"Em questões de sangue..."



Harry acordou na manhã seguinte ligeiramente nauseado... Fazia tempo que ele não se sentia assim, se não muito se enganara a última vez fora durante o ano passado, quando ele vivia constantemente passando mal. Ter insônia, passar até três ou quatro dias sem ao menos cochilar já era considerado até natural para ele.

Mas aquela noite havia sido diferente... Ele não só durmira, como apagara completamente... Nem lembrava de estar com tanto sono assim quando deitou na cama, por si só, isso já era intrigante. Somado ao sonho que tivera, mais estranho ainda... Normalmente, ele consideraria algo preocupante o fato de ter sonhado com Voldemort, (o que não ocorria fazia um bom tempo até aquela noite)... Mas dessa vez o sonho não parecera tão real como das outras vezes... Fora confuso... Harry tinha quase que absoluta certeza de que Hermione estava nele... Mas a parte esquisita era que ele tinha a sensação de que ela estava conversando com Voldemort... As poucos o sonho ia se esvaindo da memória de Harry e era cada vez mais difícil de relembra-lo... E pela hora do café, algo fez a memória desaparecer completamente de sua mente...

Ele estava a meio caminho do copo de suco à sua frente até que sentiu uma brisa e um vulto passando ao seu lado na mesa do café da manhã. Se virando assustado, Harry pode ver Hermione se dirigindo a passos largos para a mesa da Sonserina. Se postando em frente a Malfoy, ela murmurou algo. Passado o que pareceu ser uma ligeira discursão, a primeira impressão que Harry teve foi a de que o rapaz se levantara para avançar na garota. Mas logo ele deu meia volta e seguiu a menina salão à fora, sem nem ao menos uma palavra. Ambos extremamente sérios, e Hermione parecendo particularmente pálida... Sob olhares curiosos dos outros alunos, ambos desapareceram pelas portas do salão principal...

Harry procurou os olhos de Rony na ponta oposta da mesa comprida da Grifnória, e ele assim como o próprio Harry parecia extremamente contrariado e confuso, apesar de não retornar o olhar do amigo.

Não mais que cinco minutos se passaram, até que Filch entrasse no salão, com uma expressão de completo assombro e Madame Norra em seu encalço. Parando à mesa dos professores, ele se inclinou sobre Dumbledore e murmurou-lhe algo no ouvido. Com uma expressão dura e irreconhecível, o diretor se levantou e varou a distância entre ele e a porta sumindo pelo salão também.

Aos poucos a zuada no local se reduziu e todos se voltaram para a mesa dos professores, que também pareciam atordoados.

Harry se voltou para o amigo novamente, que dessa vez tinha os olhos sobre ele. Não foi preciso dizer nada. Harry sabia qe Rony pensava o mesmo que ele naquele momento. Levantando rapidamente, Harry largou seu suco à mesa e se dirigiu seguido por Rony para a saída. Foi como se a iniciativa houvesse despertado uma avalanche de estudantes, que se levantaram sem demora e escancararam as portas atrás dos dois... Harry pode ver Dubledore correndo pelos degraus em direção às ameias da torre sul. Harry seguiu junto com Rony os passos do diretor. Atrás, o trote da turba de alunos que iam no encalço dos três...

Não demorou muito para que eles chegassem onde planejavam... O corujal.

A cena atingiu Harry como uma descarga elétrica. E ele pelo barulho de respiração presa vindo de trás dele, imaginou que Rony sentira o mesmo. O cheiro amargo e metálico de sangue invadiu as narinas de Harry enquanto ele observava o salão... O barulho era imenso, as corujas todas estavam agitadas, piando sem parar... Uma grossa corda pendia do teto ao que pareciam dois metros de distância do chão, ela pingava sangue. Todo o local estava coberto de sangue, registrou Harry. Até que seus olhos pousaram numa inscrição na parede:

“SANGUE DE PORCO PARA UM PORCO ASSASSINO”

Dumbledore seguiu diretamente para o canto da sala, onde Malfoy se mantinha em pé taciturno. Ao lado dele, estava Hermione, agachada sobre uma massa desforme no chão, falando algo que ele não conseguia ouvir muito bem tamanho era o barulho no local.

