Lembranças...
(postado em 12.01.09)
N/A: Ohhhhh!!! Finalmente estou de volta! Sentiram minha falta? Ok, ok, não precisa responder. hihihi
Bom, aí está o 5º capítulo. Tem algumas coisinhas do livro 7, mas apenas algumas, portanto não me xinguem se não gostarem de algo. Apenas comentem!!!!!!!!! Adoro falar isso: COMENTEM, por favor.
Espero ter conseguido retirar os espinhos dos teclados dos leitores. Acho que agora terei um monte de comentários. (eu pedi isso ao Papai Noel tbm, mas não sei se a cartinha chegou a tempo dele me atender, ou de repente ele ficou bravo pois desejei a ele um Feliz Equinócio de Verão!) Enfim... blá blá blá...
Muito bem, chega de enrolação........
Boa leitura!
Ah, e antes que eu me esqueça: COMENTEEEEEEEEEMMMMMM !!!! kakakaka
Capítulo 5 – Lembranças...
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- Severo, agora é sua vez. – Lupin falou. - Harry deve saber!
Como uma explosão de cores e energia, Draco sentiu a brisa morna ser devastada com força ao surgir uma onda vermelho-faiscante e quente que saía do moreno em direção ao professor de Poções. “O Cicatriz odeia mesmo o Snape!”, Draco pensou antes de o professor tomar a palavra.
- Melhor que falar, Remo, vou mostrar as memórias, se você permitir...
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Harry não conseguia pensar em nada sensato para falar. Sua voz sumira logo na primeira memória que Snape projetara na parede da sala. A imagem mostrava o jovem e magricela menino Snape e uma linda garotinha ruiva sentados nos balanços de um parquinho de praça.
- Melhor que falar, Remo, vou mostrar as memórias, se você permitir... Vou começar pela parte que Potter deve saber e estender aos dias atuais. O que também servirá para suas dúvidas, já que no interrogatório foram apenas palavras. Está bem assim? – vendo que Lupin aceitou, ele prosseguiu e sentou-se de frente para uma parede lisa que havia na sala. Acenou a cabeça para Tonks e ela prontamente agitou a varinha, fazendo com que uma fumaça mais cremosa do que gasosa saísse da cabeça de Snape e fosse lançada à parede, projetando ali a primeira seqüência de imagens.
Todos que estavam na sala mantinham no rosto as mesmas expressões surpresas e cada vez mais descrentes com o que viam. Harry mal piscava. Custava acreditar naquelas informações tão intensas.
Seria impossível esquecer. Flashes de imagens surgiam sem parar. Depois que Snape mostrou suas lembranças ninguém foi capaz de dizer qualquer coisa. Tonks murmurou algo como ‘fome’ e foi para a cozinha, sendo seguida por Lupin logo depois. Narcisa e Draco trocavam olhares significativos, como se dissessem ao outro que sentiu saudades durante o tempo que ficaram separados e que sentiam muito por tudo que acontecera sem que realmente quisessem. Snape encarava seus pés, cobertos pelos seus sapatos pretos e foscos. Harry não esperou nem dois minutos e saiu da sala, e quando viu que Rony o seguiria ele apenas acenou a cabeça em negação e o ruivo entendeu que ele gostaria de ficar sozinho. Ele precisava ficar sozinho para que pudesse refletir e talvez descobrir o que fazer a partir dali. Os diálogos que ouviu ainda ecoavam em sua memória.
“- Isso é óbvio, não é? - Snape não podia se controlar, mas pulou fora de trás dos arbustos.
Ele pareceu arrependido de seu visual, um rubor incômodo tomou conta das bochechas pálidas enquanto ele olhava para Lílian.
- O que você quer dizer?
- Você é uma bruxa. - sussurou Snape.
Ela parecia ofendida: ‘Não é muito educado dizer isso para alguém’.
- Você é. - disse Snape para Lílian. - Você é uma bruxa, eu estive te assistindo por um momento, mas não há nada de errado com isso. Minha mãe é uma, e eu sou um bruxo.”
“- Faz alguma diferença, ser nascida-trouxa?
Snape hesitou. Seus olhos negros, ávidos numa melancolia esverdeada, se movimentaram sobre a tez pálida, os cabelos ruivos escuros.
- Não. - ele disse. - Não faz diferença alguma.
- Ótimo. - disse Lilly. Estava claro que ela estava preocupada.”
“- Severo?
Um pequeno sorriso torceu os lábios de Snape quando ela disse seu nome.
- Oi?”
“James ergueu uma espada imaginária:
- Grifinória, onde se alojam os de bravo coração! Como meu pai.
Snape emitiu um pequeno barulho destoante. James virou-se para ele.
- Você tem algum problema com isso?
- Não. - disse Snape, embora seu pequeno som de desprezo o contradissesse. - Se você prefere ser musculoso a ser esperto.”
- Minha mãe? – Harry falou para si mesmo. - Eles se conheceram ainda crianças... – seus pensamentos pulsavam, entre surpreso e intrigado, enquanto fragmentos de diálogos reverberavam em sua mente.
Algum tempo depois ele estava sozinho no quarto, o antigo quarto de Sirius, e tentava absorver pelo menos a metade do que viu. Ver seus pais ainda jovens, entrando na escola, a adolescência, o início da guerra... era tudo doloroso demais. E também um tanto quanto confuso ver como sua mãe e Snape se relacionavam até a adolescência. *
“Lily e Snape caminhavam pelo pátio do castelo, novamente discutindo.
- ...achei que nós fossemos amigos? - Snape estava dizendo. - Melhores amigos?
- Nós somos, Sev, mas eu não gosto das pessoas com quem você está andando...
“- Ele gosta de você, James Potter gosta de você! - as palavras saiam arrebatadas contra o seu controle. - E ele não é... todos pensam... grande herói de quadribol... - a amargura e o desagrado de Snape o faziam incoerente.”
“Já era noite. Lily, que estava usando um vestido, sustentava seus braços cruzados em frente ao retrato da mulher gorda, na entrada da torre da Grifinória.
- Eu somente vim aqui porque Mary me disse que você estava ameaçando dormir aqui.
- Eu estava. E eu teria dormido. Eu nunca quis chama-la de sangue-ruim, eu apenas...
- Deixou escapar? - não havia misericórdia na voz de Lily. - Está muito tarde...
Ele abriu a boca, mas fechou sem dizer uma palavra.
- Eu não posso mais fingir. Você escolheu o seu caminho, e eu escolhi o meu.
- Não -- escute, eu não quis te chamar...
- ...me chamar de sangue-ruim? Mas você chama todos com linhagens iguais a minha de sangue-ruim, Severo. Porque comigo seria diferente?
Ele lutou pra se manter a margem do discurso, mas com um olhar desdenhoso ela se virou e passou através do buraco do retrato...”
- É difícil aceitar... – Harry murmurava para si mesmo.
”- Esconda todos eles então ele. Mantenha-os a salvo, por favor.
- E o que você me daria em troca, Severo?
- Em troca? - disse Snape agarrado a Dumbledore. - Qualquer coisa.”
“- O menino dela sobreviveu. - disse Dumbledore. - O filho dela vive, ele tem os olhos dela, você lembra do brilho e da cor dos olhos de Lílian Evans, eu penso?
- NÃOO!!! - gritou Snape. - Estão mortos.
- Isso é o remorso Severo?
- Eu desejo, eu quero estar morto.
- E que uso isso teria para qualquer um? - disse Dumbledore friamente. - Se você amava Lílian Evans, então seu caminho a frente está limpo.
- O-o que você quer dizer?
- Você sabe como e porque ela foi morta, faça com que isso não seja em vão, me ajude a proteger o filho de Lílian.”
- Por que Dumbledore nunca me disse algo sobre isso? – Harry se levantou da cadeira e começou a caminhar em círculos pelo quarto.
“- Eu sou afortunado, extremamente afortunado, por que eu tenho você Severo.
- Se você tivesse me chamado um pouco mais cedo eu poderia ter feito mais, ganho mais tempo pra você! - disse Snape furiosamente. Ele olhou para baixo para o anel quebrado e para a espada. - Você pensou que quebrar o anel quebraria a maldição?
- Algo como isso... eu estava delirando, sem dúvida... - disse Dumbledore com um suspiro se recostando em sua cadeira.”
