Uma conversa secreta...
Capítulo vinte e três: Uma conversa secreta...
Harry e Gina foram para o Salão Comunal e não encontraram Rony e Hermione lá. Eles se sentaram no sofá e Gina perguntou:
- O que você queria falar comigo?
- Anh? – perguntou Harry.
- Você disse que queria falar comigo. – respondeu Gina.
- Ah! Não posso mais falar! – disse Harry.
- Ué! Porque? – perguntou Gina.
- Esqueci (N.a: Quem esqueceu fui eu!). – respondeu Harry.
- Ah... tudo bem. – disse Gina. - Então... tá preparado? – perguntou ela, olhando fundo nos olhos de Harry.
- Não sei. Acho que sim... não sei se tô preparado pra gritar com você... vai ser estranho, não acha? – perguntou Harry, retribuindo o olhar com a mesma intensidade. Gina sorriu.
- Acho. Eu não lembro de ter gritado alguma vez com você (N.a: Isso eu também não lembro...)... – disse Gina pensativa. Harry sorriu.
- Nem eu (N.a: Sem coments...). – disse Harry.
- Bom, prepare seus ouvidos, porque eu vou gritar com todas as minhas forças! – disse Gina sorrindo.
- Eu também! Prepare-se! – disse Harry sorrindo.
- Eu já ouvi você gritar... – disse Gina. – E eu não gostei muito da experiência...
- Quando? – perguntou Harry.
- Ano passado, quando você chegou na Sede da Ordem da Fênix. Rony e Hermione têm sorte de não terem ficado surdos! – comentou Gina rindo. Harry riu. Mas logo se lembrou de Sirius e parou de sorrir. Lembrar de Sirius ainda doía muito. Ele resolveu mudar de assunto.
- Onde será que Rony e Mione estão? – perguntou ele.
- Não sei. Vamos procurá-los. – disse Gina, levantando-se e puxando Harry com ela.
Rony e Hermione não estavam em lugar nenhum. Harry e Gina os procuraram por todo o castelo. Passaram quase a manhã inteira fazendo isso. Do mesmo jeito, nem um sinal de Rony ou Hermione. Mas Harry tinha certeza de que os dois estavam juntos. Na última vez em que Harry e Gina estavam procurando os dois, eles se separaram. No meio do caminho, Harry encontrou Helena. Ele resolveu colocar o plano em prática.
- HARRY! Meu amor! – gritou Helena, indo até ele e abraçando-o. Harry se soltou.
- Oi, Helena. Você viu a Gina por aí? – perguntou Harry indiferente.
- Vi! Ela tava sozinha numa sala aí. Parecia que ela estava vendo alguma coisa dentro da sala. Sei lá! – respondeu Helena seca.
- E como vão suas aulas? – Harry tentou ser gentil ao perguntar, o que era difícil, porque ele estava com tanta raiva, que se não fosse pelo plano, com certeza Helena já estaria morta.
- Vão bem. Não poderiam estar melhores! Harry... você ficou chateado comigo naquele dia porque eu me transformei na Gina? – perguntou Helena fazendo beicinho. Harry se enojou com aquilo.
- Não! Que é isso! Claro que não! Imagina... – disse Harry ironicamente. O que ele mais queria era dar um soco bem no meio da cara de Helena. Ele conseguiu se segurar.
- Que bom! Quando você vai acabar o namoro com aquela idiota pra ficar comigo? – perguntou Helena.
- A GINA NÃO É IDIOTA! – gritou Harry. Helena se assustou. – Desculpe. Mas a Gina não é idiota. Eu gosto dela! E eu descobri uma coisa...
- O que? – perguntou Helena ansiosa. Harry não podia ficar mais ali. Com certeza, se ficasse mais um segundo com ela, cortaria Helena todinha em rodelas e depois dava pros elfos domésticos cozinharem pro jantar. “Picanha a lá Helena!”. Com certeza iam gostar do picadinho.
- Depois eu te conto! Eu... eu tenho que ir! – disse Harry. – Depois a gente se fala! Tchau!
- HARRY! Espera! – gritou Helena. Mas Harry havia se escondido e esperou ela passar pra poder sair. Ele caminhou mais um pouco e escutou uma conversa...
- Mas ela sabe? – perguntava a voz fria de um garoto.
- Não, mas acho que desconfia. – disse a voz medrosa de outro garoto.
