Tentações (03/03)



Capitulo



Capítulo Dois
Por Crik Snape


Capítulo narrado por Draco Malfoy
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 The Killers - Mr. Brightside


Eu sei que não foi muito esperto da minha parte ter aceitado o convite maluco do meu melhor amigo. Mas agora é um pouco tarde pra querer mudar de idéia, afinal, eu prometi a ele que estaria lá, e seria uma tremenda falta de consideração furar com ele. Não que essa idéia não tenha passado pela minha cabeça, porque passou, há uns cinco minutos atrás pra ser mais preciso. Mas se tem uma coisa que a nossa amizade não permite é não cumprirmos com as nossas palavras. É uma regra básica dos Malfoys, e Blás sabe que também não deve pisar na bola comigo.

Hoje é um dia daqueles que eu teria preferido me trancar no meu quarto a ter que sair dos aposentos e fingir que a minha vida está ótima. Porque, na verdade, ela não está. Essas férias não tem sido o que eu poderia chamar de interessantes, embora elas mal tenham começado. Eu sei que eu ainda vou ter muitas possibilidades de me divertir, e a começar por hoje. Mas, tudo o que eu preciso, agora, é me concentrar em uma forma de sair desse quarto sem ser visto.

É, meus pais retornaram à Mansão, depois de longos meses sabe-se lá onde que eles estivessem. Em alguma missão super secreta, matando e mutilando trouxas pelo mundo, lambendo os dedões do pé de Você-Sabe-Quem, ou até traçando planos malignos pra capturar e destruir o Potter-cicatriz. Não importa, eles nunca iriam me contar onde exatamente estiveram todo esse tempo mesmo. Mas a volta dos meus pais, ao contrário do que deveria ser, tem me causado umas dores de cabeça bem grandes, principalmente na minha relação com o meu pai.

Com a minha mãe as coisas sempre foram diferentes, e sempre serão, porque eu sei que o amor que ela sente por mim é incondicional, e me sinto bem sabendo que ela jamais me machucaria.

Bom, isso não vem ao caso. Eles estão de volta e agora as minhas saídas noturnas vão ficar cada vez mais difíceis. Merlim, justo hoje que eu definitivamente não vou poder dizer a verdade a eles...
Sim, porque hoje até eu mesmo tenho repulsa de mim pelo o que vou fazer. Pra ser mais claro, para onde vou estar indo. E eu não sei se eu estou mesmo preparado pra estar entre os trouxas.

É, você não está ficando louco. Acredite, talvez eu é que esteja surtando completamente, porque me relacionar com os trouxas deveria ser a última coisa que eu iria desejar fazer. Mas quem disse que eu desejo isso? Digo, aparatar e me misturar entre os sangues-ruins? Eu não desejo, isso foi idéia do Blás, e eu só concordei porque eu preciso experimentar algumas situações... hum... novas. É, é isso. Nada além disso.

Já faz meia hora que eu estou pronto, vestido com as minhas roupas que mais se aproximam à vestimenta dos trouxas. Devo admitir, eu estou um arraso nesse visual, acho que hoje eu enlouqueço uma multidão de garotinhas de sangue sujo. E o melhor de tudo é que elas só vão poder babar diante dessa magnífica obra de Merlim, sem poder tocar em um único fio do meu cabelo. Eu posso até dirigir algumas palavras a algumas delas, talvez alguns olhares naquele meu melhor estilo sexy, mas sujar o meu sangue puro é pedir demais.

E por que eu ainda não aparatei daqui? Simplesmente porque a casa é protegida contra aparatações tanto daqueles que desejam deixar a propriedade quanto para aqueles que desejam entrar nela. Logo, eu preciso dar o fora dessa casa passando pelas portas principais, a não ser que eu me arrisque pulando pela janela, mas é lógico que eu não vou me sujar fazendo isso, até porque as minhas habilidades em escaladas são péssimas e tudo o que eu iria conseguir seria algumas boas contusões.

E depois, eu não preciso fugir pela janela dentro da minha própria casa. Mas e onde é que tá a minha coragem pra sair desse quarto? Eu sei que as probabilidades de eu cruzar com o meu pai pelos corredores é a máxima possível, e as chances de nós iniciarmos mais uma discussão é ainda maior.


Tá legal, coragem Draco, você é um Malfoy. Honre isso que carrega entre as pernas. Mostre do que você é capaz, prove ao seu pai inescrupuloso que você não tá aqui de brincadeira. É, eu até posso tentar fazer tudo isso, mas eu não prometo nada.

Levantei da cama onde eu estivera sentado por aquela angustiante meia hora planejando um modo de me livrar dos pais chatos e das perguntas indiscretas que eles provavelmente fariam se me encontrassem de saída, e segui em frente, meio corajoso e meio temeroso do que podia estar me esperando do outro lado das paredes. Meus passos em direção à porta eram tão incrivelmente lentos e sofridos que eu pensei que não fosse chegar até ela tão cedo.

Descansei meus dedos em torno da maçaneta entalhada em ouro, ponderando se eu deveria mesmo tentar essa proeza.
Ah, cara, ficar aqui é que eu não vou ficar. Então, seja o que for, mas eu vou dar o fora daqui, e vai ser agora.

Sem pensar muito, girei a maçaneta e engoli em seco, pisando para fora do meu quarto e me aventurando pelos corredores, seguindo em direção à escadaria que me levaria para o hall de entrada da Mansão, em uma velocidade quase maior que a velocidade da luz. Se eu encontrasse obstáculos eu pretendia pelo menos me esquivar sem nem olhar pra trás.

Mas, pra minha surpresa, veja só, nem sinal do Malfoy mestre. Iniciei a minha descida pelos degraus o mais silenciosamente que eu fui capaz, queria evitar que soubessem que eu estava zanzando pela casa. Ainda é cedo, e eu sei que meus pais ainda devem estar acordados, em algum canto dessa casa e eu só não faço idéia de onde.

É, mas o que é bom dura pouco, e, antes mesmo que eu desse por mim, eu havia acabado de esbarrar na minha mãe. Wow, que sorte a minha. Com ela eu sei que eu posso flertar um pouco e sair dessa só com algumas mentirinhas, e nem precisam ser daquelas cabeludas.

- Ah, querido, pensei que já estivesse dormindo. – minha disse, sorrindo fracamente e me segurando pelos ombros, de modo que eu estava ali, encurralado por ela.

- Não. Na verdade...- iniciei, engolindo em seco algumas vezes antes de continuar. – Eu estou de saída, mãe...

- Sério, querido? – ela disse, agora deixando seus olhos percorrem todo o meu corpo e perceberem que eu realmente estava vestido bem o suficiente para quem parecia ter um compromisso. – Você está muito elegante, Draco. Aonde pretende ir, afinal?

Maravilha, eu sabia que ela iria perguntar isso. Claro que ela o fez com o tipo de educação finíssima que só ela é capaz, porque se fosse o meu pai que estivesse aqui, me interrogando, eu já teria recebido uns belos sermões, daqueles bem irritantes e que me faria gritar com ele a ponto de estourar todas as vidraças da casa, ou as cordas vocais, talvez.

- Eu... er... Estou indo a um encontro, mãe. – disse a ela, por fim, depois daqueles segundos divagando negativamente.

De onde eu tirei essa idéia idiota, afinal? Um encontro foi uma péssima desculpa furada, e tava na cara que ela não iria cair nessa. Minha mãe sabe o quanto a minha vida sentimental é instável e quase sempre inabalável. Ela sabe que eu não sou o tipo que se apaixona fácil, muito menos que morre de amores por alguém. Talvez isso possa ser uma frieza da minha parte, ou apenas uma falta de sentimentalismo. Eu prefiro ser prático, apenas satisfazer os meus desejos, sem compromissos e sem promessas melosas. É, esse sou eu, prazer.

- Como assim, Draco? – é, a minha desculpa não colou. – Você não pode simplesmente trazê-la pra esta casa?

Opa, espera um pouco, não é que a mentira deslavada colou mesmo?! Minha mãe sempre sonhou em me ver casado com alguma mulher da alta sociedade, pertencente a uma família de boa índole e quase – talvez bem mais- rica do que nós, só para garantir que o nome Malfoy não suje ainda mais sua reputação e que nossa linhagem jamais desça do pedestal.

Ah, mamãe, como eu desaponto você. E se você soubesse que eu estou prestes a me enfiar em meio aos trouxas, acho que a senhora teria um colapso cardíaco e me deserdaria no mesmo instante.

- Trazer meus encontros pra casa não é a coisa mais divertida que eu poderia fazer, mãe.

- Quem é a moça, afinal? Qual o nome dela, querido? – ela perguntou, cerrando os olhos de leve. Ou ela está tentando capturar a mentira no meu tom de voz ou está temendo que eu diga algum dos sobrenomes que ela mais despreza.

Com isso ela não vai precisar se preocupar. Quer dizer, todas as garotas com quem eu me envolvi até hoje são do mais alto escalão, e não vai ser nessa noite que eu vou deixar meu sangue se misturar com os dos trouxas imundos. Pensei por alguns instantes na resposta que eu daria a ela, eu não fazia idéia em que tipo de mentira eu poderia inventar agora.

- Ela não tem nome, mãe. – eu disse, por fim, repuxando os lábios em um sorriso divertido.

Eu não podia simplesmente inventar um nome, não é mesmo? Não existe ninguém que conheça mais pessoas do que a minha mãe, então qualquer nome que eu dissesse não iria convencê-la totalmente.

- Como assim, Draco? Pode explicar isso melhor?

- Eu ainda não a conheci, mãe. – respondi a ela, sorrindo ladinamente. – Quando ela tiver um nome, não se preocupe, a senhora vai ser a primeira a saber.