Logo ele pode reconhecer alguns traços verdes nas vestes do garoto... Era um sonserino, não parecia ter mais que treze anos de idade em sua opinião.

Tentando acalma-lo, Hermione passou o braço ao redor do garoto, que arfava em estado de choque. Levantando-o, ela se voltou para Dumbledore, murmurando algo... Pouco menos de três segundos depois, ela se voltou para a saída, com o menino do lado. Ao passar pela porta, Harry olhou para a garota, que parecia completamente assustada e nervosa. Ela retribuiu o olhar, fitando Rony logo em seguida e seguindo pelas escadarias.

Um súbto tumulto tomou conta da entrada do corujal, de onde surgiu logo em seguida Mc Gonnagall, acompanhada de Snape e Filch em seguida. A passos largos os professores foram ao encontro de Dumbledore enquanto Filch se encarregava de botar Rony e Harry junto com os outros alunos para fora do local.

Pouco antes de ser expulso por Filch, Harry se voltou para observar Malfoy, que agora jazia sentado em uma das janelas, com uma expressão indefinível...

Meia hora após o aontecimento, os alunos da Grifnória, assim como todos os outros se encontravam confinados em sua própria comunal até segunda ordem. A conversa estava empolvorosa no local... Todos comentando o que, quem e porque do fato mais recente.

O clima era ligeiramente familiar a Harry, ele lembrava muito bem da vez em que alunos estavam aparecendo petrificados em cada canto do colégio... Era um ataque aos alunos que especificamente vinham de uma família trouxa. Ou como dizia o termo, que segundo Harry era baixo e vil, alunos sangue-ruim.

Harry olhou ao redor, na sala apinhada de gente. Hermione ainda não voltara. Tanto ele quanto Rony estavam ávidos por informações da garota... Afinal, ela pareceu ser a primeira a ver o menino.

Não demorou muito para que o buraco do retrato se abrisse. Logo todos os olhares, incluindo dos dois se voltaram para a menina que entrava. O estado de Hermione era terrível. Suas roupas estavam terrivelmente cobertas de sangue além do rosto e cabelos, que contrastavam com a palidez do rosto dela.

Se dirigindo para os amigos ela parou emfrente a eles:

- Eu vou tomar um banho... – explicou ela num tom óbvio. – Me encontrem lá em cima daqui a dez minutos...

Harry e Rony esperavam Hermione no dormitório havia o que pareciam ser dez minutos... Ea já deveria ter chegado. Em silêncio, eram os únicos no local. Harry se encarregara de fechar a porta para poderem conversar em particular os três..

Logo uma batida na porta anunciou a entrada de Hermione no quarto. Trocada de roupa e com cabelos molhados, a palidez dela era agora ainda mais visível.

- Hermione o que foi aquilo? – perguntou Rony sem rodeios.

- Eu não sei... Eu estava passando pelo corujal... – começou ela. – Ia fazer uma ronda pela manhã... Foi quando eu vi o sangue...

- Você viu mais alguém?- perguntou Harry.

- Não... Foi o mesmo que Dumbledore perguntou... Quando eu cheguei não havia ninguém... Só o menino, ele... Ele estava pendurado...

- A corda... – murmurou Harry.

- Isso... Eu achei que ele estava... Eu tentei solta-lo quando vi que ele não estava... Morto. Foi quando eu chamei Malfoy... Eu reconheci as roupas da Sonserina... Apesar do sangue...

- Eu aposto que foi Malfoy... – murmurou Rony parecendo revoltado.

- Por que ele faria isso? – questionou Harry. Ele não gostava de defender Malfoy, mas não via motivo algum para que ele atacasse alguém da própria casa...

- Não foi ele...

- Como você sabe? – retrucou Rony para a garota de volta.

- Porque ele me pediu pra chamar Malfoy, quando eu disse que ia chamar alguém... Além do mais... Você não leu o que estava escrito na parede Rony?

- Claro que li...

- O que significava aquilo de qualquer forma? – propôs Harry, com uma ligeira náusea ao lembrar da cena...

