Fuga a meia noite

Depois daquele dia eles nunca mais falaram sobre aquele assunto, mas de alguma forma se uniram ainda mais.Falavam sobre tudo e assim se tornaram mais do qualquer coisa, se tornaram amigos.

Ele prometeu a si mesmo que nunca a veria chorar de novo, sempre a faria sorrir.Todas manhãs ele a encontrava no campo e ficavam deitados na grama conversando sobre as suas vidas e de noite ia a biblioteca da mansão para procurar qualquer livro que falava sobre aquele feitiço, sem sucesso.Mas ele não desistia, chegava a madrugar diante dos livros, mas iria achar a cura, havia prometido a ela.
E apesar de tudo ela sempre estava lá quando ele acordava e ia para o balanço e isso valia a pena.Ele não queria mais pensar no futuro, queria pensar no agora e pensar que naquele momento ela estava lá, com ele e isso já bastava.

- Senhor Malfoy? .

Ele que estava quase dormindo deitado ao seu lado levantou a cabeça para olha-la.

- Sim? .

- Quer ir comigo a um lugar hoje à noite? .Gostaria mostrar uma coisa.

- Claro, se não tem problema pra você...Que horas? .

- Meia noite.

Ele levantou a cabeça mais uma vez e a olhou mais uma vez.

- Por que tão tarde? .Aposto que seus pais já estão dormindo as dez...

- Meus pais não então aqui...estão muito ocupados para vir para cá.Ela disse abrindo os olhos.

- Além do mais sair escondido a meia noite é mais romântico.ela completou olhando para ele também.

- Você e seu romantismo...acho que você deveria parar um poco de ler livros -ele
viu ela fazer uma cara irritada, ela ficava linda brava- meia noite aqui na arvore então?.Ele resolveu mudar de assunto.

- Certo, e não se atrase.Ela disse lhe roubando um beijo e correndo em direção a casa.

-Ela realmente tem que parar de ler livros...Ele disse rindo vendo ela se distanciar.

...
Já era tarde, olhou no relógio dez para meia noite.Colocou os sapatos e se dirigiu a janela, sabia que se tentasse sair pela porta da frente seus avós acordariam, já havia acontecido uma vez e não arriscaria de novo.Abriu a janela e pulou para fora no telhado, colocou um pé na trepadeira que havia do lado de sua janela e depois o outro e em pouco tempo estava no chão.Dirigiu-se a arvore e o viu a esperando olhando para outro lado.Aproximou-se devagar e colocou suas mãos em seu ombro, pego de surpresa ele deu um pulo e virou-se com os olhos arregalados.Ela não pode resistir e começou a gargalhar.

- Não tem graça, eu quase tive um infarto!.Disse o garoto ofendido.

- Oras, não seja bundão Senhor Malfoy. Ela falou tentando se controlar.

- Você tem que parar de andar com meninos sabia? .Ele disse ainda bravo.

- Ta, me desculpe, é que eu não pude resistir -ela disse lhe dando um beijo nos lábios- agora podemos ir ?.

- Vamos...Disse a seguindo.

Após ver que ela estava pulando a cerca de uma fazendo ele resolveu perguntar.

-E então Senhorita Granger o que vamos fazer?

-Derrubar vacas...

-O QUÊ?

-Derrubar vacas, você nunca fez isso? .É muito divertido a não ser que sejamos pegos, daí não é nada legal...

- Então você já foi pega?.

- Quase, os fazendeiros normalmente atiram e depois fazem perguntas...

- ATIRAM?!.VOCÊ ESTÁ BRINCANDO NÃO É?.

- Fale baixo!.E não, não estou brincando, é que eles pensam que estamos roubando gado então atiram para assustar.

Ele ficou ali parado olhando para ela esperando que ela desse risada e falasse que era mentira, mas ao invés disso ela continuou caminhando eu direção a um celeiro.
-Sabe, pra uma CDF que respeita todas as regras você esta me impressionando.
- Bom, você e um chato egocêntrico que canta e brinca de balaço...não e a pessoa mais normal do mundo.

-Como eu já disse...Você ainda não viu nada.Ela parou para olhar para ele e ficaram se encarando por alguns segundos.

-Vamos, e por aqui...Finalmente ela falou quebrando o contato visual - vem...Ela disse pegando a mão dele.

Passaram o celeiro e avistaram algumas vacas pastando.

