_ Lembranças_
Lembro-me perfeitamente do susto que levei ao ver Narcisa parada ali a minha frente, e do desgosto que senti mais tarde ao me dar conta de que se eu fosse permanecer aqui teria que conviver com a mesma, eu não tinha lembranças nada boas daquela mulher, hoje depois de tudo que já vivi essas lembranças não me afetam mais. Lembrava-se a ruiva.
Aquela noite realmente fora difícil para Hermione e ela não acabou quando a garota subiu para seu quarto e repousou.
Flashback
Lembro bem que subi para meu quarto, e em pouco tempo adormeci, a princípio não tive sonhos, mas infelizmente isso logo mudou.
Hermione estava em uma masmorra escura amarrada à úmida e imunda parede da mesma, sua roupa estava rasgada e suja, ela chorava. Ouviu um rangido vindo da grande porta de ferro do local e sentiu-se estremecer ao ver Lúcio e Narcissa Malfoy adentrarem o local.
- Está satisfeita com sua acomodação Granger? Desdenhou friamente Lúcio.
Ela não respondeu apenas levantou a cabeça encarou-o, estava com medo e preocupada com os amigos mais não permitiria que ele se divertisse a suas custas.
- Bem, creio que isso seja muito mais do que você mereça, mais não tenho tempo a perder com você, eu preciso de informações e você ira dá-las a mim. Disse frio aproximando-se da garota.
- Conte-me Granger qual é o plano do Potter?
- ...
- Desembucha Garota.
- Eu não vou te contar. Disse encarando o homem nos olhos.
- Granger, Granger! Disse aproximando-se perigosamente da garota-eu conheço muitas maneiras de te fazer falar, não seja tola e poderá sair viva deste lugar...
Foi interrompido por uma alta e forte gargalhada vinda de Hermione.
- Poupe-me de seus discursos, sei bem que mesmo que eu falasse vocês me matariam. Desdenhou-a.
- Você tem razão. Mas existem muitos modos de morrer. Diga e eu serei rápido e quando você perceber já estará morta.
- Eu não irei falar nada.
Lúcio sorriu sabia perfeitamente que não seria tão fácil conseguir informações através de Hermione não era por nada que ela era o cérebro do trio de ouro.
- Veremos. Crucio.
Hermione contorceu-se, a dor era imensa como se centenas de facas perfurassem seu corpo, mordeu o lábio inferior para não gritar mais isto era impossível tamanha a dor que sentia, Lúcio abaixou a varinha e Hermione desmaiou.
- Enervate. Pronunciou o comensal e Hermione despertou ainda sentia muita dor.
- Não seja tola Granger, o Potter e o Weasley nem se importam com você, essa hora eles estão dormindo tranqüilos e nem se importam se você está desaparecida, eles pouco se importam em saber se você esta viva ou morta!
- ELES SE IMPORTAM SIM! Gritou a garota e sentiu uma forte dor em seu peito.
- Você sabe que é verdade, você já esta aqui há dois dias e não a nem sinal que alguém esteja a sua procura.
- Eles vão me achar, e vão te prender. Disse em um fraco murmúrio.
- Não, não vão.
Disse aproximando-se da garota e passando suas mãos sobre o corpo da mesma que no momento sentiu um profundo nojo, Hermione olhou para Narcisa pedindo apelo à mulher que agia naturalmente como se nada estivesse acontecendo.
- Saia de perto de mim. Disse a garota enojada.
Lúcio fingiu não ouvir apenas aproximou-se mais da garota e começou a desabotoar a camisa da mesma. Narcisa olhou de modo ameaçador para Hermione como se a garota estivesse pedindo aquilo, Lúcio já havia aberto mais da metade da blusa da garota quando Narcisa aproximou-se e segurou o braço do mesmo.
- Chega Lúcio. Disse friamente retirando as mãos do marido de perto da garota que por um segundo se sentiu agradecida, então Narcisa virou-se em direção da garota e apontou a própria varinha para a mesma.
- Crucio.
Hermione sentiu novamente a sensação de ter centenas de facas perfurando-lhe.
Gritei e logo me sentei na cama, suava e tremia violentamente aquele certamente não foi um dos meus melhores sonhos.
