O Escondido da Mente

_ Não. – Hermione parou no meio do caminho com o rosto decidido e os braços cruzados.

            Cedric já sabia porque ela havia parado, e muito relutante virou para falar.

            _ Quê? – perguntou meio temeroso.

            _ Cedric Diggory, você não vai fazer isso! – respondeu Hermione decidida, ainda com os braços cruzados.

            _ Eu achei que já havíamos conversado sobre isso. – disse Cedric olhando para baixo com as mãos nos bolsos da calça. Não suportaria que Hermione visse a indecisão através de seus olhos.

            _ Eu realmente achei que você tinha me ouvido. – comentou Hermione olhando significativamente para Cedric, por mais que olhasse para o chão.

            _ Eu ouvi... – disse ele sem levantar a cabeça.

            _ Ouviu? – perguntou Hermione levantando uma sobrancelha incrédula – Se você tivesse realmente ouvido teria desistido dessa idéia idiota.

            Cedric levantou a cabeça, olhando nos olhos de Hermione. Isso a balançou um pouco.

            _ Eu ter te ouvido não significa que eu tenha que concordar com você. – respondeu ele.

            Hermione faz cara de chocada. Alguém estava realmente discordando do que ela dizia?

            Cedric sorriu.

            _ Ah! Ninguém nunca discordou de você antes, né? A sua cara está hilária! – disse ele continuando a rir.

            Nessa hora, Hermione não conseguiu ver a beleza da cena, estava por demais estressada.

            _ Ninguém nunca discordou porque eu estou certa! – respondeu Hermione malcriada.

            Cedric teve um acesso de risos. Não conseguia parar de rir.

            _ Pára! Pára de rir! O que eu digo é coerente! O que você quer fazer é insano! Ei! Pára! – Hermione começou a esboçar um sorriso. – Pá-ra... – gaguejou entre um riso.

            No final os dois já estavam gargalhando juntos. Rindo um da reação do outro.

            Rudy entra na conversa.

            _ Há, há ,há, há... – disse ele dando tapinhas nas costas de Cedric e fingindo estar morrendo de rir também. – O que é?

            Cedric consegue finalmente parar de rir.

            _ Ninguém nunca discordou de Hermione. – respondeu ele para Rudy.

            _ Ah, é isso é hilário... – disse Rudy sarcasticamente. 

            _ Cedric. – Hermione não estava mais estressada, mas havia ficado sem um vestígio do sorriso. – Por que você quer fazer isso?

            Cedric olhou-a profundamente, seus olhos cor-de-mel num tom chocolate.

            _ Hermione você sabe que, quando você entra na floresta negra, ou enfrenta dementadores... é uma estupidez. Você sabe que aquilo que você está fazendo é uma loucura, mas mesmo assim você o faz. – Cedric tentava explicar para Hermione.

            _ Não tem nem comparação! Sempre que eu fiz isso alguém estava em perigo! Você quer se colocar em perigo! – cortou Hermione.

            _ Mas é uma coisa pela qual eu preciso lutar! – debateu Cedric franzindo as sobrancelhas. – É uma coisa que meu pai queria que eu fizesse, é uma coisa que eu gostaria de experimentar. – Cedric olhou para Hermione, seu rosto parecia mais aliviado, como se a estivesse convencendo. – Mione... – Cedric usou o apelido, Hermione quase teve um treco, por dentro. – Eu tomei uma decisão e não vou mudá-la, agora você pode me apoiar ou não. Mas eu tenho menos chances sem seu apoio.

            Hermione estudou cuidadosamente os olhos chocolates de Cedric tornarem-se cor-de-mel outra vez, isso a fez derreter.

            _ Tudo bem. – disse desviando rapidamente o olhar.

            Cedric deu um largo sorriso.

            _ Não que eu concorde! Ou ache certo! – acrescentou Hermione rapidamente. – Mas eu te apoio.

            Cedric continuou sorrindo, deu um passo para frente e abraçou Hermione. Ela congelou. Lentamente levantou seus braços para abraçá-lo também.

            _ É o bastante... – respondeu Cedric. – por enquanto.

            Ele inclinou a cabeça para o lado para poder sentir o cheiro do perfume no pescoço de Hermione, seu nariz roçando na pele da menina. Hermione se arrepiou, mas fez o mesmo. E então:

            _ Então... tá todo mundo esperando pelo grande momento! – cortou Rudy, Cho estava vindo na direção.         

            Cedric e Hermione se soltaram, relutantemente.

            _ Ced! Vamos lá! – disse um garoto alto e moreno, que devia ter 17 anos empurrando Cedric para o Cálice. Depois todos começaram a empurrá-lo.

            Cedric foi carregado até o Cálice e quando o soltaram, ele tropeçou suavemente. Ele olhou para o Cálice, e por um momento pensou no que poderia acontecer se ele por alguma razão saísse machucado. E a única coisa que conseguiu pensar é que nunca mais poderia ver o sorriso de Hermione, ou sentir seu cheiro. Rapidamente baniu a idéia da sua cabeça, com a ajuda de um conforto: talvez ele não fosse escolhido. Cedric depositou o seu nome no Cálice de fogo.

            Depois ele deu um sorriso e saiu em direção dos seus amigos. Hermione acabou ficando um pouco atrás. Ela havia avistado Harry e Rony, que acenou alegremente para Cedric, que ignorou seu aceno.

            Hermione balançou a cabeça rindo.

            _ Metido... – murmurou para si mesma.

            Bom, o que aconteceu depois é realmente inútil contar em detalhes, Fred e Jorge inventaram uma poção para envelhecer, que não deu certo. No final um acabou acusando o outro e os dois estavam rolando no chão se metendo a porrada.

            _ Parem! Parem! – gritava Hermione, a única preocupada.

            _ Briga! Briga! Briga! – gritavam todos os alunos ao redor dos dois.

            _ Arranca uma orelha! – gritou Rudy, ao lado de Hermione.

            A menina percebeu que ao seu lado esquerdo estavam Harry e Rony, e no direto Rudy, Cedric e... Cho Chang.

            _ Não os incentive Rudy! – brigou Hermione.

            _ Tá bom! – respondeu Rudy mal-humorado. – Só quebra o nariz! – gritou Rudy.

            Hermione revirou os olhos, e logo depois desejou não tê-lo feito. Cedric estava rindo abraçado na cintura de Cho. Os dois faziam um belo casal... Cho era linda, atleta, oriental. gostava de Quadribol... Ela era realmente a garota certa para o Cedric. O garoto mais popular do colégio com a menina mais popular do Colégio. O estômago de Hermione revirou.

            Nesse instante todos pararam de gritar e o silêncio foi tão grande, que o barulho no estômago de Hermione foi a única coisa que se pôde ouvir.

            Victor Krum havia entrado na sala, seguido por seus “guarda-costas”. Ele foi decidido até o Cálice e sem nem cogitar, como havia feito Cedric, colocou seu nome dentro dele. Logo depois olhou para Hermione e piscou dando um sorriso. A menina não pôde acreditar. E nem 500 outras garotas que olhavam para ela com ódio nos olhos. Ela sorriu de volta.

            Krum saiu do salão.

            _ Vocês... ah... se conhecem? – perguntou Cho como se essa fosse a única explicação para que Krum olhasse para Hermione.

            _ É... mais ou menos. Na Copa, lembra? Você deve lembrar, apareceu no telão! – respondeu Hermione zoando com a cara de Cho.

