O rapto.



Capítulo 4 – O rapto.


O mínimo que o príncipe e seus amigos poderiam dizer da semana que se seguiu ao baile é que ela foi demasiadamente cheia de informações. Descobriram que o nome “caçadores” foi de autoria da princesa caçula, que até tentava saber sobre eles, mas era mantida longe das grandes discussões. O grupo de terroristas que tentavam tirar o Rei Evans do poder e exterminar todos os camponeses de Hogwarts se auto intitulava de Comensais da Morte.


O Rei só tinha certeza que os comensais estavam por perto do povoado, pois não teriam como saber do Baile e planejar tudo em tempo hábil se assim não fosse. Sabia também que seu reino estava ameaçado, e mais do que isso, sua família, pois esta foi a mensagem deixada com tinta nas paredes da igreja. “Isto não foi nada, o próximo alvo será seu coração, mantenha as janelas do castelo bem fechadas”.Estava assinado pelo nome de Voldemort. Fora isso, não tinham mais nenhuma dica de quem poderiam ser os comensais e como evitar os estragos que eles estavam provocando, a não ser é claro, trancando as janelas.


A semana se passou rapidamente, pois estavam consertando os estragos deixados no povoado. Muito ouro foi gasto, mas toda a população ajudou. No entanto, quando estava tudo quase em ordem, o Rei resolveu convidar os homens de confiança para uma reunião ultra-secreta em sua sala de trono. James e Sirius foram os primeiros a chegar naquela sala do castelo. Sentaram-se em duas cadeiras lado a lado da grande mesa redonda.


- Quem sabe o Rei desista do casamento quando souber desta história de comensais, Pontas? – Sirius comentou tentando animar James, que além de estar preocupado com os comensais e a segurança de todas aquelas pessoas, também estava aflito por não ver saída para sua situação a longo prazo.


- Mas...- James teve sua resposta interrompida por um breve barulho que veio de um armário ao seu lado. – O que foi isso?


Ouviram uma respiração longa e depois mais nada, ambos pegaram suas espadas e partiram em direção ao armário. Iriam finalmente conhecer o espião dos comensais. Escutaram um claro som de espirro antes de abrir a porta e se olharam intrigados. A princesa Lily arregalou os olhos verdes ao ver as duas espadas tão perto de seu pescoço.


- Se vocês pretendem me matar, por favor, falem para Remus que deixo meus cavalos para ele. – Lily falou com o máximo de dignidade possível quando se está de cócoras dentro de um armário com muita poeira. Sirius e James abaixaram as espadas e abriram sorrisos.


- Você não está passando as informações para os comensais, não é? – James argüiu em tom divertido.


- Então este é o nome dos caçadores? – Os olhos verdes de Lily brilhavam de excitação com a informação obtida.


- Creio que isso seja um não.- Disse Sirius antes de que eles começassem a ouvir vozes se aproximando. O Rei estava chegando com o resto de seus convidados.


James se lançou para dentro do armário, diminuindo ainda mais o espaço da princesa. Sirius fechou as portas e sentou-se na cadeira junto a mesa redonda recebendo o Rei, Frank, Remus, Peter, Dumbledore, Weasley, entre tantos outros que adentravam a sala.


- Onde está seu nobre amigo? O Sr. Black? – Perguntou o Rei para Sirius após os comprimentos formais.


- Ele sente muito não poder estar aqui conosco... Essas cadeiras são realmente confortáveis e... – Sirius foi interrompido por Dumbledore que obviamente tinha assuntos mais graves para tratar.


Os homens começaram uma larga discussão de qual seria a atitude a ser tomada para impedir novas ações dos Comensais da morte. Os tons de vozes eram tão altos e se sobrepunham tanto que se tornou segura uma conversa dentro do armário.


- Olha, já estava assustadoramente desconfortável ficar aqui dentro- Lily tentou olhar para o rosto de James com a ajuda da luz que estava pela fresta na porta do armário. – por que você ainda quis piorar ainda mais?


