Capítulo 1




A primeira vez que Lílian Evans viu James Potter ele travessava a rua em frente ao prédio em que morava. O corpo viril e atlético destacado na calça cinza bem cortada. A camisa estampada também chamou a atenção de Lílian. Tinha um andar decidido, como se soubesse exatamente que caminho tomar naquele momento.

Lílian continuou a observar o estanho e sentiu uma certa inquietação. Ele andava agora de um lado para o outro, com se estivesse procurando algo. Então, quando desapareceu entre as arvores, ela concluiu que talvez estivesse procurando pelo cachorro. Era uma conclusão relativamente natural, já que várias pessoas passeavam por lá com seus animais de estimação.

O local, bastante agradável, tinha acesso para a praia e era cercado de jardins onde as pessoas faziam piqueniques e alugavam barcos para passeio. A baia de Hawke abria-se para a bela praia de Napier, na Nova Zelândia. O apartamento de Lílian ficava no térreo do prédio, e da janela ela podia ver as pessoas passeando com seus cães, muitas vezes com estes soltos de suas coleiras para explorar livremente, retornado ao som do assobio dos donos.

Quando o estranho desapareceu, Lílian tentou apagar aquela imagem. Preparou o chá e foi para o seu local de trabalho: varanda envidraçada. A bebida quente combinava bem com alguns biscoitos de chocolate e logo Lílian sentiu-se relaxada, e continuou sua costura.

Pouco tempo depois, ela se assustou com uma sombra cruzando a varanda, que estava aberta. Ela reconheceu imediatamente aquela figura masculina. O choque da chegada daquele homem deixou-a sem fala, e durante aqueles poucos segundos ela concluiu que era o homem mais atraente que já viu em toda sua vida.

O cabelo negro, levemente ondulado, os músculos marcados pela bela camisa. A boca sensual indicava um leve senso de humor, apesar de estar particularmente sério naquele momento. Os olhos castanhos-esverdiado se insinuavam pelo corpo de Lílian, viajando vagarosamente pela figura esguia e reparando em cada detalhe dos cachos avermelhados de seu cabelo.

Os olhos verdes de Lílian atraíram a atenção daquele homem durante alguns instantes, e ela aguardou que ele falasse primeiro. Então, como ele permaneceu em silencio, ela se recompôs, colocou sua costura em cima da maquina e levantou-se.