            _ Acho que todos nos lembramos. – disse Cedric sério. Os olhos chocolate. – Foi ridículo! O que ele podia ter feito ao time dele... eles podiam ter perdido de muito mais!   

            _ Eu achei bem bonitinho. – respondeu Hermione. – Saiu em bastantes jornais então... acho que valeu a pena. – completou provocando Cedric.

            Cedric fez uma cara que parecia que iria gritar alguma coisa sinistra na cara de Hermione.

            _ Então... Quem tá com fome? Vamos comer, né gente?! – disse Rudy rapidamente para interromper o que poderia ser outra catástrofe.

            _ Acho que Hermione não vai querer vir... – disse Cedric.

            _ Aonde? – perguntou Hermione – Eu estou morrendo de fome! – disse sinceramente, não para provocar Cedric.

            _ Lá fora... – disse Rudy. – já que o Cálice está ocupando o salão...

            _ É permitido comer lá fora à noite? – perguntou Hermione confusa. – pensei que todos tínhamos que ir para nossas respectivas casas e comer lá.

            _ E todos têm. – respondeu Cho. – Menos nós.

            _ Como assim? – perguntou Hermione.

            _ Nós comemos lá fora, Eu, Ced, Cho e outros amigos. Não tem problema! Nós temos um monitor com a gente! Qualquer coisa, estamos cumprindo detenção. – explicou Rudy animadamente.

            Hermione olhou para cara de Cedric com os olhos apertados balançando a cabeça.

            _ Eu adoraria... – comentou Hermione.

            Rudy e Cho começaram a andar, e Cedric iria segui-los, mas Hermione o fez parar.

            Hermione olhou para ele divertida, e fez um barulho de desaprovação com a boca, balançando a cabeça.

_ Já estou conhecendo o seu lado “Cedric Diggory o popularzinho”... – comentou Hermione rindo, em desdém.

            _ Isso não é nada demais. – comentou Cedric.

            _ Há! É claro que é! E você sabe! – acusou Hermione. – E mesmo assim, continua um metido.

            _ Metido? – perguntou Cedric virando-se para Hermione com cara de incrédulo, mas escondia um sorriso.

            _ É! Rony, sabe o meu melhor amigo, Rony. Ele acenou para você e você simplesmente o ignorou! Isso é o que? Ser simpático? – perguntou sarcástica.

            _ Ele não é meu melhor amigo. – respondeu Cedric.

            _ Isso não é questão de amizade, Cedric. – Hermione fez questão de pronunciar o nome dele completo, sem o apelido. Cedric franziu o cenho. – É questão de educação. Se você conhece uma pessoa, por mais que você nunca mais fale com ela, quanto a encontra denovo você podia dar um aceno.

            _ Ah, foi mal. Essa vez eu não fiz isso. – disse Cedric colocando as mãos pra cima em posição de defesa.

            _ Não foi só o de Rony! É que você é meio mesquinho com as coisas, e com pessoas também. – disse Hermione balançando a cabeça.

            _ O quê? – perguntou Cedric incrédulo.

            _ Você ouviu! Pára de ser cínico! – disse Hermione.

            _ Ah, agora eu sou mesquinho e cínico? – perguntou Cedric cruzando os braços.

            _ Ai, Ced! Você se irrita por muito pouco! – comentou Hermione rindo.

            _ Ah, agora eu sou o Ced! Não era o Cedric cínico e mesquinho? – perguntou Cedric malcriado, fazendo birra.

            _ Ai, você tá parecendo um bebê! – comentou Hermione rindo.

            _ Bebê? – perguntou Cedric ainda boquiaberto. – Eu tenho 3 anos a mais que você!

            Hermione só riu mais ainda.

            _ Ah! Desculpa bebê! Bebezão! – disse Hermione pegando o rosto de Cedric e apertando suavemente nas suas mãos.

            Cedric franziu o rosto e como Hermione estava apertando seu rosto, a boca dele estava num biquinho.

            _ Pára com isso! – disse Cedric com  biquinho mais lindo do mundo!

            _ Aaaaah! – disse Hermione ainda rindo. – Que fofo!

            _ Pára com isso! – disse Cedric denovo, ainda em biquinho.

            Hermione estava adorando a cara de Cedric. Ele realmente estava muito fofo.

            _ E o que você vai fazer, hein bebê? – perguntou ela ainda rindo.

            Cedric pegou as mãos de Hermione tão rapidamente, que ela nem percebeu, até sentir elas presas atrás de suas costas e Cedric colocado na frente dela, segurando suas mãos. 

            _ Quem é o bebê agora, hein? – perguntou Cedric a poucos centímetros do seu rosto.

            Hermione abriu a boca e não conseguia mais fechar. Eles estavam ridiculamente perto. Ela podia sentir o cheiro de Cedric. Ele estava sorrindo para ela, e respirou profundamente inalando seu cheiro também.

            _ Gente! Ninguém vem co... – Rudy parou no meio da frase quanto viu a cena. – Uuuuuuuuuuuuh! – disse Rudy com os olhos arregalados.

            Cedric e Hermione ainda não se mexiam e Rudy começou a pigarrear para que eles percebessem a sua presença. Mas eles já haviam percebido.

            _ Vocês querem um pouco de privacidade? – perguntou Rudy por fim.

            Cedric e Hermione rapidamente se distanciaram.

            _ Como assim Rudy? – perguntou Hermione nervosa. – Há, há...

            _ É... continua tentando! – disse Rudy. – As coisas já estão prontas, vamos?

            ●●●   

            Depois de uma longa e silenciosa caminhada,(tirando alguns olharem risonhos de Rudy para Cedric e Hermione.) Cedric, Hermione e Rudy se aproximaram de um lugar perto do rio que só poderia ser descrito como magnífico...

            Era incrível como os “atos heróicos” de Hermione junto com Harry e Rony a deixavam sem a menor noção de lugar como esse. Quer dizer, eles conheciam o colégio muito bem, mas Hermione nunca parou para realmente apreciar esse tipo de coisa presente em Hogwarts.

            O cenário era composto por uma mesa retangular, regularmente grande e cheia de puras tentações. Cada prato parecia ser melhor que o outro. Logo ao lado da mesa estava o rio iluminado pela luz da Lua que estava mais brilhante do que nunca, junto às milhares de estrelas presentes no céu naquela noite de dar inveja.

            _ Finalmente, Ced! – exclamou um garoto de cabelos extremamente negros, corpo atlético, pele morena-clara e olhos tão pretos como seus cabelos, era quase difícil diferenciar as íris da pupila.

            _ Não foi tanto tempo assim... – respondeu Cedric sorrindo indo ao encontro do grupo, contando com Rudy, Cedric e Hermione, devia ter umas dez pessoas.

Hermione estava se sentindo um pouco deslocada enquanto acompanhava Rudy em direção ao grupo de jovens incrivelmente bonitos que sorria mais à frente... Parecia um comercial de pasta de dente!

_ Bem, o que importa é que estamos aqui. – disse o mesmo garoto de olhos negros – Acêndio!

            Várias velas, colocadas em lugares estratégicos, começaram a acender. O lugar se tornou indescritivelmente mais cativante, a luz das velas era o que faltava para a perfeição.

            Hermione sorriu involuntariamente.

            _ Bonito, não? – perguntou o garoto ajeitando a franja do cabelo curto que estava em seus olhos e fitando a expressão embasbacada de Hermione.

            _ Não sei se existe uma palavra que descreva o quão bonito é... – disse Hermione ainda hipnotizada pela paisagem.