- E o que o Lorde quer? – perguntou a terceira voz. Lorde? Só podiam estar falando de Voldemort. Harry se inclinou mais um pouco para ouvir melhor.
- Quer que capture a garota que o Potter gosta. – disse a segunda voz. Harry congelou. Iam capturar Gina?
- Quem é a garota? – perguntou a terceira voz.
- Não sei. Estou em dúvida. – disse a primeira voz. Harry aliviou. Não sabiam de quem ele gostava.
- Em quem? – perguntou a segunda voz.
- Hermione Granger e Cho Chang. – disse a primeira voz. Harry sentiu um aperto no coração. Hermione?
- Só elas? – perguntou a terceira voz.
- E Gina Weasley. Ele tá namorando ela. – completou a primeira voz num tom frio e cortante. Harry paralisou. Não. Eles só podiam estar brincando. Gina? Hermione? Harry continuou ouvindo.
- Gina Weasley? A pobretona? – perguntou a segunda voz.
- Sim. A pobretona... – disse a primeira voz com desdém. Harry sentiu vontade de esmurrar aquele garoto. – Weasley... como eu queria ela pra mim... não pro Potter... idiota... idolatrado... aquela idiota da Helena atrás dele e mais metade da escola... mas... eu não sei se ele gosta mesmo da Weasley ou só está com ela por brincadeira. Não sei ainda. Vocês vão ter que descobrir. – disse a primeira voz. Harry ficou com muita raiva. Ele não estava com Gina só por brincadeira. Gostava realmente dela.
- E como vamos descobrir quem o Potter gosta? – perguntou a terceira voz.
- Simples. Observem ele dia e noite. Discretamente, claro. E cuidado para não serem vistos. – disse a primeira voz. Harry ficou boquiaberto. Ele seria espionado?
- Está bem. Tudo pelo Lorde das trevas. – disse a segunda voz. Tudo por Voldemort. Harry não podia acreditar. Voldemort queria pegar a garota que ele gostava. Não era possível.
- Então eu quero que vocês estejam aqui na... sexta-feira, mesma hora. – disse a primeira voz.
- Certo. Vamos estar aqui. – disse a segunda voz.
- Isso mesmo. – disse a terceira voz.
- Muito bem. Façam um bom trabalho e em breve serão comensais, igual a mim. – disse a primeira voz.
Depois, eles saíram e Harry permaneceu parado. Ele achava que não tinha entendido direito. Isso só podia ser um sonho... ou pior! Um pesadelo! Ele tinha ouvido que iam capturar a garota que ele gostava e Gina e Hermione estavam nessa lista. Cho não importava tanto, mas Gina e Hermione sim. Principalmente Gina. Era ela que ele amava. E ele tinha que renunciar a esse amor. Não podia colocar Gina em perigo. Não podia colocar Hermione em perigo. Não podia colocar Rony em perigo. Não podia colocar quem ele amava em perigo. Harry não ia falar pra eles sobre a conversa que ele tinha ouvido. Mas iria voltar lá na sexta-feira pra ouvir o resto da conversa. Ele ia acabar o namoro com Gina hoje e romper a amizade de Rony e Hermione. Só não sabia como. Quando se deu conta, Harry estava em frente ao Salão Principal. Ele se encaminhou até a mesa da Grifinória e sentou-se, extremamente desanimado. Nem percebeu quando Rony e Hermione se juntaram a ele, com caras muito animadas.
- Rony... pára! – murmurou Hermione sorrindo quando Rony tentou beijá-la.
- Tá bom. – disse Rony, e voltou a comer. Hermione lia um livro, extremamente concentrada, mas percebeu a tristeza de Harry. Ela se preocupou.
- Harry... você está bem? – perguntou Hermione. Rony se virou para Harry.
- Hum... – perguntou Harry. – Desculpe Hermione. Pode repetir a pergunta, por favor? – pediu ele.
- Você não está bem. – disse Hermione. Nesse instante, Gina chegou correndo no Salão Principal.
- Então vocês estão aí! E você também, Harry! Nem me avisou que tinha achado-os! – exclamou Gina, mas ainda assim sorria. Ela sentou-se ao lado dele e beijou-lhe a bochecha.
- O que houve? – perguntou Gina preocupada.
- Nada. – disse Harry distraído, mexendo na batata do seu prato. Gina, Hermione e Rony entreolharam-se preocupados. Harry parecia que estava prestes a cometer um suicídio.