“- O Lorde das Trevas não espera que Draco consiga, isso é apenas uma punição pelas falhas recentes do Lucius, uma tortura lenta para os parentes do Draco, enquanto eles assistem ele falhar e pagar o preço. - disse Snape.
- Em resumo, o garoto tem uma sentença de morte sobre ele assim como eu tenho. - disse Dumbledore. - Agora, eu devo presumir que o sucessor do trabalho, caso Draco falhe, é você?
- Esse, eu penso, é o plano do Lorde.”
- Como as coisas chegaram a esse ponto? – Harry não conseguia ficar parado, tamanha era sua agitação. Andava de um lado para o outro no quarto enquanto as imagens bagunçavam seus sentidos.
“- Existe apenas mais uma coisa que devemos fazer para livrar o garoto das garras do Lorde Voldemort.
Snape levantou seus olhos e em seu tom sarcástico e perguntou - Você está pretendendo deixar ele te matar?
- Certamente não, VOCÊ deve me matar.”
“- A alma desse garoto ainda não está danificada. - disse Dumbledore. - Eu não gostaria que se rasgasse por minha causa.
- E a minha alma, Dumbledore? E a minha?
- Só você sabe se feriria sua alma evitar que um velho homem sofra dor e humilhação. - disse Dumbledore. - Eu peço esse grande favor a você, Severo, porque minha morte está próxima tão certa quanto o fato de que os Chudley Cannons ficarão no fundo da liga.”
- Eu não entendo... Por quê? – o moreno perguntou para a fotografia da parede onde se via James, Sirius, Remo e Pedro.
”- Eu gasto o tempo com Harry porque eu tenho coisas a discutir com ele, informação que eu devo lhe dar antes que seja tarde demais.
- Informação. - repetiu Snape. - Você confia nele... Você não confia em mim!
- Isso não é questão de confiança! Eu tenho, como você deve saber, tempo limitado. É essencial que eu dê ao menino informação para ele fazer o que necessita fazer.”
”- Contudo, você confia muito mais em um garoto que é incapaz de utilizar a Oclumência, cuja mágica é medíocre, e que tem conexão direta com a mente do Lorde das Trevas!
- Voldemort teme essa conexão. - disse Dumbledore.
- Eu não entendo.
- A alma de Lorde Voldemort, dividida como é, não pode ter contato com uma alma como a do Harry.
- Almas? Nós estávamos falando de mentes!
- No caso de Harry e Lorde Voldemort, falar de uma coisa é falar da outra.
Dumbledore olhou de relance ao redor para certificar-se de que estavam sozinhos. Estavam próximos da floresta proibida agora, mas não havia nenhum sinal de ninguém perto deles.
- Depois que você tiver me matado, Severo...
- Você se recusa dizer a mim qualquer coisa, contudo você espera esse pequeno serviço de mim! - grunhiu Snape e uma raiva real alargou-se em sua cara fina.
- Você me deu sua palavra, Severo. “
- Por que tinha que ser assim? – cansado e triste, Harry deixou-se cair na poltrona e fechou os olhos para que as imagens fluíssem naturalmente. Os óculos tortos na face, os braços abraçando as pernas, o coração agitado e pesado, nada impediu de recordar boa parte do que vira das memórias do professor.
“Uma parte de Lorde Voldemort vive dentro de Harry”
- Eu quero dormir... – Harry murmurou para a noite. – E não quero sonhar.
“- Não ouse trair o mestre, seu idiota! Você pode pôr tudo a perder...” – Snape gritava.
- Eu quero falhar... Professor, eu não quero isso pra mim. – Draco quase chorava de agonia.
- Você não tem escolha, moleque.
- Eu preciso f-falhar, professor. Eu quero...
- Pense no que está em risco, Draco. Tente, alcance o diretor e depois nós damos um jeito.
- NÃO! Não posso permitir que mais alguém morra.
- Draco, faça o que estou mandando. Prometi te ajudar, mas você deve fazer o que eu digo.”
“- Nãoooo, leve-me, não me importo, mas deixe-a fora disso.. – Draco implorava para o homem encapuzado que arrastava Narcisa.
- Moleque estúpido! – disso o homem agitando a varinha e fazendo com que o rapaz voasse a dois metros de altura, batendo as costas na parede de pedras ao fundo. - Ela só tem valor para mim porque ela tem valor para você. Pense nisso... – era a voz de Lucius Malfoy. – Leve-a daqui! – ele ordenou e empurrou a mulher para Snape. – Se quiser deixar o moleque feliz, mantenha-a longe de Bellatriz.
- Venha Narcisa, vou te tirar daqui. – Snape sussurrou para a mulher que estava quase inconsciente em seus braços.”
“- Não posso partir sem saber como minha mãe ficará... – Draco falava baixo e ofegante, com os olhos irradiando ódio e medo.
- Nem pense em contatá-la. – Snape disse sério, quase em tom de ameaça. - Em hipótese alguma tente falar com ela. Deixe que cuidarei dela. Prometi à sua mãe que te protegeria, rapaz, e é isso que estou tentando fazer, e eu faço isso apenas por ela, entendeu? Agora prometo a você que a protegerei. Saia daqui agora... AGORA. VAI !!!
Viu o rapaz correr até a porta e antes que ele pudesse pensar em qualquer outra coisa ou especificar um lugar para ir, Snape murmurou um feitiço para desorientar o rapaz e fazê-lo aparatar em um lugar duas vezes mais longe do que o imaginado e na direção oposta. E Snape, desejando que Draco seguisse suas orientações, também deixou a casa sem olhar para trás e sumiu num estalo.”
“- Sev, onde está meu filho? Por favor, eu preciso saber. – Narcisa pedia mais uma vez.
- Eu não sei lhe dizer. Sinto muito. – Snape dizia com sinceridade.
- Mas você me prometeu que o ajudaria!
- Eu ajudei! Mandei-o se afastar dessa loucura. O momento oportuno está para chegar e resolveremos tudo.
- Sev... onde está meu filho? Eu nunca disse a ele o quanto eu o amo. – ela chorava desesperadamente.
- Mas ele sabe, Cissy. Ele sabe. – ele se abaixou e abraçou a loira que não se controlava mais, e chorava até perder as forças. – Venha Cissy, você precisa se alimentar. Tempos difíceis ainda estão por vir e temo não poder ficar contigo até o fim.
- S-sev... Não-não me deixe.
- Eu não vou deixar. Venha... – ajudou-a a se levantar e acompanhou-a até a cama puída que havia no cômodo.”
- É muita informação... – Harry murmurava.
“Snape estava sentado debaixo de uma grande árvore no meio de uma floresta. Mantinha sua varinha apontada para a própria cabeça e murmurava um encantamento. Estava visivelmente cansado pelo esforço, porém estava determinado a conseguir aquela conexão.
– Usque ad terminum... Accipiens Legilimens... sitius incognatus... Pare de lutar garoto, deixe-me entrar... Sitius incognatus... Dicere ad breve... Absens Actiones praejudiciales... Pro veritate... Verbo ad verbum ... Ex auditu alieno... Isso garoto! Preste atenção... Usque ad terminum... Pare de lutar!
- Ahhhhh... minha cabeça.... – finalmente conseguiu uma resposta de Draco. - O que está acontecendo? – o rapaz perguntou preocupado.
- Draco, você está seguro, pare de lutar contra mim. – Snape projetava sua voz na mente de seu pupilo, tentando manter firme a conexão mental.
- O que está acontecendo? Professor Snape? – Draco perguntou para a voz que invadia seus pensamentos.
- Era o meio mais seguro de entrar em contato. Sei que é doloroso pra você ter a mente invadida dessa forma, mas agüente. – falou o professor que também estava cansado por causa do feitiço.
- É você que está invadindo meus sonhos. Por que aquelas imagens tão perturbadoras, professor? O que está acontecendo? – quis saber, ansioso pela lembrança dos pesadelos.
- Que sonhos? Este feitiço apenas permite uma conexão telecinética por poucos minutos. Acalme-se garoto. Tenho notícias. – o professor explicou rapidamente.
- Minha mãe... como ela está? Está segura? – o rapaz quis logo saber.