            _ Pena que como nós já viemos aqui muitas vezes acabamos esquecendo de prestar atenção... Creio que ainda não fomos apresentados... – disse o garoto esticando a mão morena.

            _ Ah, sim! Hermione Granger, encantada! – respondeu Hermione apertando a mão dele.

            _ Christopher Nortawn, eu estou encantado! – disse Christopher exibindo seus dentes incrivelmente brancos em um largo sorriso e beijando as costas da mão de Hermione.

            _ Vamos comer? – perguntou Cedric ao lado de Hermione impaciente.

            _ Você que se atrasou, calma! – disse Christopher rindo e virando-se para pegar um lugar na mesa já quase toda ocupada.

            _ Nossa! – exclamou Hermione ao lado de Cedric, enquanto eles seguiam juntos para mesa. – Todos os caras aqui são tão simpáticos assim?

            _ Não... – respondeu Cedric rindo duramente – Você parece estimular a “simpatia” neles.

            _ Isso é bom, certo? – perguntou Hermione tentando acompanhar o passo de Cedric.

            _ De que ponto de vista? – perguntou Cedric sarcástico, Hermione não entendeu.

            _ Bem, eu quero seus amigos gostem de mim... – respondeu Hermione.

            _ Sério? – perguntou Cedric levantando uma sobrancelha. – mesmo eles sendo mesquinhos?

            _ Primeiro me deixa conhecer eles! – disse Hermione rindo da atitude de Cedric – Depois eu posso criticá-los! – acrescentou risonha.

            Quando chegaram à mesa Cho rapidamente indicou o lugar de Cedric ao seu lado e fez uma cara de “sinto muito” fingida para Hermione que teve que se sentar do outro lado da mesa, mas na frente deles e ao lado de Christopher.

            Cedric e Cho começaram de denguinhos. Hermione e Christopher desviaram o olhar para a mesma direção e caíram na gargalhada.

            _ Deixando a “paisagem” de lado? – perguntou Christopher ainda rindo.

            _ Sabe, Christopher, eu gosto mais do efeito das velas no ambiente, não de ser uma! – respondeu Hermione.

            _ Boa! E, por favor, me chame de Chris, “Christopher” é muito grande e formal. – comentou o garoto simpaticamente.

            _ Pode deixar Chris! – enfatizou Hermione.

            _ E você? – perguntou ele – Como posso te chamar?

            _ Ah... – Hermione piscou algumas vezes – Eu não esperava por isso, ninguém do sétimo ano que eu conheci pediu meu apelido logo de cara... Bem, meus amigos me chamam de Mione ou Mi...

            _ Gostei, vamos começar com Mione. – disse ele levantando a mão em fingida arrogância – Eu não posso ser visto te chamando de “Mi” ainda, afinal, estou no sétimo ano!

            _ Você é uma comédia! – disse Hermione rindo.

            _ Você também parece ser bem legal... – disse Chris – Espera! Você me fez um elogio, certo?

            _ Sim, Chris, eu falei como um elogio... – Hermione comentou rindo.

            _ O que é tão divertido? – perguntou Cedric em um tom um pouco forçado.

            Ele já estava prestando um pouco de atenção na conversa de Hermione e Chris desde o ataque de risos.

            _ Nada de demais... – respondeu Chris – Só estou conhecendo a Mione!

            _ Mione? – perguntou Cedric em um sorriso muito forçado.

            _ Chris não é muito fã de nomes completos... – completou Hermione.

            _ É eu sei o Chris é uma figura! – Cedric bateu na mesa um pouco forte demais para “enfatizar”sua fala.

            _ TERREMOTO! – gritou Rudy do outro lado da mesa.

            Todos gargalharam, menos Cedric que só deu um sorriso leve e mau feito.

            _ Então Chris, você já terminou aquela melodia? – Cho tentou puxar conversa com o novo amigo de Hermione.

            _ Não... ainda está imcompleta . – respondeu Chris educado, mas ficou rigido de repente.

            _ Melodia? – perguntou Hermione interessada.

            _ Sim. – Cho respondeu por Chris – Chris toca violão.

            _ Sério? – perguntou Hermione para Chris ignorando Cho – Eu também toco!

            _ Violão? – perguntou Chris fazendo uma careta de incredulidade.

            _ Não... – respondeu a garota rindo da expressão que ele tinha feito – Toco piano, na verdade...

            _ Sem chance! – disse Chris.

            _ É sério, eu toco desde os dez anos. Meu pai tocava para eu dormir quando eu era pequena, eu adorava... a melodia produzida pelo piano sempre me encantou... – Hermione deu um belo sorriso – E o que é melhor para parar uma criança hiperativa que não possuia absolutamente nenhum gene esportivo que colocá-la em alguma atividade extra e segura?

            _ É mesmo... – Chris riu – Eu nunca te vi em nenhum jogo ou se candidatando para nenhuma vaga na sua equipe de quadribol.

            _ E nunca vai ver! – disse Hermione fazendo-o rir.

            _ Mas quando eu terminar a minha melodia você vai querer ver? – perguntou Chris animadamente.

            _ Eu adoraria! – disse Hermione.

            Cedric estava olhando a cena com desgosto.

            _ Você não vai comer? – perguntou Cho a ele.

            _ Ah, sim. É só que... não estou com muita fome. – disse Cedrid sem fazer esforço para convencer que isso era verdade.

            _ Ah, não Ced! Você tem que se alimentar... – disse Cho colocando gentilmente um pedaço de carne na boca de Cedric.

            Ele sorriu.

Hermione virou-se para cena exatamente quando Cedric se inclinou e deu um beijo demorado no rosto de Cho, ela fez uma careta.

_ Hey, Ced! – disse um garoto de cabelos ruivos e olhos verdes, incrivelmente bonito – Qual você acha que vai ser a primeira tarefa?

_ Ah, - disse Cedric presunçoso – Vamos com calma, ainda não sabemos se eu vou ser o escolhido.

Hermione revirou os olhos, mas por dentro aquela voz que ela nunca ouvia falava o que ela realmente desejava: que Cedric não fosse escolhido.

_ Não tem ninguém tão bom quanto você! – contradisse o ruivo.

Hermione pensou algo em voz alta, sem querer.

_ Jack já ganhou algumas disputas de habilidade e resistência antes, quando está fora do colégio... Viajando com a família ou algo assim... – comentou Hermione lembrando de suas conversas com Jack. As Competições nas quais ele havia participado não eram nem de longe como o Torneio Tribuxo, mas já poderiam classificá-lo.

No mesmo instante em que Hemione disse isso, ela congelou. Olhou institivamente para Cedric, ele deveria estar olhando para o outro lado, como acontecia sempre que Hermione soltava uma besteira como essa, mas isso era melhor do que encarar seus olhos que deveriam estar em um tom escuro.

O pensamento era bom demais para ser verdade. Lá estava ele, encarando Hermione com os olhos castanhos escuros.

_ É... – disse Cedric pesadamente sem tirar os olhos de Hermione – Parece que Dawson é um obstáculo.

Hermione decidiu não pensar na ambigüidade dessas palavras e desviou do olhar gélido que Cedric lhe dava. Eles não se olharam mais depois disso, Hermione estava se sentindo um pouco culpada por mencionar Jack na frente de Cedric... Ela queria que algo a reconfortasse agora...

_ CHOCOLATE! – disse Hermione, seus olhos brilhando ao ver as travessas de comidas serem substitidas por incríveis sobremesas. Sua atenção estava voltada para uma travessa de crepe de chocolate.

