Brigas, festas e tapas...



Olá, people... Desculpem o atraso... É pq, meu pc pego virús e teve que ir para o conserto. Conclusão: mais de um mês sem pc... Mas, pra tira o traso eu me superei nesse cap e escrevi maix de trinta pags!!! Boa leitura e bjs...




Eles eram, com certeza, o grupo mais distinto de Hogwarts. Ocupando aquele vagão estavam: Draco, Gina, Luna, Ron, Hermione e Harry. Os garotos conversavam sobre a temporada de quadribol, e as garotas, sobre o último show das Esquisitonas que Luna assistiu.

Quando o assunto terminou, Harry e Hermione se viram numa encruzilhada de casais que estavam em um momento romântico ali, sem se preocupar com os dois. Hermione olhava para as próprias mãos. Lembrava da manhã correspondente... Por que suas costas se arrepiaram com o toque de Harry? No mesmo instante, uma resposta incoerente veio à sua mente... “Você não está se sentindo atraída por Harry Potter! Não está e não pode estar!” Pensava a garota atribuindo os fatos. “Não pode?” Hermione olhou para os lados procurando saber de onde veio à pergunta e percebeu que a voz saíra de sua cabeça. “Claro!” Respondeu a garota cruzando os braços. “Ah, fala sério. Só faltava babar por aquele peito nu”. A garota arregalou os olhos e se viu batendo na testa. Todos presentes ali pararam o que estavam fazendo para fitar Hermione. Ela sorriu tímida e cruzou os olhares com Harry, desviando imediatamente. O garoto ainda a fitava. “Por que ele não olha para outro lugar?”. E ao sentir as bochechas esquentarem ela chegou à difícil conclusão. “Eu estou atraída por Harry Potter! E agora?”. “E eu que pensava que você era inteligente!”. “Não enche!” Esbravejou com a própria mente.

Harry ainda a fitava intensamente. Não conseguia tirar os olhos da amiga. “Merlim! Não pode ser! Atraído pela melhor amiga?!”. “Não diga!” Debochou a vozinha. “Você de novo não!” Brigou o garoto, estava irritado com aquela voz insistente que dizia ser sua consciência. “Há! Olha eu aqui de novo!”. Sem paciência o garoto levantou bruscamente, junto a Hermione. Eles se esbarraram de leve e coraram.


-Vamos sair daqui?- chamou Hermione mordendo o canto do lábio.

-Por favor!- respondeu o garoto baixinho para que só ela o escutasse.


Hermione sorriu e saiu da cabine sendo seguida por Harry. Eles passaram por quase todas as cabines do trem, todas estavam ocupadas.


-Parece...-começou Harry sorrindo e encostando da janela do corredor.- Que vamos ter que ficar aqui.


Hermione franziu a testa e olhou pro nada pensando.


-Eu...Er... Conheço um...- a garota pigarreou para sua voz sair mais alta.- Lugar.


A garota pegou a mão de Harry e o puxou até uma porta aparentemente trancada.


-Eu não queria contar assim, mas...


Hermione deu ombros e levantou o novo distintivo murmurando uma senha que Harry não teve a felicidade de escutar. A porta se abriu instantaneamente e os dois entraram. Harry deixou o queixo cair. A saleta tinha dois sofás um de frente pro outro, uma mini-estante, um frigobar e uma mesinha vazia.


-Bem vindo ao gabinete privilegiado da monitora Chefe, Hermione Granger.- comentou a garota sorrindo.

-Hermione! PARABÉNS! Eu sempre soube que você conseguiria!


Harry se aproximou a pressionando contra seu corpo num abraço, Hermione fechou os olhos e se deixou levar pelo cheiro embriagante do perfume de Harry apoiando a cabeça em seu ombro. O garoto sentiu, novamente, um fogo esquentar seu corpo, ao sentir Hermione em seus braços. Harry pousou os lábios no ombro da garota e com o último pêlo da nuca arrepiado Hermione se alertou e empurrou, de leve, Harry.


-Por que não nos sentamos?- perguntou Hermione sem olhar para ele.


O garoto não disse nada, apenas se assentou em um sofá. Hermione foi até o frigobar e pegou duas cervejas amanteigadas. Ofereceu para o garoto estendendo-lhe a bebida, ele recusou, a garota pousou a garrafa na mesa e tratou de beber a sua, sem perceber o aviso de grande quantidade de álcool.


-Hermione... Não acha perigoso beber isso?

-Por que?

-Alto nível de álcool.- avisou Harry. Ela levantou a garrafa e viu o aviso.

-Que seja, só vou beber duas.


Com o tempo as duas se transformaram em quatro e Harry percebeu que Hermione já estava fora de si quando começou a cantar Um elefante incomoda muita gente. O garoto pensou na possibilidade de alguém passar ali e ver a nova monitora Chefe naquele estado. Harry pegou sua varinha e conjurou um jato d’água que foi direto em Hermione. Secou sua roupa e olhou para ela.


-Por que você fez isso?- perguntou incrédula.

-Talvez porque eu não agüentava mais escutar você cantando Um elefante incomoda muita gente!- rebateu Harry.


Hermione corou e olhou para baixo avistando quatro garrafas de cerveja amanteigada vazias.


-Eu bebi isso?- perguntou a garota. Harry confirmou com a cabeça.- E tem mais?

-Hermione!

-Tudo bem, calma!


Hermione começou a brincar com os próprios dedos. Harry olhava-a intenso quando escutaram alguém virando a maçaneta. Hermione chutou de imediato as garrafas para baixo do sofá e a Profª McGonagall adentrou naquela saleta.


-Hermione... Sabia que a encontraria aqui. Será que podemos discutir os procedimentos na cabine dos professores?

-Sim, claro!- respondeu Hermione.


Harry levantou a sobrancelha, desconfiado de que Hermione estaria mesmo sóbria. A garota levantou e Harry levantou junto a segurando pelo braço e sussurrando em seu ouvido:


-Tem certeza de que está sóbria?

-Acredite...- cantarolou Hermione sedutora.- Se não estivesse, já teria feito algo pior.


