Capitulo 44



Ginny estava no corredor com os olhos inchados de tanto chorar. Eram demasiadas coisas juntas, primeiro a chegada ao povoado, logo encontrar o carro de Harry e ele... Quase morre ao vê-lo ensangüentado, e logo não respondia, quando abriu os olhos foi como se a alma lhe voltasse ao corpo, como se o ar por fim ingressara em seus pulmões e logo quando lhe disseram que...

Doutor: Senhora, Harry quer vê-la.

Seguiu o médico com uma mescla de alegria e medo. Se esse acidente havia servido para algo era para demonstrar-lhe que não podia viver sem Harry, não podia fazer-se tonta, o amava demais e agora ele a necessitava, e ela também a ele. Ainda recordava como havia se aferrado a seu corpo inconsciente. Sem embargo teve que estar vários minutos frente a porta para colher valor e entrar. Sua última conversa não havia sido agradável, mas agora ele estava vivo e já nada disso importava. Sorriu e chorou ao mesmo tempo. Tudo o que estava passando era um claro sinal de Deus, sim, Deus, aquele ser todo poderoso que tantas vezes pensou que havia se esquecido dela e agora tinha certeza de que não, só tinha aguardado um pouco para que ela fosse feliz. Quando se encontrou com esses olhos não pode mais que soltar um grito e chorar. Vê-los de volta era algo muito forte, essa mirada tão doce, pensar que a podia haver perdido para sempre... Harry tentou sair da cama e ela compreendeu imediatamente que queria chegar até ela. Raciocinando instintivamente ela foi ao seu lado.

Harry se concentrou nesse rosto cheio de lágrimas e uma a uma as beijou.

Harry: Não quero que chores por mim, nunca mais.

Ginny afogou um soluço e pôs sua cabeça no peito de Harry enquanto ele a acariciava. Tê-la assim era o mais surrealista do mundo, não sabia que o ser benevolente lhe havia concedido esse milagre, mas em silêncio lhe agradeceu como nunca antes havia feito.

Ginny (com a voz entrecortado): Harry, por que o fizeste?

Harry: Tinha medo, pensei que com a tormenta podia te alcançar e passar-te algo e me pôs como louco, suponho que perdi o controle do carro naquela última curva, a última que lembro era imaginar-te ali chorando...

Ginny (se levantou de seu peito e o mirou nos olhos, ainda chorava): Não me imaginasse, era eu, acabava de chegar ao povoado e uns tipos saíram dizendo que havia tido um acidente, quando te encontrei... (se rompeu e chorou ainda mais forte que antes) FOI TERRÍVEL HARRY!!! SENTI QUE... QUE... QUE SE MORRIAS EU IA JUNTO A TI E LOGO NÃO RACIOCINAVAS!!!

Harry: Te amo...

Ginny o mirou. Qualquer explicação, qualquer agradecimento ou o que fosse era absurdo. O acidente era algo que havia passado, mas na realidade suas vidas eram uma só, se amavam e isso era o que necessitavam dizer-se. Se acercou com cautela dele, não queria fazer-lhe dano. Calma lhe buscou a boca e com toda a delicadeza do mundo o beijou, ele lhe segurou a cabeça com firmeza e lhe deu um beijo apaixonado. Esses lábios a estavam reclamando de uma maneira feroz, mas tão prazerosa que a faziam desejar deitar nessa cama de hospital e deixar-se levar pelo desejo que a consumia. Enquanto a língua de Harry explorava sua boca Ginny se acomodou em cima dele. Tinha medo de fazer-lhe algo, mas quando sentiu suas mãos recorrendo-lhe as costas soube logo que tudo estava perfeitamente bem. Quase sem poder respirar se apartou e mirando-o com doçura.

Ginny (sem ar): Essas coisas não se fazem no hospital.

Harry (a segurou pela cabeça e voltou a beijá-la): Te amo.

Ginny: Eu também te amo Harry Potter.

Harry soltou uma lágrima.

Harry: É a primeira vez que me dizes que me amas... A mim.

Ginny: Sempre amei a ti, desde que conheci a Mauricio estive apaixonada por ti, te disse ou não? Em seus olhos te via e me deixavas louca.

Harry: Me perdoas?

Ginny: Creio que não tenho outra opção, compreendi uma coisa, não sei viver sem você.

Harry: Eu tão pouco sem viver sem você, então diz-me uma coisa, vais voltar para casa comigo?

Ginny: Sim (o beijou).

Harry: Mas não quero que voltemos lá, vamos a viver em outro lugar longe de todo o mundo, eu me esqueci já de meu pai e do teu, até de Valentino já me esqueci...

Ginny: Sobre isso... (Harry pôs um dedo sobre seus lábios).

Harry: O que tenhas feito, foi porque eu te arrastei a fazê-lo (ainda que dizia estas palavras havia um pouco de do em sua voz) Portanto não tens que dar-me explicações.

Ginny: Mas quero dar-las... Eu fui com ele, mas não fizemos nada Harry (ele levantou a cabeça e a mirou)... Estou profundamente agradecida com ele, porque me ajudou quando mais o necessitei e me salvou a vida...

Harry: Te salvou a vida?

Ginny: É que... Não te ponhas mal por isso que vou te dizer, mas quando me interei de toda a verdade... Quis matar-me afogada...

Harry a mirou e o medo e a preocupação se deslizaram por seu rosto em forma de lágrimas.

Harry: Quanto dano te fiz direta ou indiretamente...

Ginny: Mas já te perdoei, em parte porque te amo e em parte porque compreendi que as coisas nem sempre são preto e branco.

Harry: Como assim?

Ginny: Simplesmente que nem tudo é como eu pensava, mas não é o momento de que falemos disso, descansa bebê que eu tenho que sair dizer-lhes a todos que já esta bem.

Harry: E quem são todos?

Ginny: Pois Conceição, meu advogado e o teu.

Harry (lhe pegou a mão e a beijou): Diz-lhes que já não precisamos mais de seus serviços.

Ginny lhe deu beijo e saiu do quarto. Quando esteve do outro lado da porta deixou escapar uma lágrima e levou as mãos ao ventre.

Ginny: Sabes meu amor pequeno? Tu, teu papai e eu vamos ser muito felizes.


 


 


 


 


 

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