Cedric não resistiu a dar um sorriso, mesmo estando um pouco chateado, a reação de Hermione fez o “clima”da conversa anterior ser quebrado, ela suspirou aliviada e retribuiu o sorriso.

_ Engordativo pedaço do paraíso! – exclamou Chris servindo-se de um pedaço de bolo.

Tinham sobremesas incríveis espalhadas por toda a mesa. Um real sonho, principalmete porque a maioria era de chocolate.

_Que entope suas artérias! – exclamou Cho acabando com a doce felicidade da mesa – Onde estão as frutas? As coisas saudáveis?

_ Só por hoje Cho... – comentou Cedric – Comer doces de vez enquando não mata ninguém...

_ Isso é o que você pensa! – comentou Cho exageradamente.

O clima ficou um pouco pesado, mas Hermione não podia parar de pensar no quanto era irônico Cho se preocupar com um pouco de açúcar, mas nem ligar para um torneio mortífero.

_ Bem... – disse Hermione para quebrar o gelo, pegando um crepe de chocolate – Pelo menos eu morro feliz!

Todos riram, menos Cho que parecia nunca se agradar com nada que Hermione dizia.

_ Isso aí, Mi! – disse Chris – Vamos arruinar nosso colesterol juntos! – ele enfiou um pedaço enorme de bolo na boca dela.

Hermione resmungou algo incompreensível e depois começou a rir com dificuldade, pela boca cheia. Quando finalmente conseguiu engolir o pedaço de bolo, ela disse com fingida repreenda:

_ O que foi isso? Seu cretino!

_ Mi! Que hostilidade! – disse Chris.

_ Já está me chamando de ”Mi”, garoto do sétimo ano? – perguntou ela rindo.

_ É mais forte do que eu! – disse Chris em fingido drama.

Do outro lado da mesa totalmente aleatória da existência do resto do mundo, Cho se pronunciou para Cedric, pois sua cara não era das melhores e ela não queria que ele ficasse zangado pelo seu comentário sobre as sobremesas. Como eu disse, as vezes Cho Chang se esquece de que existe um mundo além dela mesma.

_ Desculpa, Ced... – disse gentilmente – Isso parece estar ótimo, não? – ela colocou uma trufa na boca dele, obviamente de uma maneia bem mais delicada do que Chris.

Era uma cena enjoativa para Hermione. “Qual é o problema dessa garota com  as pessoas se alimetarem sozinhas?!”, pensava ela frustrada. Novamente Hermione desviou o olhar e novamente Chris também havia desviado na mesma direção, mas não tinham nada para dizer, então ficaram um olhando para a cara do outro como se estivessem brincando de “sério”.

Apesar de Cedric estar sorrindo para Cho seu maxilar quadrado estava contraído fortemente.

_ Tá sujo! – avisou Chris para Hermione depois de ficar um tempo olhando para ela sem dizer nada.

Hemione começou a passar a mão na cara.

_ Não, não! – Chris disse rindo inocente – Aqui, olha... – ele colocou a mão rapidamente no canto da boca de Hermione retirando o chocolate.

Cedric quebrou o copo de água que estava segurando.Todos o olharam assustados.

_ Desculpem, - disse Cedric contrariado – não medi a força e... acho que vou tomar um ar...

Ele se retirou e todos voltaram a conversar e a comer, menos Hermione que olhava o garoto se afastar com o cenho franzido.

Rudy saiu de seu lugar do outro canto da mesa para o lado de Hermione e susurrou em seu ouvido.

_ Acho que você deveria ir falar com ele... – ao dizer isso ele se afastou de volta para o seu lugar.

Hermione olhou para Rudy assustada, como se ele tivesse lido seu pensamento, mas ele já não olhava para ela.

_ Pode me dar licença? – Hermione perguntou para Chris que acenou levemente a cabeça.

Hermione caminhou até uma boa distância da mesa, parando sem chegar muito perto de onde Cedric estava. Ela simplesmente ficou observando a cena, ele estava parado na beira do lago com os braços cruzados, olhando para cima, somente a luz do luar iluminava e refletia claramente em seus olhos preocupados.

Hermione suspirou e seguiu em frente até estar atrás dele.

_ Tudo bem? – ela perguntou.

Cedric virou para encará-la, seus olhos estavam em um lindo tom oliva. Como ele fazia isso? Seus olhos nunca tinham uma cor permanente.

_ Só precisava de um pouco de ar... – disse Cedric em um sorriso triste.

Hermione institivamente quis segurar a mão dele, mas quando estava preste a fazê-lo ela arregalou os olhos horrorizada.

_ Você... – ela disse – está sangrando!

_ O quê? – perguntou Cedric levantando a mão que ele havia usado para quebrar o copo, estava cortada – Ah... não é nada... – disse ele fazendo pouco caso.

_ Como não é nada? – perguntou Hermione frustrada – Você só pode ser masoquista!

_ Calma, é só um corte! – disse ele divertindo-se com o preocupação de da garota.

Hermione respirou fundo e pegou a mão dele, segurando o menos possivel.

_ Não precisa fazer essa cara de nojo... – Cedric disse ainda rindo dela.

_ Quieto! – Hermione ordenou e ele obedeceu. – Episkey! – Hermione pronúnciou apontando sua varinha para mão de Cedric e seu ferimento leve começou a cicatrizar – Tergeo! – sussurrou logo depois, fazendo com que o sangue seco no braço de Cedric fosse sugado por sua varinha, logo depois soltando sua mão.

_ Obrigado... – disse Cedric, olhando para mão, agora curada.

_ Se você não tivesse EXPLODIDO um copo, nem teria que me agradecer... – disse Hermione sentando-se na beira do lago – Vai me dizer por que está nervoso? – ela perguntou sorrindo levemente para figura alta que sentava-se ao seu lado.

_ Não estava nervoso... – ele mentiu – Nem sei o que aconteceu, mas de repente precisava de ar... – mentiu denovo.

_ Bem, não é de se estranhar não é? – perguntou Hermione rindo sem humor.

_ Por quê? – perguntou ele aliviado dela não querer estender a cena do copo quebrado.

_ Bom, a Chang não te deixava nem comer sozinho! – Hermione começou frazindo a sobrancelha, ele sorriu – “Ah, Ced! Você precisa comer!”- disse Hermione imitando Cho exageradamente – E ai ela enfia comida pra dentro de você! Eu acho que se você quisesse comer faria como qualquer pessoa normal e pegaria um prato, não? E... O que? – perguntou ela olhando para cara de Cedric incrivelmente risonha – O que é tão engraçdo que te faz sempre rir da minha cara em algum momento?

_ Não é a sua cara, é o seu jeito... – Cedric disse ainda rindo. Ele adorava quando ela ficava nervosa, era quando ficava mais adorável e quando começava ninguém fazia ela parar de falar... Ela sempre saía atropelando as palavras, uma em cima da outra.

_ Ah...  é um pouco óbvio que não sou tão delicada quanto a Chang... – Hermione observou um pouco contrariada.

_ Não, vocês são bem diferentes... – ele disse balançando a cabeça ainda achando engraçado – Mas você cativa as pessoas de outra forma... eu realmente não sei como você faz...

_ Fala sério! – Hermione debochou corando um pouco.

_ Estou falando muito sério! E acho que você devia tentar usar isso para se dar melhor com a Cho, vocês poderiam virar amigas um dia...

Um sonho não pode durar para sempre... Por que ele simplesmente não parou na parte em que Hermione cativava as pessoas?