E dizendo isso, a garota seguiu a vice-diretora para fora da saleta. “Ela não disse isso... Disse?” Pensou Harry sorrindo. “Disse sim! Eu escutei!” Debochou a voz. “Não... Ela não está sóbria...” Concluiu desanimado.

Seguindo a diretora de sua casa, Hermione levava à mão até sua boca e arregalava os olhos. “Eu não disse isso... Disse?”. Ela escutou a porta de sua sala abrir e travou uma pequena batalha dentro de si para não olhar pra trás.


*


-O jantar estava maravilhoso, não acha?- perguntou Ron pousando a mão na barriga cheia.


Harry se limitou a confirmar com a cabeça. Eles seguiam, indiretamente, Hermione. A garota mostrava o caminho aos calouros e eles os seguiam pacientemente. Quando finalmente chegaram no salão comunal, encontraram Hermione sentada em um dos sofás.


-Hey Hermione! Não tive tempo de te dar parabéns!


A garota sorriu sem mostrar os dentes e levantou para receber o abraço do amigo.


-Então...- começou Ron se assentando.- Você é monitora chefe agora e sabe de muitas coisas, não?

-Naturalmente.- respondeu Hermione indiferente.

-Será que...- ia dizendo o ruivo passando as mãos no cabelo.-Você pode nos adiantar com o horário?

-Sem chance.- respondeu a garota.

-Por favor.- insistiu Ron fazendo bico. Hermione bufou e respondeu.

-Não teremos Poções de cara.

-ISSO!- comemorou o garoto fazendo um gesto triunfante.


O silêncio tomou conta do lugar e com o tempo o salão esvaziou-se. Ron, que parecia esperar por isso há muito tempo, se ajeitou na cadeira e pigarreou.


-O que você vai pedir?- perguntou Hermione evasiva.

-Você agora pode dar detenção para os Sonserinos, não?- perguntou esperançoso. Harry levantou ligeiramente a sobrancelha esperando a resposta.

-Se eles fizerem algo de errado...- respondeu a garota.

-Como assim se eles fizerem algo de errado?- perguntou o ruivo incrédulo.- Eles NASCERAM!


Harry riu junto com Ron, e Hermione cerrou os dentes para não sorrir também.


-Ah... O que custa, Mione?- perguntou Harry.

-O distintivo!

-Ninguém precisaria saber...- começou Ron com os olhos brilhantes.

-Eu saberia.- cortou Hermione.

-Mione! Aposto que se fosse Malfoy não perderia...

-Aí é que está a diferença: eu não sou uma Malfoy e estou longe de ser.- finalizou a garota.


Ron fechou a cara bufando e Harry revirou os olhos. Hermione nunca mudaria.


-Está tarde...- comentou Hermione bocejando sem se importar com as regras de educação.- Eu vou dormir.


Harry arregalou os olhos, estava esperando que Ron fizesse isso. Não sabia porque, mas queria muito ficar sozinho com a amiga. Lançou um olhar quase dizendo “Não vá”. Mas a garota ignorou e subiu murmurando um boa noite. Harry e Ron se entreolharam e o ruivo levantou.


-Vamos subir?- perguntou Ron.


Harry balançou os ombros e seguiu o amigo a caminho do dormitório.


*


Os primeiros dias de aula se seguiram exatamente como os do quinto ano. Discursos enormes sobre os N.I.E.M’s. O único professor que não perdeu seu tempo discursando foi Snape que começou com uma poção particularmente difícil. Ela fazia a pessoa que fosse bebe-la ficar “morta” por 24 horas, conhecida como a Poção Julieta, pois no conto, o veneno que a mulher tomava a fazia ficar morta pelo mesmo período.

O líquido devia ficar vermelho púrpura como o de Hermione, mas a de Harry estava laranja avermelhada, não muito ruim na sua opinião. A de Ron estava amarela e a de Neville roxa com um cheiro não muito agradável. E como sempre Snape descontara pontos da Grifinória sem olhar para a poção dos Sonserinos.


-Psiu! Harry!- chamava alguém sussurrando.


Harry virou a cabeça e reparou que Draco o chamava.


-Isso tem cheiro de peixe podre.- comentou apontando a poção de Goyle.- Observe.


Harry olhou atento para o garoto. Draco escondia sua varinha nas vestes e fez com que a colher de pau que Goyle usava para mexer a poção voasse no chão. Desajeitado o garoto abaixou bruscamente para pegar a varinha, esbarrando no caldeirão que ameaçava cair. Desesperado o garoto tentou segurar, mas Draco azarou suas mãos fazendo com que escorregassem na tentativa. E com um último empurrãozinho da varinha de Draco o caldeirão desatou a cair e sujar o dono da poção com ela mesma.

Os olhares se direcionaram para o sonserino e os Grifinórios se contentaram em abafar uma risada gostosa. Snape cerrou os olhos e fitou Harry o culpando.


-Tem alguma coisa com isso Potter?


Harry arregalou os olhos e olhou para Draco, este apontou para a mochila dele e Harry entendeu. Como podia azarar o garoto se sua varinha estava guardada na mochila?


-Não.- respondeu desafiador.

-E por que deveria acreditar em você?

-Está vendo alguma varinha na minha mão por acaso?- perguntou Harry sorrindo por dentro.


O homem se mostrou assustado e revistou o lugar onde Harry estava e concluiu que o garoto não estava com a varinha em mãos. Para não perder a pose, Snape atacou Ron.


-Weasley?

-O que é?- perguntou irritado.- Minha varinha está g-u-a-r-d-a-d-a.


O professor lançou mais um olhar ameaçador os Grifinórios e declarou que aquilo foi apenas um “acidente de trabalho”.

Ao terminar a aula, Harry e toda sua turma desataram a rir.


-Quem será que fez aquilo?- perguntou Simas ainda rindo.


Harry pensou em contar, mas se contentou em ficar calado. Se comentasse algo logo toda Hogwarts saberia que Draco não era o mesmo, se bem que já desconfiavam por estar namorando Gina. O seu medo era que a informação chegasse aos ouvidos de Snape.

