Único- aquele onde eu descrevo



Agradecimento especial a Cecília Potter, que fez as tres capas lindas e perfeitas! Obrigada Ceciii! Bj!!


“Menina dos olhos”

Uma palavra que a descreva? Louca, com certeza. Porém, mais do que isso ela era querida. Ela tinha um poder sobre cada um de nós que era incrível. Quem éramos nós? A família dela, a família que ela deixava de cabelos brancos e arrepiados. Era uma peste, uma doidinha. Parecia um anjo, fora de brincadeira. Era incrível como ela era um mistério: A cada hora descobríamos uma coisa nova sobre ela. Mais do que isso, a cada hora queríamos descobrir mais. Ela era um mistério dos bons, daquele que você quer ir cada vez mais a fundo. Quando imaginávamos uma coisa, ela dava uma volta em tudo e nada mais fazia sentido. Era cara de anjo com mente de louca. Tudo o que queríamos era entendê-la, percebê-la. Ela nos instigava a isso. Como ela era única, diferente de tudo que já se havia visto. Bom, de todos os presentes naquela casa, eu era o que mais entendia aquela caixinha de surpresas. Pelo menos era o que ela dizia.
Ela era exatamente ao contrário do que todos esperavam. Talvez fosse por isso que era tão querida. E quem sabe, talvez, fosse por esse e tantos outros motivos que eu era estupidamente apaixonado por aquela criança. Afinal de quem eu falo? E de quem mais seria se não Victoire Weasley?! Aquela menininha que todos imaginavam que seria um anjinho, uma menina certa, comportada, bem feminina e enfim, o mesmo que a mãe. Uma veela. Coitado de quem caiu nessa! Coitado de Gui Weasley, o pai da criatura. Se me lembro bem, ele falava dela como se ela fosse um cristal, uma florzinha pequena e ingênua que ele sempre carregaria, onde fosse com ele. Protegê-la-ia até a menina tornar-se borboleta e sair do casulo. Pobre Gui! Quis tanto a princesa que ganhou o moleque. Moleque sim, Victoire Weasley não passava de um moleque levado e travesso. Daqueles que ninguém suporta. Aquele irmão caçula que a gente briga, mas que ao final estamos abraçando e beijando. Aquela pessoa que queremos sempre por perto, mesmo que saibamos os riscos de tê-la por ali. O que ela era, afinal? Encontro uma única forma de expressar: Um anjo que despencou.
Anjo, porque por mais terrível que ela fosse, era a menina que queríamos por perto em todos os momentos. Que despencou porque ela era inconfundível e terrível. Terrível, terrível e terrível! Nunca diríamos que aquela menina loira, de cabelos platinados, olhos azuis, bochechas coradas e lábios avermelhados seria tudo o que é hoje, aos seus dezesseis anos: Moleca, extrovertida, querida, admirada e terrível. Pode até parecer repetitivo, mas ela é tão terrível! Apronta cada uma que é difícil de acreditar. Por exemplo, me lembro de um episódio, o qual eu fui envolvido e prejudicado, diga-se de passagem, onde ela invadiu meu quarto e começou a gritar feito louca. Obviamente, acordou a casa inteira, a qual se dirigiu a meu quarto. Na hora que Gui me viu tapando a boca de Vic, não me deu nem tempo para eu me explicar, só correu atrás de mim por todo o largo Grimauld. Na verdade, a parte masculina inteira da família correu atrás de mim, alguns para me ajudar a me esconder e outros para segurar o descontrolado Gui. No dia seguinte, com os ânimos acalmados e com as minhas explicações, fomos perguntar à Vic o porquê dela ter feito aquilo, no que ela respondeu com a cara mais calma e santa desse mundo: ‘ Porque eu achei que fosse ser engraçado, só por isso’.
Nunca vi as orelhas de Vic tão vermelhas quanto aquele dia. Toda a população ruiva a deu broncas, no que ela só ria. Isso mesmo, ela ria!
Observo-a agora contar piadas na mesa, onde todos os Weasley, os Potter, vovó e eu estamos. É final de ano e desde que eu tinha cinco anos passamos o mês de dezembro inteiro na casa do tio Harry. No natal então, não é diferente: todos estão à mesa, o que nem sempre ocorre, rindo e se divertindo com Vic. Ela é a graça do local, com certeza. Todos riem ao final da piada e eu apenas sorrio para ela. Toda vez que ela olha para mim e eu a estou admirando, a loira me solta uma piscadela, sem se importar com os olhares mortíferos de Gui. Que menina mais pentelha! Eu sou dois anos mais velho que ela, já sai de Hogwarts e ela insiste que eu a amo. No que não está nem um pouco errada, mas ela ainda não precisa saber disso.
Na verdade, ela sabe disso. Acho que está mais do que na cara que eu a amo e que sou retribuído. Ela faz questão de deixar bem claro: Toda vez que nos vemos, ela pula em meu colo e me dá vários beijinhos na bochecha, me dá beijinho de esquimó e termina com um beijo na ponta do nariz. É um ritual, sempre assim, não muda nunca. Ela já até nomeou de ‘maneira número um de como deixar Ted Lupin acanhado e sem saber onde enfiar a cabeça’. Isso é só uma maneira de deixar claros os interesses dela por mim. Enfim, essa loira sabe como me dominar, desde sempre. O jeito dela de mexer com todos e qualquer um é único. E como ela meche! Principalmente comigo, que sou o maior alvo. Quando estamos sozinhos, coisa que eu venho tentando evitar este mês, mas está impossível, ela começa a falar coisas, a fazer coisas que eu sinceramente, não sei como reagir. Ela fala de forma tão normal e simples que realmente, parece que o que ela está falando é simples. Mas nunca é. Ela está sempre falando coisas sobre amor para mim. Sempre fala que não existe nada sem ‘as minhas mudanças na cor do cabelo’, que não vive sem a minha ‘voz de taquara rachada locutora de rádio’ ou então vem com o papo de que sempre acontece alguma coisa estranha com ela quando passa muito tempo longe de mim.


