A Surra
Alunos foram correndo atrás de McGonagall e de Harry, para acompanhar o desenrolar da situação. Queriam ver se Harry seria repreendido, expulso, ou até mesmo preso.
-Fora daqui! Fora! - gritou ela, quando um sonserino particularmente curioso acabou puxando suas vestes ao escorregar - Quem me seguir perderá cem pontos para a sua casa e detenção por uma semana! Fora!
Eles, relutantes, foram embora, encarando Harry com uma expressão estranha, que misturava medo e surpresa.
Ele foi conduzido por McGonagall até a sala de Transfiguração. Entrou em silêncio, e percebeu que, felizmente, a professora estava ficando menos vermelha.
-Falaremos aqui mesmo - disse a diretora com frieza - A sala do diretor não pode ser usada no momento.
Harry não perguntou o porquê; não achava que adquirira esse direito com seu ato anterior.
-Agora, Potter - disse a professora, séria - Você sabia que poderia estar indo para Azkaban neste momento? Tem consciência de que acabou de usar uma Maldição Imperdoável?
-Sim, mas...
-Cale-se Potter, ainda não acabei - interrompeu ela - Pela sua atitude, deverei lhe proibir de ir até Hogsmeade, e você receberá uma detenção com a Madame Pince, para cumpri-la hoje à noite
Harry suspirou de alívio. Não seria expulso da escola, e nem preso. Teria apensas que cumprir uma detenção.
-Você só não será expulso de Hogwarts pelos serviços prestados à comunidade bruxa derrotando... Você-Sabe-Quem. Não vou reportar esse fato ao Ministro da Magia, porém - ela ergueu o dedo severamente - se você se envolver em mais alguma confusão ou briga, poderá arrumar suas malas. Agora vá, Potter.
Harry pediu licença à diretora e saiu da sala. Estava muito aliviado; por um momento pensava que seria expulso. Ainda faltavam cinco minutos para a aula de Herbologia, e para completar sua alegria, não havia nenhum aluno nos corredores. Pensava que nada iria atrapalhar sua alegria, mas...
Após subir a escadaria em direção à Sala comunal da Grifinória, Harry encontrou Pansy Parkinson, acompanhada de três colegas. Eles eram do sexto ano, mas eram decididamente muito maiores e mais fortes do que Harry. Os quatro estavam de frente à uma porta.
-Ah, Potter, Potter... - desdenhou Pansy - A vingança tarda mas não falha, não é mesmo?
Os seus três colegas agarraram Harry pela camisa, abriram a porta e jogaram-no na sala. Logo depois, os sonserinos também entraram e trancaram a porta.
-Você pensou que iria me atacar daquele jeito e sair impune, Potter? - falou ela, apontando a varinha para a porta - Abaffiato! Ora, mas não é que esse feitiço que Draco me ensinou é útil?
Vendo que estava em perigo, Harry tirou a varinha do bolso, mas antes que pudesse fazer alguma coisa, um jato de luz vermelha saiu da varinha de um dos colegas de Pansy. Ela atingiu em cheio a varinha de Harry, que saiu voando pela sala. A garota tranqüilamente andou até ela e guardou-a em seu bolso.
-Vamos resolver tudo na força, Potter - rosnou um dos garotos sonserinos - Sem a varinha.
Então, um deles segurou Harry pelos braços e os outros dois começaram a dar fortes socos no rosto do garoto. Depois, quando ele caiu no chão, começaram a dar chutes. Mas a tortura durou pouco; após três minutos eles pararam de bater, convencidos de que Harry já havia apanhado o suficiente. E tinha mesmo; ele estava com o nariz, costelas e vários dentes quebrados. Seus óculos estavam reduzidos a cacos de vidro no chão, e suas vestes estavam ragadas e salpicadas de sangue. Pansy, então, gritou para ele.
-E então? Acha que é o suficiente? Ah, não... - a malícia inundou seu rosto - Estou me lembrando... você lançou aquele feitiço que cortou todo o Draco, não foi?
Harry não respondeu; no momento, estava cuspindo alguns dentes quebrados no chão.
-Aposto que achou divertido, não foi? Mas quero ver se acha agora... Sectusempra!
Um corte atravessou a barriga de Harry, como se fosse feito com uma espada invisível. Ele urrou de dor, enquanto Pansy sorria maliciosamente e jogava a varinha de Harry no chão, antes de ir embora com seus companheiros.
***
-Eu ainda acho que você deveria procurar a Profª McGonagall, Harry.
Rony, Harry e Hermione estavam na Sala Comunal da Grifinória. Com dificuldades, Harry conseguiu se arrastar até à escadaria, onde encontrou Rony e Hermione descendo. Eles o levaram até à Sala Comunal, e agora hermione aplicava Ditamno nos ferimentos de Harry. Ela já havia consertado seus dentes, costelas, o nariz e os óculos. Agora, só faltava o ferimento na barriga.
-Eu já te disse, Hermione - irritou-se Harry - McGonagall disse que se eu me envolvesse em mais uma confusão, eu seria expulso.
Ela suspirou, contrariada. Após uma aplicação de Ditamno, o corte diminuiu um pouco. Mais algumas aplicações e ele sumiria de vez.
-Vamos - disse Rony, ao ver o final do procedimento - Troque de roupa logo, Harry. A aula de Herbologia começará em cinco minutos.
Harry se trocou, e logo depois eles correram até as estufas. A Profª Sprout o olhava com simpatia; pelo jeito, não se importara ao saber que Harry havia lançado uma maldição ilegal em uma aluna.
Depois do almoço, eles teriam aula de Poções, com o Prof. Slughorn. Mas Aberforth apareceu à mesa, mal-humorado.
-Não terão aulas de Poções até a semana que vem - falou ele, e alguns alunos comemoraram - O Prof. Sugorn... Sgunorn... Ah, que seja, mandou avisar.
Depois, voltou à mesa dos professores. Após um exame mais detalhado, Hermione notou que Slughorn não estava sentado à mesa.
-Você disse que McGonagall falou que a Sala do Diretor estava ocupada? - perguntou ela para Harry, pensando.
-Sim - confirmou ele.
-Não sei, não - suspirou ela, olhando mais uma vez para a mesa dos professores - Sem aulas de Poções? O desaparecimento de Slughorn? Tem alguma coisa muito estranha por trás disso. E, pelo jeito, é algo muito sério.
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