Hermione o fitava longamente durante o jantar. Quando chegaram ao salão comunal ela perguntou:


-Harry... Você sabe quem fez aquilo?

-Aquilo o que?


Ron inclinava a cabeça para escutar a conversa dos dois. O movimento no salão era intenso naquela noite de sexta-feira.


-Quem derrubou o caldeirão de Goyle?


O único que se mostrou surpreso com a pergunta foi Ron. Harry não, porque sabia que Hermione desconfiava desde que saíram das masmorras quando resolveu se calar. Olhou de um lado pro outro para checar se ninguém estava escutando e murmurou:


-Draco... Draco Malfoy.


Hermione se contentou em fazer um gesto de entendimento com a cabeça, mas Ron abafou um palavrão com a mão.


-Ele fez mesmo isso?- perguntou o ruivo. Ainda desconfiava do Sonserino, mesmo depois estar namorando sua irmã e se converter para Ordem.

-Eu já disse. Ele fez, e me amostrou.

-Como?- insistiu Ron ainda duvidando.

-Estava com a varinha escondida entre as vestes.

-Provavelmente ele queria te incriminar, mas não percebeu que sua varinha estava na mochila.

-Não, Ron. Foi ele que indicou que minha varinha estava na mochila quando Snape me atacou.


Ron cessou com as perguntas ainda desconfiado. Depois de ficarem sem assunto novamente Harry levantou.


-Eu vou andar pra...- começou olhando para Hermione.- Clarear as idéias.


O garoto girou os calcanhares e rumou para fora do salão. Caminhava determinado em direção ao jardim, iria visitar Hagrid, há um bom tempo não falava com o amigo. Ao descer as últimas escadarias deparou com Dumbledore e Madame Hooch que conversavam animados.


-Harry! Que bom ver você. Queríamos mesmo lhe falar. Venha! Siga-nos.

-OK.- concordou Harry.


*


-CAPITÃO DO TIME DE QUADRIBOL?!- perguntava pela décima vez um Hagrid abobalhado.

-Eu já disse que sim! Dumbledore veio me dar à notícia agora!

-Mas por que ele foi avisar agora? Por que não avisou por carta como sempre?

-Madame Hooch estava doente e não sabia se poderia apitar os jogos de Hogwarts esse ano...

-Mas ele não poderia contratar outro?

-Eu perguntei a mesma coisa, só que ele disse que o único qualificado era estrangeiro e não falava nossa língua. Mas, de qualquer jeito, Madame Hooch apareceu curada hoje e eles decidiram me dar à boa notícia!

-É, realmente, é uma ótima notícia! Parabéns!

-Obrigado, mas eu não vim aqui pra falar exatamente sobre isso...


O gigante parou com o bule de chá e o pousou na mesinha retirando as luvas.


-Não?

-Não.

-Hum...


Hagrid olhou para ele e botou o chá numa xícara.


-Quer chá?


Harry respondeu com o olhar e o gigante deu ombros se sentando no pequeno sofá.


-Pode começar.- disse Hagrid sério.

-É-é sobre... Hum... Uma garota.- começou Harry afrouxando a gravata.

-Quem?


Harry se acomodou no sofá e procurou olhar para tudo quanto é lugar, menos pro gigante até tomar coragem.


-Hermione.- o gigante abriu um sorriso.- Qual a graça?-perguntou Harry irritado.

-Nenhuma. Continue Harry!


O garoto levantou o olhar para ele interrogativo e começou a narrar a história. Hagrid não interrompeu o garoto em momento algum. O silêncio dele deixava Harry irritado, mas continuou falando. Quando terminou o gigante se mexeu no sofá e resolveu falar.


-Harry... O que você acabou de me dizer foi que seus hormônios estão funcionando direito. Isso é normal na sua idade! A questão é: como você se sente perto dela? Não seu corpo, e sim seu coração e sua mente.

-E-eu não sei explicar. Eu não paro de imaginar mil e umas maravilhas...

-E seu coração?


Harry pareceu pensar, lembrando de quando encontrara Hermione no Caldeirão Furado. Quando ela caiu em cima dele. Ele abriu os olhos e a viu. Como seu coração reagiu? “Quase saiu pela boca” Intrometeu-se a voz. Ele sempre achou que aquela voz só falava bobagem, mas agora estava certa.


-Ele bate... Forte. Mas eu não tenho certeza, quer dizer, podia ter sido o susto, não? Quando eu abri os olhos o senti saltando.

-Harry... Eu não posso dizer o que você sente. Até porque eu não estou aí dentro.- disse apontando pro seu coração.- O meu conselho é: pense e aja quando tiver certeza do que sente. OK?

-OK...- respondeu Harry olhando pro relógio.- Oito horas, é melhor ir embora. Ainda não contei a novidade para Ron.

-Tudo bem, Harry. Só me prometa uma coisa?

-O que?

-Não magoe Hermione, ok?

-Sim. Tchau.

-Até.


Harry escutou a porta bater atrás de si e continuou andando. Respirando o bom ar daquela noite quente. Não queria voltar para a “muvuca” do salão. Ele andou mais um pouco nos jardins e encontrou um lugar escondido entre as poucas árvores ali. Ele viu uma pequena pedra no chão e se abaixou para pegá-la. Com a pedra em mãos ele se viu tacando-a no lago. Ela bateu três vezes na água antes de afundar. Ele se sentou na grama e cruzou as pernas apoiando seus cotovelos nelas e enterrando as mãos em seus cabelos. Seguindo o conselho de Hagrid ele ficou ali, pensando.


-Ótimo lugar para pensar, não acha?- perguntou uma voz conhecida atrás dele.


Ele virou a cabeça. Era Hermione.


-Como me achou aqui?

-Eu venho aqui às vezes.

-Veio atrás de mim?- perguntou Harry sorrindo.

-Acredite... Você não está com essa bola toda.

-Não precisa humilhar!- comentou desanimado. Claro que ela num iria perder seu tempo o procurando.


A garota sorriu e se encaminhou até ele e se sentou olhando pro céu.


-São bonitas, não?