- Está. Não se preocupe. Está em meu esconderijo, mas não posso te falar onde é ainda. É hora de voltar Draco. Entrei em contato com a Ordem da Fênix. Esteja pronto em dois dias. Amanhã te aviso onde será o encontro. Esteja pronto. – no mesmo instante a tontura, o mal-estar e a dor de cabeça de Draco sumiram. O contato fora rompido. Snape se encontrava agora caído no chão, exausto pelo esforço. Nunca havia tentando esse tipo de conexão em uma mente tão bem preparada como a de Draco.
Levantou-se e foi providenciar o que precisaria para a viagem do dia seguinte.”
“- Draco? – Snape chamou o rapaz novamente por pensamentos. A segunda conexão era mais fácil, visto que o receptor já conhecia a fonte da invasão e se ele a aceitasse não haveria tantos problemas como na primeira, apesar de perceber que o garoto sentia a cabeça latejar de tanto que doía e ele se apoiava nas árvores para não cair com a tontura.
- Sim professor. Pode falar. Onde nos encontraremos? – quis saber logo.
- Tenho que ser rápido. – Snape projetou seu pensamento na mente de Draco. Sua voz parecia nervosa e aflita. – Draco, nos encontraremos nos fundos desse bar. Vista-se normalmente, é uma vila trouxa. – enquanto falava, lançava na mente do loiro a imagem de um mapa com o nome e o caminho de um bar irlandês num bairro da Londres trouxa. – Pode aparatar próximo a este ponto azul do mapa, mas o caminho em azul deve fazer a pé. E não use magia nesse trecho. Esteja atento e com a varinha em fácil acesso. Tenho que ir.
- Espere professor...
- Não há tempo Draco. Esteja pronto para duelar caso necessário. E tenha muita atenção. – tão rápido como no dia anterior a conexão se rompeu antes que o rapaz pudesse perguntar algo mais.
“- Grey Camp. Carvalho. Crepúsculo. Até 3ª semana. Revigorar e curar. *Maroto ajuda*. Cuidado! – Snape relia o bilhete para se certificar que entenderiam sem que fosse necessário dar dicas demais.
Assoviou alto e uma coruja logo chegou.
- Vá até Remo Lupin ou Ninfadora Tonks, Londres. – Snape ordenou para a coruja cinza ao prender o pergaminho em sua pata. – Voe rápido e não retorne.”
“- Eu sinto muito Cissy, mas preciso partir. Não é mais seguro eu ficar aqui. Perdoe-me. Estou pedindo ajuda e creio que virão em breve. Eu sinto muito. – Snape falava para uma desacordada Narcisa, que permanecia imóvel na cama, enquanto uma pena encantada transcrevia as palavras para um pequeno pergaminho. Deixou o bilhete preso entre o anel e o dedo indicador da loira e se afastou para observá-la um pouco mais.
Ouviu-a sussurrar:
- Sev? Cuida de mim, Sev... Eu preciso de alguém... Cuide de meu filho... Sev.
- Eu preciso partir Cissy. Para o seu bem.
- Não me deixe ir, Sirius. Peça-me para ficar.” – ela murmurava em meio à febre.
Snape suspirou profundamente e virou-se para partir, pegou uma mochila e depois de olhar para trás mais uma vez e desejar que tudo desse certo saiu pela porta lançando inúmeros feitiços ao redor do carvalho encantado que escolhera como abrigo e sumiu na noite densa da floresta de Grey Camp.”
“- Vocês não são páreo para mim. – Snape falou em tom de superioridade.
- Usted es um verro inutil! Cale tu boca. – o homem misturava os idiomas ao falar. Eram quatro homens ao redor de Snape, todos apontando suas varinhas, rindo como porcos tolos, com postura ruim e olhares irados. – Podemos irr debagar parra usted acompaniar. – disse entre risos roucos.
Snape mal moveu um dedo e o homem à sua direita, que era o mais alto, já estava no chão, petrificado.”
“- ‘Snape?’ – ouviu a voz arrastada de Draco.
- Droga! Agora não! Petrificus Tot... – não pôde terminar o encantamento, pois teve que se desviar de uma maldição.
- ‘Snape?’ – ouviu Draco novamente. – ‘Onde está?’
- ‘Vá à Mansão Black, Draco! Tome cuid-dad-do!’ – projetou sua voz na mente do garoto.
- ‘O que está havendo? Mansão Bl-...’
- ‘Mansão Black! Largo Grimaund, nº 12. Você é um Black, conseguirá vê-la se tiver o... endereço... Tenha... muito... cuidado...’ – projetava a voz rápida e o mapa do caminho para a Mansão na mente do rapaz, e ao mesmo tempo gritava com firmeza: - Confundo!”
“- Accio varinha. – Lupin sussurrou o feitiço convocatório. - Não serve mais ao seu lorde, Severo? - perguntou às costas de Snape.
- Petrificus Totalus! – Tonks gritou ao seu lado.
- Recebeu meu bilhete, Lupin? – Snape respondeu sem se virar e sem fazer nenhuma objeção ao perder a varinha. – Antes de me prender e me levar para o interrogatório, ajude Narcisa, por favor.
- Narcisa Malfoy? – Remo indagou surpreso. – O que está acontec...
- REMO... CUIDADO!!! – Tonks gritou e logo lançou um feitiço estuporante no homem que se aproximava.
- VENHA! – Remo segurou o braço de Snape e conjurou uma algema inibidora de magia prendendo nas mãos de seu ex-colega da Ordem. - Tonks? – chamou assustado enquanto lançava outro feitiço para se proteger das maldições dos dois homens que os atacavam. - TONKS???
- Vá para a Sede, agora! – a auror falou bem próxima a ele e antes de desaparatar com Snape ele ainda a ouviu dizer ‘Incacereous’ e cordas mágicas imediatamente amarraram os dois oponentes que os atacavam próximos aos outros dois que já estavam imóveis no chão.”
“- Quem eram eles, Severo? Diga-nos logo!
- Eu não sei, Lupin. Pare de perder tempo e use Veritasserum de uma vez! Não me oponho, e até prefiro! Pois assim não perdemos tempo com tolos questionamentos!
- V-você não pode estar falando sério... – Remo disse mais para si mesmo. Olhou para Tonks para ver se ela concordava com a proposição de Snape e ao vê-la consentir ele voltou-se para Snape. – Ok. Não sabe quem eram aqueles que nos atacaram para matar? Não estavam com você?
- Que inferno Remo! Não recebeu meu bilhete? Narcisa precisa de ajuda! Deixei que vocês me encontrassem. Não apresentei nenhuma resistência, não foi? Eu sei que chegou a hora de dizer a verdade. Mas por Merlin, homem, encontre Narcisa Malfoy.
- Re-ce-bi um bi-lhete hoje ce-do. – Tonks balbuciou. – Mas estávamos com dois alertas de ataque, não pude dar a devida atenção ao bilhete. “Revigorar e curar.” Ela está ferida? “*Maroto ajuda*” Isso é alguma senha? Severo, onde fica a floresta Grey Camp? E o carvalho que você falou?”
“- Por que devemos procurar Draco Malfoy?
- Marquei com ele naquele bar... mas não pude encontrá-lo e o mandei à Mansão Black!”
*** algumas horas depois ***
- Tem certeza que não quer conversar? – Lupin perguntou meio receoso.
- Tenho sim, professor.
- Ah, Harry, pare com isso de me chamar de professor aqui. Estou aqui como seu amigo, pra te ajudar e te proteger. Você pode se abrir comigo se precisar.
- Prof... Lupin, eu... eu nem sei o que pensar. É difícil aceitar tudo o que vi nas memórias do Snape. Ele pode ter forjado muito do que está lá, não pode? Está bem, não pode. – ao ver o professor mexer a cabeça indicando que ia falar, ele se corrigiu antes que Lupin o fizesse. – Você já falou que ele tomou Veritasserum antes daquilo, mas... mas eu... não quero acreditar, está bem.
- Nem eu, Harry. Mas precisamos encarar os fatos. – falou decidido e lentamente mudou o tom de voz. - Agora um outro assunto: você poderia me dizer que assuntos Dumbledore tinha para conversar com você para que até o Snape quisesse saber? – perguntou delicadamente, mas não adiantou.
- Lamento professor. Não posso. Já precisei de sua ajuda uma vez e talvez precise novamente. Posso dizer apenas que é para terminar algo que o diretor começou e deixou para que eu, Rony e Hermione terminássemos. Não posso dizer mais do que isso. Sinto muito.
