A Carta de Pontas
Harry não se lembrava de ter se sentido tão feliz em Hogwarts. Tudo parecia muito mais engraçado, tanto que perdeu dez pontos para a Grifinória por cair na gargalhada quando a Profª McGonagall contou sobre um mortífero massacre de criancinhas bruxas, à cinqüentas anos atrás. Também riu quando uma planta carnívora particularmente violenta agarrou o pescoço de Rony e começou a estrangulá-lo.
-Sabe, Harry - disse Rony, esfregando o vermelhidão no pescoço - Não estou gostando muito do seu humor. Garanto que não é uma das melhores sensações do mundo começar a ser morto por uma planta e ver o melhor amigo rindo da situação...
Harry apenas sacudiu os ombros e continuou andando.
No café da manhã do dia seguinte, Harry recebeu uma carta de seu pai por uma coruja parda. Ansiosamente, ele abriu o bilhete.
"Caro Harry
Nós todos estamos bem. O bom velhinho continua a fazer seu trabalho, e já obtivemos um grande avanço. Logo, logo, teremos Almofadinhas e o velho lobo novamente. Sentimos saudades.
Atenciosamente,
Pontas."
-Bom velhinho? - indagou Hermione; obviamente pensara no Papai Noel.
-Dumbledore - falou Harry. Conseguira decifrar o código com facilidade - Ele está conseguindo fazer a poção, e logo conseguirá ressuscitar Lupin e Sirius.
-Que ótimo! - retrucou ela - Desse jeito, conseguiremos ressuscitar todos os integrantes da Ordem da Fênix antes que Voldemort ressuscite os Comensais da Morte!
Harry assentiu. Já estava pensando tempos antes sobre a profecia. "Nenhum poderá viver enquanto o oitro sobreviver". Certamente, teria que enfrentar Voldemort novamente, e esperava que ganhasse outra vez. Mas como Hermione falara e servia de consolo para o garoto, com certeza, Voldemort estava muito mais atrasado do que Dumbledore em relação à poção.
Mas não estava.
***
Um grande alvoroço ocorria em uma caverna no sul da Albânia. Vários Comensais da Morte ali reunidos observavam aquele homem alto com uma longa capa esvoaçante na frente do caldeirão. Estava vazio, e o homem conversava com uma mulher.
-Mas então, Belatriz - falou ele com frieza - Já temos todos?
-Quase, milorde! - ofegou ela, excitada - Faltam apenas Avery e Nott. Sei que o corpo deles está em algum lugar na Irlanda, milorde!
Ele sorriu de forma fria para ela.
-Excelente, Belatriz. Realmente excelente...
Ele andou até um cadáver ali na caverna. Era de um urso particularmente obtuso que atacara os Comensais três dias antes, conseguindo morder a perna de Mulciber. Com um giro displicente da varinha, o corpo começou a pegar fogo.
-Comam - murmurou ele - E parem de reclamar que estão com fome. Senão, terão que aprender a praticar o canibalismo.
Saiu da caverna, enquanto os Comensais atacavam o corpo do urso carbonizado. Foi até a floresta, pensando. Precisava invadir Hogwarts novamente dali a alguns meses, e queria vingança por aqueles que o traíram.
E, principalmente, queria tirar o apelido do Menino-Que-Sobreviveu.
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