- Harry... O garoto, ele é da Sonserina... Mais especificamente sangue-puro... – explicou Hermione lentamente.

- Então você acha...?

- Eu não sei... Mas eu tenho a sensação de que quem quer que tenha feito isso, não foi daquela casa...

Pela terceira vez desde que Harry entrara em Horgwarts, era estabelecido um toque de recolher na escola...

Da última vez, acreditava-se que Sirius Black, hoje para Harry, seu padrinho. Havia escapado de Azkaban para vir atrás dele, deixando toda a comunidade bruxa em alerta... E a primeira vez, durante seu segundo ano, o próprio Harry estava sob suspeita dos colegas de ser quem estava atacando os alunos dentro das instalações...

Entretanto, dessa vez... Como a situaão era de fato delicada e confusa ao mesmo tempo... Não havia muito que se fazer, já que o aluno fora atacado dentro da escola...

Era sábado, e o sol estava apinhando sobre os terrenos do castelo... E já que o toque de recolher reduzia ainda mais o tempo que os garotos tinham para relaxar e que devido à situação atual, seria muito difícil que qualquer um deles relaxasse de fato, eles acabaram por aceitar o convite recebido por eles de Hagrid, mandado por carta, para que eles fossem encontra-lo em sua cabana naquela manhã para que pudessem conversar, segundo ele, sobre: ”coisas importantes”.

- O que é de tão importante que ele precisa falar com agente? – retrucou Rony impaciente. Ele acabara de receber a notícia de que não iria para Hogsmeade na no próximo fim de semana...

- Rony se acalme! Foi Snape, não Hagrid, que te deu a detenção! Além do mais você mereceu! Essa é qual? A quinta esse mês? – alfinetou Hermione.

Entretanto Harry sabia que o mal-humor de Rony não se resumia só aquilo... De fato, ele deixara bem claro que não se sentia confortável em passar a tarde inteira ao lado de Harry simplesmente não falando com ele. Fingir que tudo estava bem entre os dois só para não chatear Hagrid, também não era algo que apetecia a Harry também... Enquanto que Hermione parecia ter decidido a ignorar completamente a situação na qual ela fora colocada pelos dois... Oou por ela mesma talvez... Harry não tinha certeza...

- Finalmente! – eles puderam ouvir a voz grave de Hagrid do outro lado da grossa porta de madeira, abafado pelos latidos frenéticos de Canino. Num barulho de fechadura, a porta se escancarou para revelar um homem assustadoramente grande e barbudo, para aqueles que não o conheciam claro...

- Hei Hagrid! – cumprimentou Hermione, caminhando para dentro da cabana seguida por Harry e Rony.

- Oi Hagrid...

- E aí Hagrid?

- E Então?- encorajou ele. Os garotos olharam para ele.

- Hagrid o qu... – começou Harry confuso.

- Vocês querem um pouco de chá?- ofereceu ele num tom exageradamente prestativo. – Vamos! Sentem! Conversem comigo! – pediu ele enquanto entregava uma xícara do tamanho de uma jarra para Hermione e se virava para servir Rony e Harry.

- Hagrid, aconteceu alguma coisa? – perguntou a garota, com estranheza. Levando a xícara à boca, ela bebeu um gole do chá, devolvendo-o rapidamente para a caneca num cuspe. Harry observou a amiga jogar o conteúdo da caneca disfarçadamente no vaso ao seu lado. Decidido a confiar na expressão de horror da amiga Harry passou vagarosamente a sua caneca para a Hermione que fez o mesmo, pronto a pegar a caneca do amigo ao seu lado, ele parou no meio do caminho, Hgrd se voltou de repente e sentou-se numa poltrona à frente dos três.

- Então? Gostaram do chá? Eu mesmo fiz essa manhã...

- Oh! Sim! Está uma delícia Hagrid... Na realidade, Harry estava até me pedidindo o meu pra beber certo Harry? – Rony se virou para o amigo que o fitava interiormente revoltado, enquanto Hermione baixava a cabeça lentamente, parecendo irritada e impaciente.