-O que?

-As estrelas.


Harry olhou para cima. Agora que notara elas ali. Só percebeu que estava naquela posição há muito tempo quando o pescoço começou a doer. Ele, sem se incomodar com as vestes, se deitou ainda olhando para elas.


-Deite. Dói ficar com o pescoço assim.

-E minhas vestes?

-Você consegue limpa-las com um feitiço.


Convencendo-se, Hermione se deitou também. E viu pelo canto dos olhos, Harry se virar e passar a olhar só pra ela. A garota mordeu o canto dos lábios e perguntou:


-Prefere olhar para mim ao invés de olhar para as estrelas?

-Eu as vejo refletidas nos seus olhos.- respondeu com simplicidade.


A garota sorriu e se virou também. O espaço entre os dois era mínimo. Hermione se perdeu naqueles olhos esmeraldas e viu sua mão ir ao encontro do rosto de Harry. Este fechou os olhos rapidamente ao sentir o toque da mão fria de Hermione em seu rosto. Ele pôde escutar gongos extremamente altos soarem por todo seu ser, enquanto os dedos de Hermione acariciavam a parte áspera de seu rosto. Harry pousou sua mão quente na da garota e entrelaçou seus dedos levando sua mão até seu peito. E ele descobriu, junto com ela, que os gongos vinham de seu coração.

Hermione fechou os olhos ainda sentindo o coração acelerado do amigo. Parecia um sonho. Encostou sua testa na dele e fitou seus olhos.


-Hermione, eu...

-Shhh...- ela levou os dois dedos até os lábios do garoto e continuou.- Harry, nós somos amigos e nada, absolutamente nada, vai mudar isso.


Hermione olhou para ele novamente e se levantou com pressa correndo pro salão comunal.


-HERMIONE!- Harry tentou chamar, mas a garota não escutou.


Levantou dali e correu atrás da garota. Era muito mais rápido e por isso a alcançou e puxou seu braço. Ele a pressionou contra si e impulsionou a cabeça pra frente, mas ela desviou o rosto.


-Por favor, Harry...- pediu a garota com os olhos marejados.- Não faça isso.


Ele olhou seus olhos e a soltou. A garota deu dois passos pra trás e com um ultimo olhar voltou a correr em direção à torre. Harry não correu novamente. Se contentou em ir andando.

“Esse, com certeza, foi o pior toco que você já tomou!”. Ele balançou a cabeça negativamente.


-Eu confundi as coisas?- se perguntou.


Mas logo depois se arrependeu vendo a gata do zelador cruzar o corredor. Ele pulou para trás de uma estátua, mas a gata escutou o barulho e direcionou seus olhos amarelos até o lugar onde estava escondido. E depois de o fitar por dez segundos, desatou a correr na direção contrária.


-Droga!

-Sinceramente, você já foi melhor nisso.


Ele virou a cabeça e encontrou Hermione novamente.


-Venha. Não quero que tome detenção.- comentou a garota o puxando pela mão.

-Mione, nós precisamos conversar.- avisou.

-Fale.- disse ainda o puxando para o salão.

-Quando nós estávamos ali, eu... Ahn... Ia te beijar.


Ela parou no corredor e virou o corpo o encarando veemente.


-Harry, você confundiu as coisas...

-Não.- cortou o garoto.- Hermione, eu não confundi nada! Eu acho que...


Não pôde terminar de declarar o que tinha pra falar quando escutou vozes vindo de perto, e para seu azar, quando virou seu corpo encontrou Filch e Snape vindo na direção deles e logo atrás vinha a gata.


-Ora, ora, ora. Potter e Granger. Podem me explicar por que estão fora da cama?


Harry abriu a boca pra falar quando Hermione o interrompeu.


-Claro professor.- respondeu no mesmo tom.- Eu, como monitora Chefe, estava rondando o castelo checando se havia alguém fora da cama, quando encontrei Harry. Agora, se me dá licença, vou leva-lo até o salão comunal.

-Espere Srta. Granger.


Ela espremeu os olhos irritada.


-Não acha melhor dar uma detenção?

-Eu não acho que um atraso de cinco minutos seja motivo suficiente para uma detenção, Severo.- comentou a vice-diretora da escola que ia chegando agora.

-Minerva...- Snape fez um aceno com a cabeça antes de crispar a boca murmurando algo que ninguém pôde ouvir.

-Fico feliz que esteja cumprindo seus deveres, Hermione.

-Muito obrigada professora.

-Agora pode deixar comigo Severo. Eu os levo para o salão.


Ele balançou a cabeça e girou os calcanhares seguido por Filch. A professora os encaminhou até o quadro da Mulher Gorda e foi embora.

Para a surpresa deles, o salão estava vazio. Hermione se encaminhou determinada para o dormitório feminino.


-Hermione eu não terminei.- declarou.

-Eu preciso dormir Harry.- disse ela sem virar as costas.

-Você quer parar de ser teimosa e me deixar falar?-insistiu Harry puxando o braço da garota. Ela se virou extremamente irritada.

-Não percebe, Harry? Nós somos A-M-I-G-O-S! Por que você sempre tira conclusões precipitadas das coisas? São seis anos de pura amizade e você está disposto a jogar isso fora por uma ação de hormônios que esquentam seu corpo!

-Hermione, não é isso...

-É EXATAMENTE ISSO, HARRY!

-NÃO! NÃO É, HERMIONE GRANGER! Eu sei exatamente o que se passa aqui dentro.-esbravejou apontando pro peito.

-Não, não sabe... É apenas mais um adolescente infantil que não sabe distinguir amor de amizade, que sempre tira conclusões precipitadas das coisas. Continua o mesmo PIRRALHO que há dois anos atrás foi salvar uma pessoa que estava em perigo no seu ESTÚPIDO SONHO!


Ele baixou a cabeça e sentiu o sangue se dilatar dentro das veias. Quem ela pensava que era para falar assim dele? Foi um erro, sim, ele sabia, mas não podia apenas esquecer? Quando suas mágoas quase iam embora, Hermione vai e diz uma coisa daquelas. Que tipo de monstro sua amiga se tornou? Desistindo de tentar falar mais alguma coisa, Harry subiu para o seu dormitório. Quando chegou lá, viu que todos estavam acordados.