Apanhei o relógio na mesa de cabeceira, eram duas horas da manhã, sabia que não conseguiria dormir novamente, levantei-me e peguei um grande e gasto livro, Hogwarts: Uma História. Aquele sem dúvida alguma era meu livro favorito, trazia-me boas lembranças, mas também me fez lembrar os motivos pelos quais estava ali. Harry. O que será que ele estaria fazendo? Provavelmente estaria com uma trouxa novinha que conhecera em algum bar, ou até mesmo com uma bruxa quem sabe Gina? Com esses pensamentos deixei que uma lágrima solitária manchasse minha face para logo secá-la, ele não merecia minhas lagrimas. Não mais.
Logo amanheceu, me troquei já estava pronta para o desjejum quando ouço um leve estalo me viro rapidamente com a mão na varinha.
Deparei-me com um elfo domestico que assustado levantou as mãos e arregalou os olhos.
- Meu senhor mandou servi – lá no que necessitar. O elfo fez uma grande reverência.
- Qual o seu nome e onde está seu patrão? Perguntei já com a varinha abaixada.
- Meu nome é Shilloh, meu dono está repousando teve uma noite muito agitada.
Fim do Flashback
Não sei o porquê mais aquela informação soou estranha, mal sabia que ela era realmente estranha.
A ruiva afundava cada vez mais em suas lembranças, já era tempo de rever toda sua história até aquele momento, já não doía tanto como um dia doeu, pois agora sabia a verdade, o início na Mansão Malfoy não foi fácil, pois tudo lá lembrava uma época nada boa de sua vida, felizmente tudo mudou...
Início do flashback:
O dia passou tranquilamente, quase tedioso... Nem Malfoy nem sua mãe apareceram, aquela casa era mais sombria do que ela se lembrava, para gastar seu tempo a mulher redecorou todo o ambiente sem se importa com que os donos achariam...
Quando entrou numa sala no andar superior viu a árvore genealógica da família Malfoy, tocou com certo carinho o retrato de Bellatrix Black, irmã de Narcissa.
Lembranças (Isso mesmo é um flashback dentro do flashback)
As torturas já não doíam tanto, pois a dor já a possuía de tal forma que uma a mais ou a menos não faria a menor diferença.
Não sabia à hora, nem em que dia estava o tempo perderá o sentido para ela. O único pensamento que a deixava sã naquele momento era a imensa vontade de voltar para aqueles que ela amava.
Na cela estavam no momento Lúcio e Draco, pai e filho riam e debochavam da garota que fingia não ver.
- Quem diria que um dia a Srta. Sabe – Tudo estaria nessa posição, como se sente Granger? Draco perguntava com escárnio.
- Melhor impossível não ver como estou a sorrir. Hermione agüentava tudo, menos as humilhações de Draco Malfoy, o loiro era a pessoa que ela mais odiava na face da Terra.
- Garota insolente! Não perde a pose não é Sangue - Ruim, mesmo estando na pior você não perde essa sua maldita pose! Draco disse irritado, só ele sabia o quanto a odiava, chegava ser até mais que o Santo Potter.
Lúcio observava tudo com desagrado já fazia dias que a garota estava em seu domínio e não revelava absolutamente nada, ela era mais forte do que imaginara e também fria, se não fosse o sangue ele a admiraria, ficou surpreso ao perceber que o único que conseguia realmente tira – lá do sério e desmanchar sua aparente frieza era seu filho.
- Eu te odeio Malfoy, sinto nojo de ti. Hermione falava com desprezo, ela jamais abaixaria a cabeça para Draco.
- Intenium Sempra. O feitiço era de difícil execução, raramente usado. Ele produzia terríveis cortes internos, e uma dor insurpotável, era pior que a maldição cruciatus. Quem pensou que o feitiço fora lançado por Draco enganou – se foi lançado por Lúcio que não suportou ver tanto fogo consumindo os dois jovens.
A garota berrava, lágrimas desciam incontroláveis em sua face, seu corpo já não tinha condições para agüentar aquilo. Draco se afastou e virou de costas para a cena, admitia pra si mesma que sua vontade era de matar o pai no momento, mas não fez nada.