_ Há há! – Hermione riu sarcásticamente –  Você não prefere chamar você-sabe-quem para um chazinho com Harry? Seria bem mais fácil do que eu e Chang virarmos amigas...

_ Com esse negativismo não vão mesmo! – ele disse tentando convencer Hermione.

_ Não é questão de negativismo, - disse Hermione discordando – quando alguém não vai com a cara de uma pessoa não tem como mudar isso... E eu não fui com a cara dela, e você tem que adimitir que ela não morre de amores por mim...

_ Mas você se deu muito bem com o Chris não é? – perguntou Cedric ficando um pouco sério.

_Exatamente! Isso é um exemplo, o Chris eu gostei logo de cara! Não é como se eu escolhesse... – disse Hermione inocentemente.

_ O que foi tão diferente nele? – perguntou Cedric alterando levemente o tom de voz, mas depois se recompondo – Quer dizer, você não pareceu ficar tão à vontade com meus outros amigos...

_ Que mentira! – disse Hermione em sua defesa – Eu falei com todos eles, e até ouvi as piadas sem graça do tipo : “O que é melhor do que eu? NADA!” – Hermione disse gesticulado, enquanto falava. Ela realmente havia gostado do Chris, mas os outros amigos de Cedric eram um tanto, como descrever? Cheios de si, um grupinho popular comum nos colégios...

_ Devo dizer que você foi razoável agora, pelo menos não chamou eles de mesquinhos... – disse Cedric como se fosse uma repreenda calma pelo que Hermione havia dito.

_ Viu como não sou negativa? – perguntou Hermione levantando uma sobrancelha em desafio.

Cedric gargalhou, e Hermione sentiu um frio repentino em seu estômago. Ele ficou de bom humor de repente? O que tinha acontecido ela não sabia, pois o que ela disse não era assim tão engraçado, mas ouvi-lo sorrir era bom de mais para se questionar.

Hermione impulsivamente levanta a mão e lentamente tira uma mecha de cabelo dos olhos de Cedric, ele olha surpreso, ela estava supresa com si mesma! Em outra ocasião ela nunca teria feito isso, mas não era outra ocasião, a mão de Hermione escorregava para o rosto de Cedric, ele recostou o rosto na palma da mão dela, deixando-se levar pelo momento.

Eles ouvem uma risada alta vindo da mesa e se separam, encabulados e confusos com suas próprias ações. Hermione por ter começado e Cedric por ter respondido.

_ Obrigado por ser minha amiga... – disse Cedric para Hermione, tentando desviar o que ele sentia de sua mente – Sabe, mesmo que nós não nos conheçamos há muito tempo, você sempre está me dizendo o que acha melhor e me reconfortando sem nem saber o que se passa comigo... – ele obviamente se referia a cena acima.

_ Claro... – Hermione disse sentindo como se tivesse levado um tapa na cara – Eu sempre serei uma ótima amiga, eu acho...

_ Sorte de quem conseguir ser mais que seu amigo... – Cedric pensou em voz alta.

_ O que? – perguntou Hermione piscando uma ou duas vezes.

_ O que? – perguntou ele devolta, sem acreditar que tinha pensado aquilo em voz alta.

_ O que você disse?! – Hermione exclamou irritada pela mogolisse dele nessa hora.

_ Ah, nada... – ele tentou ganhar tempo para formar uma idéia na cabeça dele , mas ele não conseguia pensar em nada produtivo quando estava sendo pressionado por ela.

_ Nada? – ela perguntou induzindo ele a falar.

_ É só que... – ele suspirou, não conseguia pensar em nada agora, então falaria verdade ou parte dela. – Você não espera que eu seja perfeito o tempo todo, então eu consigo ser eu mesmo quando estou com você, sem ser Cedric Diggory. É isso que as vezes me incomoda.

Hermione estava observando a boca dele se contorcer em um meio-sorriso um pouco frustrado.

_ Entende? Você não me achar perfeito e não me idolatrar não é o que me deixa louco. É saber que com você eu não posso fingir o que sinto. – ele terminou respirando fundo e encarando o nada.

_ Nossa... – Hermione disse um pouco atônita.

_ O quê? – perguntou Cedric olhando para cima com um sorriso torto no rosto.

            _ Não é que... – Hermione começou enquanto Cedric  fitava o céu. – É estranho ouvir você falando isso. Há poucos dias atrás nós nem nos conhecíamos e agora... Eu sinto como se realmente te conhecesse, é como se estivéssemos juntos há anos... – disse Hermione sendo totalmene sincera.

            Agora ela estava olhando dentro dos olhos de Cedric que estavam banhados em mar dourado. A palavra pequena e sem importância ficou pairando no ar entre eles: Juntos.

            _ Bom, - começou Cedric – Já que estamos sendo sinceros...

            _ O quê? – perguntou Hermione inclinando-se para frente interessada.

            _ Sabe do copo? – perguntou ele cara a cara com ela – Eu tinha um motivo para quebrá-lo... – Hemione ouvia com toda curiosidade – Sabe o que você disse sobre me conhecer sendo que nós não nos conhecemos há tanto tempo...? – ele perguntou – Então quando eu te vi com o o Chris, toda feliz... eu fiquei pensando se era assim com todo mundo...

            Hermione olhou para ele sem piscar por um minuto. O que Cedric disse havia sido verdade, afinal, ele tinha concluido que sua reação anterior tinha sido por isso.

            _ Cedric Diggory, você está com ciúmes? – perguntou Hermione incrédula. Ele riu.

            _ O que eu posso fazer? Sou um lufa-lufa mimado e ciumento! – disse Cedric levantando as mãos em inocência.

            _ Isso é muito inacreditável! – disse Hermione encarando Cedric colocando as mãos na testa.

            _ Por que é tão inacreditável? – perguntou Cedric tirando as mãos dela do rosto e segurando-as.

            _ Um cara como você sentir ciúmes de mim... – disse Hermione encarando as mãos entrelaçadas – Mesmo que seja ciúmes da nossa recente amizade... – Hermione puxou suas mãos de volta.

            _ É... – Cedric franziu o cenho – Estranho né?

            _ Uhum... – disse Hermione – Mas de qualquer forma, o Chris parece alguém que será um grande amigo, muito querido...

            Cedric fez uma careta.

            _ Você que é a grande incerteza do meu futuro... – comentou Hermione rindo abobada.

            _ Pensar no futuro cansa... – disse Cedric inclinando-se para frente sem perceber.

            _ Como assim? – Hermione perguntou também chegando mais perto.

            _ É melhor aproveitarmos o que estamos vivendo agora... – os dois estavam preocupantemente perto – Sabe...

            _ Aproveitar o que a vida teria para você agora e não esperar para o que vai acontecer no futuro... – completou Hermione, os dois estavam meio ofegantes e era uma situação um pouco constrangedora.

            _ Porque nós não vivemos o futuro – sussurrou Cedric, a distancia entre os dois já quase não existia.

            _ E sim no presente... – disse Hermione fracamente.

            Eles haviam fechado os olhos.

            _ Ced? Mi? – a voz de Chris soou firme a procura dos dois.

            _ Não! Seu idiota! – Rudy surgiu do nada, como se estivesse estado ali o tempo todo. Mas Cedric e Hermione não repararam nisso, estavam púrpura e o que era um pouco constrangedor se tornou MUITO constrangedor.