-Harry! Finalmente! Onde estava?- perguntou Ron.

-Andando... Por que todos estão aqui e acordados?

-Ah... A profª McGonagall passou no salão dizendo que tinha aluno fora da cama aí eu avisei de você e Hermione e ela foi embora correndo mandando a gente dormir.

-Obrigado.- agradeceu Harry se sentando na cama.

-Cara, desculpe.- disse ele, sem entender o amigo.

-Eu estou te agradecendo Ron.

-Por ter te dedurado?

-Não, quer dizer, é. A professora chegou lá quando Snape e Filch acharam a gente.

-Que azar...- comentou se jogando na cama e apoiando a cabeça nos braços.

-Mas essa não é a única coisa que tenho a lhe contar...- começou Harry com os olhos brilhantes.

-O que?- perguntar Ron desinteressado.


Harry narrou o encontro com Dumbledore e Madame Hooch e deu a notícia para o amigo que no final da conversa estava dando pulinhos de alegria.


-Harry! Isso é FANTÁSTICO!

-O que?- perguntou Simas que ia entrando na conversa com Dino e Neville.

-Ele é o novo capitão do time de quadribol.- comunicou Ron orgulhoso.


Depois disso só foi festa. Dino e Neville foram comunicar para o resto pessoal e Simas ficou paparicando Harry.


-Isso merece uma comemoração.- comentou Ron malicioso.


Os olhos de Ron cruzaram com os de Simas e Harry viu faíscas de excitação saltarem dali. Eles dirigiram o olhar para Harry e gritaram juntos.


-FESTA!!!


*


Harry acordou naquela manhã de sábado com um barulho intenso de movimento em seus ouvidos. Escovou os dentes e tomou um banho. Ao sair do banheiro, encontrou Ron andando de um lado pro outro.


-Até que enfim!- disse o garoto.- Bote uma sunga, vamos entrar no lago.

-Vamos?

-Sim, vamos mergulhar no lago.

-Como assim?- perguntou Harry para irritar.

-NÓS VAMOS NADAR NO LAGO! QUAL PARTE DA FRASE VOCÊ NÃO ENTENDEU?

-Ei! Calma, estava só brincando.


Ele se encaminhou para o malão e pegou sua sunga. Revirou os olhos para Ron que continuava ali.


-O que é?- perguntou carrancudo.

-Dá licença?


O ruivo não disse nada, apenas saiu resmungando algo. Harry pegou um bermudão e desatou a procurar uma blusa.


-Você demora hein?!- disse Ron entrando novamente ali, quando Harry estava apenas de bermuda.

-Estou procurando blusa.

-Pra que?

-PRA QUE? Para botar oras!

-Harry...- começou o ruivo paciente.- A gente vai M-E-R-G-U-L-H-A-R.

-Eu sei! Mas antes vamos tomar café, não?

-Pelos suspiros das garotas, tem muito garoto sem camisa.

-Que seja.-desistiu Harry.


Ele não pegou seus óculos por precaução e rumou até o salão principal, percebendo que umas garotas davam gritinhos excitados depois de passar por eles. Ao chegar lá, Harry percebeu que realmente havia muito garoto sem camisa. Percebeu também que alguns professores, como Snape, olhavam com desgosto para eles. Depois de tomar café eles foram para fora do castelo e avistaram um grande número de pessoas aproveitando o Sol. Ao chegar à beira do lago, Hermione vinha falar com eles.


-Hey, meninos! Pensei que não viriam!


Harry deixou o queixo cair ao notar a normalidade que Hermione falava com ele. Depois da discussão da noite anterior pensava que a garota ia o evitar ou ao menos pedir desculpas. Ron pareceu indiferente, tirou sua blusa e seu short e olhou para os lados, Harry também tirou sua bermuda e olhou pro nada.


-Hermione? Viu Luna?

-Sim, ela está com Gina.

-Onde?

-Ali.- apontou a garota.


Ele balançou a cabeça e saiu de perto dos dois. Agora Hermione parecia incomodada.


-Vamos entrar?- chamou Harry tentando não gaguejar.

-Sim, claro!


A situação era precária, os dois na água sem dizer absolutamente nada. Harry olhava atentamente seu reflexo ondulado ali e Hermione não movia um membro sequer. Ao atingirem o ápice do constrangimento eles resolveram falar na mesma hora.


-Hum...- começaram ambos.

-Pode falar.-comunicou Harry.

-Eu queria pedir desculpas por ontem, Harry. É que... Você é meu melhor amigo, e eu acho que a nossa amizade vale ouro pra ser posta em risco com uma atração qualquer...


Harry engoliu em seco. Estava claro que ela não sentia o mesmo por ele. Baixou os olhos e decidiu que era melhor preservar a amizade e não deixar claro o que sentia.


-É... Eu acho que confundi as coisas, Mione. E devia pedir desculpas por tentar te beijar.

-Te desculpo se me desculpar.

-Trato feito!- ele sorriu e abraçou-a.


Eles permaneceram parados quando Harry olhou para ela maliciosamente.


-Eu não gosto quando você me olha desse jeito.-disse Hermione.


Os olhos dele brilharam intensamente e rapidamente ele puxou a garota para a água gelada. Ao chegar no fundo, ele sem pensar impulsionou a cabeça da garota para baixo afogando-a. Quando voltou a subir Hermione tinha a feição irritada e Harry, um sorriso provocador.

