Capitulo XXVI
Potter pareceu ter lido seus pensamentos, pois não hesitou em capturar-lhe a boca, transmitindo-lhe uma sensação agradável. Como numa armadilha, ela percebeu quanto estivera solitária e deixou-se prender ao peito forte. Uma onda de desejo percorreu-lhe o corpo, fazendo-a perder a noção da realidade.
- Potter...- sussurou.,sem saber se estava protestando ou implorando.
Ele beijou-lhe as pálpebras semicerradas e provou das lágrimas de prazer que escorriam pelo rosto delicado.
-Somos muito bons juntos. Até mesmo vestidos. Consegue imaginar como seria se estivéssemos sem roupas?
-Ora, seu....
Gina riu baixinho.
Ele continuou a acariciá-la.
-Um ano- murmurou- E nada sabíamos a respeito um ao outro, absolutamente nada. Trens elétricos, filmes antigos, Pavarotti, cavalgadas... Temos mais coisas em comum do que jamais sonhei.
-Sim, temos.
Gina precisou conter-se. Queria abraçá-lo, beijá-lo até perder o fôlego. Potter pareceu adivinhar, porque acariciou-a de modo sensual.
-Não tem medo do desconhecido?- sussurou ele.
-Sou médica, lembra-se? Sei o que esperar.
Ele riu.
-Apenas na teoria. O que não sabe é que talvez deseje mais do que posso oferecer, e que no último minuto irá soluçar como uma criança.
Gina abriu a boca para dizer que Harry Potter era um pretencioso, mas calou-se. Ele afastou-se, rolou no chão e deitou-se de bruços.. Sentia-se mais próximo dela do que nunca. Viu-se trêmula, sedenta, e pensou que satisfaze-la agora seria tolice. Não era hora.
- Você vai ter de casar comigo quanto antes. O mais breve possível, Desejo-a como nunca.
Gina sentou-se e abraçou os joelhos, tentando se recompor.
- Tem certeza de que realmente quer isso? E Jane?
Ele riu suavemente. Lá vinha ela outra vez batendo na mesma tecla ! Porém, dessa vez, não se zangaria. Sentou-se a seu lado.
- Apesar de todos pensarem o contrário, fui eu quem terminou o relacionamento.
- Por que nunca disse isso?
- Porque não havia necessidade. Você não me deixaria chegar perto o suficiente para descobrir o que estava acontecendo conosco. Parecia determinada a acreditar que eu era louco por ela.
- Todos diziam que você era.
- Todos? Jamais afirmei isso.
- Tem razão.
Gina tocou-o carinhosamente.Esse simples gesto pareceu causar um terremoto.
- Gina...
Para ela, ouvir o próprio nome, dito daquele modo. Era de tirar o fôlego. O calor da mão de Potter irradiava-se por todo o seu corpo. Sentiu um anseio vívido, crepitante. Mas ficou imóvel, fascinada pelos olhos verdes.
Queria muito mais do que ser beijada por aquele homem. Potter possuía a chave de um mistério inimaginável. Havia uma promessa, uma oferta indizível, na magnificência dos músculos tensos de seus braços, na seriedade e na força de sua expressão. Exalava intensa masculinidade, porejava um extraordinário vigor.
Gina nunca percebera tão agudamente as complexas diferenças entre homem e mulher. Nunca tivera a alegria de sentir a própria feminilidade. Jamais ansiara por um homem como desejava Harry Potter.
- Não pare....- murmurou ele, guiando-lhe a mão livre para o próprio peito. O coração de Gina disparou. Fitou-o, incerta. – Não permitirei que você me seduza. Isso a deixa mais tranqüila?
- Ora, que inferno! Quem lhe pediu isso? Nunca em minha vida encontrei alguém tão pretensioso! Talvez aquelas suas... apaixonadas tenham dito que você é o tal, e por isso ficou cheio de empáfia!
- Gina!- Segurou-a pelos braços. Trouxe-a para bem junto e beijou-a.
O abraço era protetor e amável. Gina, lânguida, ergueu as mãos, segurando-lhe a nuca,e deslizou os dedos por entre o denso cabelo preto. Recebeu a língua ávida, que a fazia estremecer.
Potter teve a irracional impressão de que se afogava. Se aquilo fosse a morte, a morte era boa. Não queria se salvar. A maciez, o aroma de mulher em seus braços eram uma doce tortura, gozo e agonia.
- Potter?- Sussurou ela.
- Está tudo bem. Não precisamos ir até o fim. Me abrace apenas.
Gina acolheu com prazer os braços que a envolveram. Sentiu a emanação quente do corpo dele, apoiou a cabeça no peito amplo e forte, fechou os olhos e soltou um suave suspiro de contentamento.
Aninhados um ao outro, permaneceram na doce eternidade daquele instante. O ambiente, algum ruído lá fora, tudo desaparecia numa bruma de sonho.
- Eu o quero muito...- murmurou ela- Muito !
- Eu também a quero, mas é mais seguro parar por aqui.
Ela atendeu, mas sentiu um ardor sensual estalar entre ambos. O instinto rebelava-se contra o afastamento.
- Ouça querida. Foi por isso que terminei com Jane - disse ele, olhando os trens.
- Por que ela não quis transar com você?- indagou Gina, morrendo de ciúme.
- Não. Terminei porque não sentia a menor atração sexual por ela.
- O quê? Não estou entendendo.
- Então vou repetir. Jane nunca me despertou desejo sexual, tesão. Entendeu agora?
(...)
Alguém vivo por ai? ;)
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