- Tem a ver com a espada de Griffindor que emprestei a vocês? Ela está segura, certo? E toda segurança na biblioteca e no sótão. E nas conversas sussurradas.
- Tem sim. E a espada está bem segura, não se preocupe. Por favor, professor, não me pergunte mais sobre isso. Chegará um momento em que poderei te explicar melhor. Ou talvez, que eu precisarei te explicar melhor.
- Eu esperarei Harry. E espero que não seja tarde. E espero também que vocês consigam ficar mais um tempo por aqui. Eu e Tonks precisamos ir embora daqui a pouco, mas voltaremos com freqüência. Temos que levar Snape para o Ministério. Mas não queremos envolver Narcisa e Draco por enquanto.
- Eles têm mesmo que ficar aqui? Tenho mesmo que olhar pra cara do Malfoy todos os dias?
- Apesar das memórias do Snape tirarem toda culpa do Malfoy ele ainda é prisioneiro da Ordem, mas não podemos correr o risco de deixá-lo à mercê de aurores ou Comensais. E mais do que isso Harry, eu confio em vocês, em você, Rony e Hermione. Posso contar com você pra cuidar disso pra mim por algumas semanas?
- Semanas? – o rapaz resmungou em resposta.
- Valeu. Sabia que podia contar com você. Agora eu tenho que ir. Se cuida, está bem?
Lupin saiu do quarto e deixou Harry novamente sozinho. Por várias horas nem com seus amigos o rapaz quis conversar. Ficou ali, trancado no quarto até adormecer.
E amanhecer.
Pouco se falou sobre as lembranças do professor Snape. O trio intensificou as pesquisas sobre a horcrux restante e quanto mais procuravam nos inúmeros livros e diários que estavam no sótão mais eles tinham certeza de que o diadema estava ou em Hogwarts ou no Banco Gringotes.
A convivência com os Malfoy era estranha. Pelos ressentimentos do passado ninguém conseguia encarar a ‘inocência’ de Draco, mesmo com as provas de Snape e a defesa de Lupin. Ainda assim, o trio tratava a sra. Malfoy e o filho com muita indiferença e frieza. E assim seguiam os dias. Sem contato. Sem palavras. Ou com poucas palavras...
- Sai do caminho, Malfoy! – Harry falou sem muita educação ao atravessar a sala indo para a cozinha.
- Que pena... – Malfoy disse em tom de deboche e sarcasmo. – Ele não recebeu educação da mamãe. Coitadinho...
Harry não perdeu tempo de elaborar uma resposta, apenas fechou os punhos e voou na direção do loiro que tanto detestava. O outro, após ter adquirido excelente treinamento em artes marciais, mal se moveu para o lado e o moreno bateu de frente na parede atrás de Draco.
- O que é isso? – Hermione veio correndo depois de ter ouvido o barulho de uma pancada. – Não posso acreditar que vocês ainda briguem como crianças idiotas! – ela brigou com ambos. – Já é a quinta vez desde a semana passada!
- Calma, monitora... Foi ele que começou, eu mal me mexi. – Draco respondeu contente e cínico, erguendo os braços acima da cabeça.
- Cala a boca Malfoy. E sai da minha frente. – ainda não suportava a presença dele, mas dessa vez sabia que ele estava falando a verdade. Foi até Harry para ver se ele estava bem. – Como está? O que aconteceu dessa vez? Por que vocês têm que brigar toda semana? Isso já está me irritando, sabia?
- Ei! Briga com ele, não comigo! – ainda bravo pelo tombo, o rapaz tentou tirar proveito da situação. – Ele é o Malfoy da história e você vem armada pra cima de mim?
- Nada disso, sr. Potter! Tudo bem que o idiota loiro é o Malfoy, mas o idiota moreno aqui também não fica atrás! – ela falou ligeiramente alto, brigando com o amigo. Baixou o tom de voz e continuou, porém no mesmo tom autoritário. - Pare de implicar com ele. O cara está quieto no canto dele. Você e o Rony é que ficam perturbando. Eu não quero cuidar de crianças, então por favor, cresça, está bem? – nem ficou para ver a expressão revoltada e descrente no rosto do amigo. Girou nos calcanhares e saiu rumo à biblioteca, fechando a porta atrás de si, pensando: “Eu vi que foi o Harry que começou! E ele ainda vem com aquela carinha de inocente? Não acredito nisso!”
Numa tarde Tonks saiu do Ministério e foi a Mansão Black ver os garotos. Levou Bichento e os filhotes para que Hermione ficasse um pouco com eles, já que eles estavam na Toca até que os filhotes crescessem um pouco mais. Deixou-os na sala com Hermione e seguiu para a cozinha. Ainda tinha que conversar com Narcisa.
- Você se sente melhor, Narcisa? – Tonks perguntou para a loira sentada à mesa.
- Sim, Ninfadora. O clima por aqui é bem mais agradável do que onde eu estive nos últimos meses.
- Uau! Eu mal consigo respirar por aqui de tão pesado que está o ar. Nem quero imaginar onde você esteve. – disse Tonks sentando-se do outro lado da mesa da cozinha.
- Não queira! – ela respondeu antes de dar uma mordida numa suculenta fruta que estava em sua mão. – Ninfadora? – chamou a auror e riu da careta que a moça fez ao ouvir seu tão odiado nome. – Oh menina! Não me culpe pelo nome que escolheram para você! Pergunte de uma vez o que você quer saber, não precisa ficar fazendo rodeios.
- Minha Oclumência melhorou consideravelmente, Narcisa. Não pode mais usar isso contra mim.
- Não preciso invadir sua mente para ver que você está me rodeando há dias. Ou você faz o seu trabalho, garota, ou não me perturbe.
- Ótimo! Mas parte do meu trabalho é te perturbar. Preciso saber o que houve com Draco nesses meses passados.
- Pergunte algo referente a mim! Ele não me falou muita coisa. Mas quanto a isso, sugiro que você mesma pergunte a ele.
- Tem notícias de sua irmã?
- De nenhuma das duas. Como está sua mãe?
- Quero informações sobre a louca da Bellatriz. Não finga se preocupar com a família, Narcisa! Você nunca deu a mínima atenção pra minha mãe!!! – Tonks falou irritada e saiu da sala antes que dissesse alguma besteira. “Você deve fazer perguntas, Tonks. É parte do seu trabalho. Volte lá e interrogue!”, pensava a caminho da sala, ainda irritada com a pergunta de sua tia. “Não vou voltar. Eu sabia que isso ia acontecer, por isso estou enrolando há dias! Vou bater no Remo, por que ele insistiu que eu interrogasse Narcisa? Por quê?
- Tonks? – Hermione chamou desconfiada quando Tonks passou por ela resmungando baixinho. – O que houve? Está tudo bem?
- Não! Não está nada bem! – ela respondeu grosseira e logo se arrependeu. - Oh... eu lamento – lamento mesmo. Não deveria falar assim com você.
- O que houve Tonks? Parece irritada com algo. Preocupada? – Hermione chamou a moça de cabelos roxo para se sentar no sofá e encostou as costas em outro sofá, sentada no chão com Bichento em seu colo e os filhotes brincando no tapete. A gatinha rosa com manchas brancas pulou no sofá e se aninhou no colo de Tonks como se quisesse retirar dela aquele ar triste.
- Ahhh... – ela suspirou, afagando os pêlos macios da gatinha. – São problemas pessoais, Hermione. Não quero te preocupar com minhas bobeiras.
- Eu gosto de conversar com você, Tonks. Se eu puder te ajudar de alguma forma, nem que seja só te ouvindo...
