O Fim de Hogwarts
Capítulo 14 – O Fim de Hogwarts
Quando janeiro chegou e os alunos voltaram às aulas, todos souberam do noivado de Frank e Alice e até os professores congratularam os dois.
Todos se sentiam mais motivados a estudar para os N.I.E.M.’s, algumas aventuras dos marotos foram deixados de lado, substituídos por tardes e livros na biblioteca. Eles ainda sumiam com Remo no dia de lua cheia, somente Pedro ficava em casa pra estudar e não acompanhava mais o amigo, como se outras coisas ocupassem sua mente.
Rapidamente os meses se passaram e as provas não tardaram a chegar. Tiago, Sirius, Lily e Remo ensinavam os amigos nas matérias em que eram melhores, e eles praticavam sempre em conjunto. Ao saírem das provas, Pedro parecia apreensivo e não quis discutir com eles as questões. Amy parecia um pouco triste, não havia mais como adiar a conversa que teria com Sirius sobre ter que deixar a Inglaterra instantaneamente quando acabar Hogwarts acabando com suas esperanças de comprarem um apartamento trouxa em Londres para morarem juntos.
Era o último dia de aula em Hogwarts. Amy e Sirius passeavam pelos terrenos do colégio e resolveram entrar um pouco na Floresta Proibida, para verem as árvores exóticas que Amy tanto gostava. Algumas eram tão grandes e derrubavam tantas folhas que formava um tapete em todo o chão, numa grande área da orla da Floresta.
Senta! – ela pediu a Sirius.
Sentar?
É, nas folhas! – ela sorria.
Pra quê, posso saber Sra. Sanders? – ele deu um sorriso bonito e maroto pra ela.
Ela não respondeu, apenas se sentou, ele acompanhou-a e ela o abraçou. Foi um abraço carinhoso e apaixonado, e ela virou os seus olhos em direção aos dele e eles ficaram se olhando nos olhos, como costumavam fazer. Ela o beijou.
Você é um bobo de não desconfiar! – ela riu.
Desconfiar? – ele a olhou, estranhando. – Desconfiar de que?
Que... – ela se aproximou dos lábios dele. – Eu estou prestes a... – ela roçou seus lábios no dele. – Fazer uma... – ele respirava fundo, sentindo a respiração quente da namorada.
PLOFT!
Uma ‘bomba’ de folhas foi atirada na cabeça de Sirius.
Uma brincadeira com você! – ela continuou a frase, se levantando para correr. Sabia que Sirius não ia deixar por menos aquela brincadeira.
Você vai se arrepender disso, Sanders! – ele riu, pegou nas mãos uma considerável quantidade de folhas e ela correu.
Sirius correu atrás dela, tentando atingi-la com as folhas. Ela viu que não tinha chances, ele sempre correu mais que ela. Então ela resolveu parar. Sirius jogou as folhas em sua cabeça e ela, sorrindo, o abraçou forte. Os dois caíram deitados num monte alto de folhas, ele por cima dela.
Eu amo você, minha Sra. Sanders! – ele disse, beijando-a nos lábios.
E eu amo você também, Sirius Black!
Aquela frase doeu fundo em seu coração. Adiara aquele momento por tempo demais, deveria ter poupado Sirius de todos aqueles momentos em que sonhara ao lado dela, deveria ter dito logo a ele o que Dumbledore pedira que ela fizesse. Então ela começou a chorar. Sirius estranhou e sentou-se, pedindo-lhe que sentasse.
O que foi? – ele pareceu preocupado.
Isso... não devia ter... acontecido! – ela falou, baixinho.
Isso o que, amor?
Eu não devia te amar e você não devia me amar!
Por que não? – o sorriso bonitão de Sirius se desfez. – Amy, o que foi?
Ela hesitou. Abraçou e beijou o namorado, mas tinha que contar.
Eu... eu tenho que.. voltar, Sirius! Voltar para a Nova Zelândia... assim que sair do Expresso de Hogwarts!
Mas... mas por que? – ela olhou os olhos do menino mais lindo de Hogwarts se entristecerem.
Eu... eu corro risco de vida aqui... eu conversei com Dumbledore... eu não entendo o meu dom ainda, mas Voldemort sim...
Ele soltou o abraço dela. Queria ficar ali, com ela, salvando-a até de Voldemort, se ele fosse lutar contra ela! Mas ela o estava deixando!
Por favor, não me odeie Sirius! Eu voltarei um dia e...
E se for tarde demais? – ele a olhava triste, enxugando as lágrimas que teimavam em descer de seus lindos olhos negros.
Nunca é tarde demais! – ela tentou abraçá-lo, mas ele deu um passo para trás. – Por favor, Sirius... não me odeie!
Ele não sabia o que fazer. A amava demais e doía ter que deixa-la ir. Mas de algum modo ele entendia. Não podia esperar que ela abandonasse a mãe na Nova Zelândia para ficar com ele ali. Aproximou-se dela e a beijou profundamente. Eles sabiam que era o último beijo.