Não foi uma atitude muito bacana, digo, fazer aquele joguinho com a minha própria mãe, mas eu estou cansado de ter os meus pais se intrometendo na minha vida.



Sem dizer mais nada, ainda mantendo o sorriso nos lábios, e sem permitir que ela também dissesse mais alguma coisa, eu virei as costas pra ela e segui em direção à saída. Eu sabia que a havia deixado estupefata com aquela conversa, e sabia que ela deveria estar curiosa pra saber onde eu estava indo.

Apressei meus passos pelo caminho, tudo o que eu menos queria era esbarrar com o meu pai também. Quando eu atravessei os portões da propriedade ai então eu senti o alivio crescer dentro de mim. Eu escapei dessa.
Agora eu só precisava aparatar para longe dali e torcer para encontrar o Blás antes que a noite terminasse.

Mentalizei comigo mesmo uma daquelas vielas tipicamente trouxas, um lugar perfeito para aparatar entre as pessoas e não ser notado.
Em questão de segundos eu não estava mais diante dos portões da minha Mansão, mas sim em um canto escuro de um beco qualquer. Engoli em seco pensando no que estava me esperando longe das sombras, e no quão terrível essa noite poderia ser pra mim.


Verifiquei rapidamente se estava tudo certo comigo. Minhas roupas pareciam as ideais para aquela ocasião: uma calça jeans simples, uma camisa de botões azul clara com listras verticais vermelhas e tênis esportivos. Eu estava mesmo elegante, e perfumado, e claro, lindo. Sem muita modéstia, óbvio.

Só para verificar que também não havia nada de errado com o meu cabelo loiro platinado eu passei os dedos entre eles, bagunçando-os de uma forma que eu sabia que eles ficavam bons.

Não pensem que essa preparação toda tem algum tipo de relação com as garotas que eu provavelmente vou conhecer nesta noite. E também não pensem que eu esteja como um daqueles mauricinhos engomadinhos. Eu tenho um estilo casual e espontâneo, sem precisar de muitos adereços pra ficar realmente apresentável.

Agora eu precisava sair das sombras e procurar o louco do meu amigo, que não me disse absolutamente nada sobre onde estaria. A cidade pode ser enorme, mas eu sei que no fim das contas eu vou achá-lo.
Sem pensar por muito mais tempo eu me movi para fora daquele beco, mantendo minha visão atenta pra qualquer coisa que se opusesse no meu caminho. Como os trouxas conseguem viver dessa forma? Isto aqui é inferno!

Carros, buzinas, faróis altos... Eu ficaria louco se fosse um trouxa e vivesse num lugar tão agitado como esse. Mas o que eu não posso deixar de reparar é nas pessoas que eu encontro pelo caminho. É um modo de vida completamente diferente do nosso, e nem é tão repugnante como eu sempre julguei ser.

Eu não sou um poço de preconceito e orgulho. O que sempre fez com que eu tivesse algumas visões meio distorcidas em relação aos trouxas e bruxos de sangues-ruins foi a péssima criação que eu tive desde muito pequeno. Discriminação sempre foi uma prática bem constante na nossa família. Então, como eu poderia crescer sem detestar e repudiar os trouxas?

Se aqueles idiotas de Hogwarts me vissem aqui, andando pelas calçadas em uma cidade trouxa, eu seria motivo pra chacotas pro resto da minha vida. Diriam que eu estaria passando por cima dos meus princípios, e coisas do tipo. E, que saber?! Eu estou mesmo passando por cima deles. Mas isso não me assusta, ou não faz com que eu me sinta péssimo.

Eu só quero uma noite de diversão, cigarros, música e muito álcool na veia. Pra esquecer que eu tenho os pais mais xaropes da face da Terra. Pra esquecer que as minhas férias têm sido deploráveis. Pra esquecer que eu detesto pensar na idéia de uma guerra no mundo bruxo estar cada vez mais próxima e, conseqüentemente, eu ter que representar algum papel inesperado nela. Pra esquecer, principalmente, que já faz um bom tempo que eu não tenho estado com ninguém... Com nenhuma garota...

Mas onde diabos o Blás resolveu se enfiar nessa cidade? Tudo o que eu sei sobre hoje é que vamos a uma boate muito popular entre as pessoas, não apenas as da nossa idade. Algo como... Renaissance... acho que foi esse o nome que ele disse.

Blás me garantiu que valeria a pena, e que eu não esqueceria essa noite tão cedo. E, claro, pra ele fazer eu aparatar nesse chiqueiro eu tinha mesmo que ter acreditado nele quanto a isso tudo valer a pena. A única coisa que não está valendo muito a pena é eu gastar as solas dos meus tênis caminhando sem rumo pelas ruas.

Se Blás estivesse aqui, do meu lado, ele iria dizer que é só isso que eu sei fazer: reclamar, reclamar e reclamar. Que nada nunca está realmente bem pra mim, que eu nunca consigo ver os lados bons das coisas, ou que eu sou um filho da mãe mimado e que só se sente totalmente confortável entre a grande elite mágica, rodeado de beldades cobertas de jóias e bebendo das bebidas alcoólicas mais sofisticadas que possa existir.
É, mas ele tem razão mesmo.

Tudo bem que eu pensei que fosse ser bem pior estar entre os trouxas, mas até que eles são bem simpáticos para um bando de sangues-ruins. E olha que interessante, eu até estou conseguindo chamar a atenção das pessoas. Principalmente a atenção feminina, e vou confessar que algumas delas também chamam um pouco da minha atenção.

Não tem como não observá-las e não... De certa forma... Desejá-las. Sim, porque elas são muito diferentes das garotas de Hogwarts, e de todas as garotas da elite bruxa com quem eu já saí. Nem mesmo em povoados tipicamente bruxos você encontraria muitas bruxas mostrando as pernas tão descaradamente e suas barrigas extremamente saradas. É isso que torna as trouxas irresistíveis... e apetitosas.

Alguma coisa está me dizendo que eu ainda vou ter problemas com isso. Digo, com o fato delas despertarem algumas sensações muito prazerosas em mim.
E eu acho que até o final dessa noite eu ainda vou mudar de idéia quanto a não me deixar ser seduzido por elas.

Certo, não perca o foco Draco Malfoy.

Voltar pra casa chupando os dedos não está nos meus planos.
Eu não faço idéia de quanto tempo eu já gastei caminhando por essas ruas, mas eu estou começando a me sentir cansado dessa brincadeira idiota. Mas então, quando eu resolvi olhar ao meu redor, eu percebi que eu estava andando em círculos o tempo todo. Bem ao meu lado estava o beco que eu usei para aparatar.

Eu não acredito nisso. Como eu fui estúpido a esse ponto? Talvez eu tivesse dado apenas voltas no quarteirão e nem percebi.
Praguejei baixinho com isso e suspirei cansado. Ótimo, minha noite está arruinada. Eu preciso avisar o Blás para ele marcar um ponto de encontro da próxima vez – se houver uma próxima, porque eu acho que não vou querer voltar pra esse lugar tão cedo.

Mesmo muito a contra gosto eu retornei para dentro do beco, me afundando nas sombras. Eu iria aparatar de volta pra casa e me enfiar debaixo das cobertas, azarando o Blás por ter me feito passar por isso.
Mas ai, quando eu estava prestes a ir adiante com os planos eu vi as luzes fortes dos faróis de um carro que estava estacionado em um ponto um pouco mais distante de onde eu estava, ainda naquele beco. Alguma coisa gritou dentro de mim me avisando que eu deveria verificar de quem se tratava antes de aparatar de volta.

Caminhei meio vagarosamente para perto do carro, estava escuro, mas eu ainda conseguia enxergar um pouco do que havia na minha frente.
Aquele parecia o carro do Blás. Uma picape azul escuro, com aquelas luzes de neon que ele havia me dito que tinha implantado no carro há alguns dias atrás. Não pode ser.

Fui me aproximando cada vez mais e então reconheci dois corpos apoiados contra a lataria do carro. Estavam entrelaçados e foi impressão minha ou eu ouvi alguns gemidos baixinhos?

Ah, não acredito nisso. Eles estão transando assim tão públicos? Aquilo não podia ser pior. E eu estou aqui de intruso observando uma sessão de amassos de dois completos estranhos. Pelo menos eles ainda não perceberam a minha presença. E é bom que não percebam mesmo.
Comecei a recuar os passos, lentamente para não fazer nenhum ruído nada bem vindo, ainda sem tirar os olhos daquela cena.

A garota estava imprensada contra a lataria do carro, uma das suas pernas em torno do quadril do cara e suas mãos afundando nas costas dele por dentro da camiseta. E os gemidos estavam ficando cada vez mais altos, e cada vez mais nojentos também. Eu não podia ver os rostos deles, apenas as suas silhuetas sob as sombras. E podia ver o movimento de seus corpos também, meio agressivos, mas quem sou eu pra ficar reparando nisso, não?
Eca, eu tenho que dar o fora daqui. Observar o sexo dos outros é nojento.
Mas ai, então, eu ouvi a voz do cara ecoar pelo beco e foi impossível não cair na gargalhada.

- Vai, faz gostoso, faz.

Não é que o cara em questão é o Blás? Como eu sei disso? Porque esse tipo de pedido é uma marca registrada dele. Não, eu nunca transei com o Blás pra saber sobre isso, mas em muitas das narrações que ele já fez pra mim de suas noitadas ele costumava usar muito essa frase.

Gargalhando muito eu fui me aproximando deles, até que eles notassem minha presença e se separassem abruptamente um do outro. Eu tentei desviar meus olhares deles, vai que eu acabasse vendo alguma coisa que não devia. Mas pra garota pareceu bem fácil se recuperar do susto, já que ela só precisava abaixar a saia que estivera enrolada em sua cintura. E o Blás, bom, só fechar um zíper e então eu não tinha que ter nenhum trauma visual.

