, ela o detestara desde o primeiro momento. Mas o que seria então? Eu não consegui encontrar a resposta.
- Ué, hoje de manhã estavam cheio de olhares cúmplices e sorrisos. Aconteceu alguma coisa que eu não sei? – ela estava definitivamente irritada e me acusava de algo que eu não tinha idéia do que seria.
- Peraí, você quem discutiu com ele e nem me disse nada. – eu me defendi, não estava fazendo nada de errado. Ela ficou apreensiva.
- O que exatamente ele te falou? – tentou parecer natural, mas eu sabia que ela estava preocupada.
- Ué, que vocês se esbarraram e você ficou brava com ele. – eu disse o óbvio. – Não to entendendo essas perguntas. Nós somos amigos, colegas, não sei ao certo. Ele me ajudou e eu gosto da companhia dele. Ele é agradável comigo. – eu me sentei, affe, estava me sentindo uma adolescente dando explicações a sua mãe. O que eu tinha feito de errado?
- Agradável? Ele é um mulherengo, conquistador, idiota. Como você consegue achar ele agradável? – ela estava indignada.
- Ué... Ele nunca me tratou mal. Aliás sempre foi um cavalheiro quando estava perto de mim. Realmente ele é mulherengo, mas e daí? – Ué, eu não tenho compromisso com ele, o que eu tenho a ver com suas conquistas?
- Você não percebe que ele está tentando te seduzir? – sua voz se alterou um pouco, mas ela logo se recompôs. O que está acontecendo com ela?
- Epa... Não está não. Pelo menos até agora. E se estiver, o que há de errado nisso? – eu perguntei. Ainda não tinha pensado em Draco dessa maneira, não pra valer.
- Mas e o Mark? – sua voz era cautelosa.
- Ele não gosta de mim. Ele está em busca de farra agora. Eu não vou ficar minha vida inteira esperando alguém que nem sequer me olha direito. – eu rebati. Afinal de contas ela havia esquecido o que tinha acontecido?
- Você não viu como ele ficou quando você chegou com o Malfoy. – ela rebateu.
- E você não viu ele todo sorridente e oferecido com aquela vagabunda no café. – eu disse com raiva. Não queria falar sobre isso de novo...
- Você não está pensando em ficar com o Malfoy está? – agora ela estava com um tom de voz desconhecido pra mim. Era preocupação? Indignação?
- A gente é só amigo. Mas e se eu estiver? – eu dei de ombros.
- Você não entende que ele só vai te usar e depois te fazer sofrer. – o mesmo tom desconhecido. Alguma coisa estava acontecendo que eu não estava sabendo.
- Por acaso não é o mesmo que o Mark fez? – eu disse simplesmente. Acho que não poderia ficar muito mais tempo nessa conversa. – O que há de errado com você? Eu não estou fazendo nada de errado. – eu disse magoada. Por que de toda essa conversa?
- Eu só não quero que você se machuque. – ela disse sinceramente.
- Eu já estou machucada... – eu encerrei o assunto e fui direto para meu quarto. Enfim eu estava certa sobre meu dia ser ruim...
.::: Esses Nossos Amigos :::.
(N/A: Agora a história é narrada pela narradora.)
Draco estava terminando de olhar uns papéis quando Mark entrou. Era quase a hora de encerrar o expediente e ele achou que o amigo havia vindo lhe chamar para ir embora.
- Já está livre para ir Mark? – ele perguntou enquanto guardava uns documentos, sem nem olhar para o amigo.
- Estou livre para conversarmos antes de ir. – o tom de voz de Mark era sério, o que chamou a atenção de Draco, que o encarou.
- Algum problema? – Draco pensou se havia algo errado no hospital.
- Eu espero que não. – Mark ainda estava em pé diante do amigo.
- Deixe de formalidade, sente-se... – Draco sorria, mas Mark não esboçou nenhum sorriso e sentou-se. Os dois se encararam por um momento... – O que há de errado?
- Achei que estivéssemos conversados em relação à Christye. – Mark tentava esconder sua raiva enquanto falava. Draco o olhou espantado. Do que será que ele estava falando?
- Ué... E estamos. – ele disse simplesmente, como se fosse óbvio.
- Então o que foi aquilo que eu presenciei hoje de manhã? – Mark acusava Draco de algo que ele nem sabia o que era.
- Hoje de manhã? Do que você está falando? – Draco estava confuso.
- Não se faça de desentendido. – Mark sorriu indignado como se Draco estivesse se fazendo de inocente.
- Não aconteceu nada hoje de manhã. – ele disse sinceramente.
- O que você estava fazendo com a Christye? – Mark questionou novamente.
- Eu não estava fazendo nada. Apenas a acompanhei até aqui. – Draco remexeu na cadeira, incomodado. Se ele gostava da garota porque não ficava com ela de uma vez. - E carreguei seus papéis. Sou meio estúpido, mas ainda um cavalheiro.