- Harry não seja tímido! Vamos! Beba! – exclamou Hagrid.

- Er... Ok! – sorriu ele relutante, com absoluta certeza de que era capaz de fazer Rony engolir gota por gota daquele chá, Harry pegou a caneca e bebericou o que lhe pareceu óleo de motor misturado com açúcar...

- Gostou?

- Uma delícia! – elogiou ele entre os dentes.

- Que bom! Que bom!

- Hagrid! – cahmou Hermione parecendo agora visivelmente fria e impaciente. – Você disse que tinha algo para nos falar...

- Eu? Ah, sim claro! Bom... Como estão vocês? Bem? Não aconteceu nada?- perguntou ele parecendo inquieto.

- Hagrid você quer dizer algo? – perguntou Rony também impaciente.

- Bem... Eu ouvi umas histórias por aí... Alguns alunos... Comentaram, quero dizer... Eu só quria saber se está tudo bem entre vocês...

- Ah ótimo! A verdade! – retrucou Rony num tom sarcástico – Não Hagrid! Não estamos bem...

- Rony... – murmurou Harry, enquanto Hermione baixava a acabeça provavelmente procurando por paciência.

- Não! Vamos ser honestos certo? Hagrid, não está nada bem! Sabe por que? Porque tudo que você ouviu é verdade! Pela primeira vez! E já que eu não preciso ficar aqui fingindo que está tudo bem entre eu e ele eu vou embora... Hagrid, eu volto aqui mais tarde!

- Rony... Rony espere! – Hermone se levantou e saiu em direção à porta, atrás do amigo.

- Harry...

- Legal hãn? – comentou Harry antes de se jogar no sofá novamente. Aquela seria uma longa tarde...

Hagrid estava determinado a arrancar o mínimo de informação de Harry, e após meia hora de um interrogatório incisivo, ele começou a perceber que não sairia dali sem dar uma explicação sobre o porque dele e Rony terem brigado...

- Eu já disse Hagrid! Não foi nada de importante... – mentiu ele. Não se sentia bem fazendo aquilo... Nunca gostou de mentir para Hagrid, mas a verdade era que ele não seria de muita ajuda naquele problema... Além do mais havia muitas coisas que ele não teria como explicar para o amigo... Como toda a confusão do beijo, por exemplo.

- Harry, eu conheço vocês dois por tempo suficiente pra saber que vocês não brigam por nada... – insistiu ele enquanto preparava o que pareceu ser outra xícara de chá, para desespero de Harry.

- Hagrid olhe... – tentou ele novamente. – Rony e eu... Nós só não estamos nos entendendo muito bem por esses dias... Só isso. Não é nada demais...

- Sim... Mas...

- Olha ta ficando tarde... É melhor eu voltar antes que escureça... – cortou Harry se levantando. – Depois agente se vê...

Seguindo em direção à porta, Harry desviou de Canino, que havia se postado na entrada e saiu para os jardins.

- Rony você está sendo infantil! – Harry pode ouvir a voz de Hermione vindo da orla da floresta. – Ele é seu amigo!

- Por que você está fazendo isso? – se voltou ele para a amiga – Quero dizer... Não é como se você não soubesse o que está acontecendo certo?

- Muito inteligente da sua parte, sair desembestado daquele jeito Rony! – interrompeu Harry se aproximando irritado.

- Ótimo... – reclamou Rony.

- Pare! – ralhou Hermione. – O que ele disse?

- O que você acha? – cortou Rony. Mas a resposta foi abafada por um grito vindo da floresta.

- O que foi isso? – perguntou Hermione olhando ao redor.

- Eu não sei... Pareceu um gemido... – falou Harry pondo a mão instintivamente mais próxima ao cós do jeans, junto à varinha.

- Vamos... – chamou Rony seguindo para dentro da floresta.

Não foi difícil identificar de onde vinham os gemidos... Logo os três avistaram três homens encapuzados ao redor de uma árvore numa clareira...

A primeira vista, Harry não identificou muito bem o que estava acontecendo. Mas logo um dos homens se afastastou um pouco para a direita, deixando a sua visão livre.

