Recordações



Capítulo 2 – Recordações

Não agora!”, pensou Hermione, “Não agora que tudo estava a começar a se resolver…

- Granger… - sussurrou ele antes de desmaiar, despertando a morena dos seus pensamentos.

- Temos que o levar para dentro. John, ele disse-te alguma coisa? – perguntou rapidamente à medida que dirigia a maca, onde Malfoy se encontrava desacordado, em direcção a umas cortinas.

- Não, Hermione. Ele só disse que queria ser tratado por ti… - respondeu o curandeiro, ainda atordoado. – Vou fechar as cortinas.

- Ajuda-me aqui. Ora bem… - disse, enquanto examinava superficialmente o corpo do loiro. – Ele tem a ponta dos dedos azulada. Isso indica má oxigenação dos tecidos humanos. E nestas proporções, eu arriscaria que ele sofreu uma maldição imperdoável.

- Crucius?

- Sim… - conclui ela, pesarosamente, enquanto apoiava de leve a sua mão no peito do paciente. – Mas o que é? – interrogou-se ao levantar a sua mão ao senti-la molhada – John, ajuda-me a cortar as roupas dele. É melhor nem usar magia nele enquanto não soubermos o que ele tem nem movê-lo muito.

- Oh não! Quem é que era capaz de uma barbaridade destas?

- Não sei, John. Não sei. – disse a morena ao olhar o peito nú de Malfoy todo ensaguentado devido a um Sectumsempra. Hermione empunhou a varinha e murmurou o contra-feitiço rapidamente, esperando ir a tempo de estancar o sangue e impedir que as cicatrizes se tornem permanentes. De seguida, vestiu-o com uma bata de hospital. – Vou-lhe dar uma poção do sono e preparar uma poção revigorante extremamente forte para ver se ele recupera. Podes aqui ficar com ele?

- É mudança de turno. Tenho que ir para casa. O meu pequenote faz anos hoje.

- Então vai lá! Eu levo-o para o meu consultório, porque a pessoa que fez isto, pode muito bem querer vir terminar o serviço. Como tal não podemos correr riscos de que isso aconteça aqui dentro.

- Mas se quiseres eu fico. Eu vou mandar uma coruja para casa.

- Não é preciso! Vai lá embora. Parabéns ao teu filhote. – disse, despedindo-se com um sorriso.

* * *


Depois de dar as duas poções a Draco, Hermione sentou-se numa cadeira perto da cama do seu paciente, enquanto lia, de novo o seu livro, pois apesar do seu turno ter terminado, ela não queria ir para casa (onde nem sequer tinha alguém a sua espera) sem que Draco acordasse. Ela fazia sempre isso com os seus pacientes.

Olhou para o relógio. 19h07. O cansaço do seu anormalmente grande turno já pesava nos seus olhos, que teimavam em fechar. Quando viu que já não aguentava mais, aninhou-se na cadeira, com os pés em cima da mesma, abraçou os joelhos e encostou a cabeça à janela do consultório, de modo a poder dormitar.

Hogwarts. Dia de formatura.

- Mione! – gritou Ginny, assustando a morena, que caiu do parapeito da janela para o chão do quarto. – Ainda não te arrumaste! – constatou ela, enquanto corria, literalmente, pelo quarto à procura dos sapatos.

- Tenho tempo. O Baile só começa daqui a uma hora e meia.

- Pois! Ainda não tomaste banho sequer!

- Estou a ir! Estou a ir! – bufou a morena antes que Ginny tivesse um novo ataque.

Hermione entrou no banheiro feminino, praticamente empurrada pela ruiva, que fechou a porta assim que saiu. A morena abriu a água quente do chuveiro e despiu-se rapidamente. A água queimou-lhe os pés quando entrou, o que fez com que solta-se um palavrão. Lavou cuidadosamente os cabelos, enquanto rezava para que estes ficassem domados. Depois do rápido duche, passou creme hidratante pelo corpo, desodorizante e um pouco de perfume atrás das orelhas, nos pulsos e na nuca, junto ao cabelo. Enrolou-se na toalha e enfrentou a tempestade de roupa, sapatos e maquilhagem que havia no dormitório.

