DIAGON-AL
Nessa mesma manha Mrs. Black decidiu que iriam de metro até Londres. Sirius e Regulus ficaram excitadíssimos pois nunca tinha ido a Londres, sempre que necessitavam de alguma coisa era Mrs. Black que comprava. Depois de se vestirem como muggles saíram. Ao saírem de casa, a porta do número doze fechou-se com um estrondo atrás deles, começando a escolher rapidamente, enquanto os prédios vizinhos se expandiam para o lado, ocultando-o completamente e um segundo mais tarde desapareceu. Dirigiram-se à estação de metro mais próxima e Mrs. Black comprou bilhetes para Londres e cinco minutos mais tarde, tinham embarcado num comboio subterrâneo que os levava ruidosamente ao centro da cidade. Saíram numa paragem mesmo ao centro de Londres.
- Tens ai a carta, Sirius? - perguntou Mrs. Black.
- Tenho, sim - respondeu Sirius.
- Óptimo - disse Mrs. Black - Está ai uma lista de tudo o que precisas.
Sirius retirou uma segunda folha de pergaminho na qual não tinha reparado e leu:
ESCOLA HOGWARTS DE MAGIA E FEITIÇARIA
Uniforme
Os alunos do primeiro ano vão precisar de:
1. Três mantos de trabalho (pretos)
2. Um chapéu alto, pontiagudo (preto) para usar durante o dia
3. Um par de luvas de protecção (de pele de dragão ou semelhante)
4. Um sobretudo de Inverno (preto com fecho prateado)
Por favor tenha em atenção que as roupas de todos os alunos devem ter etiquetas com os nomes.
Série de livros
Todos os alunos deverão ter um exemplar dos seguintes livros:
O Livro Básico dos Feitiços (grau 1), por Miranda Goshawk
A História da Magia, por Bathilda Bagshot
A Magia Teórica, por Adalbert Waffing
A Transfiguração ¾ Um Guia para Principiantes, por Emeric Switch
Um Milhar de Ervas e Fungos Mágicos, por Phyllida Spore
Planos e Poções Mágicas, por Arsenius Jigger
Animais Fantásticos e Onde Encontrá-los, por Newt Scamander
As Forças das Trevas: Guia para Autoprotecção, por Quentin Trimble
Outro Equipamento
Uma varinha
Um caldeirão (chumbo, tamanho 2)
Um conjunto de frascos de vidro ou cristal
Um telescópio
Um conjunto de balança de bronze
Um caduceu
Os alunos podem também trazer uma coruja, um gato ou um sapo.
LEMBRAMOS AOS PAIS DE QUE NO PRIMEIROS ANOS NÃO SÃO AUTORIZADAS AS SUAS PRÓPRIAS VASSOURAS
- Podemos comprar tudo isto em Londres? - perguntou Sirius.
- Se souberes o lugar para encontrar as coisas - respondeu Mrs. Black.
Era a primeira vez que Sirius e Regulus iam a Londres.
Subiram uma escada rolante avariada que conduzia a uma rua cheia de lojas e movimento enquanto Mrs. Black se queixava - Não sei como é que estes muggles conseguem viver sem magia - queixava-se ela.
Passaram por livraria e casas de CDs, hamburguerias e cinemas, mas nenhum lugar que parecesse ter aspecto de vender uma varinha mágica. Tratava-se de uma rua vulgar, cheia de gente comum.
- Cá está - disse Mrs. Black, fazendo uma paragem - o Caldeirão Escoante.
Era um barzinho pequeninos com um aspecto sujo. Se Mrs. Black não lhes tivesse chamado a atenção, Sirius e Regulus não teriam dado pela sua existência. As pessoas que passavam não se dignavam a olhar para ele. Os seus olhos deslizavam da grande livraria que ficava na porta anterior para a casa de CDs da porta a seguir, como se não vissem de todo o Caldeirão Escoante. Na verdade, Sirius e Regulus tinham a sensação peculiar de que só eles e Mrs. Black podiam vê-lo. Mas antes de terem tido tempo de falar no assunto, já a mãe conduzia-os para dentro.
Era bastante miserável e sombrio. Algumas velhotas estavam sentadas a um canto, a beber copinhos de xerez. Uma delas fumava cachimbo. Um homem baixo com um chapéu alto conversava com o barman que era totalmente calvo e parecia uma noz inchada.
