Pequena mas acolhedoura
Capítulo 3 – Pequena mas acolhedora
Draco levantou-se com dificuldade e aproximou-se de Hermione.
- Sim, vamos.
Dito isto, ambos seguraram o pergaminho e rapidamente foram transportados até à sala de estar do apartamento do Trio Maravilha.
- É aqui que moras? – disse o loiro, ao sentar-se pesadamente, no sofá branco da sala.
- Sim. – respondeu a morena, orgulhosa da sua casa, enquanto lançava feitiços anti-aparatação.
- Parece-me pequena. – continuou ele, tentando espreitar para o corredor.
- Pequena mas acolhedora.
- Moras sozinha? – questionou ele.
- Não. Moro com o Harry e o Ron.
- O quê? – perguntou ele, incrédulo.
- Sim, moro com eles. Porquê? Algum problema?
- Diz me tu. Segundo sei, eles não gostam muito de mim.
- Eles não estão em casa. O Ron está a viajar com a equipa de Quidditch e o Harry está na Nova Zelândia. Por falar nisso, tenho que lhe enviar um pergaminho a explicar a tua situação… – disse Hermione pensativa, equanto se sentava ao lado do loiro. – Ele disse que o Ministério da Magia encontrou lá um grupo de bruxos que querem fazer renascer a memória do Voldemort. Se calhar pode estar ligado ao teu ataque… Afinal de contas, a tua família ainda te persegue. - terminou ela, em voz baixa.
- É! Que rica herança que eles me deixaram. Um sobrenome carregado de boa fama. Achas que pode estar relacionado?
- Não sei… Pode estar. Não te lembras do que se passou?
- Não. Não me lembro de todo… Quer dizer… Lembro-me de receber um berrador do meu pai… Depois escuridão… Só me lembro de, mais tarde, agarrar uma chave de portal, que eu mantinha de reserva, que me levava directamente ao Hospital.
- Do teu pai? Mas ele não está em Azkaban?
- Sim, mas o sobrenome Malfoy continua a ter ligações com o mundo exterior, mesmo a partir daquele lugar.
- Ah não sabia… Disseste berrador? Humm… Espera um pouco.
O loiro arregalou os olhos quando viu Hermione a vasculhar um saco que tinha trazido do Hospital à procura de algo.
- O que procuras na minha roupa?
- Aha! – disse com um sorriso vitorioso. – Aqui está!
Mione abriu a mão e o loiro pode ver os pedacinhos de papel do que um dia havia sido um berrador.
- Vou enviar isto imediatamente ao Harry. Pode ser que ele consiga analisar e descobrir algo. – disse levantando-se. – Vou à cozinha. Queres comer alguma coisa?
- Não, mas eu vou contigo. Ainda não me mostraste o teu apartamento.
- Oh! Desculpa. Tens toda a razão. – disse, seguindo ambos para a cozinha. – Bem, aqui é a cozinha. Senta-te num instante. Vou só mandar a carta ao Harry e já te mostro o resto, sim?
Hermione puxou uma cadeira para si e sentou-se com um pé debaixo do rabo, para escrever a carta.
“Querido Harry,
Como estás? Antes que perguntes, eu estou bem. Cheguei inteira a casa.
Hoje apareceu no hospital um paciente que foi atingido por um Crucios. Tratei-o, pois ele tinha desmaiado assim que chegou. Ele diz que não se lembra da nada para além de ter recebido um berrador (que envio juntamente com este pergaminho para analisares) do seu pai. Espero ter apanhado os pedacinhos de pergaminho todos dos bolsos da roupa do Draco Malfoy. Sim, é ele o meu paciente. O hospital não tinha ninguém para ficar com ele, e eu achei mais seguro trazê-lo cá para casa. Não te preocupes, porque já lancei aqueles feitiços protectores que me ensinaste. Assim que souberes alguma coisa, diz-me, sim?
Beijinhos,
Hermione Granger”
- Snow, leva esta carta ao Harry, sim? – disse atando o pergaminho à pata da coruja branca com manchas acastanhadas que estava à janela.
- Granger? Onde está aquele saco de pulgas que tinhas?