- Não achas um máximo Mi? – perguntou Lavender Brown, enquanto penteava o seu longo cabelo liso.

- O quê?

- O Baile!

- Acho que a McGonagall apanhou algumas das ideias piradas do Dumbledore. Deve ser do cargo. – riu Ginny, que já tinha encontrado os seus sapatos.

- Ginny! – repreendeu-a Hermione. – A professora fez isso para juntar as quatro casas. Bem sabes, talvez melhor que ninguém, que
Hogwarts nunca mais foi a mesma depois da guerra.

- Sim. Tens razão. Como sempre, não é Mi? Mas ter de passar por aquele véu que ela conjurou à porta do Salão Principal, deixa-me nervosa. E se eu esqueço quem eu sou?

- Tontinha! Não vais esquecer quem és! Apenas vais esquecer as diferenças que existem entre nós. – explicou a morena. – No entanto, quando saíres de lá, não vais esquecer o que se passou, simplesmente recordas aquilo que tinhas “esquecido” antes de entrares.

- Como é que a McGonagall fez isso? – perguntou uma outra menina dos Gryffindor.

- Não sei… Há coisas que nem mesmo eu sei, apesar de ser uma sabe-tudo.

- Ao menos admite… - sussurou Ginny para Lavender Brown.

- Ei! Eu ouvi isso.

- Então, este Baile vais ser como entrar em
Hogwarts pela primeira vez, certo? – perguntou a menina de cabelos lisos.

- Mais ou menos. É quase como um começar de novo.

- E qual é a piada disso, Mi?

- Queres que te faça um desenho, Gi? – Ginny apenas lhe deitou a língua de fora.

- Então e para quê a máscara?

- Para manter um certo mistério no ar?

Hermione prendeu, despreocupadamente, os caracóis num coque simples, pôs uma maquilhagem muito discreta e olhou-se ao espelho, enquanto calçava as sandálias prateadas. Estava realmente muito bonita naquele vestido azul. Já não se sentia assim desde o Baile de Inverno do quarto ano.

Seguiram, depois de colocar as máscaras brancas que lhes tapavam cerca da metade superior da face, para o Salão Principal. Ao chegarem lá, verificaram que existia uma fina névoa que funcionava como cortina semi-transparente entre o exterior e o interior do Salão: o véu pelo qual tinham de passar.

- Tenho medo! – comentou Luna que se tinha juntado às amigas.

- Medo? Então vamos juntas. – disse a mais pequena dos Weasley, dando as mãos às amigas.

Num silencioso suspiro, entraram. O tecto enfeitiçado do Salão ostentava a beleza de uma noite de luar em pleno Verão. A iluminação era feita através das inúmeras velas que flutuavam suavemente e as longas mesas, que habitualmente se encontram dispostas a meio do Salão, estavam encostadas às paredes com comida e bebida, de modo a haver um espaço para os alunos dançarem.

A morena, a ruiva e a loira juntaram-se a Harry, Ron, Neville e mais uns quantos
Gryffindors.

- Wow! Vocês estão lindas! – disse Harry saindo do transe que a imagem das três meninas tinham causado.

Luna usava um vestido grená em évase até abaixo do joelho, que prendia nas costas, deixando-as parcialmente descobertas, com uns sapatos de salto pretos e uma echarpe preta. O seu cabelo estava ligeiramente apanhado, deixando alguns fios de cabelo a enquadrar a sua face. Já Ginny, para total desagrado do irmão, tinha um vestido de alças, verde-escuro, bastante curto. A tapar os seus ombros (descobertos pelo simples rabo de cavalo que usava) havia uma blusa semi-transparente, que traçava na cintura da menina, de mangas ligeiramente largas. Hermione, a mais acanhada, trazia um longo vestido azul, cai-cai, com brilhantes, e tule na camada mais externa da saia. As suas sandálias prateadas que subiam pela perna estavam escondidas pelo vestido.



Luna foi a primeira a cortar o incomodativo silêncio que se começava a instalar entre os amigos.

- Vocês também estão um espanto.

Os meninos, em geral, traziam um smoking preto e camisa branca com uma gravata de cor. Coincidência das coincidências, a de Harry era verde e a de Ron grená.