- Foi só isso? E aqueles olhares e sorrisos... Isso na foi nada? – E lá estava Mark acusando-o novamente como se soubesse de algo que nem ele sabia.
- Não, não foi nada. – Draco estava sendo honesto, mas também começava a ficar irritado com tantas perguntas. - Eu não to entendendo. Você está interessado nela? – ele foi direto.
- Er... Não. Quer dizer... Não é bem isso. Ah... – Mark coçou a nuca, nervoso. Não sabia o que sentia ao certo e não queria pensar nisso. - Já lhe disse que não quero que magoe minha amiga.
- Acho que você deveria começar a considerar a possibilidade de você também não magoá-la. – Draco agora o encarara desafiando-o.
- Do que você está falando? – Mark desviou, sabia do que ele estava falando, mas também não queria falar sobre isso.
- De nada em particular. Só acho que você está tão preocupado com minhas atitudes em relação a ela e não presta atenção no que você está fazendo com ela. - Draco encostou-se a sua cadeira e colocou as mãos por trás da cabeça. Ok ele começava a entender o que estava acontecendo de verdade.
- Mas... Eu não fiz nada. Eu... Eu tentei conversar com ela. Só que ela parece querer me ignorar no momento. – Mark agora estava definitivamente derrotado.
- Acho que você não se esforçou o bastante para se entender com ela... – Draco ainda estava encostado em sua cadeira, parecia confortável, até se divertia com a situação. Ele nunca havia ficado assim por uma garota e não imaginava que isso fosse acontecer algum dia.
- Acho que isso não é da sua conta... – Mark disse parecendo uma criança quando pressionada.
- Diga isso pra sua outra amiga Ginny. – ele levantou uma sobrancelha ao se lembrar do que havia acontecido. Garota abusada, intrometida.
- Do que você está falando? – Agora era Mark quem parecia confuso.
- Se ela não te disse então deixa pra lá. – ele deu de ombros. Era assunto dele.
- Você está interessado na Christye? – Mark perguntou parecendo pensar alto.
- Olha, ela é bonita e interessante. Mas eu não estou interessado dessa maneira nela. Gosto da companhia dela, como amiga. Isso é tudo por enquanto. – Draco apoiou-se sobre os cotovelos na mesa e encarou o amigo para garantir que ele prestasse bem atenção.
- O que você quer dizer com por enquanto?
- Quero dizer que talvez isso possa mudar. Essas coisas a gente não escolhe. Mas não se preocupe. Sei que com ela você ainda tem preferência. Somos apenas amigos. Pode ficar tranqüilo. – ele estava sendo sincero demais. Acreditava que seu amigo merecia aquela sinceridade.
- Eu não gosto da sua proximidade com ela. – Mark também estava sendo franco. Isso era bom, evitava que alguém se zangasse mais pra frente. Fidelidade de amizade masculina. Era bom poder contar com isso.
- Sinto muito se isso te incomoda, mas não deixarei de ser amigo dela. Você deveria se preocupar em ficar mais próximo dela e não comigo. – Draco estava se cansando desse papo, para ele isso teria se resolvido em três frases mas talvez um homem apaixonado precisasse se certificar de outras formas também.
- Eu não consigo. Ela parece magoada demais.
- Olha bem... Eu não sei lidar muito bem com mulheres como a Christye. Eu já teria agarrado ou deixado pra lá. Sei que você faz as coisas de outra forma com mulheres como ela então, não posso dar muito palpite. Você deve saber melhor do que eu o que fazer. – Ok, ele havia decidido que estava na hora de encerrar esse assunto. Por que o amigo não era franco assim com Christye? Será que ele não gostava dela o suficiente? Será que rolaria balada hoje? Acho que preciso de um uísque de fogo ou uma cerveja amanteigada. - Você não precisa se preocupar comigo, se era isso que você queria ouvir. Mas não vou me afastar dela. Que fique bem claro. Agora podemos ir?
- Eu vou ficar mais um pouco...
Draco apenas acenou com a cabeça antes de sair de sua sala deixando Mark lá. Affe essa coisa de amor era complicada demais pra ele. Por isso ele preferia os encontros casuais de uma noite, no máximo uma semana. Evitava situações embaraçosas como essas...
Caminhou tranquilamente para casa enquanto esquecia o assunto e começava a planejar um divertimento para a semana... Até cogitava de ir tomar alguma coisa e depois jantar. Poderia convidar sua amiga Christye afinal hoje ele não estava a fim de caçar...
Ao chegar à porta de seu apartamento... Encontrou Ginny... Ele não podia acreditar que o assunto ainda não tinha acabado. O que ele tinha feito pra merecer isso? O que essa mulher intrometida queria com ele dessa vez?
____________________________________________________________
N/A: O que acharam??? Bem, tem action D/G no próximo capitulo.
Comentários como sempre são bem-vindos!!!!!
Leah: brigada pelo apoio!
Até o próximo!
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!