- Harry... se for por causa do plano... se você não quiser a gente não faz! – disse Hermione baixinho.
- Não é por causa disso, Hermione! – exclamou Harry irritado. – Não é nada! Esquece!
- Tudo bem, Harry. Desculpe. – disse Hermione.
- Mas você ainda vai participar do plano, cara? – perguntou Rony.
- Vou. Já está tudo combinado. – disse Harry. Ele percebeu que não conseguiria mais comer e se levantou.
- Aonde você vai, Harry? – perguntou Rony.
- Vou pro Salão Comunal. Não consigo mais comer. – disse Harry. Ele foi andando lentamente até a porta.
- Queridos alunos! – disse Dumbledore. Harry se virou e viu que ele se erguera. – Eu gostaria de avisar a data do baile. Será em fevereiro, dia 12. Ou seja, no dia dos namorados. Será um baile a fantasia! – disse Dumbledore sorrindo. Ouviram-se sussurros excitados dos alunos. – E vocês terão duas visitas a Hogsmead para comprarem suas fantasias. E também para se divertirem! A primeira será no próximo sábado! Bom, era só isso o que eu queria dizer. Continuem almoçando. Obrigado. – terminou Dumbledore se sentando. Harry passou seus olhos pelo Salão Principal. Todos os alunos cochichavam excitados. Harry nem se importou e continuou seguindo o seu caminho.
Harry não sabia o que fazer. Uma parte dele queria contar aos amigos aquela conversa que ele ouvira. A outra, preferia ficar calada até a morte. Ele estava confuso. Decidiu não contar. Do mesmo jeito ele não sabia como contar. Não sabia por onde começar, até porque ele havia encontrado Helena antes e estava se escondendo justo dela! Mas Harry sabia que cedo ou tarde eles acabariam descobrindo. Era por isso que ele queria contar. Preferia que seus amigos soubessem por ele do que por outra pessoa. E tinha Gina. Ela também estava naquela lista. Naquela lista amaldiçoada. Com certeza Voldemort tentaria entrar na sua mente e no seu coração e faria o que ele pudesse para descobrir esse novo trunfo. As aulas de oclumência de Harry estavam indo muito bem. Ele já conseguia bloquear sua mente contra invasores. Dumbledore estava tendo dificuldade pra entrar na mente de Harry e isso o deixava muito satisfeito.
- Muito bem, Harry. Você está indo muito bem! – disse Dumbledore sorrindo depois de mais uma aula particularmente difícil de Oclumência. - Se continuar assim, logo Voldemort não vai conseguir de modo algum adentrar na sua mente e no seu coração. – disse ele.
Harry pensou muito nisso. Ele continuou fechando sua mente antes de dormir e toda manhã a bloqueava. Harry estava tranqüilo, porque assim, Voldemort não poderia entrar na sua cabeça. Mas isso não queria dizer que ele na poderia entrar no seu coração. Pelo contrário. Seu coração se tornara um alvo fácil para o Lorde das trevas possuir. Isso era mais uma coisa que deixava Harry tranqüilo: Voldemort não podia possuí-lo. Ele não poderia possuir Harry, pois era justamente o coração dele que o impedia de fazer isso. Primeiro, sua mãe dera a vida dela para salvar a dele. Segundo: Voldemort não possuía um coração, então ele não podia compartilhar um corpo que possuísse um. Mas agora Harry estava encrencado. Não havia como fugir. Voldemort mandara comensais para Hogwarts e eles queriam capturar Gina. Mas eles não sabiam que era de Gina que Harry gostava. E isso era bom. Harry ia terminar o namoro com ela no final da tarde e ficaria com Helena. Armação, claro. Mas agora ele estava achando que o plano era muito arriscado. Tudo bem que ele não gostava de Helena, mas daí a deixá-la morrer era outra coisa muito diferente. Harry resolveu contar para Rony e Hermione a conversa que ele ouvira. Mas não sabia se ia contar á Gina. Não queria preocupá-la mais ainda.
Quando se deu conta, Harry estava sentado num dos sofás do Salão Comunal e Rony e Hermione entraram pelo buraco do retrato, preocupados.
- HARRY! – berrou Hermione, correndo até ele e abraçando-o.
- Onde você tava, cara? A gente te procurou por todo o castelo. – disse Rony, sentando-se ao lado de Harry. Hermione começou a falar rapidamente:
- O plano já está em prática. Gina e Luna estão escondidas na Sala Precisa, agora você vai...