- Crookshanks? – perguntou, ignorando o insulto que ele dissera sobre o seu gato. – Morreu pouco depois de sair de Hogwarts. E a partir do momento que os meninos começaram a viajar muito, o Harry deu-me esta coruja, para o caso de precisarmos de comunicar. – explicou ela.
- Humm. É muito bonita a tua coruja. – disse ele. – Faz me lembrar a minha.
- Que é feito dela?
- Foi encontrada morta. Ou melhor, encontrei-a morta à porta de casa.
- Oh! Sinto muito. – falou ela, quando viu o loiro baixar o olhar com tristeza. – Bem, já sabes que sou curandeira… - começou ela, mudando o rumo da conversa.
- Muito famosa, por sinal. – interrompeu ele.
- Não sou nada. – afirmou ela, corando. – Mas o que fazes desde que saíste de Hogwarts?
- Trabalho no Ministério da Magia, no Departamento Internacional de Cooperação Mágica.
- A sério? Então, basicamente, trabalhas junto dos governos mágicos de outros países, certo?
- Isso mesmo. Vejo que continuas informada sobre tudo.
- Sim, sim… Podes dizer que continuo a mesma sabe-tudo.
- Eu não ia dizer isso, Hermione.
- Mas afinal, porque trabalhas no Ministério da Magia? Nunca pensei que quisesses lá trabalhar. – constatou ela, dando continuidade aquela conversa de circunstância.
- Eu não queria… – emendou-a ele, olhando pela janela. – Fui obrigado como castigo pelo que fui. Sabes, Hermione – disse olhando-a profundamente nos olhos da menina, como se quisesse desvendar tudo aquilo que escondiam, – arrependo-me de muitas coisas que fiz.
Hermione corou e mudou rapidamente de conversa, evitando que esta tomasse o rumo que ela andava a evitar por quatro longos anos, uma vez que ela sabia do emprego de Malfoy no Ministério. Só não sabia o departamento, porque o Harry escondia-lhe essa informação para “segurança dela”, segundo ele.
- Pelas barbas de Merlin! Olha as horas! É quase meia-noite. Já devias estar deitado. Ou melhor, nem te devidas ter levantado. – disse ela, enquanto pulava da cadeira para procurar a poção que ele tinha de tomar.
- Não te preocupes… Eu estou bem!
- Bem? Quase que não te pões em pé sem ajuda. – afirmou, pondo o braço do loiro por cima dos seus ombros. – Vou-te pôr na cama.
- No sofá, queres tu dizer.
- Não! Na cama… Vais dormir na minha cama.
- Na… tua cama?
- Xiii! Podes ir tirando esse sorrisinho da cara, porque vais lá dormir sozinho.
- Não estava a pensar noutra coisa.
- Não mesmo? – disse ironicamente.
Caminharam, lentamente, em direcção ao quarto de Hermione, enquanto ela lhe ia mostrando a sua humilde casa. Assim que chegaram ao seu destino, esta abriu a porta e, com um aceno de varinha, deixou-o impecável. Puxou os lençóis para trás e sentou-o, encostando as suas costas a duas almofadas fofas.
- Toma, bebe. Vou-te buscar uma t-shirt dos meninos para vestires.
- Yeck! Esta poção é pior que a outra!
- Não é não. São iguais! Já venho.
- Ei! Eu não quero vestir roupa deles!
- Não podes utilizar magia, porque estás fraco, e não creio que vás dormir de bata do hospital, não é? – perguntou ela do quarto de Ron.
- Prefiro a dormir com roupa do Santo Potter ou do Cenoura esgadelhudo.
- Bem, se quiseres, dou-te uma t-shirt minha. – disse Hermione, gragalhando. – Ias ficar muy sexy. Toma lá! Veste isso.
Draco vestiu uns boxers laranja de Ron e uma t-shirt branca, com muitas caretas à mistura. Hermione riu-se quando o viu com a roupa do seu amigo.
- Só te faltava o cabelo ruivo.
- Ah ah ah. Estamos muito engraçados hoje.