- Não querem beber alguma coisa? - perguntou Mrs. Black
- Sim, pode ser - respondeu Regulus
- Também aceito - disse Sirius
- E o que querem? - inquiriu Mrs. Black.
- Uma cerveja de manteiga - responderam Sirius e Regulus ao mesmo tempo.
Mrs. Black chegou perto do balcão e o barman atendeu-a
- O que deseja? - perguntou o barman
- Três cervejas de manteiga, se faz favor - pediu Mrs. Black.
- Aqui estão ¾ disse o barman pouco depois - são seis leões, se faz favor!
Mrs. Black abriu o porta-moedas e retirou seis leões e deu-os ao barman, pegou nas cervejas de manteiga e foi juntamente com Sirius e Regulus para uma mesa. Depois de beberem as suas bebidas Mrs. Black fê-los passar do bar para um pequeno vestíbulo emparedado, onde havia apenas um balde de lixo e algumas ervas. Mrs. Black começou a contar os tijolos da parede, acima do balde do lixo.
- Três para cima...dois para o lado... - murmuravam - Certo. Cheguem-se para trás.
Ergueu a varinha e bateu três vezes na parede.
O tijolo onde tinha tocado estremeceu movendo-se sinuosamente. No meio surgiu um pequeno buraco que foi aumentando, aumentando. Um segundo mais tarde estavam perante uma passagem suficientemente grande, uma arcada que dava para uma rua pavimentada que, a seguir a uma esquina, virava até perder de vista.
- Cá estamos! - disse Mrs. Black - Diagon-Al.
Riu-se do espanto de Sirius e de Regulus. Passaram pelo arco. Os dois irmãos olharam rapidamente por cima do ombro e viram o arco a encolher instantaneamente, voltando a ficar uma parede fechada.
O sol brilhava iluminando uma série de caldeirões que estavam à porta da loja mais próxima. Caldeirões - todos os tamanhos - Cobre, Bronze, liga de Estanho, Prata - Automisturadores, Desmontáveis, estava escrito no letreiro pendurado fora da loja.
- Vais precisar de um - disse Mrs. Black - mas temos de ir buscar o dinheiro antes.
- Onde? - perguntou Regulus.
- A Gringotts - respondeu Mrs. Black.
Sirius desejou ter mais oito olhos, pelo menos. Virava a cabeça em todas as direcções enquanto subiam a rua, tentando ver tudo de uma vez só: as lojas, as coisas que estavam cá fora, as pessoas que andavam a fazer compras.
Uma mulher rechonchuda, à saída de um boticário, abanava indignadamente a cabeça, dizendo: - Fígado de dragão a um galeão o quilo. Estão doidos...
Fez-se ouvir um piar baixo e suave, vindo de uma loja escura com um letreiro que dizia: Armazém de Corujas - Amarelas, Castanhas, Corujas-das-torres, Corujas-de-chaminé, Coruja-real
Vários rapazinhos, sensivelmente da idade de Sirius, espreitavam com os narizes achatados contra a montra das vassouras.
- Olha - ouviu um deles dizer - a nova Nimbus Mil e Quinhentos, super rápida. Chega aos cento e oitenta quilómetros.
Havia lojas de capas e mantos, lojas de telescópios que vendiam também uns estranhos instrumentos prateados que eles nunca tinham visto, montras cheias de caixas com morcegos maldispostos e olhos de enguias, pilhas instáveis de livros de feitiços, penas de aves e pergaminhos, garrafas com poções, globos lunares...
- Gringotts - disse Mrs. Black.
Tinham chegado junto de um edifício branco como a neve que se erguia acima das pequenas lojas. Por detrás das suas portas brilhantes de bronze, usando um uniforme escarlate e dourado, estavam...
- Sim, é um duende - disse Mrs. Black baixinho, enquanto subiam os degraus de pedra. O duende tinha cerca de quarenta centímetros a menos de altura do que Sirius. O rosto era moreno, o olhar inteligente, tinha uma barba pontiaguda e Sirius reparou que os dedos e os pés eram muito compridos. Inclinou a cabeça quando entraram. Estavam agora na frente deles mais duas portas. Desta vez de prata, com algumas palavras gravadas:
Entra estranho, mas tem cuidado
A avidez é um pecado
E os que levam se querer merecê-lo
Um dia terão de perdê-lo
Se buscas, pois, no nosso chão
O tesouro que pertence aos que dão
Podes achar, ladrão, cuidado
Mais que o tesouro, estás avisado
Um par de duendes conduzia-os com toda a deferência através das portas de prata e eles encontraram-se um imenso vestíbulo todo em mármore.