- Hermione! – Harry a interrompeu. Ela parou de falar. – Eu preciso contar uma coisa importante pra vocês... – disse. Ele hesitou na hora de falar, mas depois de alguns segundos desatou a contar tudo sobre a conversa que ele havia escutado. Contou de Helena, de quando se escondeu dela. Contou do plano de Voldemort, do que ele queria. Enfim, contou tudo o que ouvira. No final, Rony e Hermione ficaram de boca aberta e ela parecia que ia começar a chorar a qualquer momento.
- Como? Mas Harry... – tentava dizer Hermione. Rony repetia baixinho:
- Hermione... Gina... Gina... Hermione...
- Harry... – disse Hermione com a voz fraquinha. – V... Voldemort quer pegar a garota que você gosta?
- Gina... Hermione... Hermione... Gina... – continuava a murmurar Rony.
- Sim. E você e a Gina estão na lista. – disse Harry desanimado.
- E Harry... – disse Hermione.
- Hermione... Gina... Gina... Hermione...
- Hum... – resmungou Harry, pra dizer que estava ouvindo.
- O que você quer dizer com isso? Quer dizer... contando essa história pra gente? – perguntou Hermione receosa e encabulada. Harry olhou pra ela. Hermione estava com uma marca de lágrima no rosto.
- Eu contei por que eu cheguei a uma conclusão e quero que vocês façam uma escolha. – disse Harry.
- Gina... Hermione... Anh?! Uma escolha? – perguntou Rony confuso.
- Que tipo de escolha? – perguntou Hermione. Ela já não conseguia segurar as lágrimas. Elas desciam livremente pelo seu rosto. Hermione nem ligou. Sabia o que Harry queria.
- Entre a vida... – disse Harry. – E a morte. – terminou. Hermione soltou um gritinho e começou a chorar descontrolada. Rony se assustou e se encolheu no sofá. – Se vocês continuarem sendo meus amigos, você escolhem a morte. Se vocês escolherem viver, vão ter que deixar de ser meus amigos. – disse Harry desolado. Hermione limpou as lágrimas, decidida.
- Harry! Nós não vamos deixar de ser seus amigos por causa disso! Nós sabemos que o destino de todos está nas suas mãos! Nós sabemos que você é famoso! Nós sabemos que corremos perigo ao seu lado! Mas nós queremos continuar sendo seus amigos! Não é porque você é famoso que queremos ficar com você! Porque se fosse isso, com certeza nós íamos atender ao seu pedido com muito prazer! Se não fôssemos seus amigos de verdade, não estaríamos aqui... nos preocupando com você! Você tem que entender que nós vamos lutar com você até o fim! Seja o que for, continuaremos com você! Escolhemos ficar com você! E isso não significa morte, Harry. Isso significa vida. – terminou Hermione, chorando mais ainda. Ela se levantou e abraçou Harry. Rony também se levantou e abraçou os dois. Harry não pôde deixar de conter uma lágrima. O que mais ele queria? Ele já tinha tudo.
- Sempre vamos estar com você, Harry! Aconteça o que acontecer, sempre pode contar conosco, você sabe disso. – disse Rony com a voz fraca. Harry percebeu que ele estava chorando.
- Sei... – disse Harry. Como ele poderia querer renunciar a dois amigos maravilhosos? Foi burrice sua.
- Harry... não vai se livrar da gente tão fácil! – disse Rony, limpando o rosto com a mão. Ele sorria. Harry também sorriu. Hermione limpou o rosto dele, mesmo o seu estando ainda mais molhado.
- Espero que não! – disse Harry sorrindo. – Rony... Hermione... escutem... foi... burrice minha... eu não devia ter pedido isso...
- Que nada, Harry! Nós te entendemos! – disse Rony.
- É, Harry. Ficaremos com você pro que der e vier! O que tiver de ser, será! – disse Hermione sorrindo. Ela ainda chorava.
- Obrigado... – disse Harry. Ele abaixou a cabeça e sentiu-se feliz. Muito feliz. Até demais. Chorou.
- Harry... você tá chorando? – perguntou Rony, ajoelhando-se em frente ao amigo.
- Ah, Harry! – disse Hermione, abraçando Harry novamente e derramando mais lágrimas. Rony, que chorou um pouquinho antes, não conseguiu se conter. Chorou também.