- Boa noite a todos. – começou McGonagall – Esta é uma noite muito especial para todos os alunos que aqui estão. Pode-se dizer que é a primeira grande festa, depois da queda de Voldemort, na qual se comemora a saída de alunos brilhantes e dos quais vamos ter, com certeza, muitas saudades. Antes de mais, uma salva de palmas para os nossos finalistas.

Depois de cessarem as palmas, Hagrid entrou no Salão, trazendo consigo o tão famoso Chapéu Seleccionador. Um burburinho instalou-se rapidamente.

- Silêncio! – pediu ela. – Muitos devem pensar a que se deve a presença do Chapéu Seleccionador. Pois eu acho que, depois de tantas atribulações pelas quais a nossa escola passou, ele é a pessoa ideal para dar início ao nosso Baile.

- Pessoa?! – perguntou Ron, ainda aéreo pela visão das meninas.

- Ron… – disse Mione, voltando osolhos.

De repente, o chapéu preto de aspecto velho e gasto começou a cantar com uma voz estranhamente familiar.

- Dumbledore?! – indagou Harry. Instintivamente, procurou o olhar de Minerva McGonagall que pronta e discretamente lhe piscou o olho em resposta.

Muitos se devem perguntar
o que estou aqui a fazer.
Pois vou dizer,
sem mais tempo perder,
o que Hogwarts deve escutar.
Quatro casas aqui habitam
sem grande convivência,
e as grandes diferenças que aqui existem,
independentemente da casa a que pertencem,
tomam a minha grande paciência.
‘Ideia absurda!’ podem pensar,
‘Este baile não vai acabar com a rivalidade.’
Mas deixem-me falar
com a sinceridade e lealdade de um Hufflepuff,
com a coragem e audácia de um Gryffindor,
com a perspicácia e inteligência de um Ravenclaw,
e com a astucia e ambição de um Slytherin,
que grandes amizades se irão formar,
e amores eternos nascerão,
aqui neste salão,
aqui, nesta noite de luar.

O Salão irrompeu em palmas e assobios de aprovação do que havia sido dito.


Hermione acordou com o barulho de algo metálico a cair no chão.

- Malfoy? – disse ela, levantando-se rapidamente. Mas ele ainda dormia profundamente. Procurou pelo relógio. 20h42. “Há muito tempo que não ficava tanto tempo no Hospital.

Suspirando, encostou-se aos pés da cama do seu novo paciente e adormeceu novamente.

- Ron! – exclamou Ginny, ao ver os modos com que o irmão comia desalmadamente.

- Que é?

- Não fales com a boca cheia! Não é uma visão bonita! – respondeu ela, arrancando gargalhadas aos amigos.

Uma música começou a ser ouvida e rapidamente a “pista de dança” ficou cheia. Sem dúvida que este Baile tinha sido a melhor ideia de sempre para levantar os ânimos, que ainda continuavam em baixo.

- Hermione? – A morena virou-se e deu de caras com um loiro de olhos azulíssimos, smoking preto, camisa branca e gravata rosa bebé, a estender-lhe a mão. – Danças comigo?

- Claro! – respondeu com um sorriso. Mal sabiam que ia ser o florescer de um sentimento puro e sem maldade.

O rapaz loiro conduziu-a, pela mão, até ao centro do salão, onde começaram a dançar ao som da música.

- Eu queria convidá-la para dançar. – sussurrou Harry. – Afinal de contas somos praticamente irmãos. Mas parece que ele levou a melhor.

- Deixa lá. Danças depois. Já viste como ele olha para a
nossa Hermione? – perguntou Luna, com a mesma expressão distante de sempre.

- Estás a ver coisas que não existem.

- Tens a certeza Ron? Eu acho que ela tem bastante razão. – disse Ginny.

Já eram 02h da manhã, quando a directora deu por encerrado o baile. Muitos alunos, que ainda dançavam, começaram a dispersar, lentamente, em direcção aos seus dormitórios.

- Hermione? – perguntou o loiro. Esta dançava agarrada a ele, com uma mão torno do seu pescoço e outra apoiada no seu peito. A sua cara estava refugiada na curva do pescoço do loiro.