Perdoe-me, Sirius! – ela sussurrou, entre lágrimas, em seu ouvido.
Eles ficaram se olhando mais uma vez até que ele correu até seu dormitório, e lá não quis falar com ninguém. Só saiu de lá no outro dia de manhã, o dia em que todos iriam embora de Hogwarts. E ele, que achava que tinha encontrado o seu tudo naquele colégio, sairia de lá de mãos vazias.
Naquela noite todos do sétimo ano pareciam infelizes na Sala Comunal. Amy chorava no colo de Lily contando a todos o que ela já tinha dito a Sirius na floresta, enquanto este não descia do quarto e não abria as cortinas de sua cama de dossel nem para conversar com Tiago.
Todos subiram cedo aos dormitórios para terminarem de arrumar as malas. Eles estavam indo embora de Hogwarts para sempre como alunos, e lhes custava acreditar que este futuro, que parecia tão distante nos primeiros anos, se tornara presente tão rapidamente.
Sabe que vou sentir falta até dos piores dias em que passei aqui? – Lily disse e todas concordaram, menos Amy, que chorava baixinho em sua cama, escrevendo no seu diário.
O dia estava triste quando amanheceu. Fazia sol, mas era um sol fraco que refletido no rosto de todos os alunos do sétimo ano, mostrava o pesar que sentiam em deixarem aquelas paredes de pedras.
Não houve baile na noite anterior, como de costume haveria em Hogwarts, pois Dumbledore resolveu deixar as comemorações de lado enquanto os poderes de Voldemort se erguiam.
Um minuto da atenção de vocês! – o diretor levantou-se da cadeira. – Este, como todos sabem, é o último dia de vocês em Hogwarts. Muitos retornarão no fim do verão, e alguns seguirão seu destino fora daqui. Não nego que para eles esse dia possa ser de tristeza, mas espero que eles se sintam felizes com essa nova fase. Espero também que os caminhos que eles tomarem sejam sempre caminhos estreitos e cheios de espinhos, pois eles conduzem ao bem, ao contrário do caminho largo e limpo do mal.
Uma pausa se seguiu, ao que muitos alunos pensativos se encararam e riram com as perspectivas de futuro. Depois Dumbledore continuou.
É com grande prazer que os professores de cada disciplina presentearão os alunos do sétimo ano, aqueles que se saíram melhor nelas, placas de honra ao mérito. – todos aplaudiram.
Snape recebeu o prêmio de Poções, Lily o de Feitiços, Tiago o de Transfiguração e Remo o de Defesa Contra a Arte das Trevas, os demais foram premiados a alunos de outras casas.
Após essas entregas, todos comeram do banquete, menos Amy, que chorava olhando para os pés enquanto Sirius nem tinha descido ao Salão. Depois, todos os alunos saíram arrastando seus malões em direção às carruagens que os levaria à Hogsmeade.
No trem, Amy viu Tiago, Lily, Sirius, Frank e Alice entrarem numa cabine, mas ela foi em frente até uma cabine vazia. Pedro resolveu acompanhá-la, e ela viajou o tempo inteiro chorando no colo do amigo.
Em King’s Cross ela abraçou cada um dos amigos deixando com eles alguns presentes para que se lembrassem dela. Sirius a olhava de longe enquanto ela abraçava os outros.
Adeus meus amigos! Que a gente se encontre novamente, no final de todas as coisas ruins!
É uma pena que você não vá ao nosso casamento em setembro! – Alice choramingou.
Meu coração estará feliz por vocês! – ela sorriu.
Depois que cumprimentou todos, andou até Sirius, chorando mais forte e o beijou no rosto.
Nunca se esqueça que te amei e te amo, e por favor, nçao me odeie!
Ela lhe entregou uma poesia num pergaminho que parecia molhado de lágrimas, enquanto uma mulher alta e de cabelos negros e olhos azuis, como Amy, se aproximou deles e riu para Sirius.
Essa é a minha mãe. Mamãe, este é o Sirius. – Amy disse, seu rosto ainda derramando lágrimas. Sirius sorriu tristemente e a Sra. Sanders abraçou o jovem.
Depois de falar com todos, ela e Amy saíram, enquanto Sirius abria entristecido o pergaminho, que continha uma poesia escrita por ela e borrado com suas lágrimas.
There was a boy
Existiu um garoto
A very strange enchanted boy
Um garoto muito estranho, encantado
They say he wandered very far, very far
Dizem que ele pensava muito longe, muito longe
Over land and sea
Além de terra e mar
A little shy, and sad of eye
Um pouco tímido e de olhar triste
But very wise was he
Mas muito sábio ele era
And then one day
E então um dia
One magic day he passed my way
Um mágico dia, ele cruzou meu caminho
And while we spoke of many things
E enquanto conversamos sobre muitas coisas
Fools and kings
Tolos e reis
This he said to me:
Ele me disse isso:
The greatest thing you'll ever learn
A coisa mais importante você nunca vai aprender
Is just to love and be loved in return
É simplesmente amar e amado ser
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