- Ohhh... Obrigada querida... Você deve ter problemas suficientes por aqui, não tem? E ainda venho eu pra te encher a paciência... Estou me estressando por qualquer coisa mesmo. Eu falei pra ele... Falei pro Remo que não queria interrogar Narcisa, que ela ia tentar parecer-a-tia-distante-que-se-preocupa-com-a-família. Bobagem! Mas o Remo não me escuta. Ele não consegue parar-dois-segundos pra me ouvir. É só trabalho! Trabalho! Trabalho! Só-tem-tempo-pras-missões-da-Ordem. Sei-que-estamos-em-guerra-e-temos-muitas-coisas para cuidar, mas quero-um-pouquinho-de-paz.Estou-cansada. Minha-mãeestádoente e-nem-posso-ficarumtempinho-com-ela. EoRemoaindamefala que preciso cuidar da-minha-mãe. E ainda-tenho-que-agüentar-a-mala-loira-da-Narcisa me perguntando sobre-minha-mãe. E foioRemoqueinsistiu-que-eu-falasse-com-ela, maseudisse a ele que não-queria-conversar-com-ela, mas ele não-meescuta nunca! Euadoromeutrabalho! Eu-ad-oro-meutrab-alho! Eu-a-do-ro-meu-tra-ba-lho! Odeio-essa-guerraidiota. Nãoquero-viver-assim. Quero-uma-vidatranquila. Estou-preocupadacom-ofuturo.Masquefuturo?
- Ei... Eiii... Pxiuuuu... – Hermione chamou baixinho. – Acalme-se. Você está falando muito rápido e não entendi a metade. Tem algo mais preocupante do que uma guerra pipocando lá fora enquanto temos que ficar presos nessa casa? O que você está escondendo Tonks? Desculpe-me, mas se me permite dizer, você parece preocupada demais com o que o professor Lupin faz ou pensa. – encarou a moça que tinha agora uma expressão surpresa no rosto. – Eu sei que vocês têm ‘algo’, Tonks. Não é surpresa pra mim. Mas vocês estão escondendo isso de todos? Ou só de algumas pessoas?
- Eu não devia ter comentado essas coisas com você. Por favor, Hermione, não fale para ninguém que conversamos, ok? – ela estava com os olhos rasos d’água e acariciava a gatinha em seu colo. A gatinha se divertia com os cordões de tecido com pontinha de lã que pendiam da gola da blusa da moça e hora ou outra arranhava levemente sua barriga, integrando uma brincadeira à outra.
Hermione observava. Emoções à flor da pele em alguém sempre tão controlada e tão alto-astral o tempo todo. Fala rápida e desconexa. Remo isso, Remo aquilo. E a gatinha brincando... a gatinha que tinha algum dom especial...
- Claro Tonks. Não vou falar nada... Mas você tem certeza que não quer conversar? – a garota perguntou delicadamente.
- TONKS? – uma voz grave preencheu a sala e a pulseira de Tonks brilhava.
- Fala Quim. – ela respondeu segurando a pulseira enquanto fazia uma careta de descontentamento provocando o riso de Hermione.
- Reunião no Ministério. Hoje. 17h. Não se atrase. Estratégia de combate e apuração de provas.
- Certo chefe! – ela soltou a pulseira e voltou-se para Hermione. – Esse cara é gente boa, mas quando está estressado, sai de baixo!!!
- Tonks? Como ele fala assim, em alto e bom som, horário, local e pauta da reunião? E se você estivesse em algum lugar público? – a garota perguntou curiosa.
- Esse bracelete só permite a projeção de voz quando estou sozinha ou em companhia altamente confiável. Ele avalia automaticamente. – respondeu sorridente enquanto pegava a gatinha e colocava no chão, ao lado de Hermione. – Bom, eu preciso ir. Não fiz o que eu devia ter feito aqui e acabei fazendo o que não devia, mas estou feliz que isso tenha acontecido Hermione. Obrigada por me ouvir. Podemos conversar outro dia?
- É claro, Tonks. A hora que você quiser.
- Oh... Obrigada, querida. – abaixou-se e abraçou a garota com carinho. – Agora tenho mesmo que ir. Fale pros meninos que deixei um beijinho pra eles, ok? Vou deixar essas criaturinhas fofas na Toca e vou pro Ministério. Tchau.
- Falo sim. Se cuida, viu! Tchau. – depois que recolocou os filhotes e Bichento na caixa, despediu-se de Tonks e a viu sair pela porta. “Aí tem coisa! Isso tudo foi muito estranho!”, pensava antes de seguir pela escada em direção aos quartos.
Os dias corriam devagar. Nenhuma novidade. Nenhuma ação para quebrar a rotina. Apenas os breves desentendimentos dos rapazes...
- O que você está armando, Malfoy? – Rony perguntou de repente, fazendo o loiro se surpreender e estancar no portal da sala que ele entrava.
- Nada da sua conta, Weasley. – ele respondeu sem se virar, mas permaneceu no lugar.
- Não vem com essa Malfoy. Você anda muito quieto por aqui, isso só pode ser porque você está planejando alguma coisa. Saiba que não tem você fugir daqui, ouviu?
- Não está sendo nada agradável ficar no mesmo teto que você Weasley, mas não pretendo fugir. Agora, se me permite sr. Segurança, vou voltar para o que eu estava fazendo antes de ser interrompido. – falou em tom irônico para provocar o ruivo e entrou no depósito da cozinha.
Rony, ainda desconfiado, pensou: “Isso não vai ficar assim. Ele está aprontando alguma, está sim.” Ainda tentando descobrir algo sobre Malfoy, Rony entrou na biblioteca, onde seus amigos estavam e levou um susto com a exclamação eufórica de Hermione.
- RONY!!! VEJA ISSO!!!
Era uma edição do Profeta Diário onde se lia que as ações freqüentes e os olhares atentos dos aurores renderam em mais prisões dos Comensais. E o nome de Arthur Weasley aparecia entre os que mais ajudaram na captura e desmascaração dos Comensais, e suas ações lhe renderam duas ameaças, sendo obrigado a colocar a família Weasley em um esquema ainda mais forte de segurança. Em compensação, em outra reportagem, havia uma nota informando que alguns prisioneiros conseguiram fugir de Azkaban.
- Isso não é bom! – Rony falou sem emoção. – Mais prisioneiros soltos. Minha família em perigo.
- Não estão ‘em perigo’, Rony. Eles estão seguros, com muitos aurores os protegendo. – Hermione falou para consolar o amigo. – Gina está em Hogwarts, e sua mãe é capaz de dar uma surra em meia dúzia de Comensais enquanto prepara o almoço. Seu pai e seus irmãos estão todos no Ministério e todos são bem preparados para quaisquer eventualidades. Não há com o que se preocupar.
- Hummmm... você fala isso porque você não tem com o que se preocupar! – ele rebateu com frieza.
- Como ousa falar isso, Ronald? – a garota disse em tom de voz baixo e a varinha já saltara para sua mão.
- Ok! Ok! – Harry interferiu. – Eu azaro o próximo que abrir a boca! Rony, os pais da Mione nem estão sob proteção dos aurores, então cuidado com o que você fala! Mione, guarda essa varinha. Não quero um duelo aqui dentro. Se quiser brigar com alguém, arranje algum motivo pra bater no Malfoy.
- Não sou injusta Harry. O Malfoy não tem nada a ver com isso. O Ronald que é um idiota. Legume insensível.
- Tá, eu estava brincando quanto ao Malfoy... – Harry falou em vão, pois a garota já alcançara a porta. – Volta aqui. Briga com o Rony então!
- Valeu amigão. – Rony resmungou.
- E você cala a boca! Não pode falar com ela desse jeito! Qual é o seu problema? – Harry irritou-se com o amigo.
- Minha família corre perigo Harry! – o ruivo pouco conseguia controlar dos seus sentimentos. Sempre se alterava por pouco e se alterava ainda mais fácil quando se tratava de sua família.
- A dela também Rony. – sua voz saiu calma e seus olhos tristes. - Pense nisso! Pelo menos você tem notícia dos seus pais toda hora! – antes que o amigo pudesse processar a frase, ele saiu à procura de Hermione.
Bateu à porta do quarto da garota, mas ela não quis abrir. Decidiu tentar mais tarde, depois que ela esfriasse um pouco a cabeça. O que só veio a acontecer depois do amanhecer.
- Você precisa parar com isso, meu filho. Vocês não são mais crianças! – Narcisa brigava com Draco depois do jantar.
- Eles me irritam! Eu agüento por muitos dias, mas chega uma hora que não dá mais.
- Você parece suportar melhor a convivência com uma nascida trouxa do que com os outros dois.
- Suportar uma nascida trouxa não é um problema, mas agüentar um heroizinho idiota e um troglodita implicante, não dá!
Narcisa pareceu não perceber a profundidade da resposta que ouvira. Apenas advertiu o filho mais uma vez, para que mantivesse a calma, pois ela não queria mais apartar pequenas brigas em um ambiente já tão carregado.