- Humm?

O menino levantou-lhe o queixo com uma mão, enquanto a outra repousava em torno da cintura de Mione, e, sem quebrar o contacto visual, foi-se aproximando dos seus lábios rosados. O inevitável aconteceu novamente: um terno e calmo beijo, sem luxúria, sem volúpia, apenas carinho e amor, diferente e, ao mesmo tempo, semelhante a todos os outros que tinham trocado naquela noite.

- E se nada disto for real? – perguntou ela, em tom baixo, assim que os lábios dele se afastaram. – E se existirem diferenças entre nós? E se este sentimento não for o suficiente para ficarmos juntos?

- Eu… não sei…

- Quando passarmos novamente pelo véu, vai ser tudo como antes. – o lado racional de Hermione trabalhava furiosamente. – E se…

Mas o loiro calou-a com um beijo avassalador e até mesmo selvagem. Paixão e desejo, juntaram-se ao, já existente, amor que nutriam sem saber.


Hermione acordou, de novo, ao sentir o seu paciente mover-se. 21h33, confirmou ela ao olhar para o bonito relógio de pulso que pertencera à sua mãe.

- Malfoy? – perguntou ela, ao ver o loiro abrir os olhos e mexer-se com muita dificuldade. - Como te sentes?

- Cansado… Dorido… Parece que fui atropelado por um hipogrifo em alta velocidade.

- Bem, não foste. Mas antes tivesses sido… Não sei como conseguiste vir até ao hospital, porque foste atingido por uma maldição imperdoável, mais precisamente um Crucios, e um Sectumsempra. – Hermione suspirou. – Quem é que te fez isso, Draco?

O uso do primeiro nome não passou despercebido ao loiro, que se tentava sentar, a todo o custo, na maca.

- Não sei… Não me lembro disso…

- Não sei se isso será bom ou mau. – concluiu Mione com um sorriso fraco nos lábios. – Vou falar com o director do Hospital para pôr um auror de serviço ao pé de ti, durante a noite.

- Um auror? Tu… Não ficas comigo?

- Malfoy, – o loiro fechou a cara ao ser tratado pelo sobrenome – não podes ficar sozinho. Quem te fez isso pode querer acabar o serviço que deixou incompleto. Eu não posso ficar! Estou a trabalhar quase à catorze horas!

- Então porque não foste embora à mais tempo? – perguntou, de forma ríspida.

- Porque o meu paciente – respondeu, dando ênfase à palavra, ao mesmo tempo que o examinava rapidamente – estava desmaiado por ter sido atingido por dois feitiços fortíssimos e como tal, eu não ia sair daqui enquanto ele não acordasse do efeito das poções que lhe dei quando chegou.

Hermione saiu do consultório seguindo até a direcção do Hospital.

Quatro anos! E eu ainda me lembro do que se passou naquela noite! E agora que o vi, parece que me lembro de tudo com mais pormenor.”, pensava a morena. “Com jeitinho ainda me lembro da cor das cuecas que trazia.”, ironizou ela, rindo-se.

* * *


- Posso? – perguntou a curandeira, ao bater à porta do director do hospital.

- Sim. – disse Brooke, a sub-directora. – Hermione! Já soube que entrou um paciente atingido por uma maldição imperdoável aqui no hospital. Como é que ele está?

- Está estável. Brooke, não há aurores disponíveis? O meu turno já acabou, amanhã é a minha folga e eu não queria deixar o meu paciente sozinho.

- Está com medo que…

- Claro! É obvio que quem fez aquilo tinha um objectivo: matá-lo. Mas por algum motivo não o fez. Eu não o posso deixar sozinho.

- E eu não tenho aurores disponíveis para lá pôr. Nem curandeiros suficientes para se encarregarem dele. Esta semana há o XXVI Encontro International de Curandeiros e, apesar do programa ser pouco apelativo, houve muitos curandeiros que foram… - disse a sub-directora. – Será que têm a ver com a localização desse encontro? Sem dúvida que a ilha de Creta, na Grécia, é um local deveras aliciante. – murmurou ela, não suficientemente baixo, pois Hermione tinha ouvido.

