Humilhação



Hermione acordou muito bem disposta na terça-feira. Finalmente teria aula no período da manhã e começaria seu trabalho na cantina do colégio no período da tarde. Ela levantou-se cedo, arrumou sua cama e tomou um demorado banho. Vestiu seu uniforme, que estava na mesa de cabeceira ao lado de sua cama, e se olhou no espelho. O uniforme até que era legal. A camisa tinha mangas curtas e era totalmente branca, exceto pelo brasão do colégio com o nome Elite, em azul, que ficava no seio esquerdo da garota. A parte de baixo é que foi o maior desconforto para Hermione. Ao invés de calças, as meninas usavam saias e ela, particularmente, não gostou muito do tamanho da sua. A saia era azul, assim como o escudo do colégio, e seria muito bonita se não acima de seus joelhos. Hermione se sentia completamente envergonhada só de pensar em sair do seu dormitório com aquela saia. Distraída com a sua imagem, ela nem viu Padma levantar. A morena já estava ao lado de Hermione e sorria para a amiga.
- Nossa, ele é bem rápido! – disse ela e acrescentou, ao ver a expressão de confusão no rosto de Hermione. – Os uniformes! O inspetor os coloca aqui de manhã, sem que ninguém veja. Por isso é que, quando você acordou o seu uniforme já estava aqui. Ele deve acordar muito cedo para fazer isso.
- Ah, claro! – disse Hermione. – Eu devia ter pedido ao diretor para não me dar uma saia muito curta no dia em que eu tirei minhas medidas.
- Quando foi que você esteve aqui?
- Foi um pouco antes de as aulas começarem. Lilá me trouxe até aqui e eu conversei com o diretor. Depois de me matricular, ele tirou minhas medidas.
- Nossa! Não sabia que você já conhecia o diretor Dumbledore.
- É, eu conheci. E ele me pareceu uma pessoa muito inteligente.
Padma concordou freneticamente com a cabeça.
- Você ficou linda desse jeito, sabia? – disse ela de supetão. – Vai arrasar!
- Pára, Padma. – disse Hermione um pouco corada. – Ah, como essa saia é curta.
- Relaxa, amiga! – disse Padma, dando palmadinhas no ombro de Hermione, tranqüilizando-a. – Você vai se sentir uma freira quando ver as outras garotas do colégio.
Dizendo isso, Padma foi em direção ao banheiro, deixando Hermione olhando sua imagem no espelho com a testa franzida. O que Padma queria dizer com isso? Hermione balançou ligeiramente a cabeça como se quisesse afastar tal pensamento e voltou a encarar seriamente sua imagem no espelho. Virou-se de costas, de lado, ficou de frente, enfim, olhou todos os ângulos e chegou à conclusão de que sua saia estava realmente curta demais. Com um suspiro resignado, Hermione se pôs a pentear os cabelos na frente do espelho, enquanto Padma saía do banheiro e começava a se vestir.
- Tomara que a minha não fique tão longa. – disse Padma vestindo a sua saia. – Eles sempre colocam as minhas saias abaixo do joelho. É realmente horrível.
Assim que terminou de se vestir, Padma foi em direção ao espelho e sorriu para a sua imagem.
- Parece que eles acertaram, não é? – disse Hermione, observando a amiga.
A saia de Padma estava acima do joelho, embora fosse um pouco mais longa que a de Hermione. Padma parecia muito satisfeita. Ela também começou a pentear seus cabelos, enquanto Hermione já estava no fim do penteado. Hermione prendeu seus cabelos num rabo-de-cavalo alto e deixou alguns fios soltos de maneira muito graciosa.
- Ah não, Hermione. – disse Padma. – Seu cabelo é lindo e você não vai prendê-lo.
- Não, Padma, eu detesto deixar meu cabelo solto e eu acho que você já percebeu isso.
- Claro que percebi. Até na piscina você não tirou essa droga de rabo-de-cavalo!
Hermione riu e esperou Padma acabar de se arrumar. Padma deixou os longos cabelos soltos e colocou um brinco muito bonito. Encheu-se de perfume e saiu do quarto com Hermione. Esta última, de repente, percebeu o que Padma queria dizer. Assim que saiu e viu as outras garotas, Hermione realmente se sentiu uma freira. As garotas dobravam a saia na altura da cintura para que elas ficassem curtíssimas. Lilá e Parvati tinhas as saias quase na altura de suas calcinhas.
- Quanta extravagância! – murmurou Hermione baixinho.
- Eu te avisei, não foi? – respondeu Padma.