“Minha garganta estranha quando não te vejo
Me vem um desejo doido de gritar
Minha garganta arranha a tinta e os azulejos
Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar
Minha garganta arranha a tinta e os azulejos
Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar...”


Se eu acredito nisso? Com toda a força que a minha metamorfose permite. Eu sei que é verdade. Eu a conheço melhor que qualquer um ali, naquela mesa. Sei das peripécias dela em Hogwarts, sei dos segredos, sei cada jeito, cada olhar, cada jogada que ela tem, seja para conseguir o que quer, seja para convencer. Como eu sei tanto dela? Porque sou o melhor amigo dela, assim como ela é a minha. Apesar de tudo, sei que posso contar com a amizade dela e isso, é uma coisa que me deixa tão feliz! Todos querem a atenção da loira para si, mas eu a tenho por completo, assim como ela tem a minha. Nunca faltei quando ela precisou. Mais do que melhor amigo, amante e admirador, eu sou um pai para ela, como ela mesma diz. Sempre a ajudando, a encobertando, dando duras e às vezes alguns tapas. Nada demais. Ela é tudo que eu precisava. Ela vinha para me tirar o sossego, o fôlego, a calma e a paz. Quando se tem ela por perto, como eu tenho, nada disso é presente. Ela deixa a atmosfera cada vez mais descontraída. Vai ver que é pelo ‘papo unisex’, como ela fala, que ela tem e que conquista homens e mulheres. Pode ser pelo jeito de se sentar, todo esparramado, ou quem sabe é por ser assim, tão atirada. Por mergulhar de cabeça em tudo e qualquer coisa que faça. Ela vive a vida intensamente, com toda a certeza. Ela é a menina dos olhos de qualquer um que já tenha ouvido falar o seu nome. Essa peste!
Eu venho tentando me afastar um pouco dela esse mês, por certa mania que adquiriu: Vem me visitar toda noite, não só em sonho, em carne e osso. Ela vai às escuras, se escorando pelos cantos, entra em meu quarto como uma sombra e fica ali, sentada olhando para mim, fazendo carinho em meus cabelos. Todo dia eu a expulso e ela sai sorrindo e dando piscadelas insanas para mim. Acima de toda a consideração que eu tenho por ela, eu sou homem e a carne é fraca. Uma loira daquelas, que por sinal é a minha paixão desde os sete anos, aquele em que eu dei meu primeiro beijo, no meu quarto, sozinha, à noite e de camisola é pedir demais por controle e sabedoria. Eu tenho que usar dos dois ao extremo para não pular em cima dela, trancar a porta e Merlim sabe o que eu faria. Que pestinha essa menina! Mas por mais que eu tente me afastar, não tem um dia que eu não fique no mínimo seis horas com ela. Ela é um imã para mim.


“Venho madrugada perturbar teu sono
Como um cão sem dono me ponho a ladrar
Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso
Tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar
Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso
Tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar...”