- Parem! O grito ecoou por toda a masmorra, a voz era aflita e cheia de desespero, a porta fora violentamente arremessada por uma furiosa Bellatriz que praticamente arremessou Lúcio pra longe de Hermione que neste momento perdeu a consciência...
(A partir daqui a Hermione não tem conhecimento do que aconteceu no fim do flashback)
- O que significa isso Bella? Lúcio perguntou confuso e nervoso.
Draco ficou paralisado em seu canto com a presença da tia, mas a pergunta de seu pai o tirou desse estado de topor, inconscientemente caminhou para o lado se Hermione que estava desacordada.
- Como ousou machucar minha filha, seu maldito? Eu não fiz de tudo para protege – la para vê – la morrer por meu genro. Cada palavra da mulher emanava uma fúria contida, seu olhar era capaz de congelar o inferno naquele momento.
As reações foram as mais diversas, Lúcio arregalou os olhos e sua face demonstrou todo o pânico que sentia então ele estava torturando alguém com tanto sangue – puro como seu filho?! Draco prendeu a respiração e soltou com força, sua mente trabalhava ferozmente para alguma explicação lógica para toda aquela revelação, então como se tudo sempre estivesse claro ele percebeu, Sirius deveria ser o pai, e sua tia não poderia assumir isso publicamente, seria arriscado para todos os três, o Lord jamais a perdoaria.
- Eu não sa... As palavras morreram na garganta de Lúcio, pois o que ele viu no olhar de sua cunhada fez seu coração acelerar e o pavor parecer em seus olhos.
- Você é um menino mau, deve ser castigado Lúcio, meu sobrinho querido, eu não quero que veja isso me faça um favor solte minha filha. Bella tinha uma voz quase infantilizada, Draco fez exatamente o que lhe foi mandando e com o máximo cuidado tirou a garota das correntes e a pegou no colo.
- O que vai fazer? Lúcio perguntou apontando a varinha pra Bellatriz que riu com desprezo.
- Você nunca foi um bruxo para mim, seu único bem foi ter feito meu sobrinho, de todo resto você é um lixo Malfoy, adeus cunhadinho. A mulher com agilidade apontou a varinha para o coração de Lúcio e pronunciou. – Avada Kedrava.
Bella olhou nos olhos de Draco e não viu nenhum sentimento ali, sabia que com Narcisa seria mais complicado, mas estava satisfeita ninguém maltratava sua filha e sobrevivia.
- Venha meu sobrinho, preciso de ajuda para cuidar de minha menina.
Acordou numa cama muito confortável em um quarto todo decorado de negro e verde, a cara de Malfoy pensou desgostosa. Sua cabeça doía absurdamente e lembranças da noite passada invadiam sua mente, á ultima coisa que de que se lembrava era à entrada de Bellatriz.
- Calma você ainda não está recuperada a voz era tranqüila, ali estava Draco a olhando com preocupação? Olhou abismada pra ele, como assim preocupação...
- O que aconteceu? Foi tudo que conseguiu balbuciar.
- Meu pai foi... Punido, acho que o pessoal do Ministério ganhou um presente de Natal antecipado. Disse o garoto não mostrando qualquer emoção.
-Punido? Perguntou sem entender.
- Tia Bella, matou-o. Disse com um olhar de dúvida ainda não assimilará corretamente os acontecimentos da noite anterior.
Ela abaixou a cabeça sabia que ele estava sofrendo com a morte do pai, mas não conseguia sentir nada pela morte de Lucius. Estava confusa, por que Bellatriz mataria Lucius?
- Não vai dizer que sente muito pela morte de meu pai? Perguntou cínico
- Não, eu não sinto. Disse com a voz fraca.
O silêncio instalou-se no ambiente por um longo momento.
- Gostou do meu quarto, muito bonito não acha? Disse quebrando o silêncio o garoto a fitava com intensidade como se soubesse algo sobre ela que ela mesma desconhecia.
Ela encarou-o com a mesma intensidade que ele a olhava, ele se aproximou sentando-se ao lado dela na cama, ela sentou-se, eles estavam próximos, muito mais próximo do que a relação Granger X Malfoy permitia, era perigoso ambos sabiam, mas o beijo foi inevitável.
Fim da lembrança do Flashback.