- O clima é pesado. As suspeitas são grandes. E você ainda fica horas trancado no quarto! É claro que eles vão querer saber o que você está fazendo. Eles estão se protegendo.
- Mãe! De que lado você está? – ele perguntou indignado.
- Não quero ver meu filho em outra briga. – ela falou docemente, o que desarmou o rapaz.
- Tudo bem, vou me controlar mais. Mas já que tenho que ficar aqui, pelo menos fico fazendo algo interessante. Gosto de treinar e de ler. Lá no meu quarto, sossegado. Não estou incomodando ninguém.
- Então está bem. Mas não bata de frente com eles.
No dia seguinte Draco andava pelo corredor logo cedo a caminho da biblioteca quando sentiu uma vibração diferente vinda da sala ao lado, a sala da Tapeçaria.
- Mãe? – Draco perguntou curioso ao entrar na sala. O ar pesado e triste não deixava dúvidas de que a mulher chorava.
- Sim... – Narcisa respondeu ainda de costas para a porta. Passou as costas da mão sobre o rosto para secar as lágrimas que marcavam sua face.
- O que houve? – perguntou se aproximando dela. Olhou ao redor para ver se tinha algum motivo externo para as lágrimas, mas logo percebeu que o choro era de saudade. Observou a tapeçaria que sua mãe encarava e até aquele momento, mesmo estando ali há quase quatro semanas, ele nunca havia dado muita atenção.
- Não foi... nada, meu filho. – ela permaneceu de costas para o rapaz, não queria que ele a visse chorar. – Estava apenas revendo os nomes da nossa família.
- Revendo para se lembrar do que perdeu ou para sentir saudades de quem já partiu? – ele perguntou enigmático. Sabia muito bem a resposta, só não sabia por quem ela chorava, visto que ele não se lembrava de nenhum membro da família Black que despertaria tal sentimento em sua mãe.
- Para lembrar o passado bom, Draco. Para sentir saudades do passado bom... – a loira não se conteve e tocou novamente no vazio que o nome de seu primo significava. – Apenas saudades.
O rapaz aproximou-se um pouco mais a fim de ver onde ela apontava tão carinhosamente. Observou que ali havia um buraco e seguiu as linhas para ver com quem ele se ligava.
- Sirius Black? – fraziu o cenho sem entender as atitudes de sua mãe. – O que tem Siri...
- Draco, me pediram para não ousar dizer o nome dele nesta casa e eu vou respeitar esse pedido. Não exatamente por quem pediu, mas pela memória ao meu primo.
- Por quê? Por que tanto respeito a ele? Lembro bem de como ele morreu...
- Meu filho... por favor... – a voz dela se prendeu na garganta, saindo falha.
- Eu só quero saber.
- Foi um erro, tudo bem? Tudo que aconteceu foi um erro. Desde minha adolescência.
O ar vibrava ainda mais forte agora. Draco podia sentir cada onda que atingia sua pele. Uma onda aquecia e outra gelava. Entre um rosa quente e um cinza frio ele sentia as emoções de sua mãe à flor da pele.
- Você o amava desde a adolescência. – concluiu ele após alguns segundos. – Você o amava, mas teve que partir?
Narcisa o encarou assustada. Seus olhos vermelhos e inchados pelas lágrimas ofuscavam o azul outrora brilhante. A pergunta em pensamento formou-se como uma legenda em seus olhos: “Como sabe?”
- Eu apenas sei, minha mãe. – Ele respondeu prontamente. – Ou melhor, já te disse que não apenas sei, eu sinto. Não sei como explicar, mas é isso.
- Como é possível sentir o que nem mesmo eu tenho coragem de admitir?
- Seu consciente não tem coragem... Mas seu coração sempre aceitou.
- Draco!
- Que foi? Admita pelo menos para você mesma! Vai ser mais fácil.
- Deixe-me sozinha, por favor.
- Claro. Como quiser. – ele falou e foi andando de costas em direção à porta. Antes de sair completou. – Mãe! – esperou ela se virar e continuou. – Nós usamos a Legilimência para “ler” os pensamentos. E isso você sabe fazer muuuuito bem. Mas não preciso de Legilimência para ouvir os sentimentos. Eles estão no ar, no calor que você emana e nas cores que você transmite. Não há como a senhora esconder isso de mim. – com um sorriso tranqüilo ele saiu da sala.
Mesmo depois da bronca de Hermione e com as constantes repreensões de Narcisa, vez ou outra ainda havia alguma implicância ou estranhamento entre Draco, Harry e Rony. Eram trocas de farpas e pequenos insultos, mas tanto Narcisa como Hermione já não suportavam mais aquela situação. O último caso atingiu qualquer limite tangível...
Narcisa estava na cozinha folheando desinteressadamente um livro de receitas do Monstro e Hermione estava conversando com o elfo enquanto ele lhes preparava uma salada de frutas. Ouviram um barulho alto e foram verificar. Alcançaram o som que vinha da sala da Tapeçaria. Harry se levantava do chão, estava com o rosto vermelho e marcado perto da boca, provavelmente atingido por um soco, e os óculos se encontravam embaixo da mesa. Draco estava com o nariz sangrando e seus braços estavam armados em posição para atacar, mas tentava se controlar para não dar o segundo golpe.
Hermione correu até eles e se aproximava de Harry, que de costas para a porta, não a vira entrar. Ele se levantou furioso e ia novamente pra cima de Malfoy, mas não esperava que Hermione estivesse no caminho. Trombou violentamente com ela, que caiu no chão, atordoada, e foi imediatamente amparada por Draco, que estava bem próximo.
- Tire as mãos dela, Malfoy! – Harry gritou num misto de culpa e remorso.
- Você está bem? – Malfoy perguntou para uma Hermione calada, tamanha era sua revolta. A única resposta dela foi um aceno de cabeça. Os braços do loiro, que até poucos segundos atrás estavam prontos para o próximo golpe, agora ajudavam a garota a se levantar, servindo de apoio e segurança.
- Mione... – Harry começou a falar, mas foi impedido pela voz fria da amiga.
- Não Harry. Eu não quero saber o que o levou a fazer dessa sala, justo ESSA sala, um local de duelo trouxa. – seu corpo tremia de raiva. Sua cabeça girava para buscar as palavras, girava tão freneticamente que nem se deu conta que os braços fortes que a ajudaram a se levantar ainda seguravam seus ombros e seus braços trêmulos. - Por todos os deuses, Harry! Já não basta a guerra que temos que enfrentar lá fora? – ela disse com voz triste e baixa e lágrimas nos olhos. – Guerra de verdade! Chega de guerrinhas infantis! – com muito custo ela se controlava para não deixar as lágrimas caírem. Não eram lágrimas pela queda, que não passou de um empurrão, mas pelo acúmulo de emoções que se amontoavam em seu peito, em seus nervos à flor da pele. Os sentimentos à flor da pele.
- Me-desc-ulpe... – Harry falou com a voz fraca e com o coração implorando perdão pela atitude impensada.
- Não. Não hoje... – relaxou os ombros deixando os braços largados ao longo do corpo. Só agora percebeu que alguém a mantinha de pé, pois ao tentar mover as pernas sentiu que estavam bambas. Olhou para o lado timidamente e passou as mãos nos cabelos antes de murmurar: - O-obrigada... Malfoy.
Depois que Hermione passou pela porta e Harry e Draco acompanharam os passos da garota notaram que Narcisa estava ali os encarando, decepcionada.
- O bom é que não vou precisar falar nada... Ela já disse o suficiente. – ela disse, saindo logo em seguida.
À noite, na hora do jantar, Hermione conversava com Rony na sala quando Harry chegou, ainda se sentindo muito culpado.
- Mione... – ele tentou falar o que estava pensando, mas ao ver o olhar triste dela, as palavras fugiram de sua boca.
- Eu disse que hoje não, Harry.
- Mas... eu...
- Harry... me diz uma coisa então. Quem começou dessa vez? Foi você, de novo, não foi? Desde que eles chegaram, é sempre você ou o Rony que começam... Não quero ouvir seu pedido de desculpas quando é você o único culpado. Também odeio a presença do Malfoy nessa casa, está bem? Mas nem por isso vou fazer desse lugar outro campo de violência! Já bastam as notícias que recebemos, as saudades que eu sinto, o medo, a insegurança por um futuro incerto! DROGA HARRY!!!