- Está me a dizer que…

-Que não posso fazer nada!

- Muito bem! – falou Hermione – Sendo assim, vou levá-lo comigo para minha casa. Aliás, pensando bem, é a melhor opção. Com certeza que o autor desta obra de arte deve saber que ele se deslocou até ao Hospital. Se o levar para minha casa, ele ficará mais seguro. – disse ela, segura de si. “Pelo menos, assim espero!

- Muito bem. Se acha que essa será a melhor opção, eu vou comunicar isso ao Ministério da Magia. Afinal de contas é um assunto de importância para todos os feiticeiros, já que aí anda um louco qualquer a lançar maldições imperdoáveis. – comuniou-lhe. – Aconselho-te a levares umas quantas poções daqui, para o caso de necessitares. – Hermione anuiu, dirigindo-se para a porta do consultório. – E mais uma coisa. – A morena voltou-se para ela. – Peço desculpa pela falta de recursos, mas como pode ver o director não se encontra disponível e como tal as decisões têm de ser tomadas por mim.

- Não há problema. – disse Hermione, respirando pesado. – Qualquer problema, comunico com o Hospital.

- Tudo bem.

- Mais uma coisa. Sei que amanhã é a sua folga, mas se possível, faça-me um relatório do estado de saúde do paciente, com a máxima urgência.

- Amanhã ao fim do dia terá o relatório consigo. – disse, abrindo a porta. – Até mais.

* * *


Eu não acredito! Não um auror e um curandeiro para ficar com ele.”, pensou Hermione irritadíssima. “Que merda! Ilha de Creta e os pacientes que morram. Se calhar os aurores foram com eles para lhes tirar fotografias e segurar no chapéu-de-sol. Sim! Porque aposto que eles foram para todo o lado menos para o Encontro! Grrr! Que raiva!

A morena entrou no seu consultório de forma abrupta, assustando Draco Malfoy que se encontrava de olhos fechados.

- Pensava que já tinhas ido embora. – disse de forma arrogante.

- E eu vejo que continuas com oscilações de humor. – retorquiu ela, descarregando no loiro toda a sua irritação. – Primeiro entras aqui a dizer que só queres ser atendido por mim, depois és mal-educado. “Porque não te foste embora à mais tempo?”, – disse ela imitando a sua voz, enquanto agitava os braços freneticamente. – E agora é “Pensava que já tinhas ido embora?”. Sabes bem que eu não me ia embora sem antes tratar da tua situação! – O loiro arregalou os olhos perante o bombardeamento de Hermione. – Pois fica sabendo que me vou embora mesmo! Pena que tenhas de vir comigo, porque não estou com vontade nenhuma de olhar para essa tua cara pálida. E se quiseres levo desinfectante para te limpares, afinal de contas não quero que te contamines com o meu sangue sujo.

Draco abriu a boca duas ou três vezes para dizer algo, mas não conseguiu.

- Não é preciso. - disse ele, baixando o olhar.

- O quê? – disse a morena, depois de se acalmar.

- Não é preciso levares-me para tua casa. Eu fico bem aqui.

- O pior é que não ficas. Não ficas não. – suspirou. – Desculpa! Não devia ter descarregado em cima de ti. Afinal de contas és o único que não tem culpa desta situação toda. Enfim… - desabafou ela, enquanto guardava diversos frascos com poções de diversas cores numa maleta. – Vamos! Consegues-te levantar?

- Sim, acho que sim. – disse, levantando-se com a ajuda da curandeira. Assim que tocou com os pés no chão, sentiu uma tontura, o que levou a que se agarra-se com mais força aos ombros de Hermione.

- Draco! – exclamou ela, enquanto o apoiava e, ao mesmo tempo, conjurava uma cadeira para ele se sentar. – É melhor não aparatarmos. Não estás em condições e eu ainda estou demasiado nervosa… Vou preparar uma chave de portal. É mais seguro.

- Obrigada, Hermione! – A menina, agora mulher, gelou ao ouvir o seu primeiro nome.

- De… De nada. – disse ela num fio de voz. - Portus! - proferiu ela ao apontar a sua varinha para um pergaminho que tinha em cima da mesa. – Vamos?

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.