-Olha, e bem simples...Ela disse se aproximando de uma e colocando as duas mãos nela.

- E só empurrar.E assim dizendo fez um pouco de forca e derrubou o animal no chão.

A vaca em primeiro momento não se moveu mas quando percebeu sua situação começou a sacudir as patas e a mugir.

Era estranho mais aquilo era divertido e engraçado para ele, por isso revolveu fazer também.Escolheu uma que estava um pouco afastada do grupo, ela era um pouco maior que as outras mais ele não ligou, colocou as mãos nela quando Hermione gritou.

-NÃO, ESSA NÃO!!!.

Ele virou-se para olha-la e quando colocou os olhos de novo no animal ele raspava o casco no chão.

-CORRE!!!.Ela gritou o pegando pela mão e correndo desesperada pelo campo com o animal em seus calcanhares.Avistaram uma arvore e sem mesmo dizer uma palavra subiram deixando o animal furioso mugindo feito louco em baixo.

- O que você tem na cabeça para tentar empurrar um boi ?!.

- BOI ?.Como eu ia saber a diferença?.

- Talvez porque ele NÃO TINHA TETAS...ai droga...Ela disse ao olhar para a casa e ver que as luzes haviam se acendido.

- Presta atenção, quando eu falar “já” você pula e corre até a cerca sem olha pra trás....Ponto? .

-O QUE? , Pular daqui de cima! .Deve ter uns 2 metros e o nervosinho aqui em baixo?!.

-Já!.Ele disse pulando e o puxando com ela.

Ele quando caiu sentiu seus joelhos arderem, mas não tinha tempo para reclamar. Se levantou e começou a correr feito loco, viu q Hermione estava na sua frente correndo em direção a cerca também. “Nossa, como ela corre” ele pensou ao ver ela pulando a cerca.Quando chegou a cerca pulou e tentou voltar a correr, mas algo o impediu.

- A não, aquele monstro me pegou!.Ele começou a gritar sem olhar para trás.

-Senhor Malfoy...

- Eu vô morre!, Ai meu deus !!!.

- Senhor Malfoy...

- Corre, salve a sua vida...eu não tenho mais volta serei comida de vaca...

- SENHOR MALFOY! .Em primeiro lugar olhe para trás, sua calça ficou presa na cerca.

- A claro, eu sabia...Ele fez uma cara de que tinha todo o controle da situação.
- Segundo não era uma vaca era um boi e terceiro BOIS NÃO COMEM CAMER!.
- Bois normais não, mais aquele monstro eu tenho certeza que come! .Você viu os olhos dele? .Parecia que estava possuído pelo demo ao algo assim!...

Esse último comentário fez ela começar a gargalhar, ele vendo isso parou de gritar e ficou a olha-la.

-Realmente você não existe.Ela disse entre uma risada e outra.

- Mas vamos, o fazendeiro já esta vindo. E pela terceira vez pegou na mão dele e pela terceira vez ela sentiu um calor percorrer seu corpo.

Correram até ficarem sem fôlego e passando a arvore revolveram ir andando até a casa.Chegando ela percebeu que seus avós não haviam acordado e deu graças a deus por isso.

- Bom, tenho que ir...

- Sonhe com os anjinhos loiros e lindos como eu.Ao ver que ela havia rido com a piada ele sorriu.

- E você, sonhe com vaquinhas e cercas assassinas.Ela disse se virando, mas ele a pegou pela mão e a fez olhar para ele.

- Está se esquecendo do seu beijo de boa noite...Ele disse quase num sussurro a puxando pra junto dele.

Era incrível o poder dele sobre ela, ele apenas a olhava com aqueles olhos azuis acinzentados e ela se derretia.Só um simples toque dele já a deixava em chamas por dentro.

Ele encostou de leve os lábios no dela e ela foi às nuvens.Abriu de leve os lábios para aprofundarem mais o beijo.Ele a puxou mais um pouco junto a si colocando uma mão na cintura e a outra passou pelo braço dela deixando um rastro de calor.
-Agora sim é um “boa noite”.Ele disse se separando dela.

-Boa noite...e tome cuidado com os bois carnívoros que ficam por ai...

-Vou tomar.Disse fazendo um reverencia.

Colocou as mãos no bolso e foi caminhando até a cerca.

-Muito boa noite -Ela disse baixinho colocando um dos pés na trepadeira.

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