O Espião



Parecia ser apenas mais uma noite normal em Hogwarts, se naqueles tempos os dias pudessem ser considerados normais, com exceção da chegada de bruxos montados em vassouras - o encanto que impedia a entrada de bruxos através de vassouras havia sido anulado - que eram recepcionados pela Professora McGonagall no Saguão de Entrada e, depois, conduzidos ao gabinete de Dumbledore.
Uma figura curiosa adentrou o saguão e foi reconhecido pelo olho mágico e cicatrizes: Alastor Moody, o auror.
- Minerva! – disse Olho-Tonto, saudando McGonagall com um aceno de cabeça.
- Seja bem-vindo Alastor, estávamos esperando por você – respondeu a professora, indicando o caminho para o auror – Os outros já chegaram!
Após dizer o nome de um doce que era a senha para entrar, McGonagall subiu com Olho-Tonto a escada circular que conduzia ao gabinete de Dumbledore, no qual uma dezena de bruxos os aguardava.
- Dumbledore, Alice, Franco, Lílian, Tiago, Sirius, Remo, Gideão, Fábio – disse o auror, cumprimentando-os com um aceno de cabeça, como havia feito com McGonagall.
- Seja bem-vindo, meu amigo! – disse Dumbledore, levantando-se de sua cadeira e indicando uma poltrona próxima a ele para Moody sentar-se.
- Creio que todos estejam presentes, Lílian e Tiago – disse ele, virando-se para o casal Potter a sua direita – Alice e Franco – continuou, olhando para os dois bruxos sentados nas cadeiras a frente de sua mesa – Gideão, Fábio – disse, indicando os irmãos Prewett – Sirius, Lupin, - concluiu, olhando a dupla escorada a parede.
- Ah, mais ainda falta um – disse Dumbledore e novamente seu olhar percorreu todo o gabinete – Ah sim, Hagrid, onde está Hagrid?
- Estou aqui Dumbledore! – disse o meio-gigante ofegante, como se tivesse corrido quilômetros sem parar – Desculpe-me Dumbledore, aliás, desculpem-me todos por fazê-los esperar – continuou ele – É que eu e Aragogue havíamos brigado ontem à noite e agora estávamos fazendo as pazes – concluiu Hagrid, cujos olhos estavam marejados por lembrar-se da briga com seu amigo aracnídeo.
Após cumprimentar um por um dos presentes, o simpático bruxo, quase duas vezes maior que um homem normal, com barba e cabelos negros, longos e grossos a ponto de esconderem parcialmente o seu rosto redondo sentou-se num sofá de quatro lugares, o qual estava vazio como se estivesse esperando-o e ocupou-o quase que completamente.
- Meus amigos – disse Dumbledore calmamente – Antes de tudo, gostaria de agradecê-los por aceitarem o meu convite e comparecerem aqui esta noite!
“Como sabemos, o Mundo da Magia está ameaçado e é chegada a hora de buscarmos o apoio de aliados para a guerra iminente que está prestes a eclodir – disse ele, tristemente – Eu viajarei até Academia de Beauxbatons e até o Instituto Durmstrang, ambas são escolas de magia dirigidas por amigos meus para convidar-lhes a aliarem-se a nós na guerra contra Lord Voldemort e seus seguidores”.
“Entretanto, durante a minha ausência os alunos, os professores e os funcionários de Hogwarts, estarão à mercê de um ataque dos bruxos das trevas e cabe a vocês protegê-los – disse Dumbledore - Embora existam encantamentos que garantem proteção para escola, não podemos subestimar a prodigiosa habilidade mágica de Voldemort. Por isso convido-lhes a hospedarem-se em Hogwarts para protegê-la durante a minha viagem”.
“Eu selecionei vocês para revogar-lhes tal missão, pois são quem eu mais confio, além de serem os maiores e mais poderosos aurores do mundo – continuou ele – Então, vocês aceitam ou não o convite que vos faço?”
Assim que Dumbledore calou-se, ouviu a resposta daqueles a quem fez a pergunta: SIM, É CLARO, CONTE CONOSCO era o que os aurores diziam, e os que não respondiam com palavras faziam gestos, um aceno de cabeça como Olho-Tonto.
- Gostaria de agradecê-los por aceitarem o meu convite – disse Dumbledore levantando-se de sua cadeira – E pedir-lhes para não contarem a ninguém sobre a viagem que farei, quanto menos pessoas souberem melhor, pois não é conveniente que o Lorde das Trevas e os Comensais da Morte saibam sobre minha ausência, pois isso aumentaria as chances de um possível ataque dos mesmos – continuou ele – Apesar de vocês serem capazes de combatê-los, é bom evitarmos uma luta direta, para o bem de todos.
- Quando você partirá Dumbledore? – perguntou Lílian.
- Antes do nascer do sol minha cara, para evitar que alguém me veja partir! – respondeu Dumbledore – Minerva, por favor, conduza-os aos seus dormitórios.
- Sim, por favor, acompanhem-me – disse McGonagall.
Um por um, todos a seguiram.
Após descerem a escada circular que conduzia ao gabinete de Dumbledore, os aurores guiados pela Professora McGonagall caminhavam pelo corredor, no qual um vulto escuro passou por eles sem ser percebido, a não ser pelo olho mágico de Moody, o qual se virou com incrível velocidade, sacou a varinha e gritou:
- Petrificus Totalus!
Um raio de luz voou da sua varinha na direção do vulto e paralisou-o.
- Bartô? Bartolomeu Crouch Junior! – exclamou a Professora McGonagall – O que você está fazendo aqui? Perguntou ela ao adolescente – Ah, ah sim: Finite Incantatem - proferiu a professora apontando a sua varinha para ele, após lembrar-se do seu estado.
Após um estalo seguido por um clarão de luz, pouco a pouco, o adolescente recuperou os movimentos do corpo e voltou ao normal.
- Então, por que você está aqui? – perguntou novamente McGonagall.
- Ele estava ouvindo a conversa atrás da porta. – afirmou Olho-Tonto.
- Impossível – exclamou McGonagall – Como ele entraria no gabinete sem a senha? - perguntou ela a si mesmo.
- Com certeza ele ouviu você dizer a senha, Minerva, e repetiu-a para entrar no gabinete – disse Moody.
- É verdade, Bartô? – perguntou a professora ao adolescente.
- Não! – respondeu ele a pergunta dela – Eu somente vim a Hogwarts visitar os meus amigos e os professores, estava com saudade de vocês!
- Tudo bem! – disse McGonagall – Mas não precisava esconder-se de nós, como se escondeu – continuou ela – Agora vá e faça o que veio fazer!
Com a autorização de McGonagall, o jovem Bartô virou-se para Moody com um ar triunfante e saiu do corredor com uma fria expressão de felicidade que se manifestou através de um meio sorriso.
- Nossa! - exclamou Alice – Por que você foi tão rude com ele, Alastor? É só um adolescente! – concluiu ela.
- Vigilância Constante Alice! – disse o auror – Vigilância Constante!

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