- Você tem que renovar o vocabulário de vez em quando, Blás. – eu disse a ele, rindo sem conseguir parar.

E ele não estava nem um pouco contente em me ver, muito menos com a minha piadinha particular. A garota parecia furiosa, estava com as mãos sobre a cintura. O Blás... parecia que iria avançar em cima de mim de tanta raiva pela intromissão. Acho que eu atrapalhei o clímax deles. Mas que idéia de girico foi essa dele, afinal? Quem é essa garota? Eu não duvido nada que ele a tenha conhecido por acaso, por ai.

- Você não podia ter esperado um momento mais propicio pra fazer os seus comentáriozinhos, Draco? – Blás disse, abotoando os botões da sua camisa que estavam abertos.

- Quem é a princesinha? Não vai me apresentar? – eu disse a ele, cínico, me aproximando do carro.

Percebi que com as minhas palavras a garota me pareceu animadinha demais pro meu lado. Um sorriso meio atrevido já estava esboçado em seus lábios e ela estava caminhando perigosamente na minha direção. Eu não dei esse tipo de liberdade pra ela, e ai dela se encostar um dedo se quer em mim.

Antes que eu alcançasse o carro, ela já havia me alcançado. E, veja só, ela tocou em mim. E eu permaneci ali, meio estático porque ela era realmente muito bonita, e agora que ela não estava mais coberta pelas sombras do beco, eu podia observá-la bem melhor. Havia uma essência diferente na aparência dela. Claro, tava na cara que ela era uma garota de muitos homens. E juntando isso com o fato de que ela é uma sangue-ruim... Oh, cruzes, como o Blás teve coragem?

- Não se preocupe, gatinho, eu mesma me apresento. – ela disse, percorrendo meus ombros com a ponta de suas unhas extremamente grandes. Sua voz era um sussurro quase inaudível, e soava com uma dose inacreditável de sensualidade. – Zoey... sua Zoey.

Eu não consegui dizer nada, ela estava tão próxima, seu corpo tão colado ao meu que eu perdi completamente a noção dos fatos. Ela tinha um corpo perfeito, formas maravilhosas, e tanta experiência que agora sim eu entendi porque o Blás se deixou seduzir por ela.

- O gato comeu sua língua? – ela quebrou a minha linha de raciocínio imediatamente, principalmente quando senti seus dedos escorregando pela minha camiseta e brincando descaradamente sobre o conteúdo dentro da minha calça, porém ainda sobre o tecido do jeans. – Vocês têm que me apresentar mais amigos gatos como vocês, hein!

Eu estava completamente inerte a tudo aquilo. O que estava acontecendo comigo, afinal? Mais um pouco e ela iria afundar aqueles dedos dentro da minha calça, e ai seria meio tarde pra tentar impedi-la disso.
Meio inconsciente do que eu estava fazendo, deixei que uma das minhas mãos voassem imediatamente sobre a cintura dela, enquanto a outra se atrevia a acariciar uma das coxas dela que estava exposta. Ah, eu não ia agüentar muito tempo aquela provocação toda, não é?

Escutei uma risada baixa e sabia que havia partido do Blás. Foi ai que eu pareci cair na real e então entendi o papel de idiota que eu estava fazendo. E eu jurei que não iria relar um dedo nas trouxas. E olha só o que eu estou fazendo, e o que eu estou deixando que elas façam também.
Imediatamente eu me separei dela, forçando-a a retirar os dedos de cima de mim. Cerrei meus olhos e esbocei uma péssima expressão de raiva. Blás parecia divertido, porque suas risadas estavam cada vez mais altas.

- Fique longe de mim. – eu disse a ela, friamente. – Nem pense que vai me contaminar com esse seu sang...

- Ei, Draco! – Blás me interrompeu imediatamente, o que me deixou ainda mais furioso. – Isso está se tornando obsessão, sabia? Vai dispensar a garota, mesmo?

Eu apenas soltei uma risada irônica, caminhando até o carro e encostando minhas costas contra a lataria. Ela era, definitivamente, atraente, mas era trouxa.
Tateei pelos bolsos da minha calça atrás dos meus cigarros e, assim que os encontrei, tratei de levar um aos lábios e acendê-lo. Eu precisava deles.

- Eu não estou dispensando ninguém... – disse ao Blás, apenas querendo melhorar a minha imagem. – Eu só não fui com a cara dela.

Ouvi um suspiro indignado partindo dela e sabia que ela deveria estar soltando fogo pelas ventas com a minha provocação.

- Eu não me importo com o que sou amiguinho loirinho acha de mim, Blásio. - ela disse ao Blás, se aproximando dele com uma das mãos estendidas para frente e a palma virada para cima. – Pode ir passando a minha recompensa pelos serviços prestados, querido.

- Ei, mas nós não terminamos aquilo. – Blás protestou, agora irritado comigo.

Soltei uma risada com aquela cena. Eu havia mesmo chegado em uma hora muito inapropriada.

- Problema seu. Não mandei seu amiguinho aparecer. – ela disse, muito ironicamente.

Sem muitas opções, vi quando o Blás retirou a carteira do bolso traseiro de sua calça e arrancou uma nota dali. Só não sabia dizer ao certo quanto ele realmente pagou pra ela, porque eu não conheço os valores do dinheiro trouxa. Mas, pela cara dela, deveria ser o suficiente.

Antes de ir embora ela ainda sorriu para ele e piscou pra mim. Depois disso tudo, o que eu vi foi sua silhueta ao longe, seus cabelos longos e negros balançando-se no ar e seus quadris rebolando muito provocativamente.
Por alguma razão eu me lembrei da Pansy, naquele momento. E senti uma ponta de saudade dela.

Em pensar que um dia ela arrastou mundos por mim, e hoje me ignora com um tipo de facilidade inacreditável.
Pansy nunca significou muito pra mim, a não ser a garota com quem eu me divertia sempre que estava carente. Ela estava sempre ali, disposta e pronta pra saciar os meus desejos, as minhas vontades. Mas eu nunca precisei obrigá-la a nada, sempre houve reciprocidade em nossa relação de pura atração física.

Tudo bem que eu sempre desconfiei que ela sentisse mais do que deveria por mim, porque já tivemos muitas discussões quanto ao ciúme irritante que ela costumava ter de todas as outras garotas com quem eu me envolvia. Mas eu nunca dei motivos pra que ela tivesse esperanças de algo a mais comigo.

E, hoje, muito ironicamente, ela resiste impassível a mim. Claro que de vez em quando nós temos algumas recaídas, mas nada é a mesma coisa de antes.

- Viu o que você fez, Draco? – Blás quebrou o silêncio entre nós, se encostando ao meu lado e roubando o meu cigarro para dar uma tragada. – Perdi a garota e ainda não saciei a minha fome.

- Problema seu. – repeti as mesmas palavras que a garota Zoey havia dito ao Blás, e percebi que ele não gostou nem um pouco disso. – Eu pensei que nossos planos fossem outros, Blás. Pensei que fôssemos nos divertir hoje.

- Era exatamente isso que eu estava fazendo antes de você chegar. – ele disse, visivelmente irritado.

- Ela é uma trouxa vadia, Blás. – eu disse com desdém. – Tomara que ela tenha passado alguma doença pra você, quem sabe assim você aprende a escolher melhor.

- Vai se ferrar, Draco. Desse jeito você não vai pegar ninguém essa noite.

Bufei irritado e peguei o cigarro das mãos dele de novo, jogando-o no chão e pisando sobre ele para apagá-lo. Ainda era cedo, mas Blás havia dito algo sobre a tal boate abrir um pouco mais cedo do que as demais boates da região. Então, acho que já estávamos meio atrasados.

- Será que dá pra gente sair desse beco imundo, pelo menos? – eu disse ao Blás, abrindo a porta do carro onde estávamos encostados, quase jogando o Blás longe com a força que eu apliquei a essa atitude. – Eu posso me divertir sem precisar sujar o meu sangue, Blás.

Eu sabia que estava sendo grosso com ele, mas me irritava toda essa coisa de estar entre os trouxas, atraído pelas trouxas e essa sensação irritante de carência. Já faz um bom tempo desde a última vez que eu dormi com uma garota, e isso ainda foi em Hogwarts. E, definitivamente, eu estou louco pra levar alguma pra cama essa noite.

Entramos no carro em silêncio, fechando as portas com força. Seguimos para fora do beco e então Blás entrou nas avenidas trouxas movimentadas. Havia muitos carros nessa noite, o que significava que não éramos os únicos ali em busca de diversão.

- Sabe de quem eu lembrei, agora, Draco? – Blás quebrou o silêncio, havia um sorriso no canto dos seus lábios.

- Não... quem? – perguntei a ele, sem tirar os olhos da rua, não sei por que, mas eu estava com a sensação de que boa coisa não seria.

- Lembrei da Granger. – ele disse, e tive que piscar algumas vezes pra ter certeza de que eu havia escutado bem.

O momento era realmente ideal pra falar da Granger, afinal, estávamos entre a laia dela hoje. Mas eu não acredito que a gente iria perder tempo falando dessa garota.
Deixei que meus olhares vagassem pela estrada, fora dos vidros do carro. Os trouxas tinham um modo realmente peculiar de viver, mas era interessante.

Foi inevitável quando algumas lembranças começaram a invadir os meus pensamentos. Eu até tentei afastá-las, mas em pensar que foi naquele dia que a adoração do Blás pela Granger nasceu, que foi naquele dia que percebemos que a sabe-tudo irritante até tinha alguns ótimos atrativos... físicos.