            Rudy pulou em cima de Chris como nos filmes de ação, para impedir que Cedric e Hermione o vissem, mas essas coisas só funcionam em filme de ação.

            _ Ai, Rudy! – Chris reclamou – Qual foi cara? Sai de cima de mim!

            _ Como se eu estivesse adorando Christopher! – disse Rudy levantando em um estalo.

            _ Hey, Mi, Ced! – disse Chris acenando para Cedric e Hermione que agora vinham na direção deles sem olharem um para o outro – Eu estava procurando vocês...

            _ E não podia ter esperado um segundo? – perguntou Rudy ainda injuriado – Ninguém facilita para mim também!

            Chris olhou para Rudy como se ele tivesse problemas, Cedric e Hermione se limitavam a fitar o chão.

            _ Bem... – começou Chris, ignorando o clima esquisito – Já está muito tarde... Estamos todos indo, me mandaram buscar vocês. – ele olhou para Cedric significativamente – E quando eu digo mandaram, eu quero dizer a Cho... Ela não estava muito feliz.... – comentou Chris.

            Hermione olhou para cima de repente injuriada por Cho Chang ter estragado o que quer que fosse que estava acontecendo antes, mesmo que involuntáriamente.

            _ E o que nós temos com isso? – perguntou Hermione olhando zangada para Chris que não entendeu seu olhar – Ela que se arrume com a sua unha quebrada e resolva sua infelicidade!

            Rudy riu. Rudy e suas piadas internas...

            _ Eu não tenho certeza que tenha sido isso... – murmurou Cedric meio preocupado, Cho era insuportável quando estava com ciúmes.

            _ Foi uma expressão, eu quis dizer que ela não tem por que ficar nervosa, mas fica, só de drama! – disse Hermione querendo por a sua raiva repentina em cima de alguém.

            _ Você poderia ser um pouquinho mais compreensiva? – perguntou Cedric.

            _ O quê? – perguntou Hermione virando para encará-lo de frente.

            _ Se afaste, Chris... – Rudy sussurrou para Chris enquanto este obedecia sem contestar.

            _ Você é totalmente cabeça-dura e nada compreensiva quando quer... – disse Cedric encarando-a devolta – Cho não é assim tão superficial como você a pinta, mas você não faz nenhum esforço para vê-la de outra maneira...

            _ Dá licença, Sr Defensor dos Frascos e Comprimidos! – Hermione começou a rebater. Chris e Rudy riram. – Ela faz algum esforço para me ver diferente?

            _ Faça o certo, não o que as pessoas fazem... – Cedric contrapôs como se fosse um ditado.

            _ Não seja mongol e não fique assistindo os outros te tratarem mal! – rebateu Hermione.

            _ Por que você tem que ser tão teimosa? – perguntou Cedric um pouco frustrado.

            _ Eu? Eu sou teimosa? – perguntou Hermione indignada – Boa Noite!

Ela seguiu pelo escuro para qualquer direção, mas era a errada.

            _ Hey, espera! – Cedric gritou, depois virou para Rudy e Chris que se olhavam signicativamente – Vocês viram? E agora... Ela  é tão cabeça dura!

            _ Isso já não é com agente... – disse Rudy começando a se virar rindo.

            _ Eu só a conheci, hoje! – exclamou Chris seguindo Rudy.

            _ Vocês vão deixar ela ir sozinha? Para o lado errado?! E cheia de raiva?! – Gritou Cedric para os amigos que se afastavam.

            _ Ela conhece esta escola melhor do que ninguém! – gritou Chris devolta.

            _ É! – apoiou Rudy – Vai cuidar da sua mulher, vai!

            E assim os dois se foram deixando Cedric de cabeça quente e preocupada, as duas coisas tinham uma única causa.

            _ Hermione Granger, por que você não escolhe ficar em um lugar quentinho e seguro por um dia? – perguntou Cedric para si mesmo antes de começar a correr em direção à menina Grifinória.

            Era uma questão de segundos para que Cedric pudesse alcançar Hermione, mesmo que ela estivesse correndo com todas as suas forças. Então a cena a seguir foi quase imediantamente no mesmo tempo que a anterior.

            _ Me solta, droga! – Hermione se debatia enquanto Cedric segurava seu braço com força.

            _ Sua maluca! O que você estava pesando? Não tem mesmo como eu te soltar! – exclamou Cedric lidando facilmente com os protestos de Hermione.

            _ A maluca estava pensando em ir para a casa comunal dela dormir! – Hermione respondeu malcriadamente – Se você a deixar, é claro!

            _ Perdão, - ele começou educamente, ela odiava que ele conseguisse usar palavras como “perdão” mesmo estando zangado – eu sei que a localização da sua casa só é conhecida por você, mas duvido muito que ela seja na direção da Floresta Proibida...

            Hermione olhou para frente e deu de cara com a entrada da conhecida floresta, depois olhou de volta para ele, ele estava sorrindo.

            _ Será que nem sair zangada e indignada para minha casa comunal eu consigo direito? – ela perguntou frustrada, ele já não segurava mais seu braço. Ela sentou no chão e colocou as pernas junto ao queixo abrançando-as com os braços – Eu sou tão atrapalhada...

            _ Gosto do seu jeito atrapalhada... – disse Cedric fazendo Hermione enrigecer ao seu lado, ela não havia percebido que ele estava sentado ao seu lado, até agora.

            _ Você só pode estar brincando... – Hermione respondeu com um sorriso leve – Uma cabeça-dura atrapalhada?

            _ Bom, se você suporta um mesquinho ciumento... – ele respodeu rindo. – Posso concluir que fazemos uma boa dupla juntos...

            Eles sorriram.

_ Não sei... – disse Hermione, ele olhou para ela interrogativo – Não quero ser um problema entre você e a Chang...

_ Não? – ele perguntou divertido.

_ Eu não amo a Cho de paixão, mas ela parece realmente se magoar quando eu estou perto de você, – disse Hermione – então, sei lá! É melhor não aumentar o conflito.

_ Eu resolvo meu conflito com a Cho, não precisa ser exagerada... – disse Cedric acostumado com os ataques ciumentos de Cho.

_ Cedric, a Cho é o conflito! – disse Hermione batendo na testa dele para que ele acordasse. – Se fosse qualquer outra não se incomodaria, mas ela se incomoda. Entendeu?

_ Você não é a primeira garota que Cho não gostou de ver comigo, não tem preocupação... – ele insistiu.

_ Eu não estou duvidando da sua masculinidade, Cedric! – disse Hermione rindo como se isso fosse o óbvio – Eu estou duvidando que eu termine esse ano letivo com os cabelos tão cheios de fios como quando eu o comecei!

_ O que o seu cabelo tem haver com a história? – perguntou Cedric sem entender.

_ Você nunca presenciou uma briga de garotas, não é? – perguntou Hermione sarcástica.

_ Entre você e Cho já se foram várias! – comentou ele vitorioso.

_ Ai, ai... Pobre Cedric! – começou Hermione colocando a mão no ombro dele como se estivesse dando os pesames – Aquilo são, no máximo, farpas. Gotinhas de aguá pingando no copo vazio... O problema chega quando o copo transborda, aí você não vai querer se molhar, tenha certeza disso...

Cedric segurou a mão de Hermione.

_ Pobre Hermione... – disse ele rindo – Não sabe quantas já quase se mataram na minha frente...

_ Então você sabe no que está se metendo... Não vou mais me opor. – disse Hermione levantando convencida do que Cedric havia dito.

_ Assim? Tão fácil? – perguntou Cedric levantando e ficando ao lado dela.