As duas caminharam até a sala de aula.
- Olha que legal, fomos a primeira a chegar! – disse Padma, animada.
- Não fomos não. – disse Hermione, indicando um garoto que estava sentando a um canto, muito escondido. Ele estava curvado sobre sua carteira, com um caderno aberto. Ele era um tanto gorducho, percebeu Hermione na medida em que se aproximava do garoto.
- Não vai não, Hermione. – murmurou Padma baixinho para a amiga. Este é o Neville Longbottom e até onde eu sei, ele é anti-social.
- Ah, Padma, pára com isso. – disse Hermione com impaciência.
Hermione se aproximou do garoto e observou por cima do seu ombro.
- Isso obviamente não é dever de casa, não é? – disse Hermione sorrindo para o garoto.
Ele pareceu assustado e encarou a garota como se ela tivesse algum tipo de doença mental.
- Oi...eu...não. – respondeu Neville com o rosto muito corado.
Hermione franziu o cenho. Não havia entendido o que o garoto queria dizer, mas decidiu continuar aquela estranha conversa.
- Por que você está estudando se as aulas nem começaram? – perguntou Hermione com interesse.
- É que...não tem muita coisa interessante para fazer. – respondeu Neville com a cabeça baixa.
- Tem coisas legais para se fazer aqui. – disse Hermione. – É claro que tem. Ontem meso eu fui na piscina com minha amiga, Padma. – e apontou para Padma, que ficou rapidamente com o rosto vermelho e acenou para Neville com uma expressão distante. Hermione a repreendeu com o olhar.
- Por que...você veio falar comigo? – perguntou Neville subitamente, fazendo Hermione ficar um pouco vermelha.
- Bom..é que...só tinha você na sala quando eu e a Padma chegamos e eu sou nova. Tenho que me adaptar e fazer novas amizades, não é?
- Mas ninguém fala comigo. – disse Neville e ele pareceu um pouco revoltado. Seu rosto se contorceu levemente e ele piscou os olhos com muito mais freqüência que o normal. Parecia prestes a chorar. – Dá licença. Eu vou ao banheiro. – e, dizendo isso, Neville saiu apressado da sala de aula, esbarrando em Rony na entrada.
- Olha por onde anda, idiota. – gritou Rony, enquanto Neville se afastava.
A simples visão de Rony fez Hermione sentir um arrepio que ela julgou ter tido por causa da maneira como Rony tratara Neville.
- Por que você falou assim com ele? – disse ela, caminhando decididamente em direção a Rony.
- Ora, eu não tenho culpa dele ser um idiota que vive esbarrando nas pessoas, além do mais...- ele ia concluir com severidade, mas de repente parou quando Hermione parou bem próximo a ele e seus olhos percorreram o corpo da garota, parando de repente nas pernas da garota, que estavam a mostra devido à saia curta. – não é da sua conta a maneira como eu trato as pessoas. – acrescentou ele com a voz tão baixa que só Hermione conseguiu ouvir.
A garota ficou loucamente vermelha com a análise de Rony e se perguntou se ele gostou do que estava vendo. “Mas por que eu me interesso?”, ela se perguntou. Então, com o rosto ainda vermelho, ela encarou Rony com uma expressão séria no rosto.
- Você não ia gostar que as pessoas te tratassem dessa maneira. – sibilou ela, na mesma hora em que Padma puxava a sua mão numa tentativa inútil de fazer Hermione se afastar de Rony.
- Mas Neville e idiota e eu não sou. – disse Rony com um sorriso sonso. Harry e Dino pareciam um tanto tensos, pois olhavam para Rony e depois olhavam para trás, onde já haviam muitos alunos, entre eles Lilá e Parvati, que deram gritinhos escandalizados ao verem a discussão. Simas Finnigan, por outro lado, parecia não estar prestando atenção na briga. Seu olhar estava nas pernas de Hermione e sua boca estava ligeiramente aberta.
- O que está acontecendo? – berrou uma vez autoritária por trás de Harry. Os garotos se afastaram e Hermione viu uma mulher de aspecto severo e com os cabelos presos em um coque bem feito. – O que vocês dois estavam fazendo aos berros? – disse ela com os olhos em Rony e Hermione.
- Nada de mais, professora McGonagall. – disse Rony com um sorriso sonso. - É que essa garota – ele apontou Hermione. – veio me cantar e eu disse que não queria ficar com ela. Aí, ela se irritou e começou a gritar feito louca.