Flash Back


Era uma manhã de domingo qualquer, nós estávamos caminhando em direção aos jardins. Havíamos acabado de sair do Salão Principal. Blás estava me contando alguma piada muito sem graça. Na verdade, eu não estava prestando a menor atenção pro que ele estava dizendo.
Meus olhares, na verdade, estavam focados bem distantes dali, em alguém que caminhava em nossa direção.

- Você não vai rir, Draco?! – a voz do Blás desfez os meus devaneios imediatamente.
- Hã?! – o que ele tinha dito mesmo?!

Ele tinha um sorriso idiota nos lábios. Talvez ele realmente seja um idiota, e as piadas dele também. Mas, só pra não enfraquecer a amizade, eu soltei a minha melhor gargalhada.

- Você é péssimo nisso, Draco. – ele percebeu mesmo que eu ri forçado?!
- E você é péssimo em piadas, Zabini!

Definitivamente, agora eu ri com vontade. Foi quando eu esqueci que ainda havia uma pessoa caminhando em nossa direção, e ela estava com os olhares focados sobre nós. Como ela tinha coragem de nos encarar daquela forma? Acima de tudo, éramos sonserinos, representamos perigo pra ela.

Eu nunca havia parado pra observá-la atentamente da forma como eu estava fazendo naquele momento. Eu percebi que eu não era o único ali fazendo as mesmas constatações, Blás estava babando por ela. Aquela saia de pregas xadrez e aquela blusa regata colada estavam modelando perfeitamente bem seu corpo. Desde quando Hermione Granger tinha um corpo daqueles?

- Eu acho que ganhamos o dia, Draco. – eu ouvi Blás dizer, ao meu lado.

Nós iríamos fazer o que sempre fizemos, naqueles sete anos em Hogwarts: irritá-la. Eu soltei mais uma risada antes de perceber que os olhares dela estavam focados nele, e não em mim, como antes. Aquilo me causou um tipo de desconforto desconhecido até então. Eu estava, na verdade, com inveja, porque ela o estava, praticamente, comendo com os olhos.

- Você sabe o que fazer, Blás. – eu disse, sorrindo meio lábio.

Ele sorriu de volta, soltando um riso fraco. Voltei a observar a Granger, caminhando em nossa direção. Estávamos sozinhos naquele corredor, e esse já era motivo suficiente para ela temer. Mas ela não estava se importando, apenas fitava Blás de um jeito diferente, quase sedento. Aquilo estava me irritando, eu estava com vontade de atacá-la ali mesmo e obrigá-la a me observar da mesma forma.

Blás era o tipo que elas gostavam, mas eu sempre soube que elas se interessavam mais por mim que por ele. Então, era injusto que justo a sangue-ruim sabe-tudo estivesse interessada por ele, e não por mim.

Não que eu desejasse mesmo que ela se interessasse por mim... mas é meu orgulho que ela está ferindo.

Eu vi, naquele mesmo instante, os olhares dela caírem sobre mim, e senti meu peito inflar de vitória. Até que, inesperadamente, ela abaixou a cabeça e focou seus olhares no chão em que pisava. Por que ela havia feito isso? Talvez estivesse envergonhada, eu admito que estava quase penetrando sua alma com meus olhares.

Quando menos esperei, já estávamos muito próximos dela. Blás soltou uma risada abafada, e eu sorri divertido, me afastando e obrigando que ela passasse entre nós. Aquele corredor era estreito, ela não tinha por onde escapar. Então, eu e Blás, ao mesmo tempo, retornamos para nossas posições iniciais, imprensando-a contra nossos corpos e, assim, fazendo com que ela colidisse contra nossos ombros. Claro que não iríamos machucá-la, nós nunca fizemos isso com ela, e não faríamos agora.

Soltamos uma risada escandalosa agora, nos virando para observá-la. Ela estava estática, eu senti um tipo de sentimento diferente por ela naquele momento. E se tivéssemos a machucado mesmo? Hermione se virou e nos encarou fundo, eu senti os olhares raivosos dela afundando sobre mim, e tudo o que conseguimos fazer foi rir da situação. Hermione não achou a menor graça nisso, estava soltando faíscas. Eu senti uma cotovelada do Blás e entendi que a nossa brincadeira não terminaria ali.

Hermione soltou um suspiro de raiva e se virou, nos dando as costas. Aquilo me irritou, de verdade, eu detesto ser ignorado, principalmente por Elas.

- Ei, Granger, aonde pensa que vai? – eu disse, sorrindo e me aproximando dela.

Blás me seguiu, entendendo o que eu tinha em mente. Ela não disse nada, apenas continuou a caminhar, até que nós a agarrássemos firme pelos braços.

- Ei, o que estão fazendo? – ela despejou, em um misto de irritação e dúvidas.

Eu e Blás a carregamos para fora daqueles corredores, em direção aos jardins, segurando-a um de cada lado.

- Nada demais, só levando você pra um passeio nos jardins. – Blás disse, rindo alto.

Ela estava protestando, pisando firme e tentando recuar, mas nós éramos mais fortes que ela. Quando chegamos ao gramado, percebi que o tempo não estava do jeito que esperávamos que estivesse. Havia nuvens escuras pairando sobre nossas cabeças, ao mesmo tempo em que ventava forte. Eu vi, de relance, as saias dela se esvoaçando, e precisei conter um suspiro por isso. Na verdade, eu queria ver mais do que estava vendo.

- Podem, por favor, me soltar? – ela estava quase gritando com a gente.

Eu adorava irritá-la. De todas as garotas desta escola, eu sentia um prazer maior e inexplicável nesse ato. As pessoas estavam começando a correr desesperadas para dentro do castelo, algumas gotas de chuva já caiam sobre nós, se intensificando rápido. Já estávamos ensopados, minha calça jeans estava pesada em meu corpo, meus cabelos molhados caindo nos meus olhos e embaçando minha visão, mas eu podia vê-la perfeitamente bem.

Suas roupas também estavam ensopadas, seus cabelos molhados. Na realidade, as roupas dela estavam transparentes, deixando a mostra muito do que estava começando a me enlouquecer.

A visão que eu tinha dela era ótima, e me repudiava por pensar assim.
Finalmente ela havia conseguido se soltar, e gritava irritada, nos azarando de todas as formas possíveis. Eu não conseguia fazer absolutamente mais nada a não ser rir e observá-la, dos pés a cabeça.

Ela sempre teve esse corpo ou é só fruto da minha imaginação? As pernas perfeitas, à mostra. O físico esbelto, a pele tão alva. Os cabelos encaracolados e, agora, molhados, caindo sobre a face rosada dela. A cintura fina, tão bem modelada. Os seios quase fartos, assim como aquele rebolado que eu nunca havia visto antes. Merlim, ela era um belo pedaço de mau caminho. Eu estava quase babando por ela, sabia que estava dando isso muito na vista. Mas quando virei o rosto, percebi que Blás estava fazendo as mesmas constatações que eu.

- Vocês vão pagar caro por isso! – e a vi apontando o dedo em nossa direção.

Eu já estava em meu estado normal, mas o Blás precisava de algumas cotoveladas pra sair daquele transe. Hermione percebeu os olhares maliciosos dele sobre ela, ficando rubra no mesmo instante. Mesmo com aquela chuva toda eu conseguia perceber o quanto ela estava envergonhada, ainda mais quando notou o estado em que se encontrava. Eu a vi cruzar os braços sobre o peito, mas era um pouco tarde pra isso. Eu já tinha aquela imagem gravada na minha mente.

Foi então que soltei uma risada alta, seguindo na direção dela, querendo quebrar aquele silêncio.

Hermione estremeceu, notando minha aproximação. Mas, então, escutamos um relâmpago forte, seguido de um feixe ligeiro de luz. Aqueles jardins estavam se tornando perigosos, e foi por isso que fizemos menção de sair dali. Mas Hermione não se moveu um passo se quer, estava estática sobre o gramado. Eu soltei um muxoxo indignado e a puxei firme pela mão, obrigando-a a sair dali conosco. Blás nos acompanhou, ainda um pouco desorientado.

Ela se manteve calada o tempo inteiro e, quando chegamos ao hall de entrada novamente, Hermione se soltou de mim e seguiu para longe de nós. Eu sabia que ela estava furiosa.

- Você viu isso, Draco? – senti Blás me cutucar forte no braço.

Suspirei profundo, vendo-a se afastar dali. Por que diabos, de uma hora pra outra, cada movimento seu parecia um rebolado atraente pra mim?

- E como não ver? – eu respondi retórico.

Naquele momento, eu sabia que estava passando dos limites. Qualquer uma, mas não a Granger.

- O que ela fez com esse corpo? – Blás quebrou o silêncio novamente.

Eu suspirei mais uma vez, vendo a silhueta dela já longe. Aquela pergunta me pegou de surpresa, eu também estava fazendo esse tipo de indagação, mentalmente apenas. Olhei para a imagem dela, ao longe, e sorri meio lábio, inconsciente.

- Talvez não tenha feito nada. – respondi seco. – Nós que nunca paramos pra observá-la.

Era uma verdade. A mais pura verdade. Durante todos esses anos sempre a odiando, sempre desejando irritá-la, e nunca nos demos conta na quão mulher ela estava agora.

Fim do Flash Back



O pior de tudo é que o Blás realmente tem motivos pra se lembrar da Granger de vez em quando, porque ele tem uma história com ela.


- Você ainda não esqueceu a sabe-tudo, Blás? – eu perguntei a ele, tentando não deixar escapar nenhum tipo de risada.

- Não... – ele respondeu, e isso me assustou muito. Mas então ele percebeu a confusão que havia acabado de fazer e emendou depressa – Quer dizer, não desse jeito que você está insinuando. Eu só... lembrei dela. Qual o problema disso?