Quem chegasse ali, naquela hora, ia se assustar. Harry Potter chorando. Não era coisa que se via todo dia. Mas quem chegasse ali, também ia presenciar uma cena rara. Muito rara. Não era o Harry Potter chorando. Era o Harry. Só Harry. Quem chegasse ali, ia ver Harry chorando com seus amigos. Ia ver o quanto é bom ter amigos nas horas tristes da vida. Nas horas felizes. Nas horas confusas. Enfim, iam ver o quanto é bom ter amigos. Só amigos. As pessoas que chegassem iam ver uma forte demonstração de amizade. Uma amizade que duraria o resto da vida...
- HARRY! EU NÃO ESTAVA TE TRAINDO! EU JÁ FALEI! PORQUE VOCÊ NÃO ACREDITA EM MIM? – perguntou Gina. Eles estavam no Salão Comunal, que estava cheio, terminando o namoro.
- EU ACREDITO TANTO EM VOCÊ QUANTO ACREDITO EM VOLDEMORT! – berrou Harry. Várias pessoas se assustaram ao escutar aquele nome. Inclusive Gina.
- VOCÊ NÃO ACREDITA EM VOCÊ-SABE-QUEM! – gritou ela.
- ENTÃO TAMBÉM NÃO ACREDITO EM VOCÊ! – berrou Harry. Gina abaixou a cabeça e levantou-a, chorando.
- Porque você não acredita em mim, Harry? Porque? – ela perguntou baixinho. Harry quase pediu desculpas.
- TÁ LEGAL! VOCÊ PASSA A TARDE INTEIRA FORA E DIZ QUE ESTAVA COM A LUNA! – gritou Harry ironicamente. – VOU FINGIR QUE ACREDITO!
- EU NÃO ESTOU MENTINDO! – berrou Gina. Agora ela chorava desesperada.
- ESTÁ SIM! E tem mais! E nosso namoro acabou! Pra sempre! ACABOU! – gritou Harry. Ele passou por Gina e dirigiu-se para o dormitório. Rony foi atrás dele. Gina ficou chorando no Salão Comunal, enquanto Hermione e Katie, que já sabia do plano, ficaram consolando-a. Harry entrou no dormitório e despencou em cima da cama de tanto cansaço.
- Harry! Cara! Bela encenação! Muito bom! Se eu não soubesse do plano, não teria desconfiado de nada! – disse Rony sorrindo e entrando no dormitório. Harry sorriu.
- E a Gina? – perguntou Harry preocupado.
- Ela mandou essa carta pra você. – disse Rony, pegando uma carta do bolso e entregando a Harry.
- Quando? – perguntou Harry confuso.
- Antes de vir para o Salão Comunal. Leia. Vai te fazer bem. – disse Rony sorrindo. Ele piscou o olho para Harry e saiu do dormitório. Harry sorriu e abriu a carta murmurando:
- Esse Rony não toma jeito... – a carta não era pequena. Estava escrita numa letra muito caprichada, que Harry sabia que era de Gina. Ele leu:
Harry,
Você sabe que vamos ter que ficar uns tempos separados, por causa do fim do namoro. Não do nosso, claro! O fim do namoro no plano da Hermione. Tudo bem que vamos nos encontrar escondidos... mas não vai ser a mesma coisa. Então eu resolvi te escrever essa carta. Ela é curta, pra não tomar muito o seu tempo. Mas, voltando ao assunto principal, eu resolvi escrever essa carta e a Mione me ensinou um feitiço bem simples.. É o “Memorius”. Ele faz você relembrar os melhores momentos vividos com uma pessoa. Então eu pensei assim... se o Harry gostava muito do Sirius, ele vai gostar de saber esse feitiço. Vai ser muito útil pra ele. O feitiço é muito fácil de ser executado e pode só pode ser usado numa carta da pessoa que você quer relembrar os momentos bons. Portanto, é só você pegar uma carta do Sirius e falar: “Sirius Black Memorius!”. Lembre-se de deitar na cama. Você cai num sono profundo quando faz esse feitiço. E lembre de mais uma coisa! Você só pode reviver os momentos bons que “você” passou com essa pessoa. Aí eu pensei mais uma coisa. Se você quiser reviver um pouco os nossos momentos, você só precisa falar: “Gina Weasley Memorius!” nessa carta. Por isso, eu peço um favor seu, me mande uma carta sua. Não tenho nenhuma e não vou poder fazer o feitiço sem ter uma carta. Bom, era isso que eu tinha pra falar. Espero que você goste.