- E por que você está dentro de um armário? – James ignorou a pergunta dela, enquanto tentava se acomodar melhor, apertando-a ainda mais. – Está quente aqui dentro!


- Não me diga? – Lily bufou.- Estou tentando ficar por dentro, já que meu pai faz questão de me deixar por fora. Claro que ele mandou Marlene dormir no meu quarto e fez Alice dormir com Petúnia. E tem aqueles guardas na frente de meu quarto e as janelas trancadas, eu sei que está acontecendo alguma coisa. E tenho o direito de saber!


- Se você quiser que nos descubram, acho que podia aumentar um pouco o tom! – James usou um tom divertido e irônico ao mesmo tempo.


- Você está me atrapalhando! Não consigo ouvir nada! – Lily empurrou James para o lado, no entanto, o príncipe desequilibrou-se.


Quando o grande armário de madeira caiu, todas as cabeças que funcionavam avidamente a procura de uma solução para os comensais, voltaram-se alarmadas para o móvel. O Rei foi o primeiro a erguer sua espada.


- Cupins! – Tentou Sirius e todos o olharam intrigados.


- Cupins não fariam um armário deste tamanho cair assim...- Dumbledore falou calma e pacientemente, enquanto Peter e Arthur empenhavam-se em levantar o armário e Remus e Frank montavam guarda com suas espadas em punho.


Só foi necessário erguer o armário a vinte centímetros do chão para que duas pessoas rastejassem ofegantes atingindo o campo visual dos demais ocupantes da sala. A medida que James levantava-se, com um corte no supersilio e ajudava a aparentemente ilesa Lily a fazer o mesmo, as espadas foram sendo guardadas. O Rei foi o primeiro a se pronunciar.


- O que...? No armário?Expliquem-se!- As outras pessoas da sala assumiam expressões variadas. Alguns de boca aberta, outros com um grande sorriso como Remus e Sirius e ainda aqueles aliviados por não terem sido espionados por um inimigo.


- Eu estava tentando convencer a princesa que não era uma boa idéia nos espionar dentro do armário. – James tinha muita experiência em se livrar deste tipo de situação. – Ela tentou agir com violência para com minha pessoa, e desta forma o armário caiu. Uma lastima, majestade, creio que posso mandar fazer uma cópia do móvel para o senhor, mas infelizmente, não posso apagar a memória de sua filha.- Ele deu um sorriso de lamento para o Rei que fez Lily cruzar os braços enquanto Sirius e Remus sorriam ainda mais. – Acho que como ela agora já está a par da situação, quem sabe não possamos arranjar um lugar para ela, mais apropriado que um armário, junto a mesa?


- Papai, eu tenho o direito de saber! – Ela olhou para James agradecida.


O Rei mandou que os dois fossem se recompor e que pensaria se os deixaria participar, oficialmente, da próxima reunião. Lily saiu na frente um pouco satisfeita e um tanto revoltada ao mesmo tempo. James finalmente levou a mão até o corte perto da sobrancelha.


- Vamos até a cozinha pegar um pano pra você estancar este machucado. – Lily falou para James que apenas obedeceu.


Além da cozinheira a cozinha estava povoada com Marlene e Alice que pareceram exasperadas, mas não surpresas, ao ver Lily entrar seguida de um James machucado.


- Ai meu Deus, o que você fez com ele? – Perguntou Alice levando pegando logo uma toalha molhada.


- Ah! Ela jogou um armário sobre mim, nada mais que isso. – Disse James com um sorriso, recebendo a toalha e levando-a até o corte.


- Foi um acidente! – Lily respondeu ao olhar de censura de Marlene.




Na manhã seguinte todos foram acordados com um grito do Rei. Ele fora acordar a filha mais velha pois Hestia viera até o castelo para trazer uma prévia do vestido de noiva que Petúnia havia escolhido, entretanto, ao chegar no quarto, o cômodo estava sem ocupantes havia apenas uma carta sobre a cama.