- Eu também quero que isso acabe logo, Mione. Você sabe! – ele respondeu elevando a voz.
- Eu sei. – a garota respirou fundo antes de continuar. Não queria dar seqüência à discussão. - Mas antes de acabar com a minha paciência, vamos acabar com essa guerra, está bem? Já temos muito com o que nos preocuparmos.
- Você tem razão.
- Eu vou dormir. – ela se levantou e, como de costume, deu um beijo no rosto de Rony e quando chegou perto de Harry parou por um instante, mas também o beijou na bochecha, o que deixou o rapaz mais tranqüilo.
- E então Harry... – Rony esperou alguns minutos após a saída de Hermione para que perguntasse o que queria saber. – O que aconteceu afinal? O Malfoy aprontou alguma?
- Não, Rony... Eu cheguei na sala da Tapeçaria e o vi olhando para onde o nome do Sirius estaria. Senti-me ofendido. Não sei... Ainda não superei isso... A Hermione precisa entender, poxa.
- Provavelmente ela entende, cara, mas ela até que tem razão. – o ruivo falou com um pouco de culpa na voz. – Sabe, a gente realmente tem implicado com o doninha albina. E ficar preso nessa mansão está mexendo com os nervos dela. E de todos, não é mesmo?
O moreno riu...
- É... um dia sou eu que te dou um sermão pra você não descontar na Mione sua frustração... – mais risos – E no outro é você me dando lição de moral depois da Mione brigar comigo... Valeu amigo, eu não conseguiria sozinho... – ele ficou subitamente sério. – Nem sem você, nem sem ela... Ela tem mesmo razão.
- É isso aí... então vamos dormir também porque amanhã ela vai bater na porta do quarto quase de madrugada pra gente achar logo um jeito de encontrar o maldito diadema.
E assim seguiram mais alguns dias. O trio discutia agora uma forma de procurar o diadema de Ravenclaw em Hogwarts. Tinham quase certeza que a herança estava em Hogwarts e o quanto antes a encontrasse e destruísse, mais próximos estariam do fim da guerra e de Voldemort. Já começara a sétima semana na mansão e havia duas que Lupin nem Tonks davam notícias. O que significava problemas com ataques, deixando todos preocupados. Mas não esperavam que o próximo ataque seria ali mesmo...
- Meu filho? – Narcisa acorda assustada, sentindo-se muito mal. Levanta da cama com pressa e corre para ver Draco.
Ele estava deitado em sua cama, o lençol branco amarrotado aos seus pés, o short verde do pijama já estava amassado por ele estar dormindo há algum tempo. Mas havia algo errado. Sobre seu peito nu viam-se marcas vermelhas na pele, como queimaduras ou arranhões, mas o rapaz não se movia, parecia dormir tranquilamente enquanto seu corpo ardia em brasa. Observando mais atentamente, Narcisa viu que ele tinha os lábios apertados, ficando ainda mais finos e brancos. As mãos seguravam o lençol com firmeza, apesar de estarem trêmulas. Os músculos do braço estavam flexionados ao máximo, expondo as veias azuladas. O rosto, pescoço e ombros banhados de suor indicavam que ele não estava de fato dormindo tranquilamente.
E Narcisa sentia a mesma dor que ele estava sentindo. Sua cabeça latejava, como se ondas de Crucio lhe atingissem mentalmente. Seu peito, ombros, costas, pulsos, nuca, ventre, coração. Doía muito. Não dava pra controlar. O corpo todo tremia de dor. Ajoelhada aos pés da cama tentando a todo custo não tocar no rapaz, por medo de piorar a situação, ela se perguntou: “Como você consegue não gritar?”. E ela gritou.
Hermione chegou ao quarto assustada, já estava acordada e via cena parecida no quarto que estivera até então.
- Narcisa? – a garota perguntou, tentando entender o que acontecia. Ela sofria por ver alguém sentindo tanta dor. Vira Harry contorcer-se agonizante. E agora via Narcisa sentir a dor do filho e Draco paralisado, mas visivelmente sofrendo muito. – Narcisa? – tentou novamente. – O que eu posso fazer?
- F-faça p-parar? – a loira sussurrou. Mantinha a mão direita a poucos centímetros do peito de Draco, que subia e descia com dificuldade, como se tentasse, em vão, fazê-lo respirar melhor.
- Como? O que está havendo? Harry sentiu algo estranho agora pouco. O que é isso? – ela não tinha forças para raciocinar. Nunca havia presenciado algo sequer parecido.
- C-como? Harry também? – Narcisa, com muito custo, tentou voltar a si. Concentrou-se o máximo possível para se desligar das emoções. Reuniu suas forças e se levantou, encarando o filho a certa distância.
- Narcisa, o que está acontecendo?
- Onde está Potter e o ruivo? – ela perguntou séria.
- Eles... estão no quarto... de Harry. Quando a ouvimos gritar Harry correu pra cá, mas pedi que ficasse. Ele parecia que ia desmaiar. Rony ficou lá para ajudá-lo. Por Merlin, mulher, fale o que está havendo!
- Eu não sei, srta. Granger. Mas tudo indica que é um ataque mental.
- Isso não faz sentido. Quem poderia atacar duas pessoas ao mesmo tempo? Não há relação entre eles! Não há conexão.
- Eu n-não s-sei explicar. – ela gemeu de dor. – Eu p-preciso me concentrar.
- Você está sentindo o mesmo que ele? – perguntou, referindo-se a Draco.
- Ahhh... s-sim... Saia daqui! Preciso me concentrar.
- Quero ajudar!
- Então cale-se. – ela falou séria, sentando-se na poltrona ao lado da cama. Fechou os olhos e respirou profundamente. – Traga Potter aqui. Talvez seja melhor ficarmos juntos.
- P-por quê? Não acho que seja uma boa idéia.
- Você vai ter que confiar em mim, garota. Eu vou fazer o que eu posso sem uma varinha, não vou pedir a sua. Mas preciso de todos os envolvidos por perto. Traga-o.
Hermione saiu ainda hesitante, mas não foi preciso ir muito longe, pois no corredor Harry vinha apoiado em Rony, já chegando ao quarto de Draco.
- T-talvez sej-ja melhor f-ficarmos jun-tos. – Harry falou com a voz fraca e Rony completou a fala do amigo.
- Ele não estava se sentindo bem e falou que queria sair de lá. Aí viemos te procurar. Quem gritou? Você está bem?
- Venham! – ela ordenou sem dar nenhuma resposta. Não havia tempo a perder. Abriu a porta para eles entrarem e ficou ao lado de Narcisa, que ainda estava de olhos fechados.
Harry deslizou pela parede, sentando-se no chão ao lado do armário e perto da cama. Rony sentou-se ao seu lado, e mesmo sem entender o que estava acontecendo, nada perguntou.
- Fechem suas mentes! – Narcisa ordenou. – É muita influência.
“Eu não sei como fazer isso.” – Rony preferiu não verbalizar aquilo, mantendo o pensamento para si.
- Bloqueie seus pensamentos, Weasley. – Narcisa falou em tom autoritário. – Não permita que eu veja o que está aí.
- Hã? – o ruivo resmungou, sem querer acreditar que ela ouvira sua confissão.
- Ahhhhh... É muito forte! – a loira reclamou. – Não vou conseguir sozinha...
“Me ajuda...” – a voz de Draco ecoou na mente de Narcisa.
“Me ajuda...” – a voz de Harry ecoou na mente de Narcisa.
- Potter! – ela chamou o moreno que lutava para manter os olhos abertos. – Você precisa se ajudar. Concentre-se! Use sua Oclumência.
- Minha... Oclumência... sempre foi ruim... O que está... havendo?
- O que está sentindo?
- Como se... tivessem... me lançando um... Crucio atrás... do... outro.
- É exatamente o que está acontecendo... É o mesmo que estão fazendo com Draco... mas por que ele está inconsciente? Ele é tão resistente à dor e é um excelente oclumente. E por que você está sentindo o mesmo? Não consigo ver a conexão... – ela se forçava a manter a mente protegida e clara para raciocinar e não se atingida pela dor do filho.
- Por a senhora foi atingida também? – Hermione quis saber.