Ah, claro, como se não houvesse problema algum nisso, não é mesmo? E que diabos de sorriso bobo é esse no rosto dele, afinal?

- Foi uma experiência ótima, Draco. – Blás disse, fazendo com que, agora, eu também esboçasse um sorriso. – Trouxas são muito apetitosas. Você deveria experimentar umas delas hoje. Nós não estamos em Hogwarts, ninguém vai poder arruinar a sua reputação, cara.

- Eu sei disso. Principalmente a parte do apetitosa. –eu disse, e rimos juntos. – Eu ainda tenho até o final da noite pra decidir isso, não tenho?

- Claro. Mas o quanto antes você decidir, mais diversão você vai ter.

Eu já estava começando a concordar com ele. Ver o Blás nas intimidades com uma trouxa me causou repulsa, eu confesso. Mas ignorar as trouxas não é muito fácil.
Agora, tudo o que eu estava pensando era na maldita Granger. Como eu disse, Blás tem uma história com ela. Blás é extremamente impulsivo. Ele faz as merdas e não as conserta. E continua fazendo merdas maiores ainda.

Bom, depois daquele fatídico dia nos jardins, debaixo da chuva, nós começando a ver a Granger com outros olhos. Mas eu não levei isso tão a sério tanto quanto o Blás havia levado. Na verdade, depois daquele dia, ele se empenhou em uma única coisa: conquistar a Granger. E foi assim que nasceu a obsessão dele por ela. E ele realmente só se contentou quando conseguiu desarmá-la e trazê-la pra sua rede. O que não foi muito difícil, porque eu a via soltando suspiros por ele, de vez em quando.

Flash Back



Aquela era a nossa primeira aula da tarde, e Hogwarts inteira estava em um tipo de agitação comum apenas em épocas como aquela. Era verão!
Logo após o almoço, todos nós lotamos os jardins. Era uma tarde extremamente quente e precisávamos nos refrescar de alguma forma. E só havia uma: o lago de Hogwarts era um atrativo e tanto naquele momento.
McGonagall estava tentando, impacientemente, impor silêncio em sua aula, mas eu tinha a impressão de que eu era o único ali que não estava tagarelando com os outros.

- Ei, Draco… - ouvi o sussurro do Blás ao meu lado e tomei um susto com a aparição repentina dele. Ele estava ofegante, sentando-se ao meu lado sem que eu nem mesmo tenha percebido sua entrada na sala. – Você não vai acreditar... No que acabou de acontecer comigo.

Eu não fazia idéia do que ele estava falando, mas estava prestando atenção.

- Aonde você estava? Procurei você pelo castelo todo. – perguntei ao Blás, com a voz igualmente baixa.

Assim que deixamos o lago, ensopados e refrescados, juntamente com os demais sonserinos, Blás simplesmente desapareceu de vista, e estava atrasado para aquela aula, agora.

- Espiando... – ele respondeu, um sorriso extremamente largo em seus lábios.

- Espiando o quê, Blás? – sussurrei novamente, sem entender.

- Uma pessoa... – ele respondeu, ainda sorrindo, virando seu rosto na minha direção para continuar a conversa – Tomando banho, Draco...

- Que pessoa, afinal? – perguntei a ele, aumentando meu tom de voz e fazendo com que algumas pessoas nos observassem curiosas.

- Espiando a Granger tomar banho, cara... – ele respondeu, por fim, e eu senti o ar ao meu redor se tornar escasso.

- COMO É? – eu praticamente gritei minhas palavras, virando meu rosto na direção dele e arregalando de leve os olhos para tentar entender que aquilo era algum tipo de brincadeira.

Mas não era. Blás continuou sorrindo como um bobo, estava inquieto na cadeira ao meu lado. Engoli em seco e voltei meus olhares para a professora, que ainda estava me encarando com irritação nos olhos. Não podia ser verdade, Blás deveria estar inventando aquilo.

- Você tinha que estar lá, Draco. – ele iniciou, baixo para que as pessoas próximas não escutassem. – Foi a melhor visão que eu já tive algum dia. Se eu tinha alguma dúvida de que ela era perfeita, ah cara, agora eu não tenho mais.

- Como assim, Blás? Não é possível... – aquilo não fazia o menor sentido, e estava me sentindo péssimo pela Granger. - Como você teve coragem de fazer isso?

- Ei, você também faria se tivesse no meu lugar. Confesse... – ele sorriu ainda mais largo, tornando aquela conversa ainda mais desconfortável. – Quando saímos do lago, eu avisei aos outros que iria voltar pro castelo e tomar um banho. Mas, com certeza, eles não avisaram pra você, não foi? – concordei com um aceno fraco de cabeça, sem fitá-lo e sentindo um nó em minha garganta. – Então, quando eu estava andando pelos corredores eu lembrei que havia esquecido meu material nos vestiários do campo de Quadribol, depois do treino que fizemos antes do almoço.

Até ai tudo bem. Mas, por alguma razão, eu não estava vibrando pela experiência do Blás. Ele estava se sentindo orgulhoso de si mesmo, agitado a meu lado, e então percebi que ele ainda estava com o uniforme encharcado.

- Foi ai que eu mudei minha rota e decidi tomar banho por lá mesmo. – ele continuou, falando muito baixo e, mesmo assim, atraindo atenções. - Mas, quando cheguei lá, percebi que eu não fui o único que tive essa idéia. Ela estava lá, Draco... Tomando banho. Completamente... Você sabe... Nua.

Com aquelas palavras eu senti um desconforto no meu estômago. Então ele realmente presenciou tudo isso?! Apoiei meus cotovelos sobre o tampo da mesa de madeira e escorreguei os dedos pelos meus cabelos que ainda estavam molhados. Eu não sabia se queria que ele continuasse a narrar aquela história.

- Eu não vi muita coisa, infelizmente, porque o boxe estava molhado e havia muito sabão. E porque ela estava de costas pra mim, também. – Blás continuou, excitação emanando de todos os seus poros. - Fiquei lá, em silêncio, por algum tempo. Ah cara, eu queria invadir aquele boxe e acabar logo com essa agonia. Mas ai, ela percebeu que havia alguém ali e arruinou completamente o momento. Você precisava ver a cara dela quando me viu. Eu ainda posso ouvir os gritos dela, cara. Eu estava praticamente babando por ela, e quase perdi a razão quando ela se virou e apanhou a toalha pra se cobrir. – ele riu fraco, provavelmente lembrando da cena. Eu também estaria rindo se eu não estivesse me sentindo esquisito daquela forma. - Eu só saí de lá porque ela ameaçou me bater com umas vassouras que estava por perto, mas eu queria ter arrancado aquela toalha dela e... ah... você sabe, né!

- Você é louco. Não deveria ter feito isso, Blás. Ela pode entregá-lo ao diretor e ai sim você vai estar ferrado. – eu o alertei, sem conseguir conter o meu tom de voz cada vez mais alto. - Sabia que você pode ser expulso?

Mas ele não estava se importando com isso. É típico do Blás nunca se importar com as merdas que faz. Mas, dessa vez, eu estava me importando. Não com ele, mas com ela. Eu já fiz coisas piores, verdade, mas nunca ousei tanto com uma garota que nós deveríamos, na verdade, odiar. Fiquei pensando onde a Granger estaria agora. O que ela estaria pensando do atrevimento dele.
E, mais do que isso, fiquei pensando se o Blás não estava omitindo alguns fatos. Será mesmo que ele não passou dos limites? Do Blás eu posso sempre esperar tudo.

Fim do Flash Back



- Draco! Draco! Nós chegamos.

Hã? Ah, sim. Eu estava tão entretido com aquelas lembranças que acabei esquecendo completamente que estávamos a caminho da tal boate. E, pra minha surpresa, já estávamos ali, bem diante dela. E Blás já estava do lado de fora do carro, batendo contra o vidro pra chamar a minha atenção.
Mandei meus pensamentos pra longe e sai do carro, observando a boate atentamente. Sua fachada até que era bem interessante. Havia um letreiro luminoso ao alto, onde podia-se ler Renaissance legivelmente.

- E ai? Pronto pra encher a cara, hein? – Blás perguntou, rindo alto e seguindo até a entrada da boate.

É claro que eu estava. Segui o Blás pela mesma entrada, apresentando uma identidade falsificada que havíamos feito exclusivamente pra aquela ocasião. Éramos os únicos ali fora, logo, já devíamos estar um pouco atrasados. Mas eu tenho certeza que ainda não tínhamos perdido muito da diversão que iríamos encontrar lá dentro.

Assim que adentramos a boate eu tive uma visão privilegiada de todo o ambiente. E confesso que me agradou muito.
Estava lotado por ali. Tantos trouxas que eu até poderia ficar intimidado. Mas não estava. Estava, na verdade, muito excitado para estar entre eles. Havia uma pista de dança no centro do salão, muito bem iluminada. As músicas eram agitadas e me faziam querer dançar como eles. Mas minha garganta estava seca e gritando por álcool. Então, era disso que eu precisava.

Quando me virei pra avisar ao Blás que eu iria direto para o bar da boate, percebi que ele já não estava mais ali. Tentei rastreá-lo com meus olhares, mas aquilo estava tão agitado que era impossível localizar alguém.
Segui direito para os balcões do bar, desviando de todas as pessoas que estavam bloqueando a minha passagem. Eu desejava beber alguma coisa, forte de preferência. Eu também queria muito tragar mais alguns cigarros, mas não tinha muita certeza se o lugar iria me permitir isto.
Alcancei os balcões do bar empurrando alguns caras que estavam no meu caminho. Sentei em um dos bancos disponíveis ali e chamei pelo barman, que veio me atender no mesmo instante.