Por detrás de um grande balcão, cerca de cem duendes estavam sentados em bancos altos, escrevendo apressadamente em grandes livros de registos, pesando moedas em balanças de cobre, examinando pedra preciosas através de lupas. Havia demasiadas portas que conduziam ao vestíbulo e era ainda
maior o número de duendes que acompanhavam as pessoas que entravam e
saiam. Mrs. Black, Sirius e Regulus aproximaram-se do balcão.
- Bom dia - disse Mrs. Black a um duende que se encontrava desocupado -Viemos buscar algum dinheiro do cofre de Mr. Sebastian Black.
- Tem a chave dele, minha senhora?
- Tenho sim - disse Mrs. Black enquanto tirava do bolso do manto uma pequenina chave dourada - aqui está.
O duende observou de perto a chave.
- Muito bem - disse o duende - vou mandar alguém acompanhar-vos lá abaixo ao cofre. Griphook.
Griphook era mais um duende. Logo que Mrs. Black guardou a chave do cofre, ela, Sirius e Regulus seguiram-no através de uma porta que dava para fora do vestíbulo.
Griphook manteve a porta aberta para lhes dar passagem. Sirius, que esperava encontrar mais divisões de mármore, ficou surpreso. Encontravam-se numa estreita passagem de pedra, iluminada por tocha que dava para um rampa inclinada a pique para baixo. No chão viam-se algumas vias férreas.
Griphook assobiou e uma pequena carreta deslocou-se pelo solo. Subiram e iniciaram o percurso.
A principio limitavam-se a entrar por um labirinto de passagens curvas. Sirius tentou fixá-las: esquerda, direita, esquerda, bifurcação a meio, direita, esquerda, mas era impossível. A carreta barulhenta parecia conhecer o caminho porque Griphook não ia a conduzi-la.
Os olhos de Sirius ardiam, à medida que o ar frio os fustigava, mas manteve-os bem aberto. Desceram ainda mais, passando por um lago e uma gruta subterrânea onde se destacavam do tecto e do chão estalactites e estalagmites.
Quando a carreta finalmente parou, Griphook saiu.
- Lanterna - disse ele, e Mrs. Black pegou numa pequena lanterna a gás e entregou-a, saindo seguida por Sirius e Regulus.
A luz da lanterna permitiu o vislumbre de uma porta negra do tempo, rodeada por pedra e no meio do arco de pedra que fazia por cima da porta podia-se ler o número 831.
- Chave, por favor - disse Griphook.
Mrs. Black tirou do bolso a pequena chave e entregou-a, Griphook dirigiu-se à porta e deslizou uma pequena roda de metal para destapar a fechadura. Inseriu a chave rodou-a e abriu a porta. De lá de dentro saiu um fumo verde e, quando a luz se normalizou, Sirius mal conseguia acreditar. No interior estavam montes e montes de ouro. Coluna de prata. Pilhas de knuts de
bronze.
- Mãe, tens a certeza que este cofre é nosso? - perguntou Regulus.
- Claro que tenho - disse Mrs. Black - Esta chave é a nossa, portanto este cofre é o nosso. Porque é que perguntas?
- Eu já sabia que era-mos ricos - respondeu Regulus - mas não sabia que era-mos tão ricos.
- Sirius agora presta atenção - disse Mrs. Black - como já sabes as moedas de ouro são galeões, as de prata leões e as de bronze knuts. Dezassete leões valem um galeão, e vinte e nove knuts valem um leão, é muito fácil. Esta quantia deve chagar para o que precisas.
Mrs. Black saiu do cofre seguida dos filhos e Griphook foi atrás deles fechando o cofre e entregando a chave. Entraram na carreta de voltaram para Gringotts.
Após a selvática corrida de carreta, Mrs. Black, Regulus e Sirius piscavam os olhos à luz intensa que brilhava fora de Gringotts. Sirius não sabia por onde começar agora que tinha um saco cheio de dinheiro.
- Podemos ir tratar do teu uniforme - disse Mrs. Black, batendo à porta de Madame Malkin - Capas para todas as ocasiões. - Sirius, importavas-te se eu fosse tomar alguma coisa ao Caldeirão Escoante? A última volta de carreta deixou-me muito mal disposta. Mrs. Black estava, realmente, mais pálida do que é costume por isso Sirius não se importou.
