Capitulo XI
Gina sentia novamente a respiração morna acariciando-lhe os lábios.- Estou tentando apenas ajudar você.-Levantou-a facilmente, segurando-a no colo por um instante antes de depositá-la no banco, a seu lado, sem cerimônia.
- O que você pensa que está fazendo?- Gina gaguejou, zangada, tentando se endireitar no assento com toda a dignidade que as circunstâncias permitiam.
-O que você acha ?- ele devolveu, provocante , baixando o olhar para as belas pernas.
Aquilo a deixou em pânico, e Gina rapidamente ajeitou o vestido sobre os joelhos. Sua mente transformara-se num redemoinho de emoções. A verdade era que Potter tinha plena consciência da atração que exercia sobre ela, o que a deixava ainda mais confusa e irritada.
O sorriso auto confiante a enfurecia.
- Não acho nada!
- Eu lhe disse, quero conversar só um pouquinho com você. Volte para sua Nickie - Gina retrucou, ainda tentando. Sair do carro. Encarou-o, furiosa por sabe-lo tão dono da situação. -Por que tudo isso, afinal? O que quer de mim ?
Potter parecia se divertir muito.
- O que acha que posso querer?
- Não faço a menor idéia. Só sei que está me retendo aqui contra a minha vontade. Quero que saia já deste carro!
- O que quero de você....- Potter repetiu a frase mentalmente várias vezes, analisando deliciado, as diversas possibilidades. Esticou as longas pernas para a frente, os músculos fortes das coxas salientadas pelo tecido macio da calça. Um sorriso brincou em seus lábios antes de encará-la novamente.
- Deixa ver.... O que tem a oferecer?
Gina ficou eletrizada. Um estranho tremor percorreu-lhe o corpo.
- Você sempre faz isso? Responde uma pergunta com outra? É falta de assunto !
- Estou fazendo isso? – Ele balançou a cabeça e riu.
- Ésta!
Gina não sabia se o médico caçoava dela ou de si mesmo. Estava ficando cansada daquilo.
- Vim dizer que o beijo que trocamos lá dentro não foi suficiente- ele murmurou com voz rouca enquanto se aproximava. Tornou a beijá-la nos lábios com desejo e paixão.
- Por favor, me solte. Estamos no estacionamento.
- Esqueça - pediu ele enquanto abria-lhe suavemente os lábios e a beijava com ardor louco.
Gina sentiu que uma corrente elétrica atravessava seu corpo quando o tórax musculoso de Potter roçou de novo seus seios. Tudo em volta desapareceu. Só havia os dois e o desejo incontrolável que os envolvia.
Os beijos dele, as carícias, eram tão inebriantes como o vinho. Ela então sentiu-se transportada às alturas, e automaticamente começou a corresponder com paixão, deixando de lado o bom senso e as dúvidas que pudessem atormenta-la. Naquele momento, tudo o que importava era estar nos braços de Potter ,saborear a delícia de seu toque. Mãos experientes acariciavam as curvas de seu corpo, levando-a à loucura.
Mas de repente, no meio daquilo tudo, deu-se conta de que Potter abusara da bebida e provavelmente nem sabia o que estava fazendo, ou com quem. Será que a confundira com Nickie? Perguntou-se atônita. Seria por isso que demonstrava tanto ardor? Provavelmente. Somente amantes poderiam ser assim impetuosos.
- Pare! Não quero isso!
Ele pareceu não ouvir e beijo-a ainda mais ardentemente.
- Uma ova que não quer!- ralhou, ríspido, mas logo o tom ficou suave como um sussurro: E vai querer ainda mais, beleza. Vai morrer antes que eu fique satisfeito. Vai gritar quando realmente sentir
- Não!
O temor contido naquela voz o fez acalmar-se. Parou com os beijos mas continuou a abraçá-la, ofegante, o coração batendo forte contra os seios macios.
- Que loucura! - Potter pareceu acordar para a realidade. Ergueu a cabeça, estudando os olhos cor de mel de Gina. Com o polegar, acariciou-lhe gentilmente o rosto. Passou a mão pelo cabelo. – Creio que abusei da bebida. Como não costumo beber, duas doses de uísque me derrubam.
Gina tentou recuperar o fôlego. Tinha os lábios doloridos e as pernas trêmulas. Ficou alguns segundos estudando a expressão de Potter. Sem dúvida, ele bebera um bocado. Será que conseguiria dirigir de volta para casa naquele estado? Não seria aconselhável deixá-lo sozinho naquelas condições.
- Você não deve dirigir esta noite- disse, hesitante.
Viu-o sorrir cinicamente na escuridão do carro.
- Preocupada comigo?
- Claro. Eu me preocuparia com qualquer pessoa que tivesse bebido e pretendesse dirigir um carro.
- Nickie pode dirigir. Ela não bebe.
Nickie o levaria para casa e provavelmente o colocaria na cama. E sabia-se lá o que mais aconteceria. Bem, nisso Gina não tinha o direito de interferir. Potter a beijara por estar bêbado; ele permitira e agora estava embaraçada.
- Preciso ir. - disse constrangida.
- Tem certeza de que não quer ficar?
- Tenho. Estou cansada.
- Sendo assim, vá, mas dirija com cuidado. -aconselhou ele, procurando pela maçaneta da porta.
Saiu do carro e se pôs a observá-la, as mãos dentro dos bolsos da calça. Gina acionou o motor, porém hesitou antes de sair, preocupada com ele. Mas, naquele instante, Nickie chamou-o da porta. Viu-o voltar-se e acenar-lhe alegremente.
Aquilo foi o bastante. Pisou no acelerador e afastou-se o mais rápido possível. Antes de alcançar a rua, olhou pelo espelho retrovisor. Viu Nickie pega-lo pela mão e levá-lo de volta à festa.
Seria bom demais para ser verdade, pensou amargurada. Potter provavelmente acabara de se dar conta de quem beijara e devia Ter ficado chocado.
Gina quase acertara. A cabeça de médico girava, mas não por causa da bebida. Ele jamais imaginara que um beijo pudesse ser tão explosivo ou inesquecível. Havia algo em Gina Weasley que o tirava do sério. Não sabia por que reagira de modo tão estranho quando a vira ir embora. Só Deus sabe o que teria acontecido se ela não o tivesse repelido
- Você está com o rosto manchado de batom - queixou-se Nickie
Potter parou, tentando recompor-se, e sorriu.
- Limpe para mim-pediu.
Nickie era bonita e nem um pouquinho complicada, pensou. E o mais importante era que sabia que não devia esperar nada dele. A conclusão o fez relaxar.
A enfermeira tirou um lenço do bolso e limpou-lhe a mancha do rosto. Sorriu provocante.
- Não quer provar o meu batom?
- Não esta noite - Potter tocou-lhe de leve a ponta do nariz. Está ficando tarde, è melhor ir embora.
- Está bem mais eu dirijo.
- Como quiser.
Nickie sentiu-se melhor. Ao menos seria ela quem iria para casa com o médico. Não esta disposta à entregá-lo de mão beijada a Gina, em especial porque Potter fora a melhor coisa que já lhe acontecera na vida. Cirurgiões famosos, bonitos e solteiros não surgiam todos os dias na vida de uma simplória como ela.
Continua (...)
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