- O que vai querer? – ele perguntou, meio grosseiro pro meu gosto.

- Qualquer coisa muito forte. – eu disse a ele, sorrindo excitado com as gotas de álcool que estavam prestes a descer pela minha garganta.

- Qualquer coisa mesmo? – ele questionou, parecendo meio intrigado. – Tudo bem, espere um instante.

E então ele se afastou, acredito que para pegar a minha bebida. Eu sei que os trouxas tem algumas bebidas alcoólicas muito peculiares, e seria realmente muito interessante poder experimentar alguma que eu nunca tenha provado.

Depois de alguns minutos o barman retornou para onde eu estava e colocou bem a minha frente um copo cheio de alguma bebida que eu nunca vi antes.
Levei o copo à boca e dei um gole pequeno só para experimentar. Que diabos era aquilo? Eu não faço idéia, mas era realmente muito forte. Mas eu agüento, sim. Levei o copo à boca novamente e dei um gole ainda maior. E mais outros goles até secar o copo completamente. Agora sim eu estava me sentindo melhor.

E nem estava muito afetado pela bebida. Pedi mais alguns copos daquilo e decidi que talvez eu devesse dar uma sondada no local. Então, paguei pelas bebidas e me levantei dali, passando pela pista de dança e me movendo conforme a música. Lógico que eu não iria deixar de observar as beldades que estavam rebolando seus quadris ali, no centro do salão. Uh, as trouxas, definitivamente, são muito atraentes.

Olhei para os lados de relance e percebi uma cabeleira que me lembrava a do Blás. E era exatamente ele. Adivinhem só... Se agarrando com mais uma trouxa. Ele é rápido, pouco seletivo. Tsc Tsc. Tão diferente de mim.

Continuei a caminhar entre as pessoas e decidi que iria tirar a barriga da miséria. E havia uma trouxa ali que me parecia muito interessante. Segui até ela e percebi que ela ficou animada com a minha aproximação. Então, eu só teria que investir um pouco.
E foi exatamente isso que eu fiz. Quando já estava bem próximo dela, sorrindo maliciosamente pelo canto dos lábios, eu a puxei pela cintura em direção ao meu corpo, que colidiu de encontro ao dela e imediatamente me excitou. Será que o barman não andou dando Viagra pra eu beber?!

Eu não queria perder mais tempo, e decidi que deveria ser prático. Mas, então, quando nossos lábios já estavam muito próximos e quase entrando em contato, fui grosseiramente empurrado para longe dela.
Mas quem diabos pensa que é pra fazer isso, afinal? Eu estava fulo com aquela atitude, e já estava com os pulsos firmes para socar quem quer que fosse.

- Ei, bonequinha, tá pensando o quê, hein? – era um cara mal encarado quem estava se dirigindo a mim. – A gata aqui tem namorado, sabia? Não? Deveria ter perguntado, então. Dá o fora antes que eu quebre a tua cara.

Era só o que me faltava mesmo. Como aquela garota podia ter namorado? Ela queria me beijar. Ela estava a fim também.
Eu acho que já entendi como as coisas funcionam aqui: as trouxas podem ser grandes atrativos, mas, ainda assim, não são confiáveis. E eu já deveria saber disso.

Bufei irritado e me recompus, ignorando alguns poucos olhares que estavam me direcionando. Acho que mais uma bebida cai bem.
Mesmo a contra gosto, ainda irritado com o que havia acabado de acontecer, eu segui de volta para o bar, caminhando entre as pessoas. Talvez eu devesse apenas me embebedar e esquecer o quanto eu estava sedento por alguns contatos físicos.

Retornando para os balcões eu avistei a silhueta de alguém que, de alguma forma, me lembrava muito uma pessoa. Eu só não sabia quem exatamente.
Ela estava sentada em um dos bancos disponíveis, e estava bebendo algo que, definitivamente, não estava lhe fazendo muito bem. Sim, porque ela estava rindo abobalhadamente e eu podia apostar que ela estava alcoolizada. Isso não era muito da minha conta, certo? Errado. Quer dizer, não era da minha conta até aquele momento em que ela resolveu me encarar.

Havia alguma coisa nela que me remetia a alguma lembrança de alguém que eu sabia que eu conhecia. Mas quem, afinal? Ela tinha um estilo que eu não me lembro de já ter visto em alguém. Seus cabelos castanhos claros caiam sobre seus ombros em cachos perfeitamente modelados. Seu corpo era divino e estava perfeita em um vestido preto simples.
Ela estava acompanha de uma morena que também me lembrava alguém. Ambas estavam alegres, rindo e sorrindo a toa. Mas, então, como em um lampejo repentino, eu reconheci aquelas duas garotas.

Não, elas não eram trouxas. Eram bruxas. E eu as conhecia. Uma delas eu conhecia perfeitamente bem. A morena era simplesmente Pansy Parkinson, e eu não fazia idéia do que ela estava fazendo aqui. Seria idéia do Blás?
E, pra me deixar ainda mais intrigado, a castanha ao lado da Pansy era Hermione Granger. Sim, a sabe-tudo irritante.

Quando eu disse que elas não eram trouxas eu me enganei, por um momento esqueci que a Granger era uma sangue-ruim.
Mas o que elas estavam fazendo aqui? Pensar que eu estava mesmo diante delas me fez achar aquilo tudo muito engraçado, e foi por isso que eu sorri diante da cena. E Hermione estava me encarando muito compenetradamente.

Ótimo, ela provavelmente me reconheceu. E que importância isso tem? Nenhuma. Continuei caminhando na direção delas, mas a Pansy era a única que ainda não havia me visto, e acho que não me notaria tão cedo. Elas estavam bêbadas, Merlim. E juntas? Como isso pode ser possível.
Ainda assim, aquilo tudo era muito engraçado, e eu não conseguia parar de sorrir, assim como a Granger não parecia controlar muito as suas risadas.
Antes que eu me desse conta, Hermione já estava caminhando na minha direção, extremamente cambaleante.

Pensei que ela fosse despencar a qualquer momento, e me preocupei um pouco com isso. Ergui meus braços para avisar que era melhor ela andar mais devagar ou manter o equilíbrio, mas acho que ela entendeu tudo completamente errado. Sim, porque ela simplesmente voou em minha direção e se jogou em meus braços. Merlim, o que eu fiz pra merecer isso?
Eu não queria retribuir aquele abraço, mas eu não tinha muitas escolhas. Deslizei meus braços em torno dela e a segurei firme contra meu corpo, já que ela não estava tendo muita facilidade para se manter equilibrada mesmo.

Foquei meus olhares de volta para o banco onde a Pansy deveria estar sentada, mas percebi que ela não estava mais ali, o que me deixou um pouco desesperado. O que eu iria fazer?
O Blás não vai acreditar quando souber que a Granger está aqui, na mesma boate que nós. Ele vai ficar louco. Mas ele vai detestar saber que eu a estou abraçando nesse momento.

Hermione afundou seu rosto em meu peito e mal estava conseguindo se manter de pé em suas botas de salto agulha. Era melhor eu levá-la de volta para o banco, onde eu sabia que poderia deixá-la e ir embora dali.
Comecei a carregá-la em direção ao balcão, e ela não estava mostrando resistência alguma, o que era bom.

- Eu não acredito que tive o azar de cruzar com você por aqui, Granger. – eu disse, sem me importar se era grosseiro ou não. Mas não acredito que ela estivesse me escutando. – Senta aqui, acho que você já bebeu demais, Granger.

Ajudei-a se sentar sobre o banco, muito dificultosamente porque ela parecia querer continuar atracada ao meu corpo. Mas, assim que consegui, percebi que ela já não estava mais nem ai pra mim. Vi quando ela abriu sua bolsa e retirou um cigarro de lá, colocando-o entre os lábios e deixando-o ali mesmo. Então podíamos mesmo fumar aqui dentro? Bom saber. Mas acho que ela estava tendo problemas com aquele cigarro, aparentemente não tinha como acendê-lo. Então resolvi ajudá-la naquele probleminha.

Retirei o meu isqueiro do bolso da minha calça e acendi o seu cigarro. Foi até mesmo hilário, porque ela ficou estática diante do fogo. Vi Hermione tragando como uma verdadeira chaminé e podia jurar que ela achava que aquele fogo havia surgido do nada.

Aos poucos ela foi recobrando a consciência e foi também voltando a perceber que eu ainda estava ali, ao lado dela. E, juntamente com essa certeza, ela foi se aproximando novamente de mim. Ainda um pouco assustada, revezava seus olhares entre eu e seu cigarro.

Ela não parecia a Hermione Granger que eu conhecia. Não mesmo. Ela estava muito mais encorpada, e seu vestido tornava isto muito óbvio. Talvez óbvio demais porque eu já estava perdendo o foco de tudo ao meu redor e me contentando em apenas apreciá-la. Havia uma atitude nova e muito mais interessante emanando de seus poros. Aquela era uma nova versão da Hermione Granger, e me agradava muito. Blás não me perdoaria se soubesse que eu estava pensando nisso.

Ela estava me encarando descaradamente, cada mínimo detalhe do meu corpo. Tinha alguma coisa errada ali. De duas, uma: ou ela não tinha me reconhecido ou não tinha medo do perigo.
Mas antes que eu chegasse a uma conclusão, senti seus dedos se entrelaçarem aos meus e logo eu estava sendo arrastado por ela em direção à pista de dança. Esbarramos em muitas pessoas, mas não me importei.
Pela primeira vez eu estava mesmo gostando de estar tão próxima dela.

- Granger, é melhor você desistir, eu não vou dançar com você. – eu disse a ela, mas não estava sendo realmente escutado.