- Claro, podes ir. - disse Sirius.
- Regulus, também queres vir? - perguntou Mrs. Black.
- Claro mãe - respondeu Regulus.
Sirius entrou sozinho na loja de Madame Malkin para fazer as compras. Sentia-se um pouco nervoso.
Madame Malkin era uma feiticeira baixa e atarracada, muito sorridente e toda vestida de cor de malva.
- É para Hogwarts, filho? - perguntou quando Sirius ia começar a falar ¾ Tenho tudo. Está ali a ser atendido outro rapazinho, que também vai para lá.
Na parte de trás da loja, um rapaz magro, cabelos negros asa de corvo desalinhados estava de pé em cima de um banquinho, enquanto outra feiticeira marcava com alfinetes as longas capas pretas. Madame Malkin mandou Sirius subir para um banquinho ao lado do dele, enfiou-lhe uma longa capa preta e começou a marcar a altura com alfinetes.
- Viva - disse o rapaz - também vais para Hogwarts?
- Sim - disse Sirius.
- O meu pai aqui ao lado a comprar-me os livros e a minha mãe está numa loja adiante a comprar ingredientes para poções - disse o rapaz.
- A minha mãe também está comigo e o meu irmão também, ele foram ao
Caldeirão Escoante beber alguma coisa, sabes, as viagens de carreta em Gringotts não deixou a minha mãe bem
- Eu sei como é - disse o rapaz - a mim também me acontece o mesmo. Já sabes para que equipa vais ser escolhido em Hogwarts?
- Não - respondeu Sirius - e tu?
- Espero ficar no Gryffindor - disse o rapaz - toda a minha família foi escolhida para essa equipa. Já viste se fosse escolhido para os Slytherin? Eu vinha-me logo embora. Não fazias o mesmo?
- Mmm - fez Sirius.
- Já agora, como é que te chamas? - perguntou o rapaz.
Mas antes que Sirius tivesse tempo para responder, Madame Malkin disse - Está pronto, filho - e Sirius desceu depressa do banquinho, pois tinha visto a mãe e Regulus a chegar pela vidraça da montra.
- Vemo-nos em Hogwarts - disse o rapaz ainda antes de Mrs. Black entrar.
- Já está? - perguntou Mrs. Black.
- Sim, já está - respondeu Madame Malkin.
- Cá está o dinheiro - disse Mrs. Black - penso que está certo.
- Está certíssimo - disse Madame Malkin - Adeus e voltem sempre.
Em seguida foram comprar os livros escolares para Sirius numa livraria chamada Fourish and Blotts, onde a prateleiras estavam cheias até ao tecto com livros tão grades como lajes de pedra, outros do tamanho de selos de correio, com capas de seda, livros cheios de símbolos peculiares e alguns sem nada escrito. Depois foram comprar um caldeirão, Sirius queria trazer um de ouro maciço (na lista diz chumbo), mas trouxeram uma óptima balança para pesar os ingredientes das poções e um telescópio de bronze, desmontável. Em seguida, foram ao boticário, cujo fascínio era tão grande que conseguia compensar o cheiro nauseabundo a ovos e couves podres. No chão jaziam barris de coisas viscosas. Pacotes de ervas, raízes e pós brilhante enchiam as paredes. Pendurados do tecto podiam ver-se feixes de penas, fileiras de dentes de víbora e garras emaranhadas.
Enquanto Mrs. Black pedia ao homem que estava atrás do balcão alguns ingredientes básicos de reserva para as poções, Sirius examinava chifres de unicórnio de prata a vinte e um galeões cada e olhos brilhantes e pequeninas baratas (a cinco knuts a pá).
Fora do boticário, Mrs. Black consultou de novo a lista.
- Já só falta a varinha - disse ela - e tens que ter a melhor varinha da loja.
Uma varinha mágica... era o que Sirius realmente desejava.
A última loja era estreita e encontrava-se em muito mau estado. Na letra
douradas e descarnada, da porta, podia ler-se Ollivander: Fabricante das melhores varinhas desde 382 a.C. na montra suja estava uma única varinha, sobre uma almofada de carmesim descolorido.
Uma campainha ouviu-se algures no fundo da loja quando eles entraram. Era um espaço pequenino, vazio, que tinha uma única cadeira raquítica onde Mrs. Black se sentou enquanto esperava. O silencio e o pó que ali reinavam parecia entorpecer Sirius com um magia secreta.
