Capitulo 42

Harry estava desfeito, a havia perdido, o sabia. Esse tipo havia saído com a sua, havia ficado com o único valioso que havia tido em sua vida e o pior é que o único culpado era ele mesmo. Se incorporou agarrando-se na mesa e mirou a Rony.
Harry: Diz que ela vai me perdoar (o mirou com olhos suplicantes).
Rony: É que tens que ver o que fazes Harry, como te ocorre tomar aqui diante dela?
Harry: Ela me disse algo muito triste... Ela sofreu tanto como eu, separados e longe, mas juntos no sentimentos e logo nos encontramos e foi como se fossemos um, eu o senti assim, porém minha sede de vingança cegava todos meus sentidos, nublou meu amor e agora já não a tenho, sempre a esperei e agora sinto que nunca a vou ter e não tens idéia de quão desesperante é essa sensação que sinto... Não sei o que fazer.
Rony: Deixa de ser um espectador passivo.
Harry: Que?
Rony: O que ouviste, ela te mirou com rancor, mas eu pude ver amor em seus olhos, Harry se a perdes vai ser por não raciocinar, deixa de portar-te como menino e demonstra que a ela que és um homem, o homem que ela ama.
Harry: Ela ama a...
Rony: As mulheres dizem muitas coisas quando estão despeitadas, ademais se já a das por perdida melhor te jogas o tudo por tudo.
Harry: Que faço?
Rony: Isso é assunto teu, é tua mulher, tua batalha, tu em algum lugar deves ter uma idéia clara do que fazer.
Harry: Sim.
Harry saiu até o quarto de Ginny como quem vai brigar sua última batalha. O perdoava ou ele morria ali mesmo, não importava, morrer ou viver dava igual. Se introduziu no quarto e ao ler o bilhete que ela havia deixado se pôs como louco. Começou a golpear os móveis e a gritar com raiva, se havia ido... E já nunca mais voltaria a ele, o sabia...
Rony: Harry que te passa?
Harry (chorando): Se foi, se foi, já não vai voltar, se foi...
Rony: Como? Quando?
Harry: Pois deve haver sido a uma meia hora, seguramente quando a tormenta se acalmou, mas olha (se assomou a janela) Já começou de novo... A tormenta de minha vida se reaproximou, sem ela não tenho paz, não vou ter calma, não vou ser feliz.
Rony: Harry queres deixar teus delírios pra depois!!! Porque se não te das conta da situação, ela se foi faz meia hora, desde aqui o mais perto que há é Valverde que esta a quase meia hora de carro, mas com as condições climáticas e o caminho talvez não cheguem i esse se decidiram ir para lá!!!
Harry (assustado): Que tentas dizer-me?
Rony: Tento dizer-te que o mais seguro é que tua mulher esteja presa na tormenta.
Harry saiu correndo como louco. Baixo a estridente chuva correu pelo campo e subiu em sua camionete. A toda velocidade saiu dali como alma que leva o diabo. Com segurança se mataria, não importava, morreria sem ela de todas as formas, mas se ela corria perigo era necessário viver um pouco mais. Decidiu guiar-se por seu instinto e pegou o caminho até Valverde. As condições da estrada estreita eram péssimas e para variar havia várias árvores caídas ao recorrer do caminho, Harry se perguntou se em algum tramo não haveria uma árvore atravessado o caminho e seu coração deu um salto. Apertou o acelerador, tinha que chegar o mais rápido possível, não havia tempo para equívocos. Não se tratava de sua curta e miserável vida, era algo muito mais apreciada, muito mais divina, a vida de Ginny. Já estava chegando a entrada do povoado, mas justo nessa curva, nessa maldita curva que uma vez quase provocou que atropelasse seriamente a Ginny, Harry perdeu o controle do veiculo. Deu várias voltas e chocou contra uma enorme rocha. A claro! Assim que se terminaria tudo pensou enquanto um grosso filete de sangue caia sobre sua cabeça apoiada sobre o volante... Bom, não era tão ruim morrer se disse... Pelo menos já não haveria mais dor... Ela estaria bem?... Fechou os olhos tentando levar a imagem de seu rosto, de seu aroma... Sorriu ao sentir-lo e abriu os olhos... Ali estava seu anjo... Não, não era assim que queria levar sua lembrança, não queria recordá-la com lágrimas nos olhos... Assim não.

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