Uma tarde de domingo
Disclaimer: você reconheceu é da J. K. Rowling, a loira má e seus parceiros comerciais. Não reconheceu, é meu! E eu não ganho nada com isso a não ser muita diversão e algumas horas a menos de sono.
Gente, eu tô sem beta então qualquer erro gritante ou não nesse capítulo é só me avisar, OK?
Espero que vocês se divirtam lendo tanto quanto eu me diverti escrevendo.
Beijos da Bella.
O Segredo
Uma tarde de domingo
Hermione Weasley tomava uma reconfortante xícara de chá, sentada calmamente em sua cozinha, aproveitando a luminosidade alegre que se filtrava pela janela naquela tarde de um domingo de outono. Rony e as crianças haviam saído para um passeio no parque. Hugo e Rosa estavam absolutamente encantados com os brinquedos trouxas que os pais dela haviam presenteado na última visita e, numa tentativa desesperada de evitar a demolição da casa por uma bola de futebol, Rony levou-os para brincar.
Era absolutamente reconfortante estar sentada na cozinha clara invadida pelo sol. Naquela mesma mesa de madeira clara, quase dourada, Harry e Gina anunciaram para eles o nascimento de seus três filhos e Neville pediu Luna em casamento, em um jantar onde todos os amigos estavam presentes, mas adiante uma bancada branca que foi usada por Rony e ela para “inaugurar” a casa (ela ainda sentia o rosto corar ao pensar nisso), mas adiante a larga janela de caixilhos que se abria para o pequeno jardim de onde ela viu Hugo cair da vassoura de brinquedo (presente do padrinho Harry) e quebrar o braço, do lado oposto da janela, o pequeno lance de escadas, com apenas três degraus, que levava a sala de jantar onde ela quase caíra quando entrou em trabalho de parto para o nascimento de Rosa. Tantos momentos felizes, tantas pequenas recordações de sua vida que parecia perfeita nos últimos dez anos. Exceto por um detalhe. Não, um detalhe não, pensou ela, um segredo.
A segunda guerra havia acabado a quase treze anos atrás, quando seu amigo Harry derrotou Voldemort na batalha de Hogwarts. Depois daquele dia, ela devotou todos os seus esforços aos cuidados com os feridos da guerra. Durante os meses que se passaram antes da reabertura de Hogwarts ela foi voluntária no St. Mungus onde seus talentos de “sabe-tudo” foram bastante apreciados pelos sobrecarregados e esgotados curandeiros.
Flashback – início
O curandeiro Abbot se aproximou. Parecia mais cansado que o usual, mas ainda sim sorriu benevolente para Hermione, ele gostava da garota, achava-a inteligente, competente e com uma compaixão fora do comum. Mesmo depois de tudo que ela havia sofrido durante aquela guerra insana, ainda se enterrava naquela “casa de horrores” em que o St. Mungus havia se transformado só para ajudar seus amigos.
- Srta Granger, recebemos mais um paciente em estado grave hoje. Agora que ele está estabilizado necessitará de uma aplicação de essência de ditanmo de quatro em quatro horas e de uma poção repositora de sangue de hora em hora. E como todas as enfermeiras estão sobrecarregadas gostaria de pedir-lhe a gentileza de cuidar deste – disse Albert Abbot, com o que pareceu a Hermione, um sorriso ainda mais cansado.
- Claro curandeiro Abbot! – respondeu a garota, sorrindo e pegando das mãos do curandeiro uma prancheta verde clara.
- Quarto 318. Muito obrigado Srta Granger. – disse Abbot ainda sorrindo e observando a garota se afastar pelo corredor.
Hermione se afastou pelo corredor indo direto até o estoque do hospital providenciar frascos com as poções que o paciente necessitava. Ela se sentia útil e reconfortada em poder ajudar ali. A batalha final havia acabado a pouco mais de 48 horas e todo aquele trabalho a ajudava a esquecer o horror da guerra e a dor das perdas.
Ela se recostou por um momento em uma das altas prateleiras que cobriam a pequena sala para deixar uma lágrima cair.
- Meu Merlin! Foram tantos! – disse a garota com a voz embargada.
