Capitulo 39
Ginny desceu junto com Conceição enquanto Harry a observava caminhar pela escada. Desde o último que haviam falado não se atrevia a dirigir-lhe a palavra... Assim que depois de tudo sim se havia dado conta do que fez com aquela tipa... Sentia um nojo tão profundo por si mesmo que quando ela descia o último degrau teve que abaixar a cabeça. Quantos erros havia cometido em tão poucos dias? Quanto ela havia suportado sem se queixar?
Conceição: Venha senhora, já vai ver como se recompõe.
Harry (esforçando-se para falar-lhe): Ainda não te sentes melhor?
Ginny (que ainda se encontrava perturbada pela conversa com Conceição): Este... Não.
Harry: Se queres... Posso tentar trazer um médico.
Conceição: Senhor não diga besteira!!! Se você sair agora não volta, não vê como esta tudo lá fora?
Harry: Pois se é necessário...
Conceição: Porém não é, a senhora só esta com dor de estomago.
Harry: E se for algo mas?
Ginny (se acercou a Harry e lhe tocou no rosto com ternura, estava comovida por sua preocupação): Não é nada Harry, de verdade estou bem.
Harry levantou os olhos e ao encontrar essa mirada cheia de ternura soube que a verdadeira Ginny estava a sua frente. Pegou a mão que tinha em seu rosto e a beijou.
Harry: Posso acompanhar-te enquanto comes?
Ginny: Pois se não tens nada mais interessante para fazer.
Harry: Nada é mais interessante que você.
Ginny: Como queiras.
Foram a cozinha e Harry ficou vendo como Ginny tomava toda sua sopa. Imediatamente lhe voltou a cor ao rosto.
Conceição: Bom, se já esta bem eu vou me arrumar seu quarto senhora (sai).
Harry: Podemos conversar?
Ginny (chupando a colher): De que?
Harry: De nós.
Ginny: Não há um nós.
Harry: Ainda és minha esposa.
Ginny: Não sou tua esposa, sou esposa de uma pessoa fictícia.
Harry: Ainda assim...
Ginny: Harry que queres me dizer hein?
Harry: Quero explicar-te como são as coisas, quero contar-te minha vida, quero que entendas o que fiz e porque fiz.
Ginny: Eu entendo porque o fizeste, porém o fizeste a mim que não tinha a culpa de nada e isso não posso entender nem perdoar!!!
Harry: Escuta Ginny, quando um vive toda sua vida sozinho, sem amigos e sem família...
Ginny (gritando ao mesmo tempo que chorava): Não me venhas falar disso!!! Crês que meu pai O GRANDE EMPRESÁRIO estava ali para mim Harry????... Tu que crês? Minha casa era um desfile de criados, eu cresce sim uma mãe porque a vida a tirou de mim, mas cresci sem um pai porque ele se trancou nessa maldita empresa!!! Sempre fazendo dinheiro... “Ginny já vais me agradecer esse dinheiro assegurará teu amanhã”... E de mim que? Harry tu não sabes o que é passar todas as tardes jogando sozinha em um quarto nem fazer tua festa de 15 anos em um país estrangeiro onde não conheces ninguém! Não sabes o que é (suspirou) que no dia de tua festa de formatura teu pai saía e se desculpe dizendo que tem que fazer um negócio!... Estou só, sempre estive só... Me sentia mas perto de minha mãe morta do que dele... Ela eu sentia que me escutava e ele nem sequer isso!!!
Harry (a abraça): Sinto muito, eu não sabia...
Ginny (se solta do abraço): NÃO ME TOQUES!!! TU NÃO ÉS MELHOR QUE ELE... CONTIGO TAMBÉM ESTOU SOZINHA!!!
Ginny saiu correndo até seu quarto e se trancou. Ela nunca havia falado dessa dor tão grande que era não poder ter seus pais, porém essa ferida sempre havia existido. Se a sua mãe haviam tirado a vida o de seu pai era ainda pior porque havia se afastado por conta própria!!!
Ginny (chorando): Tu não sabes o que é Harry... Não ter ninguém que te faça tranças... Que te abrace e te proteja quando chove... Que passe a noite contigo quando tens febre... Que te leia histórias de princesas... Que te cante canções e te leve em seus ombros... Mamãe por que? Por que me deixaste mamãe? (se jogou ao chão) Te necessitava, te necessito, não te das conta mamãe? Todavia sou uma menina... Todavia necessito canções e contos... Necessito que me toques a cabeça e que me digas que tudo vai ficar bem, mamãe...
Se deitou em sua cama e se tampou com o lençol.
Ginny (chorando): Boa noite mamãe...
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