O Beco Diagonal
- Você é Tom?
- Sim, sou eu – respondeu o homem que estava limpando os copos com um pano sujo, no balcão do pequeno barzinho numa rua movimentada de Londres.
A mulher era alta e magra, com os cabelos ruivos, acompanhando uma garotinha de cabelos de mesma cor e olhos verdes encantadores.
- O prof.Dumbledore me disse que eu poderia falar com o senhor, se quisesse ir ao Beco Gadional... – começou a mulher tentando se lembrar do nome que o homem dissera ao visitar sua casa.
- Beco Diagonal, claro. Família trouxa? – perguntou o homem com uma voz gentil, indo em direção aos fundos do bar – Venham comigo.
Chegando lá tirou um objeto fino e comprido, de madeira e encostou num tijolo do muro atrás dos latões de lixo.
- Cinco pra cima, três para o lado... – disse Tom mais para si mesmo do que para as duas, encostando a varinha nos devidos tijolos enquanto falava.
Afastou-se do muro, e instantes depois, o tijolo em que tocara por último aparentemente se abriu, e os outros tijolos do muro foram fazendo o mesmo, até formarem um grande arco no muro.
- Por aqui, por favor – disse o homem, indicando o arco. As duas, mãe e filha, se dirigiram pelo arco, e quando chegaram ao outro lado, ele se fechou novamente.
Ali havia uma extensa avenida com várias lojas, e pessoas e mais pessoas andando por ali, algumas apressadas, outras com várias sacolas nas mãos, e ainda algumas acompanhando crianças que teimavam em ficar olhando as vitrines de animais e esportes.
A Sra.Evans se dirigiu com Lily ao Banco Gringotes, o banco dos bruxos, onde o prof.Dumbledore lhe mandara ir.
O banco era enorme, branco por fora, dourado por dentro, com o piso de porcelana e cheio de bruxos com vestes longas e chapéus pontudos, e ainda várias criaturinhas, baixinhas, de orelha grande e cara enfezada, chamados duendes.
A menina soltou um baixo “uau” ao entrar no local, mas a mãe nem percebeu, tamanha a perplexidade. Um duende se ofereceu para atendê-las , e as levou a um balcão.
- Bom dia, me chamo Odringle, em que posso ajudar? – disse o duende se sentando na cadeira atrás do balcão.
- Ah... O professor Dumbledore me disse que era pra vir aqui se quisesse fazer a troca de dinheiro trou... – começou a mulher, mas o duende fez uma cara de imensa compreensão.
- Família trouxa, acertei?
- Exatamente. – respondeu a mulher aliviada de não ter que novamente explicar o que Dumbledore lhe dissera.
- De quanto gostaria?
- Desculpe-me, não sei o valor da moeda bruxa.
- 29 nuques de bronze fazem um sicle de prata, enquanto 17 sicles fazem um galeão de ouro. Não existe moeda maior que o galeão.
- Sim, mas de quanto preciso para as compras escolares e para um dinheirinho extra por mês para a Lily?
- Mais ou menos essa quantia aqui - e mostrou-lhe um papel com uma tabela dos preços dos produtos do Beco Diagonal e um valor sublinhado abaixo.
- Deve ser isso.
- Aqui está – disse o duende entregando-lhe uma pequena caixa que acabara de tirar de uma gaveta.
A mulher abriu a caixa, lá haviam algumas moedas de ouro, várias de prata e muitas de bronze.
- Quanto é?
- Enviaremo-lhes o valor por correio coruja – disse o duende sorrindo. – Próximo!
As duas saíram do banco enquanto Odringle atendia à outra pessoa da fila.
- Correio coruja? – era a primeira vez que a menina falava desde que chegaram ao Beco Diagonal – antes estivera contida em sua surpresa ao olhar para as coisas e lugares bruxos.
- É, o prof.Dumbledore disse que os bruxos utilizam corujas para enviarem cartas.
- Mamãe?
- Quê?
- Posso ter uma coruja?
- Veremos, está bem? – e olhou para um papel que retirara da bolsa. – E agora... Vamos ao Oli... vara... varas. Ao Olivaras, isso.
- Lá vendem corujas?
- Não, meu bem, lá vamos comprar a sua varinha mágica.
- Eu vou ter uma varinha mágica?
- Vai, querida.
- Uau, farei mágicas o tempo todo!
- Não irá, não, Lily, o diretor da sua escola disse que se usar magia durante as férias, poderá ser punida pelo Ministério da Magia.
- Eles também têm um Ministério? Que nem a gente? E um ministro?
- Sim, meu amor, mas não me encha de perguntas. Aqui estamos. Olivaras – disse a mulher entrando numa pequena lojinha num canto da avenida, intitulada “Olivaras: Artesãos de Varinhas de Qualidade desde 382 a.C.”, levando a menina pelo braço.
