O cheiro sujo da morte



Disclaimer: OK! Vocês já sabem não é? É tudo dela, a J.K. e sua turma. O que vocês não reconhecem é meu, e bla, bla, blabla. E eu também não ganho nada com isso.

Rosy SS já que você pediu este capítulo é todo seu! Beijinhos da Bella. ;)

O cheiro sujo da morte

Ela abriu os olhos e tudo estava escuro. Mas ela sabia onde estava. Sua cabeça girava, mas as pedras frias do chão não deixavam dúvidas. Ela estava em Hogwarts. Levantou-se com dificuldade, suas pernas pareciam não querer obedecer aos comandos de sua mente. Então a lucidez caiu sobre ela como uma pedra que desabasse do teto. A batalha! Ela ainda estava acontecendo, não estava? Oh, Merlin! Ela precisava chegar até o salão principal, mas onde ela estava mesmo? Hermione correu pelos corredores banhados pela luz do luar que entrava pelas altas janelas agora sem vidraças, se desviando dos montes de escombros que se amontoavam por todos os lados. Ela parou de repente em frente a uma tapeçaria semi destruída e conseguiu divisar um trasgo usando um tutu de balé. A sala precisa no quinto andar! Oh, as horcruxes! Eles haviam destruído as horcruxes? Dumbledore deixara todas as pistas. Ela conseguira desvendá-las! Mas ela contara a Harry? Oh, Oh, Morgana! Harry tinha que morrer!E se ele já estivesse morto? Ela não contara sobre a pedra dentro do pomo! A estória de Bedle! Ela precisava ir mais rápido.

Hermione corria desesperada pelos corredores destruídos, quando seu pé se prendeu em algo caído no chão. Sua queda foi aparada pelo objeto mole e viscoso em que havia tropeçado. Surpresa, ela apertou os olhos tentando identificar o que era. E então a antiga e conhecida sensação de um gélido e pegajoso medo começou a irradiar da boca de seu estômago. Era o rosto de Lilá Brown no qual faltava um grande pedaço de carne do lado esquerdo. O corpo, antes bonito da amiga, agora jazia sob o seu coberto por sangue e alguns farrapos. O horror a manteve ali deitada sobre aquele cadáver durante vários minutos, até que um pensamento ainda mais apavorante cruzou a sua mente: - Quantos mais? – Ela precisava saber. Greyback e os comensais estavam à solta no castelo.

Ela se levantou de um salto e tentou correr mais rápido ainda. O cheiro de suor, terra e sangue que o lobisomem emanava preso em suas vestes servia como estímulo. Desceu várias escadas saltando sobre corpos que ela nem parava para tentar reconhecer. Os vivos precisavam dela agora. Ela sabia de tudo! Ela podia evitar que houvesse mais mortes!

Pulando os últimos degraus de uma escada ela se viu no saguão de entrada completamente escuro. - Por que não havia janelas ali? - De repente, um clarão verde às suas costas chamou sua a atenção. A porta do salão principal estava aberta, mas lá dentro também não havia luz. - Onde foram parar todas as malditas janelas? - Ela entrou no salão guiada pelos clarões de todas as cores, mas eles não eram nem de longe o suficiente para que ela pudesse enxergar as pessoas que lutavam. Eram apenas vultos que se moviam e caíam.

Um repentino clarão vermelho iluminou o salão e seu olhar foi irresistivelmente atraído para baixo. Os olhos sem vida de Nevile a encaravam. Sobre o peito do garoto uma massa difusa de cabelos loiros repousava. Luna. Ela se interpusera entre o namorado e o feitiço. O amor que eles sentiam um pelo outro deveria tê-los salvado. Dumbledore disse que salvaria. E então, num momento de fria lucidez, ela compreendeu. Estavam todos mortos.

Ela recomeçou a andar. Ela não deveria procurar entre os que se moviam. A cada novo clarão ela procurava entre os corpos que coalhavam o chão. Era tudo sua culpa. Ela sabia de tudo e, em algum momento, perdera o controle da situação. Se deixara levar e agora pagava o preço.