Enquanto Hermione o deitava na sua cama, rindo, Draco perguntou-lhe:
- Hermione? – A menina levantou o olhar. – Onde vais dormir?
- Não te preocupes comigo. Vou dormir na cama de um dos meninos.
- Se quiseres, eu durmo no sofá e tu dormes aqui…
- Não! – respondeu ela, decidida e forçando-o a deitar novamente. Ele segurou-a pelos braços fazendo com ela se deseiquilibrasse e caísse em cima do loiro.
- Ai!
- Desculpa, desculpa, desculpa! – pediu ela ao levantar-se rapidamente. – Não te queria magoar.
- Não faz mal…
- Não vou fechar a porta para o caso de precisares de alguma coisa. Chama-me, sim?
Hermione saiu do seu quarto e dirigiu-se ao quarto de banho para tomar um duche.
- Eu fui um idiota mesmo! Perdi uma mulher maravilhosa… - murmurou Draco, desolado. – Porque é que fiz aquilo? Porquê? – continuou ele sentando-se na beira da cama com muita dificuldade, com as mãos enterradas nos cabelos loiros platinados.
Flashback
Mas o loiro calou-a com um beijo avassalador e até mesmo selvagem. Uma dança sincronizada entre os lábios de ambos, entre ambas as línguas, ocorria entre eles. Um beijo de tirar o fôlego, um beijo que diminuía e, ao mesmo tempo, aumentava a urgência que tinham um pelo outro, o desejo que os unia, um beijo onde depositavam a esperança de algo. Separam-se, colando as testas, arfando. Desejo e paixão ardiam nos seus beijos, nos seus olhos e amor surgia no coração de ambos.
- Vamos sair juntos? – disse o loiro. – De mãos dadas?
Hermione anuiu e atravessaram o véu. Já do lado de fora do Salão Principal, assim que Draco reparou que estava de mão dada com uma Sangue de Lama, separou-se dela abrutamente. As suas feições endureceram. Hermione, sempre racional, mesmo no que toca a sentimentos, quando saiu do véu com ele, lembrou-se do que o Chapéu Seleccionador tinha dito: “ que grandes amizades se irão formar, / e amores eternos nascerão, / aqui neste salão, / aqui, nesta noite de luar.”.
- Deixa-me!
- Draco? – Hermione começou a chorar pela reacção do menino.
- Malfoy para ti!
- Mas… – tentou ela.
Chorando desalmadamente, a morena, num acto extremamente rápido e desesperado, sacou-lhe a varinha (que ele trazia no bolso de trás das calças) e fez um corte na sua própria mão.
- Vês? O meu sangue é igual ao teu! Vermelho… Quente… Vivo!
- Esquece o que aconteceu ali dentro… Esta noite foi uma enorme palhaçada. – cuspiu ele empurrando-a, o que fez com que ela caísse. Deu-lhe as costas e saiu dali com passos decididos.
Fim de Flashback
- Idiota! Malditos preconceitos… Maldito orgulho… Maldito medo! – dando murros na cabeça. – Olhem só onde é que me levaram… A sítio nenhum… Continuo preso ao passado… Continuo preso aquela noite! Eu tenho que lhe pedir desculpa! - Ele falava decido, enquanto andava de um lado para o outro. – Eu sei que já tinha planeado encontrá-la, afinal de contas ela é uma curandeira extremamente famosa, mas não nestas circunstâncias. – Ele gesticulava muito. – E se ela não aceitar? Não! – abanou a cabeça em sinal negativo. – Ela vai-me perdoar… E se ela só está a fazer isto por causa daquele voto perpétuo que todos os curandeiros fazem? Pior ainda, se ela estiver a fazer isto por pena?
Milhares de perguntas assaltavam a mente de Draco Malfoy, impossibilitando-o de dormir.
02h00 e ainda chovia torrencialmente. Hermione estava à janela da cozinha com um copo de leite e meia dúzia de bolachas de chocolate. As suas favoritas, pois faziam-na lembrar a sua infância. Ao longe já se avistavam pequenos clarões…
- Relâmpagos… – murmurou ela pensativa.
Flashback
Hermione, no chão, chorava com a mão ensanguentada. O seu vestido azul estava já manchado com o sangue de lama que lha saia do corte.