- Malfoy... – sussurrou Hermione de trás dos arbustos onde os três estavam. – Nós temos que fazer alguma coisa...

- Como o que? Hermione! Volte...

- Hei! – chamou ela se levantando e empunhando a varinha. Nem Harry nem Rony viram outra opção se não irem atrás da menina com as próprias varinhas em punho.

- Se afastem! – gritou Rony para os três homens. Parando e se voltando para os garotos, um deles começou:

- Vão embora... – a voz dele pareceu ligeiramente familiar a Harry... Entretanto ele não podia reconhecer o rosto do homem, todos três estavam cobertos da cabeça aos pés com mantos brancos, numa referencia bizarra aos Comensais da morte, pensou Harry.

- Fiquem longe dele. – avisou Harry, levantando agora a varinha para o homem encapuzado. Surpreendentemente ele não levantou a dele:

- Ele é um assassino... – retrucou o segundo homem, à esquerda do primeiro.

- O que?- retrucou Rony, também em posição de ataque.

- Vocês são loucos... – murmurou Hermione exasperada.

Um dos vultos se voltou para a garota:

- Você ainda ajuda ele? – para surpresa de Harry, a voz soou feminina. E dessa vez ele teve certeza absoluta de que a conhecia. – Ele não daria a mínima se vocês morressem!

- Não! – se virando a mulher direcionou um chute no estômago de Malfoy, fazendo o garoto gemer. – Parem! – gritou Harry, atingindo a mulher com um feitiço.

O ato gerou um imenso rebuliço. E a sensação de que nenhum deles iria atacar os três garotos se esvaiu naquele segundo. Entretanto, tanto Hermione quanto Rony já tinham varinhas em punho, o que dava de fato uma mínima vantagem sobre os outros. E fora mais que suficiente para eles. Não demorou muito para que os homens, com a mulher estuporada fossem embora.

Ambos Harry e Rony fizeram menção de ir atrás deles, mas Hermione chamou:

- Esperem! Malfoy... – com os olhos no garoto ela seguiu olhando assustada. – Ele precisa de ajuda! – falou ela se curvando sobre Malfoy que agora sangrava imensamente. Ninguém se mexeu.

- Harry! Rony! – alertou ela esperando uma ação por parte dos amigos.

A verdade era que ajudar Malfoy ia totalmente de encontro aos princípios de Harry. E ao se virar para Rony e ver a expressão no rosto do amigo percebeu que ele pensava da mesma forma. Entretanto, o estado do garoto ali, jogado, era deplorável...

Amaldiçoando a si mesmo por saber que Malfoy não faria o mesmo por ele, Harry se aproximou pegando um braço, enquanto Rony se encarregava do outro.

- Rápido! – apressou Hermione.

- Fácil pra você dizer... – retrucou Harry com a respiração entrecortada. Ele não fazia idéia de que Malfoy era tão pesado...

Para chegar até pelo menos os portões principais do castelo demorou por volta de dez minutos. Que pareceram uma eternidade para Harry, visto que o trio se encontrava num estado de alerta total, pelo menos até chegarem à segurança do castelo, e enquanto Hermione olhava pelos ombros com varinha em punho, ambos, Harry e Rony se esforçavam para arrastar um Malfoy desacordado.

- Ah! – um grito agudo e irritantemente estridente ecoou no salão principal, onde muitos dos alunos que passavam param tão assustados e surpresos quanto os três. Demorando um pouco para identificar de onde viera o grito, Harry pode ver uma garota de cabelos escuros e curtos correndo desembestada em direção aos três. – O que vocês fizeram!!? – gritou ela com um misto de horror e revolta.

- Pansy... – começou Hermione, mas logo foi interrompida pela garota fervorosa:

- Você! – se voltou ela para Harry. – O que você fez com ele?!

Logo, dois sonserinos do sétimo ano se prontiveram a carregá-lo, afastando rudemente, tanto Rony quanto Harry, ambos indignados:

- Nós não fizemos nada com ele!

- É! – concordou Rony. – Agente devia ter deixado ele lá...

- Rony! – ralhou Hermione. Apesar dela própria parecer tão indignada quanto os amigos. – Olhe! Nós...