Tirou a mão do quadro da mulher, tinha uma delicada relação com ela, relação essa que não sabia ao certo quando começou.
Quando anoiteceu finalmente encontrou Malfoy, era muito esquisito o modo de que ele aparecia sempre do nada como se sempre estivesse ali...
- Sentiu minha falta Granger? Perguntou cínico.
- Nem um pouco Malfoy. Falou o olhando intensamente.
- Você é uma péssima mentirosa Hermione. Disse sorrindo sarcástico e se aproximando perigosamente da garota que tratou de rapidamente se afastar.
Fim do Flashback.
Ele caminhava silenciosamente pela mansão, seus passos não faziam som algum,
Seus caminhar era majestoso, suas vestes impecáveis e seu cabelo loiro platinado caia de modo irresistível sobre os olhos azuis acinzentados. Buscava por ela e sabia bem onde encontra – lá, postou-se em frente à porta do quarto mais alto da mansão.
- Você demorou Draco. Ela disse ainda olhando para fora.
- Ela não queria dormir. Disse simplesmente aproximando-se da mulher.
- Já está na hora? Perguntou ela virando-se para encará-lo.
- Já. Confirmou se aproximando e a ajudando a levantar.
- Você acha que ela esta pronta? Perguntou encarando-o
- Ela ficara bem e Shilloh cuidara dela. Disse confiante- Quer vê-la antes de ir?
- Não, eu preciso fazer isso agora. Disse virando-se novamente mais antes que pudesse mover mais um músculo sequer sentiu uma mão em sua cintura virando-a rapidamente, sentiu os lábios dele tocar nos seus o beijo se tornou quente, avassalador.
- Vamos. Ele disse assim que afastou sua boca da dela e com um rápido movimento puxou a mulher pela cintura e pulou pela janela, assim que pisaram no gramado da mansão Malfoy ele a soltou.
Começaram a correr numa velocidade inumana, logo adentraram a grande floresta que existia a poucos metros da mansão, não passavam de vultos em meio à negritude da noite.
Avistou um leopardo, tinha grande afeição por eles, mas esse não era seu alvo. Ouviu passos, não sabia como eles conseguiam ser tão barulhentos, correram em direção a uma clareira recentemente aberta. Esconderam-se na orla da mesma, podiam avistar seis homens, sujos e bêbados. Sabiam que se tratava de foragidos, haviam ouvido falar deles no O Pasquim, o maior jornal bruxo da época, da manhã anterior, mas não fazia diferença, eles eram criminosos, ex-comensais, a escoria, ninguém sentiria falta.
Ela começou a adentrar a clareira o que chamou a atenção dos homens, eles entraram em topor com a imagem dela, ela sorriu, sabia o efeito que causava nos humanos e não conseguiu deixar de pensar no quanto eles eram tolos.
- Olá garotões. Ela disse com a voz calma e sensual.
- O-olá. Disse o primeiro que se recuperou.
- Querem companhia? Perguntou se aproximando do mesmo.
- Lógico. Respondeu rapidamente
- Está com fome? Perguntou outro homem levantando um prato improvisado.
- Você não imagina o quanto. Nesse momento suas presas apareceram, seus olhos tomaram um tom avermelhado, em questão de dois segundos ela já estava com os dentes cravados no pescoço do mesmo.
Draco saiu de seu esconderijo e atacou o primeiro homem que viu.
Faltava apenas um homem Draco estava do lado esquerdo do mesmo, Hermione do direito, se olharam e sorriram cúmplices e juntos o atacaram. Hermione retirou suas presas do pescoço do homem em seguida Draco fez o mesmo e o corpo do homem caiu. Hermione aproximou-se do marido e com a língua limpou um fino filete de sangue que escorria da boca do mesmo e em seguida beijou-o com volúpia.
- Satisfeita Vega? Disse assim que se separaram.
- Ainda não. Disse ela fingindo-se de séria.
- E o que falta para que fique? Perguntou vendo um sorriso sapeca formar-se no canto dos lábios da mulher que se aproximou calmamente e sussurrou algo em seu ouvido, algo que fez com que um pequeno sorriso brotar nos lábios do mesmo.
Em seguida desapareceram em uma nuvem negra e reapareceram na suíte da mansão.
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