Ela sorriu sem mostrar os dentes e o afogou. Quando estava debaixo d’água ele avistou o pé vulnerável da garota. E sem piedade o puxou para junto dele. Na superfície ela fechou a boca ao sentir o pé ser puxado. Não deu outra, ela mergulhou junto com ele. Ao chegar perto dele, ela o fitou desafiadoramente e ele sorriu abraçando seu corpo e soltando o ar que tinha. Quando seu ar acabou de sair, seu corpo foi descendo e empurrando o da garota que foi obrigada a fazer o mesmo. Eles sentiram a falta do ar e a pressão em seus ouvidos, mas não ligaram. Harry nadou até ela e levou sua mão até o queixo da garota levantando-o para olhar seus olhos. Sorriu e entrelaçou suas mãos. O sangue que corria pelas veias ficou quente, esquentando todo seu ser. Ela sorriu e ele acariciou seu rosto passando os dedos pelos lábios enrugados da garota. Fechou os olhos pensando ser aquilo um mero sonho impossível. O desespero por ar era grande e percebeu que as mãos da garota começaram a ficar moles, como todo seu corpo, arregalou os olhos e enlaçou sua cintura para não deixá-la cair e sentiu um puxão em seu braço e viu que alguém tentava o levar para a superfície. Tentou se soltar, mas ao olhar de novo para Hermione, fraca, não relutou e deixou que os levassem. Ao chegar à superfície ele puxou o ar com desespero.


-O que diabos deu em vocês?!- perguntou Ron assustado.


Ele se virou e viu que Gina salvara Hermione. A garota permanecia quieta. Por que ela não falava nada?


-Nada.- começou ele, ainda olhando Hermione.- Foi apenas uma brincadeira idiota de afogar.


Hermione confirmou com a cabeça e desatou a nadar para a superfície. Gina olhava de Harry para Hermione sem entender. Quando a ficha finalmente caiu, ela foi atrás da amiga. Ron continuava com o queixo caído.

Harry impulsionou o corpo para baixo tentando mergulhar novamente e viu Ron chegando perto hesitante.


-Calma Ron. Eu não vou me matar.


O ruivo ainda olhava desconfiado para ele quando Harry foi procurar um lugar para por o pé no chão. Ao chegar num lugar seguro, deixou seu corpo boiar. Ron foi atrás de Luna. Fechou os olhos calmamente dando atenção apenas para os sons do lago. Quando sentiu alguém se aproximar ele abriu os olhos, e num relance viu Hermione, mas ao balançar a cabeça e levantar notou que não era ela, e sim Gina.


-Você pode me explicar o que está acontecendo entre você e a Mione?


Ele olhou para a garota assustado. Ela foi extremamente direta. Ele olhou para onde Hermione estava e a viu virar o rosto. Estava espionando, mas pra que virar o rosto? Pra que fugir? Baixou a cabeça e olhou para Gina novamente, que esperava uma resposta.


-Por que você não pergunta para ela?

-Eu já fiz isso.

-E o que ela disse?

-Nada.


Olhou para baixo e viu seu reflexo triste na água movimentada. Balançou a cabeça negativamente e disse:


-Então, não é nada.- deu ombros e se dirigiu para fora do lago. Seus pés o levaram para o mesmo lugar da noite passada. Que estava vazio. Sentou do mesmo jeito e olhou para a água.


-É a Granger não é? O motivo dessa tristeza?

-Não é tristeza e sim, desapontamento.- respondeu se virando e vendo Draco. O garoto se encaminhou até ele e se sentou.

-Sabe... Eu já cheguei a pensar que gostava dela.


Harry olhou para o garoto horrorizado. Mas Draco ignorou o olhar.


-No terceiro ano. Quando ela me deu aquele tapa na cara. Eu gosto de meninas que me surpreendem.

-E o que Gina fez?

-Esqueceu do quinto ano? Quando estávamos na sala de Umbridge. A pequena Weasley me acertou.

-Isso é loucura.

-Loucura é duas pessoas se gostarem e não ficarem juntas!

-Eu não entendi essa indireta.

-Você e a Granger se gostam...

-Não... Ela não gosta de mim.

-E minha avó é virgem!

-Eu estou falando sério... Ela declarou que o que existe entre nós é apenas amizade.

-Eu acho que ela gosta de você.

-Quem me dera...


O assunto acabou ali. Draco foi embora declarando que ia atrás de Gina e Harry ficou ali.

Depois de muito tempo ele sentiu a barriga roncar. Se levantou e foi até o salão principal, onde todos saboreavam o almoço. Ele se sentou ao lado de Ron e pegou o primeiro frango que viu pela frente. Ao terminar de almoçar ele subiu para a Torre da Grifinória. Ao entrar no salão avistou Hermione e Colin, que conversavam animadamente. Ela olhou para ele e sustentou o olhar até o garoto subir para o dormitório. Tomou um rápido banho e deitou na cama. Descobriu que estava com sono, quando Ron chegou conversando com Dino e Simas.


-E aí Harry? Animado pra hoje de noite?-perguntou Simas.

-E por que estaria?

-Como assim por que? Hoje tem festa!- falou Dino.

-Que seja...


Ron levantou a sobrancelha e deitou em sua cama.


-Vai ser divertido, pode apostar.- assegurou Ron.


Harry apenas balançou a cabeça e pegou no sono. Quando acordou pegou o relógio e viu que eram seis e meia. Ron também acordava agora.


-A festa começa às oito.- avisou Ron antes de entrar no banheiro.


Ele pegou os óculos e olhou pela janela avistando Hermione sentada à beira do lago. Sem pensar duas vezes ele foi até ela.

Quando chegou não soube o que dizer, ficou atrás dela para que não pudesse ver.


-Precisamos conversar Hermione.-disse finalmente.


A garota virou o corpo e o notou ali.


-Infelizmente é a segunda vez que te peço desculpas hoje!

-Acho que já me acostumei.


Harry sorriu e se assentou do lado da amiga.


-Quase te matei agora cedo...

-Faz parte.

-Do que?

-Dor de cotovelo.- comentou gargalhando ao ver a cara de Harry.

-Isso não teve graça...- declarou pausadamente.

-E quem disse que era para ser engraçado?

-Agora você me deixou irritado.

-Uuuuuuu... Tirem todos os objetos de vidro de perto, o Sr. Harry Potter está irritado!

-Você não sabe com quem está se metendo, Hermione Granger.

-Por que não? O que você vai f...-ela não conseguiu terminar a pergunta. Apenas viu o corpo de Harry se jogar contra o seu e as mãos do garoto atacarem seu ponto fraco: a barriga. Se tinha uma arma perfeita contra Hermione Granger, essa arma era cócegas.