- O que está acontecendo aqui?! – uma voz fria se fez ouvir e Harry pode ver logo em seguida Snape empurrando dois alunos do terceiro ano em prol de chegar até a confusão em si. – Mas qu... – seus olhos se recaíram sobre as condições de Malfoy... E era de se esperar, motivo pelo qual Harry não ficou surpreso, de que Snape iria, sem sombra de dúvida, culpar Harry... – O que aconteceu aqui Potter?

- Eles atacaram Draco professor!! – gritou Pansy, apontando para os três.

- Nós não fizemos nada! – se revoltou Harry concordando intimamente com Rony. Eles deviam ter deixado Malfoy se estrepar...

- É! Tinham esses...

- Eles estavam batendo nele!

- Nós salvamos o traseiro dele, foi isso que fizemos! – gritou Rony também revoltado.

- Já chega! – retrucou Snape parecendo estremamente pálido. – Vocês dois. – disse ele se voltando para os dois alunos que seguravam Malfoy. – Levem-no para enfermaria, rápido. E vocês três... Venham comigo... Agora! – acrescentou ele ao ver que Hermione estava prestes a protestar.

- Agente devia ter deixado ele lá... – murmurou Rony enquanto os três seguiam pelos corredores em silêncio. Já era noite e os três se encontravam agora seguindo Snape imaginando que tipo de punição eles receberiam por ter salvo a vida de Malfoy.

- Rony pare! – retrucou Hermione.

- O que? – reclamou ele.

- Você quer dizer o que? Que agente devia ter deixado ele morrer? – sussurrou ela irritada.

- Ele não ia morrer... –interrompeu Harry.

- Harry está certo... – concordou Rony.

- Oh! Eu fico feliz em saber que vocês finalmente concordam em alguma coisa! Especialmente quando se trata de deixar Malfoy ser espancado! – retrucou ela irritada. E apressando o passo, ela deixou os dois para trás em silêncio.

- Calem a boca! – retrucou Snape mais à frente, parando logo em seguida. – Cerveja Amanteigada. –falou ele rapidamente.

A gárgula se moveu lentamente, revelando uma escada em espiral. Ele estava tão entrertido com a discursão entre eles três que nem percebera que estavam indo para a sala do diretor.

- Dumbledore? – chamou Snape ao entrar na sala com pressa. E para a surpresa não só de Harry e dos amigos, como ele pode perceber, de Snape também, Dumbledore se encontrava sentado com ninguém menos que Crabbe e Goyle à sua frente...

- Eu já sei do ocorrido Severus... Como ele está? – perguntou ele com uma expressão séria.

- Malfoy está na enfermaria Albus... – e aqui ele demonstrou um ligeiro enrugado na testa. – Você acha qu...?

- Eu ainda não sei... Mas suponho que vocês... - disse ele agora se voltando para os três que se encontravam em pé. – Crabbe, Goyle... Eu suponho que vocês queiram visitar o seu amigo na ala hospitalar agora...

Se levantando em silêncio, tanto Crabbe quanto Goyle saíram da sala. Snape, se voltou em seguida para Dumbledore:

- Eu vou acompanhar os dois e checar o estado dele... – à guisa de licença, Snape saiu logo depois.

O silêncio pairou sobre a sala, enquanto Dumbledore observava os três sobre seus óculos meia-lua. Com um rápido aceno da varinha, ele fez surgir do ar uma confortável poltrona que se juntou às outras duas já existentes, e oferecendo-as em seguida, para que os garotos sentassem. Em silêncio, os três sentaram nas respectivas cadeiras...

Harry olhou em volta... Não era a primeira vez que entrava ali. De fato já entrara ali tanto que a sala era relativamente familiar para ele. Chegara até a praticamente destruí-la completamente por volta de um ano atrás... E só agora leh ocorria que todas as vezes que entrava ali era poruqe algo de terrrível ou desagradável acontecia... Sentindo-se mal e desconfortável com o pensamento ele voltou sua atenção para o senhor sentado à sua frente, esperando obviamente uma explicação...