Hermione ficou furiosa e Padma abriu a boca, espantada. De repente, Hermione pulou em cima de Rony, socando cada parte do corpo do garoto, enquanto murmurava.
- Seu idiota. Eu nunca ia querer ficar com um garoto feito você. – disse ela entre dentes.
- Chega! – disse a professora McGonagall. – Por mais interessante que seja a vida pessoal de vocês dois, eu não estou disposta a saber disso. Sentem-se, por favor.
Lançando um último olhar de fúria a Rony, Hermione se dirigiu a cadeira da frente. Rony sorriu abertamente e foi para o fundo com a sua turma, o que deixou Hermione ainda mais furiosa.
- Bom-dia a todos. – disse a professora, ignorando os olhares mortais que Hermione lançava a Rony. – Meu nome é Minerva McGonagall e eu sou a professora de história do ensino médio.
Minerva continuou falando durante as duas primeiras aulas. Foi um discurso chato e cansativo e alguns alunos dormiam profundamente, o que Hermione considerou uma falta de consideração, pois os alunos dormiram a noite toda e deviam prestar atenção ao que a professora dizia. Neville não apareceu durante as duas primeiras aulas, e a professora pareceu realmente irritada com isso. Segundo ela, Neville nunca perdera nenhuma aula no ano passado e sempre fora um aluno aplicado. Hermione se sentiu um pouco culpada. O sinal bateu, anunciando a terceira aula, que seria de português. Neville chegou nesse momento e se sentou na sua carteira, que ficava atrás da de Hermione. Assim que ele chegou, a garota virou-se para ele.
- Ah, Neville, me perdoa se eu fiz alguma coisa errada. – disse ela com a voz um pouco trêmula. – Eu realmente não queria, além disso...
- Tudo bem. – disse Neville, com os olhos vermelhos. Ele pousou a mão sobre a mão da garota e, nesse momento, Hermione buscou Rony com o olhar. O ruivo olhou com raiva as mãos de Neville e Hermione juntas. Hermione ficou um pouco vermelha.
- E a propósito, meu nome é Hermione Granger. – disse Hermione com um sorriso.
- Bom, pelo visto, você já sabe o meu nome, não é? – disse Neville sorrindo pela primeira vez. – Mas mesmo assim eu vou dizer. Eu sou Neville Longbottom.
Os dois se cumprimentaram com os tradicionais beijinhos na bochecha. Rony observava a cena e estava tão vermelho quanto os seus cabelos.
- Que idiota! – murmurou ele para os amigos.
- Ah, eu não acredito! – disse Simas, olhando Hermione e Neville conversando. – Eu ia atacar a garota, mas pelo visto ela deve...- Simas parou subitamente de falar por que o olhar raivoso de Rony recaiu sobre ele.
- O que você disse? Você queria pegar a Hermione?
- Bom, eu só...é que...ela é realmente muito bonita.
- Bonita? – disse Dino Thomas. – Aquela garota é a maior gata!
Rony virou-se bruscamente para Dino Thomas.
- Eu não acredito que você disse isso! – sibilou ele.
Harry, que estava calado, não entendia o comportamento de Rony. Ele ia falar alguma coisa, mas uma mulher lá na frente pediu silêncio. Harry olhou e reconheceu a professora de português, Dolores Umbridge. Ela era baixinha e um pouco gorda. Usava todas as vestes cor-de-rosa e tinha um sorriso pregado no rosto. Harry revirou os olhos.
- Eu sou a professora de português, Dolores Umbridge. – começou ela e depois começou a pedir que os novos alunos se apresentassem, coisa que Minerva não fez por que estava muito empolgada com seu discurso historiador.
- Posso ser a primeira a me apresentar? – disse Lilá, que aparentemente adorava a professora de português.
- Creio que você não precisa se apresentar, Lavander. – disse Hermione secamente. – Como você não é aluna nova e todo mundo te conhece, não vejo necessidade de você fazer isso.
A sala inteira explodiu em rosadas e Lilá ficou com o rosto vermelho.
- Quem é a senhorita? – perguntou a professora, olhando feio para Hermione.
- Hermione Granger. Prazer. – disse Hermione sem emoção.
A professora abriu a boca para falar algo, mas não emitiu nenhum som. Então, ela se virou para uma garota de aspecto bruto e masculino.
- Quem é você, garotinha encantadora? – perguntou a professora sorrindo e piscando os olhos graciosamente.
- Emília Bulstrode. – respondeu a garota secamente.