- Mi? O que foi?
- Mione? O que se passa contigo? Foi o Malfoy?
- Mi, por favor fala connosco!
Os seus amigos tentavam falar com ela, em vão. Ela só chorava mais, ao mesmo tempo que apertava, ainda mais, a mão magoada. O chão em torno dela tinha pequenas poças vermelhas que foram limpas com a base do seu vestido quando ela se levantou em direcção ao jardim.
- Deixem-me sozinha!
Os meninos quiseram-na seguir, mas Ginny não deixou.
- Deixem-na ir. Ela precisa de tempo para ela. – disse, preocupada.
A muito contragosto, eles acabaram por concordar.
Já no relvado, a morena deixou-se cair de joelhos, afundando sa mãos nas pequenas folhas verdes da relva.
“Não é possível… Simplesmente não é! Meras palavras doces e envenenadas… Beijos encenados… Sentimentos fingidos… Foi o que esta noite foi…Uma ilusão!!!”. Grossas lágrimas escapavam daqueles olhos cor de avelã.
Fim de Flashback
Um trovão fortíssimo trouxe Hermione de volta à actualidade.
“O quanto eu dava para que aquela noite tivesse um desfecho diferente…”, suspirou ela.
Um novo relâmpago rasgou o céu daquela gélida noite de Inverno, iluminado a imensidão daquele quarto que decorara como se pudesse conhecer melhor a mulher que Hermione se tinha tornado. Era capaz de identificar todo e qualuqer objecto que lá havia: desde a cama que ostentava uns belos e macios lençóis pretos, demasiadamente confortáveis, na opinião dele, e um edredão branco, salpicado por duas almofadas pretas, que combinavam com o tapete; a grande janela, com vista para a rua principal, escondida atrás de uns cortinados pretos (arrumados nas margens da janela) com um cortinado de nylon branco e translúcido, que, para além de completar o ambiente monocromático daquele quarto, permitia a passagem de luz natural; diversos frascos de perfume e creme que se encontravam em cima da cómoda (perpendicular à janela) alegravam o ambiente, juntamente com uma pequena estante. Livros sobre os mais diversos assuntos (organizados por temas) ali se encontravam: Poções, Feitiços, Ficção, Poesia e, claro, a mais recente edição de “Hogwarts: uma história”. Não era um quarto grande, mas as paredes claras e as portas espelhadas do roupeiro aumentavam a percepção de espaço daquela divisão.
“Um verdadeiro refúgio a preto e branco… Sóbrio, simples e encantador!”, pensou ele, “Como ela!”
Draco levantou-se a muito custo para ir à cozinha beber um copo com água. Parou junto a um placard de cortiça onde ela tinha colocado diversas lembranças: a primeira carta de Hogwarts; uma foto dos pais com ela, pequenina, no Zoo; diversos postais de vários locais, alguns deles reconhecidos por ele; fotos do Trio Maravilha; um laço de uma prenda; uma lista de coisas para fazer; e a carta que ele lhe enviou duas semanas depois do baile de formatura, ainda fechada.
Suspirando, ele foi até à cozinha, devagar e apoiando-se nas paredes. Quando lá chegou, viu luz através da porta entreaberta. Sem fazer barulho e pé ante pé, espreitou pela porta e viu uma Hermione melancólica, à janela, e completamente despreocupada com os trajes que usava: uns boxers pretos, curtíssimos, e uma t-shirt branca de manga cava, que lhe deixava as alças do seu soutien vermelho à mostra, num gesto ingenuamente provocativo, pois apesar de ser Inverno, o apartamento estava aquecido graças à magia. Tinha os pés descalços e o cabelo apanhado num coque desarranjado. Quando o loiro a viu, recortada á luz dos relâmpagos, que surgiam como flashes de máquinas fotográficas, recuou dois passos de modo a podê-la observar sem ser apanhado.
“Como ela é linda!” pensou ele, espreitando novamente.
“Ai a minha dieta!”, pensou ela enquanto trincava mais uma bolacha, sorridente, como uma criança quando faz um travessura.