_ Cedric Diggory, você tem que escolher... Ou você quer as coisas de um jeito mais fácil ou você quer um obstáculo... Não se pode ter os dois! – disse Hermione brincando, começando a caminhar em direção ao castelo.

_ Não posso ter os dois ao mesmo tempo. – disse Cedric sorrindo ao lado dela – Por que com você, nunca se sabe o que pode acontecer. Você pode estar fácil ou difícil...

_ Fácil? – perguntou Hermione pouco satisfeita com o termo.

_ Viu? Eu nunca pensaria que você iria achar que eu estava falando de você em um modo pejorativo. – ele respondeu – Deixe-me ser mais claro, você não tem um dia bom ou ruim e sim um momento. Se em alguma hora você está zangada na outra pode estar sorrindo.

_ Isso se chama bipolaridade... – disse Hermione tomando a liderança da conversa.

_ Não, não chega a ser bipolaridade. – Cedric disse pensativo, como se ele mesmo não soubesse explicar direito.

_ Desista! Niguém nunca me desvenda assim tão fácil... – Hermione comentou vendo o esforço que ele estava fazendo.

_ Isso também me frusta! – disse Cedric jogando as mãos para o céu como se pedisse por um milagre – Por que você se sente tão segura sobre mim, ou como você pode ver o que sinto somente olhando nos meus olhos? Enquanto eu quebro a minha cabeça para te entender...

_ Se você acha isso eu não posso te ajudar, mas você me conhece bastante... – disse Hermione olhando para longe, admitindo algo para si mesma nesse momento – Harry e Rony devem ter levado uns dois anos para fazer algumas das observações que você faz sobre mim. Você não é o único frustrado nessa história, Cedric... – finalizou Hermione com um meio sorriso no conto do rosto.

_ É bom saber disso, - Cedric disse, enquanto já estavam dentro do castelo – pelo menos nós podemos apoiar um ao outro, já o Rudy...

_ O Rudy? – perguntou Hermione sem entender como o nome do recém-amigo veio parar na história.

_ Ele sabe alguma coisa que niguém mais sabe... – Cedric disse lembrando-se de algumas cenas em particular onde o amigo parecia saber tudo que niguém sabia.

_ Agora que você comentou, é mesmo! – respondeu Hermione igualmente intrigada – Eu não faço a menor idéia do que é mas ele sabe...

_ E adora saber! – disse Cedric – Lembra das piadinhas que só ele entende?

_ Nem sempre ele parece adorar assim... – comentou Hermione – Lembra, hoje, quando ele disse “Ninguém facilita para mim também!”

_ É mesmo, quando... – a voz de Cedric morreu por um momento e Hermione corou por baixo dos cabelos. Aquela cena em particular era um pouco difícil de ser comentada. – Chris foi chamar a gente! – Cedric finalmente falou, como se o vácuo de assunto momentâneo não tivesse acontecido.

_ É... – foi a única resposta que veio na cabeça de Hermione nesse momento.

Um grande relógio localizado em um dos corredores do colégio soou marcando 2:00 da manhã. O barulho acordou Cedric e Hermione que estavam andando em círculos pelos corredores, já que nenhum dos dois estava tomando o caminho para ir para sua respectiva casa, esperando que o outro o fizesse primeiro.

_ Merlin! – gemeu Hermione.

_ Que foi? – perguntou Cedric.

_ Duas da manhã? Duas da manhã?! – perguntou Hermione em voz baixa mas histérica.

_ O que tem? - perguntou Cedric ficando preocupado.

_ Aquela gorda nunca vai me deixar entrar! – disse Hermione colocando a mão na cara.

_ Quem? – perguntou Cedric rindo.

_ A Mulher Gorda! Aquele quadro pintado à tinta guache! – disse Hermione olhando para ele com as sobrancelhas franzidas em preocupação. – Eu vou ter que passar a noite fora... – disse aterrorizada.

_ A Mulher Gorda? Então essa é a passagem para grifinória? – perguntou Cedric rindo – Interessante...

_ Interessante? Por favor, eu não tenho onde dormir e você fica pensando em onde as outras casas são localizadas? Além de que não adianta você saber onde é se não souber como entrar... – respondeu Hermione meio desesperada ela nunca havia ficado trancada fora da sua casa antes.

_ Me desculpe, vamos focar no seu problema! – ele disse segurando o rosto tenso dela – Primeiro se acalme.

Era mpossível não se acalmar com o toque delicado da mão dele sobre seu rosto. Hermione relaxou na mesma hora deixando-se levar pelo toque.

Ele também se aproveitou um pouco da situação, sentir a pele dela por entre seus dedos era tão prazeroso quando seu toque para Hermione.

_ Pronto... – ele disse sorrindo soltando o rosto de Hermione, repreendendo a si mesmo por algo que Hermione não entendia. – Agora a segunda parte, me leve até lá e eu convenço a Mulher Gorda...

_ Como você pretende fazer isso? – perguntou Hermione já desconfiada – Ela não tem muito bom humor quando é acordada...

_ Pode deixar, eu tenho meus métodos... – disse Cedric sorrindo maliciosamente.

_ Aposto que tem... – disse Hermione sorrindo de volta e indicando o caminho com  a cabeça.

Era incrivelmente engraçado o quanto as conversas entre Cedric e Hermione mudavam a direção tão rapidamente. Em uma hora estavam conversando felizes, em outra brigando, e em outra... Bem, não vamos adiantar a história.

            ●●●

            Hermione estava meio hesitante em levar Cedric para o retrato da mulher gorda. Onde ela estava com a cabeça, afinal? Ela havia acabado de contar para um aluno de outra casa onde ficava a entrada para a grifinória! Ela realmente não conseguia se controlar quando Cedric estava por perto.

            _ Você está bem? – perguntou Cedric olhando para expressão martirizada de Hermione.

            _ Estou. – mentiu a garota.

            _ Aham... – retrucou Cedric descrente. – Você está com uma cara pior que o Rudy quando Snape pegou uma caricatura que ele havia feito do próprio professor.

            Hermione não pôde deixar de rir imaginando a cena de Rudy e Snape com um pedaço de pergaminho nas mãos. Era incrível como Cedric conseguia acalmá-la, talvez Hermione nem ouvisse o que ele falava às vezes, mas o tom aveludado de sua voz vazia qualquer problema parecer minúsculo.

            _ Não me diga! Como o Rudy tinha desenhado ele? – perguntou Hermione ainda risonha.

            _ Não queira saber... – disse Cedric abrindo um enorme e perfeito sorriso. Ele adorava vê-la sorrindo.

            _ Tá bem... – disse Hermione levantando as mãos em derrota.

            _ Mas... você ainda não me disse o porque de você estar tão nervosa. – lembrou-lhe Cedric.

            Hermione hesitou por um instante.

            _ Eu... Ai! Que droga! – exclamou Hermione. Cedric ficou surpreso com a sua mudança de humor repentina. Denovo. – Eu não devia ter te contado onde era a entrada para o nosso salão comunal!

            Cedric revirou os olhos.

            _ É por isso? – perguntou ele com um tom de descrença.

            _ Não... só estava zoando com a sua cara. – respondeu Hermione malcriada parando com as mãos na cintura. – Óbvio que é por isso!

            _ Uuuh! Que hostilidade! – disse Cedric parando e levantando as mãos. – Podemos voltar ao momento em que estávamos de bem e você estava calma?