A sala ficou, de repente, muito quieta. Lilá, que já não estava mais vermelha, olhava Emília como se ela fosse uma espécie de extra-terrestre. Emília grunhiu na direção de Lilá e a garota se encolheu na sua carteira. Uma garota magra e de cabelos pretos lisos curtíssimos riu alto e Dolores ficou furiosa.
- Quieta, Pansy Parkinson! – disse ela para a garota.
Pansy parou aos poucos seu acesso de risos quando Lilá olhou furiosa para ela. Pansy mostrou o dedo do meio a Lilá, que levou a mão à boca aterrorizada. Depois, Pansy se virou para o lado e beijou um menino pálido, com os cabelos muito loiros.
- Pansy Parkinson e Draco Malfoy! – sibilou Dolores. – Parem já com essa pouca vergonha ou terão que sair da minha aula.
- Não seja por isso. – disse Draco com sarcasmo. – Crabbe, Goyle e Pansy. Venham!
Dois garotos corpulentos e Pansy seguiram Draco para fora da sala. Hermione balançou a cabeça negativamente. A aula de português passou muito devagar, e o sinal foi como música para os alunos, que saíram em disparada.
- Vamos para a cantina? – perguntou Padma a Hermione, enquanto elas arrumavam os livros que estavam sendo distribuídos pelos professores. Minerva já dera o livro de história e Dolores o de português.
- Claro. – respondeu Hermione com entusiasmo. – É melhor mesmo eu conhecer o meu ambiente de trabalho. – completou em tom divertido.
- Ela vai trabalhar na cantina? – perguntou Rony a Harry, Dino e Simas, assim que Hermione e Padma saíram dali.
- Parece que sim. – respondeu Harry. – Por que o interesse, Rony?
Rony ficou vermelho e fuzilou Harry com os olhos.
- Se ela for trabalhar na cantina, eu vou fazer questão de comer ali todo dia. – disse Simas com malícia.
- O que você quer dizer com isso? – disse Rony, um tanto grosso.
- Você entendeu. – respondeu Simas. – Vamos logo!
Dino e Simas saíram da sala. Só restavam Harry e Rony.
- Rony, eu estou estranhando o seu comportamento. – disse Harry.
- Por que? Eu estou normal! – disse Rony, dando de ombros.
- Não está não. – respondeu Harry. – Todas as vezes que o Simas falou da Hermione...
- Cala a boca, Harry. – disse Rony, em um tom de voz alto. – Nem quero ouvir o nome dessa garota.
Rony se adiantou e saiu da sala, com Harry em seus calcanhares. Eles chegaram à cantina, que já estava cheia e se sentaram na única mesa vazia ali. Rony olhou para os lados e viu Simas conversando com Hermione. O garoto ficou simplesmente furioso e decidiu ir até o balcão para saber o que eles tanto conversavam. Rony se aproximou e ficou do lado de Hermione, que estava de costas para ele conversando com Simas.
- É, na verdade, eu tentei entrar como bolsista. – ia dizendo Hermione. – Mas eu não consegui por que as vagas já estavam todas preenchidas. Então, o diretor permitiu que eu ficasse aqui e trabalhasse durante a tarde.
Simas pareceu murchar.
- Ah, então quer dizer que você é...pobre? – perguntou ele, dizendo a última palavra com uma leve repugnância o que fez Hermione franzir o cenho.
- É, sou pobre sim. – disse ela estufando o peito com dignidade. – Meu pai trabalha como gari.
- Seu pai é gari? – berrou Simas tão alto que quase todos os alunos se viraram para ele e Hermione.
De repente, a cantina explodiu em murmurinhos em que todas as pessoas olhavam de esguelha para Hermione e algumas até apontavam para a garota. As únicas pessoas que não faziam isso eram Padma, Gina e Luna, que já sabiam da condição da garota.
- Ah, então tudo se explica agora! – disse Lilá se levantando de repente.
Todos os alunos pararam de repente para ouvir o que Lilá tinha a dizer.
- Agora eu compreendo. – continuou Lilá agora com os olhos fixos em Hermione. – Isso explica o motivo pelo qual você é um lixo.
O olhar de desdém e o sorriso que apareceu no rosto de alguns alunos, inclusive Parvati, Pansy, Draco, Crabbe e Goyle, impediram Hermione de ter qualquer reação. Padma e Gina se levantaram para bater em Lilá, mas uma garota japonesa as impedira de fazer isso. Hermione sentiu os olhos marejarem. Ela era forte e corajosa, mas não conseguiu reunir força o suficiente para xingar Lilá, que sorria abertamente para ela. Olhando para os alunos que ainda riam, Hermione se sentiu desmoronar e virou-se para sair correndo. Mas ela bateu forte contra o peito de Rony, que se assustou e passou o braço no ombro da garota. Hermione o olhou e percebeu que ele não tinha a expressão de raiva que ele usava para encará-la. Ele estava com uma expressão penalizada. Hermione passou as mãos pelos olhos e disse com dignidade:
- Pode rir, Ronald. – disse Hermione soluçando. – É isso que você quer, não é?