Ela não conseguia parar de rir, já se sentia sem fôlego quando Harry parou. Ele olhou os olhos da garota que brilhavam em contraste de raiva e divertimento. Seu sorriso desapareceu ao fitar os lábios da garota. Percebeu que se não saísse de cima dela algum desastre ia acontecer. Ele levantou o rosto e foi até a testa da garota, beijando-a.


-Te vejo na festa.- disse de despedida piscando o olho. E ao virar as costas escutou ela socar a grama irritada.


Ao chegar no dormitório avistou os garotos animados pegarem qualquer roupa e se vestirem. Ron andava impacientemente de um lado pro outro.


-Você é péssimo com horários não é?

-Oh... Sinto muito, não vi a hora passar. Estava na biblioteca dando uns amassos na Madame Pince.- brincou sorrindo e entrando no banheiro pra tomar banho.


Quando saiu, vestiu sua calça jeans escura e uma blusa preta com a estampa dos Libertines. Um tênis qualquer, desodorante, perfume e cordão finalizaram a arrumação.


-Dêem Graças. O Sr.Potter está pronto.- debochou Ron.


Quando eles desceram Harry ficou impressionado. Aquilo era uma festa ou uma boate? Muitas cervejas amanteigadas com alto nível de álcool, e outras bebidas pesadas, incluindo Vodka e Tequila.Luzes iluminavam uma pista em que as pessoas dançavam. E a música era extremamente alta. A lareira estava acesa, esquentando ainda mais o local, e acima dela estava uma enorme foto sua. Quando todos o avistaram foram o cumprimentar.


-Hoje eu fico bêbado.- comentou baixo.


Ele chegou perto de um quartanista que servia as bebidas.


-Harry Potter...- ele falou baixo com os olhos brilhantes.

-É meu nome garoto. Me dê um Licor de menta.

-Claro!


O garoto estendeu a garrafa inteira para Harry.


-Licor Harry? Com Vodka e 51 você pega um Licor de menta?

-São oito e meia da noite Ron...

-Ah...


O garoto não deu muita atenção para seu aviso e bebeu logo um whisky de fogo.


-Isso não vai acabar bem.- disse se sentando no sofá e bebendo seu licor. A bebida ardeu na garganta e desceu maravilhosamente. Em quinze minutos acabou.


Ele foi até o garoto novamente e Ron chegou nele.


-HARRY! Que tal um pouco de diversão?


Ele olhou para o amigo sem entender e logo o garoto mostrou dois copos de Vodka pura. Harry olhou maliciosamente para ele. O ruivo retribuiu o olhar.


-Quem vai ser o primeiro?- perguntou aceitando o desafio.

-SIMAS!


Harry estendeu o copo para ele e os dois viraram juntos. As apostas estavam sendo feitas direto. No décimo copo os garotos urraram alto.


-Entre ogros e garotos eu não sei qual pior.- comentou Parvati que passava por eles.


No décimo quinto copo, Simas desistiu e os galeões rolaram soltos.


-PRÓXIMO!- berrou Harry e logo Dino estava na sua frente.


Depois de mais uma “batalha” que Harry ganhou, ele parou e pediu uma cerveja amanteigada. Cambaleando ele sentou no sofá novamente. Quando deram meia noite ele estava totalmente fora de controle. O álcool não fez bem a ninguém. Neville vomitou em cima de Lilá, Parvati beijava o quinto garoto e Dino tentou agarrar Gina (que estava ali sem a consciência de ninguém) o que ocasionou um soco que levou de Ron. Até Hermione estava bêbada, mas não demonstrava isso. A garota estava sentada isolada de todos num canto. Harry até então não sentia raiva de ninguém, até o momento que Colin chegou insinuante em Hermione. Seu corpo transbordou de raiva e ele levantou. Caminhando determinado até a garota que estava caindo na lábia de Colin. Ele chegou já no seu extremo.


-Harry! Parabéns!-disse Cólin.

-Quer dançar Hermione?


A garota levantou o olho para ele, débil. Estendeu sua mão e aceitou a dança animada. Seus corpos suados grudaram e bailaram no ritmo da música. Era animada e provocante (tipo Yeah), o que fazia eles dançarem “inapropriadamente”. A blusa dele estava grudada no corpo quando Hermione chegou em seu ouvido e disse:


-Por que você não tira isso?


Ele obedeceu e tirou a blusa prendendo-a na calça. Determinado ele foi até seus lábios, mas não pôde fazer isso porque naquele momento um garoto do terceiro ano adentrara correndo no salão gritando:


-PROFESSORA MINERVA MCGONAGALL!


Ele ficou desesperado. Já escutara aquele nome. Viu sua foto acima da lareira e uma varinha jogada no chão, sem pensar duas vezes ele pegou a varinha e tirou a fato dali.


-Minerva McGonagall? Que nome esquisito!- começou Hermione abobalhada.- Eu mataria minha mãe se ela me desse esse nome.


A garota não tinha condições nenhumas de subir para seu dormitório. Harry se abaixou e a pegou no colo. Subiu as escadas de seu dormitório, bêbado e com uma maluca nos braços foi, particularmente, difícil. Quando finalmente chegou lá, pousou Hermione em sua cama e se deitou ao seu lado, dormindo feito pedra.


*


Tac, tac, tac.


Esse barulho soava em sua cabeça quando estava prestes a levantar. Abriu os olhos e sentiu uma dor enorme na cabeça. Via Hermione andando para lá e para cá no seu quarto.


-Está me deixando tonto.- declarou se sentando na cama.

-Graças ao Merlim! Você acordou!

-É acordei.


O garoto levantou e foi até a pia escovar o dente.


-O que aconteceu ontem? Por que eu estava dormindo com você?

-Se você não lembra...-começou Harry se apoiando na porta do banheiro.- Não sou eu quem vai lembrar.- e fechou a porta.

-Harry, eu preciso saber... Nós não...?