“ Venha buscá-la, quem vencer a batalha ficará com a princesa e o reino.” Havia uma mapa ensinando o destino.


A manhã se passou numa agitação enorme no castelo, Alice também sumira, logo chegaram a conclusão que a levaram junto da princesa. O Rei estava completamente desesperado, andava de uma ala para outra do castelo procurando pela melhor solução. Lily chorara, afinal, apesar das diferenças Petúnia ainda era sua irmã e Alice era sua amiga. Frank ficara arrasado. Mas ninguém teve tanto remorso quanto James, de uma certa forma ele se sentia responsável pela futura esposa, mesmo que estivesse planejando deixá-la a beira do altar.


No final da tarde montaram o grupo que iria lutar para trazer Petúnia e Alice de volta e defender Hogwarts. James, Sirius, Frank e Remus iriam comandar o resto dos cavaleiros e alguns outros homens como Peter que fariam a viagem. O Rei queria ir, mas Dumbledore insistiu que teriam mais chances de vencer se os mais jovens lutassem. Iriam partir na madrugada do dia seguinte.


Remus fora passar o resto do dia com Hestia já que não sabia quando voltaria e até mesmo como relutava em acreditar, se iria voltar. Ela estava acostumada com a missões do noivo, mas não sabia se era a grandiosidade do inimigo ou a proximidade do casamento que a fez ficar tão chorosa com a partida dele desta vez. No fim ela teve de compreender e se satisfazer com a promessa de cartas freqüentes.


Quando James estava terminando de arrumar o que levaria na viagem, alguém bateu em sua porta. Pensou que fosse Sirius trazendo o sanduíche que fora buscar.


- Almofadinhas, eu ...- Parou de falar quando viu os cabelos ruivos da princesa caçula adentrando seu quarto.


- Eu trouxe o sanduíche...- Lily entregou um pão francês para James que o recebeu como se aguardasse a parte ruim da visita. – O príncipe está lá na cozinha com Remus e Marlene.


- Remus já voltou da casa de Hestia? – James perguntou, mas na verdade estava interessado mesmo em saber porque a princesa estava ali. – Ela acietou bem a viagem?


- Sim. Acho que sim. – Ela olhou para baixo enquanto James a observava atentamente. – A propósito, eu vou com vocês...


- Certo. – James apenas riu e ela o encarou séria. Então ele pegou no braço dela a fazendo sentar-se na cama. Agachou-se sobre os tornozelos para ficar na altura dela. – Escute com muita atenção. – O seu tom era sereno, porém firme. Ela o encarava desafiadoramente. – Estamos falando de algo realmente perigoso, juro que acho graça quando você se joga num lago, escala uma árvore, ou faz um armário cair conosco lá dentro, mas desta vez estamos falando de um perigo verdadeiro, entende?


- Estamos falando de um perigo verdadeiro que envolve a minha irmã e minha amiga! – Ela levantou-se aumentando o tom. – Eu não estou te perguntando se posso ir, estou informando que vou.


- Sinto te informar, que eu não permito que você vá! – James ergueu-se também e falou energicamente.. – Pelo menos na nossa carruagem você não virá, os cavalos virão conosco, se você quiser vir correndo atrás de nós, não me importo.


- Veremos! – Lily saiu do quarto batendo a porta com força, enquanto James deixou o sanduíche sobre a mesa e se jogou na cama. Perdera a fome.




Na madrugada seguinte todos do castelo se reuniram para se despedir dos que iriam viajar antes de entrarem na carruagem. Depois de muitos comprimentos, James olhou mais uma vez para ver se via Lily, mas a princesa ainda devia estar com raiva por ele não a ter deixado viajar. Com um suspiro, entrou na carruagem. Depois que Remus finalmente terminara de beijar Hestia os portões foram abertos e os cavalos começaram a trotar.


Ao passar pela cidade, recebiam acenos e olhares esperançosos dos moradores de Hogwarts. Eles eram tudo o que eles tinham, era vencer ou vencer.

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