- Vic, minha filha! Mantenha a compostura!
- Ah, papai, é natal! – Justificou a menina rindo, acompanhada por todos ali, inclusive Gui, que tentava inutilmente dar-lhe uma dura.
Eu disse que ela tinha controle sobre todos ali. Principalmente, quando se tratava das crianças: Tiago era seu companheiro em traquinagens e o restante, que era mais novos e muito menos engenhosos que aqueles dois, apenas os seguiam. Está ai mais uma coisa que esta loirinha, que agora me olhava intensamente, era: Uma criança. Tinha dezesseis anos e cabecinha de dez. Parecia a menor dali. Sua irmã, Dominick, que tinha apenas sete anos, era mais ajuizada que ela.
- Oh Merlim, eu te peço um anjo e você me manda essa diabinha aqui! – Disse Gui, fazendo todos rirem.
- Mas, ela é um anjo – Afirmei sem tirar os olhos da loira, que brincava com Lily e Rose.
Ela apenas sorriu, sem sequer me olhar e todos ali, até mesmo Gui, que havia se acostumado com a idéia de Vic&Ted, me olharam de forma marota. Antes que eu pudesse sequer me explicar, senti algo sentando-se em mim, no que me assustei. Nem sei por que, era típico dela.
- Papai, você sabe que ele me ama! Porque não concede a minha mão logo?! – Perguntou marota, me olhando em seguida.
Eu mantive o olhar com dificuldade e logo meus cabelos estavam mais ruivos do que o de qualquer um ali. Todos riram com o meu embaraço, inclusive ela.
- Além do que, eu nunca fui santa e me orgulho disso! Nunca fui dependente como você queria que eu fosse, Sr. Weasley. Você já tem a Nickyzinha aqui, para proteger. Eu sou moleca de tudo e você sabe, né meu amor?! – Continuou ela, saindo do meu colo e indo se jogar no do pai, que sorria conformado.
Cada palavra dela era verdade, assim como a verdade que eu encontrava em cada olhar dela. Todos diferentes do outro. Cada um com uma essência, mas todos com a mais pura sinceridade.


“Sei que não sou santa, às vezes vou na cara dura
Às vezes ajo com candura pra te conquistar
Mas não sou beata, me criei na rua
E não mudo minha postura só pra te agradar
Mas não sou beata, me criei na rua
E não mudo minha postura só pra te agradar...”

Ela vinha para esta casa em todo final de ano com um único intuito: Trazer um pouco mais de alegria à vida de cada um. Ela era a alegria de todos e cada um e em pelo menos um riso, sorriso ou gargalhada ela estava presente. Não sei para os outros, mas para mim ela era uma estrela. Aquele brilhante e que nunca se apaga, fica sempre na memória. O tipo de pessoa que nunca é esquecida e é a conversa da família por um bom tempo. Nunca direi que ela é perfeita porque ninguém é, muito menos ela, aquela ‘farsante’. Cara de anjo, alma de palhaça. É o jeito como eu a descrevo. É mais um jeito de descrevê-la, que é tão indescritível. Tão livre, desimpedida, sapeca, independente. Ela que agora se encontrava novamente em meu colo, nos jardins do largo e fazia carinho em meus cabelos. Eu sei que ela pode apenas flertar comigo, como pode me amar na mesma intensidade que eu a amo, mas se tem uma coisa que eu sei, é que quando ela dá muita linha para alguém, ela o abandona.

“Vim parar nessa cidade, por força da circunstância
Sou assim desde criança, me criei meio sem lar
Aprendi a me virar sozinha,
e se eu tô te dando linha é pra depois te abandonar
Aprendi a me virar sozinha
e se eu tô te dando linha é pra depois te abandonar.”


Mais uma coisa que ela surpreendia era nesse sentido: Ela nunca me abandonou e eu duvidava que ela conseguisse algum dia. EU sim consegui domar aquele espírito livre.
- Sabe que eu te amo, não é? – Perguntou, me olhando bem fundo, dentro dos olhos.
- Sei sim. É uma das únicas coisas que tenho certeza a respeito de ti, pequena.
Ela sorriu e eu penso que poderia passar uma vida toda apenas a mirar aquele sorriso. O sorriso de um anjo despencado, de um anjo com alma de louco, de um anjo com alma de palhaço. O sorriso de Victoire Weasley.



Ted Lupin.



(N/A: Após muuuuito tempo eu criei vergonha na cara e escrevi uma fic com o casal que eu acho perfeito! Espero que vocês gostem, porque eu amei escrever essa fic! É como se fosse o Ted pensando durante o natal com a “família” no largo Grimauld (casa do Harry) por isso eu colokei o nome dele ao fin. Beijos e, por favor, por tudo que tem de mais sagrado nesse mundo, comentem e votem! Por favor!!! Um beijo a toooodos e espero que tenham gostado! *-*!! Bjãao!)


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