-Eu não seria tão imbecil assim.- respondeu atrás da porta.-Nem bêbado.- continuou abrindo a porta com a calça aberta e com um sorrisinho debochado.


Ela se sentiu extremamente corada e rejeitada. Seu rosto ficava cada vez mais vermelho quando olhava para a calça aberta do garoto. Harry olhou para a cara dela e sorriu abaixando as calças e ficando com sua cueca preta.


-HARRY!- gritou a garota.

-Francamente. Pensei que não teria vergonha de me ver assim depois do que fizemos ontem.- brincou o garoto. Estava blefando, nem ele lembrava o que fizeram.

-Mas você acabou de dizer que nós não...

-Nós não nos deitamos, mas o resto...- comentou revirando os olhos e ameaçando baixar a cueca.

-NÃO!- ela cobriu o rosto com as mãos.- Eu vou embora.

-É bom mesmo!- disse antes da garota sair. Quando ela estava longe ele desatou a gargalhar. Tomou banho e viu que estava na hora do almoço. Antes de descer para comer ele passou na enfermaria para acabar com a dor de cabeça.


-O que deseja Sr. Potter?

-Eu estou com dor de cabeça...

-Parece que uma epidemia de dor de cabeça passou pela Grifinória não?

-Como?

-Vamos dizer que você não é o primeiro que vem aqui e me fala que está com dor de cabeça.


Ele baixou a cabeça corado.


-Tome isso.- disse ela lhe estendendo um líquido que lembrava algo a ele.


Hesitante ele virou o copo e instantaneamente sua dor foi embora. Ele se virou para a enfermeira e disse:


-Obrigado.- ao dizer isso um flash de Ron batendo no Dino veio em sua cabeça.- Madame Ponfrey?

-Sim?

-Dino Thomas está aqui?

-O garoto que caiu da escada e ficou com o olho roxo?

-Acho que sim.- respondeu abafando um riso.

-Está.


Ela mostrou o amigo e Harry foi dar os pêsames para ele, quando estava indo embora o garoto puxou seu braço e perguntou:


-Você sabe por que eu estou aqui?

-Vamos dizer que Ron te bateu...

-Por que?!- perguntou assustado.

-Você tentou agarrar Gina Weasley, amigo.


Ele levou a mão até a testa e deixou Harry ir embora. Chegando no salão principal ele avistou Ron e se sentou ao seu lado.


-Deixe-me adivinhar: você foi na enfermaria, não?

-É eu estava com...

-Dor de cabeça.- completou o ruivo.- Você não se lembra de nada que aconteceu ontem?

-Não por que?- perguntou passando geléia na torrada.

-Estão rolando boatos de uma dança...

-Dança?- ele perguntou e escutou na sua cabeça uma música estourar. Ele levou a mão até a testa e sentiu seus ouvidos estourarem naquela música familiar.

-O que foi?

-Nada... Continue.- aquela conversa trazia lembranças do que acorrera no dia anterior.

-Uma dança entre você e a Mione.


Depois de escutar aquela parte Harry sentiu uma pontada forte na cabeça e a música voltou, mas agora com imagens. Eles dançavam... Aquilo não era dança! Parecia mais um ritual de acasalamento! Sussurrava coisas no ouvido da menina e quando finalmente ia beija-la uma pessoa entrou ali berrando...


-EI! HARRY!- Ron balançava o ombro do amigo.


Acordou do devaneio e olhou para os lados, todos o fitavam assustados.


-Precisava berrar?

-Precisava pirar?

-Eu não pirei!- defendeu-se cruzando os braços.- De qualquer jeito... Quem começou esse boato?

-Isso não interessa. O que interessa é se é verdade ou não?

-É...Não...Num sei.-mentiu Harry.

-Eu acho que é verdade...- comentou Ron.

-Por que?!- perguntou mais rápido do que pretendia, engasgando com o pedaço da torrada na garganta.

-Que outro motivo teria para Hermione dormir na sua cama? E pior... Com você.

-Nós estávamos bêbados!- defendeu-se Harry, falando alto!

-Isso quer dizer que é verdade?


Engoliu em seco... “Já era, entreguei o jogo” Pensou.


-Quem foi o infeliz, mal-amado, desgraçado e nojento que espalhou isso?

-Alguém que não estava bêbado, provavelmente.

-Impossível, todos estavam bêbados...

-Não os do sexto ano pra baixo...

-Só a Gina era do sexto ano naquela festa e mesmo assim, subiu cedo.

-Tem certeza?- perguntou Ron cínico.

-Você sabe de alguma coisa Ron?


O garoto sorriu e fez um gesto com a sobrancelha pra frente. Lentamente, Harry virou o rosto e cruzou os olhos com...


“Parabéns Harry!”


-CÓLIN CREEVEY? Aquele safado, inútil, babaca, imbecil, boçal...

-Tenha calma, Harry.

-CALMA? Você tem noção no que isso pode dar? E se chegar no ouvido de algum professor? Se chegar no ouvido do ranhoso? Adeus Hermione Granger... Ela vai perder o cargo de monitora chefe! Ah, mas isso num fica assim mesmo...


Ele levantou da mesa e foi até onde estava Cólin.


-Bom dia, Harry.- cumprimentou cínico.


Aquele ingênuo menino que era fã de Harry Potter deu lugar a um rapaz cínico e presunçoso.

Sem pensar duas vezes ele puxou o garoto pelo braço e o encostou numa parede, longe dali.


-O que diabos você pretende fazer espalhando isso? Quer ferrar com a Mione?!

-HARRY!


Hermione chegara agora ao local quando Harry ameaçava socar o garoto.


-Não faça isso!

-Por que? Vai deixar ele impune?

-Eu não disse isso!- comentou se virando para o garoto e acertando um forte tapa na cara dele.


Com a mão no rosto, Cólin levantou a cabeça com raiva, os olhos brilhavam ameaçadores.


-Você vai se ferrar, Hermione.- deixou claro antes de correr para longe.


Quando Hermione olhou para Harry, este tinha um sorriso de orelha a orelha.


-Hermione...-começou Harry debochando.- Eu amo você, mas às vezes você me dá medo.

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