- Eu não fui atingida pelo ataque mental, mas sim pela conexão de mãe e filho que temos. Era comigo que Draco treinava quando criança, e pela ligação do sangue acabamos criando um forte vínculo. Já sei! – ela exclamou um pouco mais animada. – Granger, quem é melhor oclumente aqui, você ou o Weasley? Sejam sinceros, por favor.
- Ela! – Rony falou rapidamente. – Ela é melhor em tudo.
Narcisa encarou Hermione por alguns segundos para ter certeza do que deveria fazer, e por fim sentou-se ao lado de Draco e convidou Hermione a fazer o mesmo.
- Potter, fique ao lado dela, por favor. Weasley, talvez seja arriscado ficar aqui dentro se você não tiver total controle de seus pensamentos. Quer ficar, ou prefere verificar a casa e se certificar de nossa segurança física?
Ele olhou para Harry, mas este tinha os olhos fechados para poder suportar a dor. Olhou para Hermione e ela lhe deu um olhar incentivador e um sorriso breve, indicando que ele poderia sair.
- Bom, - começou Narcisa depois que Rony fechou a porta ao sair – Como não teremos o contato visual, vamos tentar o contato físico. É uma outra forma de se conectar. Não temos muito tempo, certo? Então teremos que acertar logo nas primeiras tentativas.
- O que exatamente pretende fazer, sra. Malfoy? – Hermione perguntou.
- Entrar na mente de Draco para fortalecer sua defesa. Mas não posso fazer isso sozinha, pois vou sofrer com a dor que ele está sentindo, por isso preciso da sua ajuda. E como Potter também está sofrendo o ataque, vai ajudá-lo bastante também. Mas preste atenção: é arriscado, se concentre ao máximo para não ser atingida pelo feitiço que estão enviando a eles, entendido?
- Sim. – Hermione respondeu segura.
- Até onde eu entendi, Granger, desconfio que alguém está atacando a mente de Draco para que ele baixe a guarda e se deixe localizar. Mas ele jamais permitirá isso. Ele possui a mente muito bem preparada. Tão preparada que pediu ajuda a quem estivesse mais próximo. Mas pelo que eu percebi, a ajuda não serviu, pois apesar de possuir muito poder, o Potter não possui nenhuma preparação, e pelo visto, parece mais suscetível a ataques mentais do que vocês. E meu filho não me contataria, pois nosso vínculo familiar enfraquece a força do pensamento em casos de risco de morte. Mas eu senti assim mesmo. Agora feche os olhos e se concentre.
- O que devo pensar? – a garota perguntou hesitante. Tinha medo por Harry. Sabia da ligação que ele tinha com a mente de Voldemort e isso a apavorava.
- De preferência, em nada. Limpe sua mente. Temos que proteger a mente de Draco e a do Potter. Ele já está muito fraco também. De início, imagine-se num lugar distante daqui, num campo ou algum lugar que lhe traga paz. Potter, consegue se concentrar?
Ele apenas acenou a cabeça e apertou os olhos um pouco mais.
- Então vamos! – ela fechou os olhos e segurou firme a mão de Draco, sendo seguida por Hermione, que apertou a mão do loiro e de Harry ao mesmo tempo. – Vamos meu filho, vamos viajar um pouco, como quando você era pequeno. – ela murmurou, se referindo ao tempo em que ela treinava Legilimens com Draco e o fazia conhecer alguns de seus lugares favoritos.
“Crucio” – era só o que se ouvia. - “Crucio...”
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. fim do capítulo .
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N/A: demorou, mas chegou!!! Lamento pela demora... Tenho minhas dúvidas sobre a qualidade... hihihi... Sorry. Sei que não está dos melhores... Confesso que esse não é meu capítulo preferido, mas ele é muito importante para o desenrolar da história. E confesso também que faltou inspiração (infelizmente), já que o capítulo estava quase todo pronto desde antes do Natal, mas o finalzinho não saía por nada! Então vamos ver que tanto de inspiração vcs me mandam agora, né? Hehehe.... Então só falta vocês comentarem bastante pra eu saber o que vocês acharam. E aí, ficou bom ou está ‘mais ou menos’? (se não estiver ‘menos menos’ já estou no lucro)... kakakakakaka.....
* Parte das lembranças do Snape eu tirei do último livro, o que se refere ao passado dele e seu envolvimento com Lílian. O restante, o passado mais recente, é idéia minha, ok? Mas acho que deu pra entender no decorrer dos pensamentos de Harry, não deu? Espero que sim.
COMENTEEEEEEEEEEEEEMMMMMMMMMMMMMM !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
E falando em comentários, vamos às respostas dos coments que tanto me satisfazem:
SaRoCCas: Ei mocinha! Chantagem é uma coisa muito feia, viu? Essa história de que “A chantagem é uma arte” ainda não passou pela curadoria dos meus especialistas, portanto ainda não considero arte!!! Sou muito criteriosa quanto à Arte!!! Kakakakakakakakakaka..... * E essa de ser escritor (com tantos leitores exigentes “a revirar os olhos com um ar inocente”), EU ADOOOOOOORO !!! * Fazem de mim uma melhor escritora ........... Seus comentários me alegram muito e fazem valer a pena ficar até de madrugada relendo e relendo pra fazer as prévias que eu havia prometido...
Claudiomir: o recadinho pra SaRoCCas sobre a chantagem vale pro senhor tbm.... huahuahuahua... Humpfth!!! Pode deixar que depois eu me acerto com a Cortadora de Almas... kakakakakaka.... Fala pra ela que eu vou fazer um personagem em homenagem a ela, na minha outra fic, a ATAQUE.
Yvanna mcgold: Seja bem-vinda... Agora sou eu que vou esperar algo: que você goste do capítulo!
Rafael Kaleray: Seja muito bem-vindo!!! Bom, vc já percebeu que eu não sei escrever pouco, não é? Até agora está na média de 20 páginas por capítulo, mas é possível que diminua em alguns. *mistério*. Ou não! Mas eu espero mesmo te ver muito por aqui. Boa leitura!!!
Perséfone Black: Bem vindaaaaaa!!!!!!!!!! Vc entendeu direitinho... kakakaka... eu me inspirei muito no filme ‘O Último Samurai’ pra essa história... E sim, esse ‘romance’ entre o Draco e a Yume serviu para ele aprender a amar, para prepará-lo para o futuro. :-D... E Lisboa é mesmo linda. Fiquei encantada qdo eu conheci. E a ponte é de derrubar o queixo! ... Acho q uma informaçãozinha ficou perdida aí no meio de tantas, e acho que por descuido eu não dei muita ênfase, mas o trio já está com a Espada de Griffindor. Aparece no final do cap. 3.... E perceba outra coisa: só a Tonks viu a reação do Bichento ao lado do Draco, ngm mais! Continue acompanhando... Obrigada pelos coments.
Ju Fernandes: Valeu pela dica... Será muito útil na outra fic. Não deixe de ler... A MORTE E A DONZELA. E qdo terei a honra de ver seus coments sobre os capítulos daqui??? Aguardo seus coments para qdo seu tempo se acalmar. Bjins e até mais.
SaRoCCas: adoro seus coments lindos e divertidos... quer mesmo mais de 20 páginas? Olha que eu posso gostar disso, hein? Kakakaka... Obrigada pela correção da “ponte”. Passou batido mesmo. Se encontrar algo mais, pode falar!!! Eu agradeço.... não fique brava com o Enrique. Ele é assim mesmo, tímido, mas apaixonado pela Yume.... Eu sinto muito pela sua avó. Sinto mesmo. Força pra vc e sua mãe.... Aguarde a atualização e aguardo a sua tbm... Bjins.
Flamel: era exatamente essa idéia que eu queria passar. “O arrependimento sincero, o encontro consigo mesmo e a disciplina forjaram um novo Draco Malfoy, que estou certo de que terá um importantíssimo papel na batalha contra as Trevas.” – exatamente como vc descreveu. Vc leu minha mente. Espero que continue gostando. Bjins.
Isa Malfoy: hehehehe... fico feliz em te deixar curiosa... era essa a idéia! Kakakaka... E fico feliz tbm que esteja gostando e espero que continue gostando. Parar o capítulo naquela parte te deixou *revoltada*??? Huahuahua... Yes!!! Missão cumprida!!! Bjins.
Jєєh Blα¢k: menina... cadê você??? Volte com seus coments tão queridos!!!
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