Um sininho tocou ao fundo da loja, indicando a chegada das freguesas. Era uma lojinha mínima,vazia,exceto por uma cadeira alta e estreita e milhares de caixas estreitas arrumadas com cuidado até o teto atrás de um balcão. Um senhor magricela de cabelos grisalhos saiu duma portinha de lá de trás, e veio ao encontro de mãe e filha com um sorriso gentil.
- Bom dia, senhora...? – disse com um olhar bondoso à mãe de Lily.
- Evans. Wendy Evans.
- Ah, claro. Prazer, Sra.Evans. E você, minha querida? – e agachou-se para encarar Lily, que agora estava com um imenso desejo de comprar logo uma varinha. Na verdade, era o que estava mais ansiosa para comprar; uma varinha.
- Meu nome é Lily, senhor – disse a garota num gesto educado.
- Olivaras, prazer. Então... Vamos ver qual será a sua varinha? – disse o velho em direção a uma prateleira cheia de caixas finas e compridas. Retirou algumas e colocou-as sobre o balcão.
Pegou uma fita métrica na gaveta atrás do balcão e andou até a menina.
- Qual o braço da varinha?
- Sou destra, senhor.
- Estique o braço, por favor – E mediu Lily do ombro ao dedo, do pulso ao cotovelo, do ombro ao chão, do joelho à axila e ao redor da cabeça. – As varinhas Olivaras tem o miolo feito de alguma substância poderosa mágica, entende, senhorita. Costumamos usar pêlos de unicórnio, penas de fênix e fibras de coração de dragão – e apreciou um pouco a expressão assustada da menina ao ouvir a palavra “dragões” -. Não existem duas varinhas Olivaras iguais, como não há unicórnios, dragões ou fênices iguais. E claro, a senhorita jamais conseguirá resultados tão bons com a varinha de outro bruxo.
O Sr.Olivaras foi até o balcão e pegou uma caixinha, abrindo-a. Olhou para dentro da caixinha, e depois olhou para a menina. Retirou a varinha de dentro da caixa e foi até a menina.
- Experimente essa, dezenove centímetros, carvalho, fibra de coração de dragão, meio-mole. Uma varinha boa para feitiços complexos. – e entregou a varinha à garota, que sem saber o que fazer, agitou a varinha, mas quase que imediatamente, o Olivaras a tirara de sua mão.
- Não, não, não. – e voltou ao balcão, pegando outra varinha.
- Tome esta. – disse o vendedor entregando outra varinha à menina – Ébano, pena de fênix, vinte e quatro centímetros, flexível. Ótima para feitiços de defesa.
A menina sacudiu novamente a varinha, e o velho novamente tirou-a rapidamente de suas mãos. Pegou uma terceira varinha e levou até a menina.
- Vinte e seis centímetros, farfalhante, feita de salgueiro, pêlo de unicórnio. Uma excelente varinha para encantamentos.
Assim que a menina tocou a varinha, desta vez, saíram faíscas azuis de sua ponta.
- Muito bem! – Olivaras retirou a varinha da mão da garota, recolocou-a na caixinha e entregou a ela, que segurou a caixinha com uma expressão fascinada no rosto, enquanto a mãe entregava a quantia de sete galeões ao vendedor da loja.
Ao saírem da loja, a garota já não se surpreendia muito com o fato de ter uma varinha que faz mágicas, pois agora estava entretida em observar os demais artefatos do mundo bruxo, como vassouras voadoras, livros que mordem, penas que escrevem sozinhas, e ficou realmente encantada com uma coruja-de-igreja marrom escuro, com olhos amarelados. Não parou de encher a mãe até que ela cedesse e lhe comprasse a coruja.
- Agora... – disse a mulher conferindo a lista de materiais da filha – Faltam só suas vestes.
Ao chegarem na Madame Malkin – uma loja de vestes bruxas muito popular -, a garota avistou um garoto conhecido, parado em frente à vitrine, com os cabelos oleosos reluzindo à luz do sol.
- Severo! – disse Lily correndo na direção do menino, que virou ao ouvir seu nome e lhe deu um sorriso tímido. – Vai comprar suas vestes também? – perguntou ela indicando o letreiro da loja.
- Não... – disse o garoto, corando fortemente – já comprei as minhas – e indicou uma sacola meio velha perto de seus pés, com algumas roupas pretas de segunda mão, ao lado de outra sacola com livros e penas de mesma qualidade. – Não tenho dinheiro para comprar essas, entende. Então... Comprei em algum lugar mais barato. – disse com um olhar vago às sacolas, provavelmente sonhando em ter vestes melhores – Bem, então até mais. – e deu um leve aceno com a cabeça, se afastando da menina. Depois disso, ela não viu mais o rapaz naquele dia. Entrou na loja acompanhada da mãe e lá comprou suas vestes escolares, com um sentimento de culpa ao olhar todos aqueles garotos e garotas vestindo roupas de qualidade, enquanto ela mesma vestia uma.
[n/aC: gente, desculpa a demora, a gente teve um trabalho realemnte grande pra fazer no colégio, além de que esse capítulo é maior que os outros, então deu mais trabalho. obrigada, e mais uma vez, eu peço que comentem ;) ]
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