- Bem... – começou Hermione. – Nós estávamos... Voltando da casa de Hagrid, quando... Nós... Nós ouvimos algo...

- Nós fomos checar, e foi aí que vimos...

- O que Rony? – encorajou Dumbledore.

- Malfoy, professor... – completou Hermione. – Eles estavam... Batendo nele...

- Eles?

- Nós não sabemos quem eram... Eles estavam encapuzados... – respondeu Harry, desviando a atenção para si. – De branco... – acrescentou, sabendo que Dumbledore provavelmente fizera a mesma ligação que ele fizera na floresta.

- Professor... – chamou Hermione quase que num sussurro. – Quem faria uma coisa dessas? Quero dizer... Não poderia ser nenhum... Bom...

- Comensal? – completou Dumbledore. – Não... Não poderia... – concordou ele pensativo.

- Então quem foi? – questionou Rony.

- Bem... – começou o diretor com um ar mais sombrio. – Ultimamente... O ministério não tem sido o que se possa chamar de eficaz, no que diz respeito a Voldemort e seus seguidores... Isso... Bem, vocês devem entender que... Tempos como estes, costumam fazer surgir o que há de melhor em alguns, e de pior em outros... Existem rumores... – continuou ele. – De que algumas pessoas não estão muito contentes com a situação... E acham que a melhor solução seria, digamos... Fazer justiça com as próprias mãos...

- Então... Isso é uma espécie de retalhação?

- Eu suponho que o termo correto é um pouco mais forte que isso Rony...

- Tipo assassinato?- completou Hermione parecendo chocada.

- Mas eles não mataram ninguém, mataram?- perguntou Harry. Não foi preciso nada para que eles soubessem que a resposta era sim...

- Professor... – recomeçou Harry, algo ainda o deixava curioso. – Crabbe e Goyle... Eles...

- O que eles estavam fazendo aqui? – presumiu Dumbledore. – Bem... Eles me contaram que Malfoy havia sido atacado na floresta... Obviamente, optaram por fugir a ajudar o amigo... Diferentemente de vocês claro... Eu suponho que agora ele deve algo a vocês não?

Com isso, o diretor pareceu ter encerrado a conversa entre eles, apesar de não ter soado mal-educado, ou mesmo irritado... Levantando-se, os três seguiram pela porta, sem olhar para trás...

- Harry... – chamou Dumbledore. – Você se importa se eu tiver uma palavrinha com você? – parando com a mão no trinco, Harry se voltou para dentro da sala novamente, enquanto Rony e Hermione seguiam escadas abaixo.

- Certo... – respondeu ele, apesar de não se sentar novamente.

- Eu suponho que você ainda não contou para seus amigos... Sobre a conversa que tivemos... Ano passado? – perguntou ele, indo direto ao assunto. Harry sentiu como se uma pedra de cinco quilos se alojasse no fundo do seu estômago...

- Não... Não falei... – respondeu ele fixando o olhar no poleiro de Fawlkes à direita do ombro do diretor.

- Você não acha que seria melhor conta-los a verdade? – Como exatamente? Pensou Harry revoltado, apesar de não ter dito. Mas não foi preciso. Com se lesse os pensamentos de Harry, Dumbledore continuou:

- Sabe... O receio e a insegurança são mais fáceis de suportar quando se partilha com alguém... Apesar de tudo... Eles ainda são seus amigos... – acrescentou o diretor, com um ar cúmplice, fazendo Harry se sentir ainda mais desconfortável.

- Certo... – foi tudo que conseguiu dizer. Saindo logo em seguida.

Não sabia como contar sobre a profecia para os amigos... De fato não tinha nem certeza se deveria ou não contar... Podia imaginar como seria a cena... Hermione com certeza teria um ataque... Enquanto Rony, dada a atual situação, das duas uma: ou não daria a mínima, ou ficaria revoltado por saber que Voldemort faria o serviço que ele próprio gostaria de cumprir... No fim das contas... A verdade era que as coisas já estavam tão complicadas com estavam... Que abrir o jogo sobre o futuro sombrio que lhe aguardava não iria melhorar a situação...

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