Em fim, chegamos ao centro do salão, e antes que eu pudesse protestar novamente ela já havia jogado seus braços em torno do meu pescoço. Eu não queria me submeter àquilo. Por Merlim, estamos falando da Granger sangue-ruim. Eu não iria dançar com ela. Não iria e ponto. E foi por isso que eu me recusei a me mover.

Mas, observando a disposição dela pra aquela dança, eu não tinha como não acompanhá-la nos movimentos. E acabei cedendo.
Dançamos no mesmo ritmo, nossos corpos roçando um no outro atrevidamente. Ela ria como uma boba, e me abraçava cada vez mais forte, o que sinceramente provava que, daquelas opções, ela não deveria ter me reconhecido.

De repente a música se tornou lenta e tivemos que acompanhá-la. Aquilo era patético. Sim, porque Draco Malfoy não dançaria um ritmo daqueles com uma sangue-ruim. Mas estava sendo meio difícil pensar em outra coisa senão na nossa proximidade.
Nossos passos eram lentos, minhas mãos estavam em torno da cintura tão fina dela. Merlim, tenho que parabenizar o Blás por ter se envolvido com ela.
Eu queria dar um basta naquela dança idiota, mas eu não sabia como nem se deveria. Na verdade, eu nem sabia o que exatamente eu queria fazer. Meus instintos estavam dizendo algo como... ”Agarra logo!”
Ah, mas eu não iria ir tão baixo. Não... Não mesmo!

Mas eu fui. E fui com muito gosto. Senti quando ela se aproximou ainda mais de mim, tentando ajustar sua altura a minha, o que era meio impossível. Entendi logo de cara o que ela estava planejando, e era o que eu estava desejando. Encostamos nossos lábios ao mesmo tempo e nos entregamos a um beijo que eu poderia descrever como... Avassalador. Possessivo.

Desde quando eu estava desejando isso, afinal? Digo, beijar, não necessariamente beijá-la. É, e meu corpo estava desejando muito mais do que um simples beijo. Eu sentia falta desse tipo de contato.
Foi por isso que eu me atrevi a acariciá-la ousadamente, escorregando minhas mãos por suas costas nuas e brincando com as alças tão frágeis de seu vestido. Nosso beijo era cada vez mais fugaz, um jogo de línguas delicioso. Eu podia sentir o gosto do álcool na troca daquele beijo, mas chegava a ser até mesmo excitante.

Ah, só espero que o Blás nunca saiba disso. Mas ele não precisa saber. Só queria entender porque diabos eu estava fazendo isso.
Será que eu esqueci que a garota em questão é a Granger?
Era um beijo diferente de todos os que eu já havia provado. Modificávamos a intensidade dele conforme saciávamos nossas vontades, mas parecíamos sempre sedentos por mais, não nos importando nem mesmo se o ar fosse ainda mais vital naquele momento.

Senti quando os dedos dela se entrelaçaram e puxaram os meus cabelos. Foi uma atitude inconsciente da parte dela, mas me atiçou completamente. Quando dei por mim eu estava fazendo o mesmo com ela, porém com muito menos força.

Nossos lábios se separaram, ainda não satisfeitos, mas achávamos que precisávamos tomar fôlego novamente. Despejei uma série de beijos em seu pescoço, mordiscando de leve cada extensão de sua pele naquela região.
Quando o Blás disse que havia sido uma experiência ótima ficar com a Granger eu não tinha idéia das proporções disso.

Mas agora eu tinha, e queria provar cada vez mais de tudo o que ela poderia me oferecer.
Ergui minha cabeça e foquei meus olhares em seus lábios novamente, estavam rosados e ainda mais apetitosos do que antes. Tudo o que eu precisava era tomá-los em um beijo novamente. E foi o que eu fiz. Avidamente.

Deveria haver alguma coisa errada comigo. Não era possível que eu estivesse mesmo beijando a Granger sangue-ruim. Não fazia sentido e me parecia cada vez mais errado e injusto fazer isso com o Blás. Mas e qual era a palavra mágica pra deixar de beijá-la?
Acho que não existe nenhuma.

Separamos nossos lábios novamente, sofregamente, fitando-nos com os olhos emanando desejo. Agarrei seus cabelos com força e a obriguei a curvar o pescoço de leve. Ela era quente. Era perfeita. Eu queria tê-la. Fisicamente. Nossos corpos estavam muito próximos, movendo-se conforme a música. Poderia até mesmo ser algum tipo de dança do acasalamento, porque eu estava sentindo umas vibrações dolorosamente gostosas bem abaixo... Mais precisamente dentro das minhas calças.

Ah, qual é. Ela me agarra como se não me conhecesse, fica se esfregando descaradamente em mim e não quer que eu fique excitado nem nada do tipo?!
Aproximei meus lábios dos dela novamente, poucos centímetros os separavam. Mas eu não os encostei realmente. Queria provocá-la. Nossas respirações colidiam quentes contra nossas faces, eu podia sentir a temperatura elevada do seu corpo.

Deixei que meus dedos brincassem na curva de seus quadris, apertando-os possessivamente. Ela sempre teve um corpo daqueles? Acho que o uniforme de Hogwarts sempre desvalorizou todos esses atrativos. Ela apoiou a palma de suas mãos contra o meu peito, mas não tentou me empurrar nem nada do gênero. A principio, pensei que ela estivesse a ponto de nos separar, mas ela me queria tanto quanto eu a desejava.

Com ousadia e um sorriso discreto nos lábios, eu percorri com uma das mãos toda a lateral direita do seu corpo. Desde a sua coxa, erguendo de leve o seu vestido; passando pelo seu quadril e atrevidamente pela lateral dos seus seios, sem tocá-los verdadeiramente. Ela aceitou aquilo perfeitamente bem, e pensei que eu poderia até mesmo fazer maiores façanhas. Mas me contive. Estávamos em um lugar público, eu tinha que me controlar.
O silêncio que havia entre nós só aumentava nossas excitações ainda mais. A música que antes era lenta, agora foi substituída por um ritmo mais agitado, um som muito mais contagiante.

Retornei a minha mão para a sua cintura novamente e a apertei mais forte do que deveria, porque ela estremeceu de leve. Eu estava enlouquecido por ela, Merlim. Isso está errado.
Todos ao nosso redor estavam se movendo conforme o som, então deveríamos fazer o mesmo.

Puxei seu corpo de encontro ao meu e a forcei para a posição ereta novamente, soltando seus cabelos e aumentando a freqüência dos nossos movimentos ao mesmo tempo. Rimos junto como se não houvesse nenhuma rincha entre nós.
Quando eu estava prestes a beijá-la novamente, fui interrompido nesse ato. Inesperadamente, mãos agarraram o braço dela e a carregaram para longe de mim. Demorei pra perceber que havia sido a Pansy a arrastá-la dali, e mais alguém que eu não reconheci.

Eu ainda estava inebriado pelo gosto dela, e demorei pra voltar à minha sã consciência. E quando fiz isso eu percebi que estava ali, parado no meio da pista de dança, com as mãos abanando e ainda esperando que ela voltasse.
O que aconteceu comigo, afinal? Hermione Granger? Como eu fui cair nessa?
Eu precisava encontrar o Blás, não para contar a ele sobre o que havia acabado de acontecer comigo, mas porque aquela noite não iria mais ter a menor graça sem ela.

Afastei todos os meus pensamentos e sai daquela pista, procurando pela cabeleira negra do meu melhor amigo.
E, por sorte, não demorei muito para encontrá-la. Como eu imaginava, ele estava se agarrando com mais uma trouxa e, pela segunda vez naquela noite, eu iria interrompê-lo.

- Blás. – chamei por ele, cutucando-o no ombro. – BLÁS!

O som estava alto e ele não iria me ouvir muito fácil, então tive que gritar. Mas ele não gostou muito disso, e se virou furioso na minha direção.

- O que foi, cara? – ele perguntou, observando a minha cara de completo pateta.

- Eu vi a Pansy, Blás. – eu disse a ele, sem saber se deveria mesmo ter dito aquilo.

- Sério? – Blás parecia intrigado. – E onde ela está?

- Foi embora. – respondi seco, lembrando que ela levou a Granger junto. – Estava acompanhada de... De duas amigas.

- A gente pode ir atrás dela, então. – Blás sugeriu, parecendo animado.

- Não. Melhor a gente ficar por aqui mesmo. – eu disse ligeiro, tudo o que eu menos queria era que o Blás descobrisse algo sobre a minha fraqueza em relação à Granger.

Ficamos em silêncio por algum tempo, acho que eu precisava de mais uma daquelas bebidas de novo.

- Eu acho que vi a Weasley por aqui também, Draco. – Blás disse, olhando ao redor.

- Sério? – foi minha vez de mostrar incredulidade. Acho que agora sei quem é a segunda pessoa que estava com a Pansy.

Blás balançou a cabeça afirmativamente, ele ainda estava segurando a mão da garota com quem estava ficando e entendi que eu estava atrapalhando. Ao menos dessa vez eu iria dar privacidade a eles. Dei alguns tapinhas sobre o seu ombro e praticamente gritei minhas palavras pra que ele pudesse me ouvir.

- Eu vou beber alguma coisa. Me encontra lá no bar depois, tudo bem?

Novamente, ele acenou positivamente com a cabeça. Segui para longe dele e da garota, direto para os balcões. Mas dessa vez eu preferi voltar para o lado em que a Pansy e a Hermione estiveram bebendo. Chamei pelo garçom e quando ele se aproximou para me atender eu tive uma idéia.

- Sabe aquelas duas garotas que estavam sentadas aqui? – perguntei a ele, mas ele apenas franziu o cenho. – Uma morena e uma castanha? Estavam bêbadas. – ai sim ele pareceu saber de quem se tratava. – O que elas estavam bebendo?