E mentalmente ela contabilizou algumas das perdas: Sirius que morreu defendendo Harry, Dumbledore que se sacrificou para possibilitar o fim da guerra, os queridos Lupin e Tonks, que ainda deixaram órfão seu filhinho Teddy, o admirável Percy Weasley, mais admirável ainda depois de reconhecer seus erros e lutar bravamente ao lado da Ordem da Fênix, o pequeno Colin Creevey que mostrou uma coragem maior do que qualquer um poderia imaginar, Ernesto Macmillan um dos mais leais guerreiros da Armada Dumbledore, Parvati Patil sua grande amiga apesar dos desentendimentos sobre adivinhação e a Profa. Trelawney e o namoro de Lilá Brown e Rony. E tantos, tantos outros. E é claro ele! Ela o viu morrer. Ela assistiu a luz daqueles olhos incrivelmente negros se extinguir. Severo Snape, o maior mártir de toda aquela maldita guerra.
Mais uma lágrima vacilante desceu pelo rosto da menina. Ela balançou a cabeça e esboçou um sorriso triste.
- Eu sou jovem demais pra tudo isso. Por Merlin uma adolescente ridícula com uma paixonite pelo malvado professor de poções! – resmungou ela.
Hermione secou o rosto na manga das vestes, pegou dois frascos no armário a sua frente e saiu do estoque em direção ao quarto 318, consultando rapidamente a prancheta em uma de suas mãos ela notou que já estava quase na hora de ministrar as poções ao paciente, limpando sua mente dos pensamentos que a assaltaram a poucos momentos ela apressou o passo.
Poucos instantes depois ela chegou à porta do quarto e se assustou ao se deparar com um grande e mal encarado auror montando guarda.
- Visitas não são permitidas! – exclamou o grandalhão postando-se em frente à porta.
- Eu sou voluntária nesse hospital e fui designada para cuidar desse paciente. – retrucou a menina em tom de desafio.
- Qual é o seu nome?
- Hermione Granger.
O homem franziu a testa por um momento. Hermione então notou que aquele homem, assim como todo o resto da bruxidade, já conhecia seu nome e seus feitos. Todos os meios de comunicação bruxos noticiavam, sem cessar, todos os acontecimentos dos últimos dias da guerra. Fossem eles reais ou imaginários. Obrigada Skeeter! Pensou a garota sem conter um esgar irônico.
O auror puxou do bolso das vestes um pequeno pedaço de pergaminho, anotou alguma coisa com uma pena retirada do outro bolso e se afastando da porta com um aceno deferente de cabeça, disse:
- Pode entrar Srta Granger. É uma grande honra conhecê-la pessoalmente e, se precisar de alguma coisa é só me chamar.
- Obrigada. – respondeu Hermione que já tinha alcançado a maçaneta da porta.
Distraída momentaneamente pela conversa, só agora que entrava no quarto ela se perguntava o motivo de haver um auror vigiando a porta. Hermione sabia que alguns comensais haviam ficado gravemente feridos na batalha de Hogwarts e também foram trazidos para o St. Mungus.
- O curandeiro Abbot nunca me mandaria aqui se fosse perigoso. – pensou a menina, enquanto hesitava um momento antes de fechar a porta atrás de si. – Em todo caso é melhor ficar atenta.
O quarto estava imerso em uma penumbra quase aconchegante, somente a luz do sol poente entrava pelas janelas. Hermione avançou em direção a cama pousou os frascos de poções e a prancheta na mesinha de cabeceira e acenou a varinha em direção ao imenso lustre em formato de bolha que se acendeu imediatamente. Quando tornou a se virar em direção a cama seus olhos encontraram um vulto magro, tão pálido quanto os lençóis que o envolviam. Ela sentiu que todo o sangue do seu corpo a abandonara, uma expressão, mistura de choque, incredulidade e surpresa congelada em seu rosto:
- P... P... Pro... Professor!
Flashback – fim
Hermione despertou assustada de seus devaneios quando ouviu um barulho na janela. Uma grande coruja negra estava pousada no peitoril com um pequeno pergaminho amarrado na pata. Seu coração pareceu dar um salto de felicidade dentro do peito, para no instante seguinte, congelar no mais absoluto terror. Ela levantou rapidamente, correu até a janela e a abriu com as mãos trêmulas. Demorou um pouco mais que o usual para conseguir desamarrar o pergaminho da pata da coruja, que levantou vôo logo em seguida. Com as mãos tremendo mais do que nunca, ela desdobrou o papel e leu:
Meia-noite.
Um sorriso enorme iluminou o rosto da morena.
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