            _ Desculpe... – disse Hermione deixando as mãos caírem de sua cintura. – É só que... eu realmente não devia ter dito isso para você.

            Cedric olhou-a nos olhos.

            _ Mione. – começou ele. Hermione estremeceu ao ouvir ele chamando-a pelo apelido. – Calma. Não é como se eu fosse publicar no jornal de Hogwarts amanhã de manhã.

            Hermione sorriu de leve, foi o máximo que pôde. Ainda estava meio que hipnotizada com os olhos de Cedric. Agora estavam num mel intenso.

            _ Você também não pretende contar para o Rudy, né? Seria a mesma coisa... – comentou Hermione desviando os olhos para o chão.

            Cedric riu.

            _ Não, eu juro que não vou contar para o Rudy. – disse ainda sorrindo.

            Hermione olhou para cima.

            _ É aqui... – disse um pouco relutante em deixar Cedric.

            _ Oh! – Cedric exclamou ao ver uma mulher gorda com um vestido de época roncando na sua frente.

            _ Faça a sua mágica... – disse Hermione descrente.

            Cedric encarou-a com um sorriso malicioso.

            _ Acho melhor você chamá-la primeiro. – disse como se já tivesse arquitetado tudo.

            Hermione fez uma careta, mas concordou.

            _ Ah... – começou Hermione e logo depois olhou para Cedric.

            _ O quê? – perguntou ele confuso.        

            _ Você não espera que eu fale a minha senha assim, na sua frente, não é? – perguntou Hermione debochada cruzando os braços.

            _ Ah. – respondeu Cedric abrindo um sorriso perfeito. Os braços de Hermione caíram. – Não seja por isso! – disse colocando as duas mãos nos ouvidos ainda sorrindo.

            Hermione abriu um enorme sorriso, a cena dele fazendo isso era linda.

            _ Você espera que eu confie em você? – perguntou Hermione ainda rindo.

            _ Tudo bem, então... – disse Cedric pegando as mãos de Hermione e colocando-as suavemente no seu rosto para tampar os ouvidos.

            Hermione congelou na mesma posição. O fato dele ter puxado as mãos dela para o seu rosto os fizeram ficar mais perto um do outro. Hermione podia ouvir a sua respiração alta, e se amaldiçoava por isso. Um momento depois, nada mais importava, a única coisa na sua cabeça era o cheiro do perfume de Cedric. Como esse perfume era delicioso! Ela se permitiu respirar profundamente.

            Cedric estava composto de uma forma controlada, e não aparentava em seu exterior as borboletas que estavam no seu estômago. Por isso de vez ou outra desviava os olhos dos de Hermione, sabendo que a garota poderia ver o que ele realmente sentia. Inalava o cheiro de Hermione e isso para ele era a única coisa que importava. Estar lá, com ela. As mãos de Hermione, por debaixo das suas, ainda estavam em seus ouvidos, mas agora estavam fracas, caindo um pouco para o seu rosto. Por um momento de pura insanidade Cedric  fechou os olhos e se aproximou de Hermione, involuntariamente. Ele já estava ficando louco com o perfume e queria senti-lo mais de perto. Queria senti-la mais perto.

            _ Absconditum mentis (o escondido da mente) – pronunciou Hermione num sussurro.

            Cedric saiu de seu transe, abrindo os olhos. Hermione estava estática enquanto ele segurava as suas mãos. Rapidamente as soltou.

            Os dois olharam para os lados um pouco confusos. Logo depois a mulher gorda resmungou.

            _ Crianças insolentes! – esbravejou ela com Hermione e Cedric. – O que os leva a me acordar a essa hora? – ela olha para Hermione.

            _ Queria entrar no dormitório. – Hermione fez uma careta.

            A mulher gorda deu um sorriso malicioso.

            _ Já passou da hora de entrar no dormitório. – afirmou sorridente.

            _ Nós sabemos... – começou Cedric. Hermione olhou para ele ainda meio envergonhada. Ele estava com um sorriso tentador. Dava vontade de se jogar em cima dele. – Devo informar que isso foi por minha culpa... Peço desculpas, senhora. – a mulher gorda olhava rindo abobadamente para os traços perfeitos de Cedric. – Eu pedi a Srta Granger que me ajudasse com umas... coisas... Como sabe, eu sou monitor.

            _ Sim, sim claro! – exclamou a mulher gorda, quase, se fosse possível, saindo do quadro para agarrar Cedric.

            Hermione olhou perplexa para a situação e sorriu. “Eu não acredito que ela vai cair nessa.”, ela pensava. Hermione olhou para os olhos de Cedric. Estavam como fogo, chegando a queimar a sua pele mais uma vez.

            _ Então... a senhora poderia deixá-la entrar? Repito... foi tudo culpa minha. – continuou Cedric jogando um pouco do seu charme.

            _ Claro, claro. – apressou-se a dizer a mulher rindo. Ela fez um gesto e abriu a porta.

            _ Obrigada. – murmurou Hermione baixo para Cedric.

            _ Nada que um pouco de flerte não resolva. – sussurrou ele de volta.

            _ Um pouco? – perguntou Hermione surpresa. Ela tinha se segurado para não pular em cima dele e aquilo havia sido um pouco?

            Cedric sorriu graciosamente, fazendo os joelhos de Hermione ficarem fracos. Ele a segurou antes que ela caísse.

            _ Acho melhor você ir dormir... Deve estar cansada. – comentou Cedric referindo-se a quase-caída de Hermione. Ele se inclinou e deu um beijo na testa da menina. – Boa noite. – disse soltando-a.

            Hermione estava meio tonta depois de beijo em sua testa, mas pelo menos conseguiu se mover para dentro do salão, sem poder responder a Cedric, sua voz havia ficado fraca. Ela simplesmente sorriu e entrou.

            A mulher gorda fechou a passagem e ficou encarando Cedric ansiosamente com os olhos. Mas ele não percebia, a única coisa na qual pensava era Hermione. Ele encostou as mãos na cabeça. A mulher gorda percebeu que não iria ganhar mais nenhum olhar intenso de Cedric, então fechou os olhos, meio decepcionada.

            _ Ai, Hermione... – comentou Cedric para si mesmo num sussurro – Um dia você ainda me deixa louco.

            E assim começou a caminhar para longe dali, tirando qualquer coisa insana dos seus pensamentos, ou pelo menos tentando tirar. Não, Cedric Diggory ainda não sabia que estava apaixonado por Hermione Granger, garotos são um pouco mais lerdos nesse assunto. Hermione pelo menos havia admitido ter uma queda pelos olhos cor-de-mel de Cedric, mas esse sentimento que eles não conseguiam explicar era, como a senha de Hermione, escondido da mente. Para ele, Cho ainda era a garota que ele gostava. Ou talvez ele não enxergasse porque pensou que nunca mais poderia se apaixonar novamente, como antes. Ou não queria se apaixonar como antes.

            Nas sombras do corredor por onde Cedric saía, dois olhos cinzas transpareciam na escuridão com um sorriso torto no rosto. Alguém havia visto que Hermione havia mostrado a entrada de sua casa para Cedric e pior, falado a senha na presença dele. O sorriso por detrás das sombras não era amigável. Não, nem chegava perto disso.

 

N/A: E aí, gente? Espero que tenham gostado do capítulo tanto quanto nós gostamos de escrevê-lo! Queremos agradecer de coração por todos os comentários que recebemos! Vocês todos são muito legais! Obrigada mesmo! Estaremos postanto o mais depressa possível! Bejos, Naty e Mary.

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