Mas Rony franziu o cenho e tomou uma atitude que ninguém esperava: abraçou a garota na frente de todos e colocou seu queixo no topo da cabeça dela, acariciando seus cabelos. Hermione não sabia o motivo, mas ela se sentia bem daquele jeito. O abraço dele era reconfortante e ela sentiu que poderia ficar ali para sempre.
- Acabou o show! – disse Rony encarando Lilá e os outros alunos. – Podem para com isso!
- Pode deixar que eu cuido disso, Sr Weasley. – disse uma voz atrás dele Rony virou o rosto, sem se desgrudar de Hermione, e viu o diretor Alvo Dumbledore com suas longas barbas prateadas e com uma expressão anormalmente séria no rosto. – Srta Brown, venha comigo. – ele apontou Lilá, que seguiu o diretor com o rosto vermelho vivo. – Ah! – o diretor se virou para Padma e Gina, que ainda eram seguradas pela garota japonesa. – Srta Chang, pode soltar a Srta Patil e a Srta Weasley. E você – ele apontou para Rony – acalme a sua amiga, por favor. Leve-a para um lugar mais calmo.
Rony abraçou mais Hermione e começou a conduzi-la para longe dali, mas foi impedido pelos gritos de Gina.
- Me solta, Cho. – dizia ele se debatendo. – Eu quero falar com a minha amiga.
- Não, Gina. – choramingava Cho Chang, tentando segurar Gina e sua tremenda força.
- Gina. – gritou Rony de repente. – Você ouviu o que o diretor disse. Eu vou cuidar da Hermione. – e ele se afastou com a garota, enquanto Gina ficava furiosa.
- Ah, o que o Rony quer com a Hermione? Matá-la? – dizia ela.
- Ei, Gina, calma. – disse Harry se aproximando da garota e pegando de leve o seu braço. – O Rony não é tão insensível.
Gina pareceu amolecer diante daquele toque e se sentou na cadeira, com os olhos em Harry. Padma parecia um pouco indignada e Luna tinha uma expressão sonhadora.
- Foi romântico, não foi? – disse ela e ninguém entendeu muito bem o que ela queria dizer com aquilo.
Enquanto isso, o sinal tocou e Rony viu os alunos irem para as suas salas. Seria mais fácil encontrar um lugar calmo agora. Ele levou Hermione até um banco que havia no pátio e se sentou ali com ela ainda soluçando em seu ombro.
- Calma, Mione. – dizia ele e logo se repreendeu. “Mione? De onde eu tirei essa?”.
Hermione pareceu surpresa também por que de repente ela levantou o rosto e o encarou com os olhos vermelhos e inchados.
- Vo-você me-me chamou de-de que? – perguntou ela entre soluços.
Rony corou até a raiz dos cabelos.
- Nada. Me desculpe. – murmurou ele.
Hermione sorriu um pouco.
- Meus pais me chamam assim. Mione. – disse ela com uma expressão vazia.
- Você se envergonha deles? – perguntou Rony apreensivo.
- Claro que não. – respondeu Hermione. – Muito pelo contrário, eu os admiro por terem força de vontade e não desistirem nunca. Mesmo com uma filha para criar, eles sempre foram felizes e nunca me deixaram faltar nada.
- Você se orgulha deles, não é?
- Muito. – respondeu ela com um sorrisinho mínimo. Rony reparou que a respiração da garota estava voltando ao normal e ela estava parando de chorar.
Quando a situação se normalizou, os dois perceberam que ainda estavam abraçados. Hermione ainda estava com a cabeça apoiada no ombro de Rony e ele acariciava o cabelo da garota. Ao perceberem a situação, os dois se afastaram bruscamente e se olharam um tanto nervosos e apreensivos. Rony, de repente, pareceu achar seu tênis muito interessante. Hermione continuou a olhar para o garoto e falou com a voz trêmula:
- Ronald, posso te perguntar uma coisa?
- Pode. – respondeu ele, agora encarando a garota.
- Por que você fez aquilo? Quer dizer, a gente se odeia e estamos sempre brigando. Por que você praticamente me defendeu na frente de todo mundo?

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