- Absinto. Eu teria avisado que aquilo era forte demais pra elas se eu tivesse tido chance. – ele respondeu, rindo.

- Tudo bem. Só me vê uma dose disso, por favor. – pedi a ele, sorrindo fracamente.

Fiquei pensativo por alguns instantes, remoendo tudo o que havia acabado de me acontecer. Hermione Granger, Pansy Parkinson e Gina Weasley na mesma boate trouxa que eu e o Blás havíamos escolhido pra nos divertir. Até ai tudo bem. Coincidências existem.

Mas eu ter ficado com a Granger... Ah, isso foi uma bizarrice total. E o pior disso tudo é que ela estava bêbada, e não me reconheceu. Claro, porque se o tivesse feito certamente teria me aplicado uma maldição imediatamente.
Eu só estava aliviado com uma coisa: pelo menos nenhuma delas havia me reconhecido.

Inevitavelmente, lembranças invadiram minha mente enquanto o barman trazia minha dose de absinto.


Flash Back


Eu adentrei a biblioteca de Hogwarts com um tremendo mau humor naquela tarde. Havíamos sido liberados mais cedo das aulas, e eu deveria estar contente com isso, ainda mais porque era verão e teríamos o restante do dia para curtir nos jardins. Mas eu tinha uma pesquisa atrasada pra fazer, e havia um assunto me corroendo por dentro.

Naquela mesma tarde, algumas horas atrás, o Blás havia me contado da sua aventura no vestiário do campo de Quadribol, onde ele observou a Granger tomar banho... Nua. Merlim, ela estava nua. Isso era muito grave.
Será que no fundo eu estava com inveja dele? Não faço idéia, mas eu estava muito transtornado com esse assunto.

Encontrei uma mesa vazia e me joguei sobre a cadeira, deixando minha mochila cair sobre os pés da cadeira, no chão. Que inferno! Por que eu estava me sentindo assim?

Apoiei os cotovelos sobre a mesa e escondi meu rosto entre as mãos. Permaneci ali alguns instantes, em silêncio absoluto. Até que eu escutasse passos ecoando próximos de onde eu estava. Quando eu levantei minha cabeça pra ver de quem se tratava, tudo aconteceu muito rápido.
Um livro voou pelos ares, um grito agudo e fraco ecoou próximo de mim, e percebi que Hermione Granger havia acabado de tropeçar na minha mochila que estava sobre o chão, entre a mesa e o corredor.

A culpa foi minha, mas eu não sabia que ela era tão desastrada assim.
Tão rápido como tudo aconteceu, eu agi ligeiro. Me levantei da mesa em um solavanco repentino e a segurei firme pela cintura, postando meu corpo atrás do dela, próximos inevitavelmente.

Ela estava assustada, eu podia ouvir sua respiração ofegante. As pessoas pararam pra nos observarem e, assustados, nós permanecemos ali, nos recuperando do ocorrido. Aquela queda teria sido feia se eu não a tivesse amparado a tempo.
Quando percebemos a situação constrangedora em que nos encontrávamos, nós nos separamos repentinamente.

- Desculpa, Granger... – eu disse a ela, sem jeito e sem saber o que dizer. – Eu deveria ter tirado a bolsa do caminho, mas...

- Tudo bem. – ela me cortou, sem me olhar nos olhos. – Eu é que deveria ter prestado mais atenção. Desculpe, eu estava distraída.

Concordei de leve com a cabeça, era verdade mesmo. Nos encaramos muito brevemente, até que ela desse as costas e fizesse menção de se afastar. Foi então que eu me lembrei do ocorrido entre ela e o Blás.
Sem pensar muito, eu a segurei pelo braço e a trouxe para próximo sem chamar as atenções. Ela estava assustada e curiosa.

- Ele tocou em você, Granger? – eu perguntei a ela, sério, olhando-a nos olhos. – Ele machucou você? Passou dos limites? Tentou algo que não deveria?

Por eu ter estado bombardeando-a com todas aquelas perguntas eu percebi que ela ficou sem respostas, mas não por muito tempo.

- Só diga ao seu amiguinho que o atrevimento dele não ficará impune. – ela me respondeu, séria e ríspida.

- Eu conheço o meu amigo muito bem pra saber que ele ainda vai tentar coisas muito piores. – eu estava tentando assustá-la ou o quê? – Então acho melhor você ficar de olhos bem abertos se não quiser correr riscos maiores da próxima vez.

- Oh, muito obrigada pelo aviso Malfoy. – ela disse, muito ironicamente. – E eu conheço você perfeitamente bem pra saber que você não é muito diferente dele. Pode me soltar agora?

E eu ainda tentei alertá-la. Não foi a toa que as coisas terminaram de um jeito bem... Drástico.

Fim do Flash Back



Alguns minutos ali, naquele balcão, bebendo, e o Blás apareceu. Esse tal de absinto é forte mesmo.

- Pegou alguém, Draco? – ele perguntou, rindo como um idiota.

Percebi que minha vista estava meio embaçada, e eu estava, de repente, muito contente.

- Peguei... Claro que eu peguei, Blás. Oh, se peguei...

Blás começou a rir de mim e pediu algumas bebidas a mais pra nós. No fim das contas, pensei comigo mesmo, até que valeu a pena ter aparatado pra esse lugar.
Só tinha uma coisa me atormentando internamente: será que, quando eu chegasse em casa, eu deveria dizer à minha mãe que a garota tem nome? Como ela reagiria se eu dissesse... Hermione Jane Granger?


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N/A (Crik Snape): Então!!! *Corre pra se esconder de todos vocês* Ai que medo!!! Aiii... eu acho que vou ter um treco. Nem acredito que postei isso antes da Ju ler e betar!! Aii! Isso mesmo... a Ju ainda não leu o capítulo... logo, ainda não betou! Isso é horrivel... eu não queria ter postado antes da opinião dela... mas ela insistiu... e já torturamos vocês demais! Então... aqui está o capítulo. E o que vocês acharam? Por favoorrr... falem a verdade.... !!! Podem confessar... o capitulo anterior tava muito mais interessante, não? AI... que nervoso... quero muito saber o que vocês acharam!

E o carnaval? Curtiram muito? Ai, eu nem curti do jeito que eu queria. Sem grana sabe! haha Mas a Ju curtiu... uh, e como! HAUhAU *não vou nem comentar, perguntem pra ela* HAUhUAHUA

Gente... foi dificil colocar o Draco pra narrar, hein!! Sério... e será que eu fiz um bom trabalho?

Quero pedir desculpas, em nome da Ju também, pela demora da atualização. Mas a Ju não teve culpa nenhuma... o capítulo era meu e fui eu que demorei pra escrever!! haUhauhua

Eu tava muito desanimada ultimamente. Vejamos... desemprega, sem poder estudar, sem poder curtir o carnaval... e coisas e tal! Mas agora o ânimo voltou! /o E o capítulo saiu... e os próximos vão sair mais rapido! Pelo menos da minha parte! HAUhUA

Ju tá toda enrolada. Genteee... Ju virou teatcher!!!! HAUHAUUHA
Mas a gente dá um desconto pra ela se o proximo capitulo demorar um tiquim... mas nós não vamos aprontar mais uma dessas com vocês não!
!HUAhuA Só não deixem ela abandonar as fics dela!! HAuhuahUHAUA

Mesmo... espero que vocês não tenham ficado muito chateados com a demora da atualização!
Agora é só comentar!! haha

E tem capa nova na fic também!! Essa quem fez foi a Ju. Viram, ela até é boa nisso!! HAUa Eu tinha feito a anterior... E ainda tem muitas outras capas que a gente andou fazendo pra fic... vamos postar revezando as autorias, ok?
hahaha

Ah, viram a imagem no inicio do capitulo? Hahaha... bobeira minha... tem uma da Mione no capítulo 1 também, deem uma olhadinha lá!! haha

Mais uma vez... desculpa mesmo!!
E COMENTEEMM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! haha


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N/A (Ju Fernandes) Entaooo neh... Mais um cap de Renai postado!!! \o/ Maravilah! Olha gente, to sem saco e sem tempo pra nota tah! kakakaka Na verdade, nem li o cap, mas tenho certeza que ta otimo pq a cris q fez neh! rs Mas enfim, o próximo cap eh responsabilidade minha, entaooo já sabem q vai demorar um ano! kakakaka Brincadeirinha... Ja tenho boa parte adiantado! E logo ele vem... *acho* haushauhsauhsauhsaush ...

Comentem bastaaaaaanteeee!!! Beijocas, Ju Fernandes

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Comentários (3)

  • Diênifer Santos Granger

    Querendo muito uma continuação! Muitoooooooooooooooo!

    2014-03-31
  • The Daily Doll

    "Será que, quando eu chegasse em casa, eu deveria dizer à minha mãe que a garota tem nome? Como ela reagiria se eu dissesse... Hermione Jane Granger?" Claro q sim, seria bem interessante ele chegar em casa bêbado e dizer isso pra mãe dele, imagina Narcisa Malfoy pondo a mão no coração ao ouvir o nome de Hermione? Não que eu queira q ela morra, até gosto dela, mas imagine ela tendo um ataque cardíaco, seria engraçado. Concordo com a Débora G. P. M., pq a fic ta parada? Vai ser beeem interessane saber oq rolou entre Hermione e o tarado do Blás e como vai ser a relação dela com o Draco. Volta a postar vaaaiii rsrs.

    2012-01-30
  • Déborah Rogers Poynter Potter

    ESSA FIC É MARAVILHOSA, NÃO ERA PRA TAR EM PAUSA NÃO SENHORITAS. RÁ BJUS E VE SE TIRA ISSO DÁ AI.

    2012-01-08
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