Um clarão, e Percy Weasley estava no chão coberto de escombros. Outro clarão, Dino e Simas mutilados. Mais um clarão, Arthur e os gêmeos no chão. Clarão, Minerva e Gui. Clarão, Remus e Tonks com o pequeno Ted nos braços. Clarão, Kingsley e Carlinhos. Clarão, Molly e Gina abraçadas. Ela falhara miseravelmente! Porque os feitiços não paravam? Ela não queria ver mais. Não queria saber de nada pela primeira vez. Mas o cheiro de sangue, poeira, suor e fuligem não a deixavam esquecer.

Então dois últimos clarões, um verde e um amarelo, surgiram um de cada canto do salão e se encontraram bem no meio, acima de sua cabeça. Na luz branca e fria criada pelos dois feitiços ela pode ver a expressão retorcida de dor de Severo Snape deitado em seu próprio sangue com o pescoço estraçalhado. Ao lado deste, Rony repousava tranquilamente, parecia estar dormindo, mas não estava. Seus joelhos vacilaram e encontraram o chão com um baque surdo. Ela sentiu algo dentro dela se quebrar. Mas, se eles estavam mortos ela nunca se tornara uma curandeira, nunca se casara, Hugo e Rosa nunca aconteceram! Hugo e Rosa? Uma casa branca na periferia da Londres trouxa?Uma coruja negra e um bilhete? Ela parou de respirar e sentiu que morria. Mas o vazio e a culpa ainda estavam lá. Ela não morrera. Ela nunca fora feliz. O frio. Ela ainda podia senti-lo.

De repente um vulto bloqueou a luz a sua frente. A custo Hermione despregou os olhos dos cadáveres no chão e se viu cara a cara com a expressão maníaca de Belatriz Lestrange.

- Eu te matei! – gritou a garota com a voz rouca dominada pelo pânico. Ela lançara uma única maldição imperdoável até ali. E esta acertara em cheio o peito da comensal tirando-lhe a vida. Ela nunca se esqueceria disso. Laços de morte não se rompem. No entanto ali estava ela. De pé, olhando dentro dos seus olhos.

A mulher a sua frente gargalhou, apontou a varinha e berrou:

- Crucio!!!

Hermione sentiu seu corpo se retorcer sob a mágica carregada de ódio da bruxa mais velha. Mas estranhamente ela não sentia dor. Ela queria, mas não sentia. Ela merecia. Talvez a dor acabasse com o vazio e a culpa dentro dela.

- Crucio!!! – gritou Belatriz novamente.

Ela se debatia. As vestes encharcadas pelo sangue de Severo colando-se ao seu corpo. Ela não podia sentir nada. Só o remorso dentro de si que doía mil vezes mais que a maldição. Por que o seu corpo não sentia? Ela precisava da dor.

- Me mate, por favor!!! – berrou Hermione.

- Você não merece! – sibilou sua vítima.

Hermione acordou assustada. Ela suava frio e arfava. O cheiro sujo da morte ainda preso em suas narinas. Olhou rapidamente a sua volta. Ela precisava se certificar de onde estava. Sofás, lareira branca, um relógio e um quadro. Estava em sua casa. Ela realmente beijara Rony aquela noite, se casara e tivera dois maravilhosos filhos.

Sentou-se no sofá, onde recostara e adormecera. Apanhou a varinha no chão e conjurou um grande lenço branco que usou para secar o rosto e o pescoço. Há quanto tempo não tinha esses pesadelos? Agarrou a taça de vinho sobre a mesa de centro e tomou um grande gole. Consultou seu relógio de pulso: dormira pouco mais de meia hora.

- Um ano. – Murmurou para si.

Havia mais de um ano que Hermione não sonhava com a batalha de Hogwarts. Ela precisava ir. Não gostava do vazio que se apoderava de sua alma quando isso acontecia. Precisava encontrá-lo. Tinha que calar o instinto que o espectro de sua vítima despertara em seu cérebro.

Abandonando o lenço e a taça sobre a mesa caminhou a passos largos até a lareira onde agarrou um punhadinho de pó brilhante dentro de um vaso dourado sobre o console. Lançando o pó de flu nas chamas disse o mais claro que pode:

- Escritório do diretor do hospital St. Mungus!
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Até o próximo capítulo. Beijos da Bella.

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