- Ainda acordada? – perguntou Draco, quando entrou, finalmente, na cozinha, assustando-a. De repente, ele começa-se a rir compulsivamente. É que com o susto, Hermione tinha-se virado revelando, na boca, meia bolacha que ainda não tinha comido. A morena ficou vermelha por ter sido pega desprevenida. – Desculpa! Não queria assustar-te! – disse ele, tentando controlar a respiração. – Mas estás com um ar tão engraçado! – Não se conteve e caiu novamente na gargalhada. Claro que a menina não pôde deixar de sorrir perante aquelas gargalhadas contagiantes, - Eu também como assim as bolachas… Inteiras… Estavas com fome? – perguntou ele, ao mesmo tempo que limpava duas pequenas lágrimas que teimavam em cair do seu olho esquerdo.
- Nem por isso… Vim só aconchegar o estômago, para ver se me acalmo.
- Acalmar?
- As tempestades deixam-me apreensiva. – disse ela omitindo parte da verdade. Na realidade ela estava mais preocupada com a presença dele no seu apartamento do que com a tempestade que se aproximava perigosamente.
Um novo relâmpago rebentou, enchendo a cozinha com uma claridade anormal, sendo seguido de um trovão ensurdecedor que, depois de fazer com que as luzes tremessem um par de vezes, provocou um corte geral da electricidade.
- Boa! Só faltava esta. – bufou ela. – Senta-te que eu vou buscar a varinha.
- Lumus! – E a cozinha iluminou-se. – Vinhas comer?
- Não não! Vinha beber um copo com água. As poções devem-me dar sede. – constatou ele. – Parece que estou seco por dentro. – Hermione colocou-lhe um jarro com água e um copo na sua frente e serviu-o. – Obrigada.
Quando ela lho estendeu, o toque das suas mãos foi inevitável, ao que ela estremeceu. Isso não passou despercebido ao sempre perspicaz Draco Malfoy.
- Ainda sentes dores? – inquiriu ela desconversando.
- Estou um bocadinho dorido sim, mas nada que não se aguente.
- Se quiseres posso dar-te uma poção mais fraquinha, só para as dores…
- Nem penses! – cortou. – Não tomo mais nenhuma daquelas mistelas! – continuou, enquanto bebia a água e fazia uma careta. – Ajudas-me a ir para a cama? Está escuro e tu é que tens luz…
- Claro! – sorriu ela. Ele não pode deixar de apreciar quelas feições que ele tanto admirava: os dentes brancos e certinhos, os lábios rosados e grossos, as covinhas nas bochechas quando sorria, as pestanas compridas, as sobrancelhas delineadas, os olhos com de avelã tão expressivos, o nariz ligeiramente arrebitado, os cabelos encaracolados que lhe fugiam do coque, os ombros parcialmente nus, os seios redondos, a barriga lisa, as pernas…
“Draco Malfoy! É melhor parares por aqui!”, pensou ele, recriminando-se, “Ou não tarda é preciso um banho frio… Ou melhor: gelado, que talvez faça mais efeito”.
Hermione ajudou-o a levantar, depois de pôr o copo no lava-loiças, segurando a varinha entre os dentes. Encaminharam-se para o quarto, onde o loiro estava, em passos lentos, devido não só ao estado de saúde dele como também devido à falta de iluminação. Segurando, novamente, a varinha com a boca, Hermione ajudou-o a deitar e aconchegou-o, numa atitude materna.
- Hermione? – perguntou ele. – Fica comigo. – pediu. – É por causa do que se passou. Está muito escuro.
- Fico… Com… Contigo? – gaguejou a curandeira. – E onde é que durmo? – Draco sorriu e afastou os lençóis, convidando-a a deitar-se junto dele.
- Nem penses! Se não fosse eu que te tivesse dado a água, diria que tinhas tomado alguma coisas das Gemialidades Weasley.
- Então só até eu adormecer. – implorou ele. O sorrisinho malicioso dele deu origem a uns olhinhos de cachorro abandonado. – Tu sabes o que se passou comigo… Ou melhor parte do que se passou… - disse, falando-lhe ao coração. – Por favor…
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