Beijos da sua namorada que te ama muito.
Gina Weasley.
P.s: Me encontre na Sala Precisa amanhã ás 8:00 na noite. Até lá.
Harry não podia acreditar. Gina lhe mandou uma carta, dizendo um feitiço pra reviver os melhores momentos vividos com uma pessoa. Harry só pensou numa pessoa naquele momento. Sirius. Sim, Harry queria reviver seus melhores momentos com Sirius. Todos os melhores momentos. Isso faria ele lembrar do quanto seu padrinho amava a vida. E Harry tinha cartas do padrinho guardadas. Ele mal podia esperar para fazer o feitiço. Mas antes ele precisava escrever uma carta.
Gina,
Obrigado pelo feitiço. Eu mal posso esperar pra poder fazer o feitiço na carta do Sirius. Eu realmente não sei como agradecer pelo feitiço, Gina. Muito obrigado. Vai ser realmente muito útil. Eu estava precisando me alegrar um pouco. Sentir a felicidade de novo. E tá sendo difícil agora. Os tempos estão cada vez piores. Voldemort voltou a atacar e logo os trouxas vão começar a perceber a nossa presença. Espero que isso não aconteça. Ia ser horrível. Não sei como você agüenta ficar ao meu lado. Você sabe que comigo não tem futuro. Pelo menos não um futuro definido. Nós temos um futuro incerto pela frente. Um futuro que nem eu e nem você sabe o que vai acontecer. Você também sabe que corre perigo ao meu lado. E vai ser difícil sair dessa. Eu te amo, Gina, você sabe disso. Eu gostei da sua decisão de ficar comigo. Isso mostra quanta coragem e quanta fibra você tem. Isso mostra o quanto você gosta de mim. E isso mostra o quanto eu gosto de você... eu só quero o seu bem. E o seu bem não é ao meu lado. Não é comigo. Você vai acabar morrendo se continuar comigo. Não quero que isso aconteça. Quero que você seja feliz. Mesmo eu não sendo. Você não sabe o quanto é difícil pra mim, estar escrevendo isso pra você agora. É muito complicado. Você não iria entender. Tudo bem que você sabe sobre a profecia e tudo mais. Mas agora eu me dei conta da realidade. E a realidade é que se eu ficar com você, sua vida corre risco. Não quero que te machuquem. Nem você, nem Rony e nem Hermione. Por favor, entenda que eu só estou fazendo isso pro seu bem. Não quero que fique chateada comigo. Eu voltei pra realidade, Gina. E a realidade é isso. Mas ainda assim eu quero me encontrar com você amanhã na Sala Precisa para conversarmos. Precisamos mesmo.
Nunca se esqueça de uma coisa, Gina. Eu posso ser proibido para o amor... mas não sou proibido de amar. E é por isso que eu vou continuar te amando pro resto da minha vida. Não me espere. Eu posso não viver pra contar história. Eu te amo, Gina. Não se esqueça disso, por favor.
Beijos, da pessoa que mais te ama nesse mundo.
Harry
P.s: Vou estar te esperando na Sala Precisa ás 8:00 da noite. Por favor não falte.
Gina acabou de ler a carta chorando muito. Ele não podia fazer isso com ela. Logo ela que podia dar a vida por ele. Gina caiu chorando na cama. Ela iria á Sala Precisa amanhã de noite. Precisava saber o motivo de término do namoro. Harry não mencionava isso na carta, mas ela tinha certeza que era isso que ele iria dizer. Só não sabia porque... Gina sabia que estava correndo perigo ao lado dele, mas ela já provara que ia ficar com ele até o final. Nunca ia abandoná-lo. Nunca. Mas ela provara tudo isso em vão. Foi tudo por água abaixo por causa de uma simples carta. Mas era por amor que fazia isso por ela. Por amor. Ele a amava. Harry só queria protegê-la. Mas não conseguiria. Gina ia lutar com unhas e dentes pra ficar com ele. Nem que pra isso ela tenha que fazer mil e uma loucuras! Ela ia ficar com Harry custe o que custasse.
- Eu também te amo, Harry. E vou lutar por você! Não adianta tentar fugir. Em todo lugar que você estiver, eu vou estar também. Não adianta tentar me enganar... porque você não vai conseguir.
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