Prólogo.
Respirava pesadamente enquanto o aguardava. O clima já não era mais o mesmo desde o começo do ano, sinal de que a verdadeira guerra estava para começar. Cada pessoa, ou melhor, cada bruxo já não mais podia andar tranquilamente sem levar consigo a preocupação. A preocupação que a cada dia os atormenta cada vez mais, os fazendo se perguntar se seus familiares, amigos ou apenas queridos conhecidos estão a salvo ou se estão sendo apenas mais uma vítima dos massacres que já haviam se tornado tão freqüentes na sociedade bruxa.
O Profeta diário só relatava notícias infelizes. Mas afinal, que notícia boa haveria para se dá em meio a toda a matança causada por Voldemort e seus seguidores? Cada bruxo, demasiado preocupado, manda seus filhos para um lugar que julgam ser menos perigoso, pois já não há mais lugar seguro. E é para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts que os pais entregam a vida de seus filhos. Mas nem mesmo os habitantes da floresta sentem-se mais seguros, pois já não se sabe quem está do lado bom ou ruim.
O clima estava demasiado frio.
Ela estava no final de seu quinto ano em Hogwarts; o ano no qual tudo aconteceu, tudo mudou e tudo acabou. Ela se tornou artilheira do time de quadribol da Grifinória, se dedicou mais pela AD e, o melhor de tudo, começou a namorar Harry Potter.
E era exatamente por causa dele que estava ali, sentada em frente à lareira do salão comunal da Grifinória, o aguardando pacientemente. Não sabia como começaria a contá-lo tudo. Como diria para ele. Como jogaria essa bomba em cima dele. Fez de tudo para que esse momento não precisasse acontecer, mas foi simplesmente inevitável.
Ouviu passos se aproximando e deduziu ser ele. Instantaneamente começou a suar frio de nervosismo. Não queria ter que fazer aquilo, mas estava sendo obrigada a fazê-lo. Ela não queria. Mesmo.
Encolheu-se um pouco mais no sofá vermelho aveludado e esperou que ele terminasse de descer as escadas.
Quando em fim aquela escada deu fim ao que pareceu ser a mais longa de todas as caminhadas de Harry Potter, ele a viu e se aproximou do sofá onde a mesma estava sentada. Sentou-se ao lado dela e passou a observá-la. Tempo esse suficientemente longo para que ele percebesse que algo não estava indo muito bem; que algo estava errado.
- Ginny, há algo que eu devo saber?
Suavemente pousou sua mão sobre a delicada mãozinha dela e percebeu que esta estava suada, apesar do frio que aquela noite escura fazia.
Ela sentiu mais um aperto em seu coração. Não agüentava mais sofrer ao se deparar com a preocupação que ele possuía para com ela.
- Sim, há uma coisa que você deve saber Harry. – Ela esperou uma hesitação, um murmúrio, uma resposta, que ele fizesse algo, mas esse não o fez. Apenas lançou-a uma olhar que a incentivava a continuar. E foi o que fez. – Harry eu... Eu não queria, mas papai me obrigou.
Harry sentiu a mãozinha sob a sua tremer, deixando-o aflito.
Harry sabia que ela estava com dificuldades para lhe contar algo. Mas o quê? Como assim? Obrigada a quê? Ele esperava que ela tirasse suas duvidas.
- Ginny, como assim? Continue. A que você foi obrigada?
Pelo brilho de tristeza que teimava em se apossar daqueles lindos olhos cor de âmbar que antes eram tão cheios de alegria, sabia que era algo ruim; muito ruim.
- Meus pais querem que eu vá para um internato da França. Eles dizem que essa guerra está ficando perigosa demais e que, para a minha segurança, é melhor eu ir. – Ela parou para encará-lo, mas o mesmo continuava em silêncio. – Eu tentei argumentar e dizer que não queria ir. Fiz de tudo. Juro como fiz de tudo Harry! Mas, continuo sendo menor de idade... Tenho que fazer tudo o que meus pais mandam.
Ele continuava em seu silêncio profundo e sem fim.
- Harry, seria bom se você tivesse uma participação ativa nesse meu monólogo. Sabe, de vez em quando é bom ouvir a voz da pessoa com quem estamos conversando.
Harry continuou em silêncio por mais algum tempo, analisando a situação e digerindo a notícia que acabara de receber. Mas percebeu que Ginny já estava angustiada por não ouvi-lo dizer absolutamente nada.
- Eu... Eu acho que, se envolve sua segurança, é o melhor a se fazer.
Se fosse qualquer outro momento, ela teria começado a se irritar e dizer que não era mais uma garotinha boba e que sabia muito bem se defender sozinha.
Mas não agora.
Tudo o que ela queria é que ficasse tudo certo antes de sua partida. Tudo o que ela queria era dizer adeus da maneira correta. O que ela queria era que tudo acabasse bem.
Foi pensando nisso que mais uma vez ela não deu atenção a dorzinha no seu coração e seguiu com o que a tinha levado a ter essa conversa com Harry.
- Bom, acho que o melhor é acabarmos. Afinal, não sabemos quanto tempo eu ficarei por lá e também não podemos garantir nada.
Ele nunca a vira tão vulnerável e determinada ao mesmo tempo. Sabia que aquilo estava sendo difícil para ela; estava sendo difícil para ele também, mas admirava acima de tudo a coragem e a determinação com que ela fazia as coisas. Ela não era mais aquela menina bobinha e apaixonada. Ela era uma mulher; uma mulher forte e determinada. E era para essa mulher que ele iria garantir um futuro com a família que ele tanto ama e tem como sua: matando Voldemort, mesmo que custasse sua vida.
- Em parte você tem razão Ginny. Eu não posso garantir que ao final da guerra eu ainda estarei vivo. Mas posso garantir que matarei Voldemort e que você poderá voltar e ter uma vida normal.
Ela estremeceu ao ver que ele falava a verdade. Era uma realidade na qual ela não queria acreditar. Algo passou em sua mente, mas, sem que percebesse, acabou escapulindo quase como um sussurro, como se ela falasse para ela mesma.
- Et je vais vous aider.*
Ele não entendeu o que ela falara. Não soube se porque ela havia falado muito baixo ou se porque ela não queria que ele ouvisse.
- Como? – perguntou, em dúvida.
- Nada. Adeus Harry. – Falou enquanto se levantava para ficar em frente ao moreno. Abaixou-se para ficar na mesma altura que Harry, pois o mesmo estava sentado.
Não houve um beijo profundo para aquela despedida. Não houve palavras bonitas ditas em forma de adeus. Apenas um tocar de lábios que foi capaz de expressar muito além do inimaginável. E ela voltou ao seu dormitório.
Mas, antes de subir as escadas, arriscou dá uma última olhada, mas não foi o suficiente para ver a lágrima solitária deixando sua marca no rosto de Harry Potter.
N/A: *significa “e eu vou te ajudar” em francês.
Bem gente, demorei a começar a postar essa fic por que estava esperando terminar de escrever para não ter o perigo de fazer vocês esperarem muito tempo por outro cap. Está aí o prólogo como um aviso de que daqui a duas semanas eu começarei a postar semanalmente. Toda sexta-feira estarei postando um cap novo. Espero que gostem da história.
Esse capítulo é muito breve, mas preciso para que vocês entendam o decorrer da história.
Por favor, comentem, é muito importante para o desenvolvimento da fic. Aceito críticas construtivas e o que vcs acharem que eu devo melhorar, avisem.
Bem, falo com vocês daqui a duas semanas com o primeiro capítulo. Beeijos =)
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