- Boa tarde - disse uma voz gentil. Sirius deu um salto. Mrs. Black deve ter feito o mesmo porque ouviu-se um forte ruído de madeira a quebrar-se e ela caiu da cadeira raquítica e Regulus encostou-se à parede deixando cai alguma coisa.
Na frente deles estava um senhor de idade com os olhos grande e muito claros a brilharem como luas na escuridão da loja.
- Olá - disse Sirius, pouco à vontade.
- Ah! Sim - disse o homem - esperava vê-lo muito em breve, Sirius Black. MaryAnn! MaryAnn Black! Que bom vê-la de novo… Ébano, pêlo de unicórnio, 21 cm, extremamente ágil, não era?
- Era, sim senhor - disse Mrs. Black.
- Excelente varinha aquela. - afirmou Mr. Ollivander - Ora vejamos, Sirius Black - retirou do bolso uma grande fita métrica com marcações de prata ¾ Qual é o braço que utiliza?
- O... direito - disse Sirius.
- Não mexa o braço. Pronto - mediu-o do ombro à ponta dos dedos, do pulso ao cotovelo, do ombro ao chão, do joelho às axilas e em volta da cabeça.
- As varinhas Ollivander têm um núcleo de substância mágica, Sirius Black - disse enquanto fazia as medições - Usamos pêlos de unicórnio, plumagem da cauda de aves fénix e tiras de coração de dragão. Não há duas varinhas Ollivander iguais, como não há dois unicórnios iguais, nem dois dragões iguais ou aves fénix. E, é claro que nunca obterá resultados idênticos com a varinha de outro feiticeiro.
Sirius deu-se subitamente conta de que a fita métrica, que estava a medi-lo entre as narinas, trabalhava sozinha. Mr. Ollivander deambulava de umas prateleiras para outras, retirando caixas, caixa e mais caixas.
- Deve ser o suficiente - disse e a fita métrica caiu enrolada no chão.
- Muito bem, Sirius Black, experimente esta. Madeira de faia e tiras de coração de dragão, 23.5 cm, simpática e flexível, segure-a na mão e faça um gesto.
Sirius pegou na varinha e (sentindo-se um perfeito idiota) andou com ela à
roda, mas Mr. Ollivander tirou-lha rapidamente das mãos.
- Salgueiro e pelo de unicórnio, 35 cm, maleável, um pouco mais poderosa
e excelente para transfiguração. Experimente! - Sirius experimentou mas, mal tinha erguido a varinha no ar, já Mr. Ollivander lha tinha arrebatado.
- Madeira de bordo e plumagem de fénix, 18.5 cm, bastante maleável, experimente.
Sirius pegou na varinha. Sentiu um súbito calor nos dedos, levantou-a acima da cabeça, trouxe-a bruscamente para baixo, cortando o ar poeirento. Uma torrente de faíscas vermelhas e douradas saiu da ponta da varinha como se fosse um fogo-de-artifício, lançando pedacinhos de luz que faziam uma dança sobre as paredes. Regulus aplaudiu e Mrs. Black bateu palmas enquanto Mr. Ollivander gritava: - Bravo, bravo… Muito bem… É isso mesmo…
Mrs. Black pagou-lhe sete galeões de ouro pela varinha e Mr. Ollivander fez uma vénia de despedida quando eles abandonaram a loja.
Á tardinha, o Sol estava quase a pôr-se quando Sirius, Régulos e Mrs. Black desceram a Diagon-al, de regresso à parede e ao Caldeirão Escoante, agora vazio. Sirius não nem conseguia acreditar que dentro de mês seguinte iria estar a caminho de Hogwarts. Sirius não abriu a boca enquanto desciam a rua nem reparou no número de pessoas que olhavam para ele, no subterrâneo, carregados como vinham com todos aqueles embrulhos de diferentes feitios. Enquanto o metro avançava Mrs. Black virou-se para Sirius e disse:
- Sirius, tens aqui o teu bilhete para o expresso de Hogwarts. - entregando-lhe o bilhete.
Sirius pegou-lhe. Era um bilhete azulado com letra grande e dourada que diziam:
EXPRESSO DE HOGWARTS
PLATAFORMA 93/4
ESTAÇÃO DE KING’S CROSS
Sirius guardo-o religiosamente, e voltaram todos a casa.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!