─ Posso ajudá-lo? ─ perguntou com voz calma, tentando não demonstrar surpresa.
─ Onde esta Sirius?─ O tom era brusco, apesar da voz profunda e ressonante.
Lílian encarou-o, sem compreender exatamente o que ele queria saber.
─ Sirius? Quem é Sirius? É seu cachorro, ou seu filho?─ perguntou, pensando nas pessoas que sempre passavam por ali.
─Se ele passar por aqui, pode deixar que...
Uma profunda irritação tomou conta do estranho.
─ Vai fingir que não sabe que Sirius não é nem meu cachorro nem meu filho?
Lílian balançou a cabeça, confusa.
─Sinto muito. Acho que deve haver algum engano. Não conheço nenhum Sirius por aqui.
Impaciente, ele cruzou a porta da varanda e entrou no apartamento de Lílian.
─Não brinque comigo, minha jovem. Não precisa esconder de mim sua “amizade” com Sirius.
Lílian corou de raiva.
─ Está totalmente enganado, senhor seja lá quem for!
Ele continuou a encará-la.
─ O nome é Potter. Sou primo do Sirius. Eu sei que você tornou-se “amiga” dele. E, apesar de todos os segredos, de ele nem sequer ter me dito seu nome, contou-me sobre sua ligação com o homem casado do andar de cima.
Ela ficou estarrecida com aquelas palavras.
─ O que o senhor está insinuando sobre minha pessoa?
─ Insinuando? Estou afirmando. Já é hora que alguém diga a verdade. Agora, se quiser me dizer onde Sirius esta eu vou agarrá-lo e levá-lo para casa.
Lílian tentou controlar a irritação, pois estava curiosa demais para terminar a conversa.
─Por que tem tanta certeza de que ele esta aqui?
─Sua presença, é claro. Alem do fato de ele já ter morado nesse apartamento. Mas isso foi antes do dono anterior ter moridor... ─Ele fez uma pausa e depois se aproximou para observar de perto as roupinhas de criança espalhadas pela varanda.
Então se virou e examinou a máquina de costura pronta para uso, e a enorme caixa aberta com linhas de todas as cores.
─ Esse apartamento transformou-se em alguma espécie de loja? ─ ele perguntou finalmente.
─ É um pequeno negócio doméstico ─ ela disse com a voz fria.
Ele permaneceu serio, mas uma ponta de dúvida alterou sua expressão.
─ Roupas de crianças? Estranho... Pensei que fosse enfermeira...
─ O que prova que não sabe nada sobre mim ─ ela devolveu com rapidez.
─ Sei mais do que você imagina.
─ É mesmo? Que mais sabe sobre mim?
─ Sei que mora aqui só há alguns meses. Aliás, como é seu nome?
─ Lílian Evans. ─ As palavras saíram antes que Lílian pensasse se devia ou não responder.
Mas ele continuou:
─ Também sei que após a morte da Sra. Mackie, essa propriedade foi vendida a um fazendeiro que abandonou o campo. Quando a venda foi efetivada, Sirius teve que se mudar, e não ficou muito contente com a idéia. Ele gostava muito desse apartamento, gostava da proximidade com o mar, onde ficava em seu pequeno barco por horas a fio, pescando.
Ele fez uma pausa para observa o olhar curioso de Lílian, e admirar os belos lábios.
─ Agora posso compreender por que esse tal homem casado costuma freqüentar seu apartamento. Aparentemente deve ter uma mulher que não o compreende, mas isso é o que todos dizem, é claro.
Os olhos de Lílian faiscaram de raiva.
─ Estou ficando cansada dessas insinuações. Sr. Potter! Não há razão para sugerir...
─ ...que Sirius tenha saindo desse apartamento, e que uma moça atraente como você tenha se mudado pra cá? Você nega que tenha uma relação com o homem que mora no andar de cima?
─ Você esta enganado! Eu nem sequer aluguei este apartamento...
─ É claro que não paga aluguel. Tem um acordo com o senhor ai de cima. Mora aqui de graça, por serviços prestados, digamos assim.
Lílian começou a se descontrolar, e ergueu a voz.
─ Senhor Potter, preste atenção. Não tenho nada a ver com seu primo, e nem tenho de tolerar seus insultos. Que tal se saísse daqui imediatamente e continuasse sua busca em outro local?
─ Esta me mandando embora?
─ Estou solicitando que saia já do meu apartamento! ─ ela gritou, ao mesmo tempo tentando entender como aquela discussão estava se tornando ridícula.
Ele lançou um olhar penetrante.
─ Quer dizer que Sirius definitivamente não esta aqui?
─ Por que não vê com os próprios olhos? ─ ela apontou para o interior do apartamento.
A discussão foi interrompida imediatamente pelo ruído de passos vindo do quarto.
James Potter caminhou rápido ate o único quarto do apartamento.
Parou então a porta do quarto, respirou fundo, e disse:
─Ora, ora. Quem termos aqui? Sirius Black em pessoa! Acho que esta bem a vontade, não é meu rapaz?
Lílian espichou o pescoço para observa o homem deitado em sua cama. A visão deixou-a em estado de choque.
─ Eu... Não sabia que ele estava aqui! ─ ela exclamou, indignada.
─ Não mesmo? ─ provocou James Potter, encarando-a. ─ Quase me engana com suas mentirinhas.
Lílian ficou branca quando percebeu o insulto.
─ Não menti pra você! ─ E abriu caminho ate a beira da cama. ─ como se atreve a deitar em minha cama? ─ ela gritou para o homem sobre os travesseiros. ─ Saia já ou chamo a policia! Vocês passaram dos limites!
James Potter riu alto.
─ Bela interpretação ─ ele disse, com ironia. ─ Infelizmente, não foi muito convincente.
Frustrada, Lílian encarou o sujeito que deveria ser Sirius.
─ Poder dizem a ele que eu não o convidei a entrar em minha casa?
Sirius só fez erguer os olhos e disse:
─ Estava casado. Precisava dormir um pouco.
─ Mas eu não o convidei, nem o conheço!
Outra vez ele encarou-a sem responder.
─ Muito bem, já vou resolver esta situação. Vou chamar a polícia. Eles darão um jeito em vocês dois!
Lílian saiu do quarto e foi na direção do telefone. Mas, antes que pudesse discar, James Potter surgiu ao seu lado e agarrou pela cintura.
─ Não faça isso ─ ele sussurrou. ─ Apenas deixe-me levá-lo para casa e eu explico depois. Acredite, há uma explicação para toda essa confusão.
─ Não quero saber de suas explicações, senhor Potter. Não estou acostumada a esse tipo de insulto, e nem acredito que possa se desculpar por seu comportamento.
─Mais vai ter que de me escutar, quer queira quer não. ─ ele apertou o braço de Lílian, fazendo-a largar o telefone.
─ Isso é o que você pensa. Não tenho obrigação de escutar nenhuma palavra que venha de sua boca.
─ O que a deixou furiosa?
Ela encarou com firmeza.
─ Você ter mi chamado de mentirosa, e sua insinuação de que eu sou tão “próxima” do dono do apartamento que nem preciso pagar aluguel.
─ Agora você vai mi ouvir. Sirius causou toda essa confusão. E gostaria de explicar por quê.
─ Prefiro ouvir do próprio Sirius.
Ele balançou a cabeça.
─ Temo que Sirius não seja muito bom em explicar suas próprias atitudes.
─ Não compreendo.
─ Logo compreendera, quando conversarmos sobre o assunto. Telefono as sete e saímos para jantar.
─ Não, obrigado. A comida não me fará bem.
Ele ignorou o comentário e aproximou-se.
─ Podemos esquecer toda essa confusão e...
─ Esquecer seus insultos?
Ele ignorou o comentário.
─ Quem sabe durante o jantar nós podemos esclarecer tudo...
─ O senhor é mesmo muito presunçoso.
A voz de Sirius interrompeu a conversa.
─ Estou aqui, James. Estava procurando por mim?
Lílian virou-se para olhar o homem que havia provocado toda essa confusão. Ele estava de pé no corredor, e parecia uns dez anos mais velho que o primo. Havia certa semelhança entre os dois.
─ Que diabos está fazendo em meu apartamento? ─ ela disparou.
Ele foi na direção de Lílian e ergueu as mãos.
─ Mas você sabia que eu estava aqui, não sabia? ─ Havia um tom pouco vago na voz de Sirius.
─ Não, não sabia.
James entrou na conversa.
─ Não se preocupe mais em negar. Srta. Evans. Que hipocrisia!
Lágrimas de ódio surgiram nos belos olhos de Lílian.
Então foi a vez de Sirius tenta acalmar os ânimos.
─ Por que está tão perturbado, James? Só vim para casa descasar um pouco.
─ Mas você sabe que não mora mais aqui ─ James lembrou, com a voz de repente gentil, tentando fazer um esforço para suprimir a irritação.
Sirius balançou a cabeça e murmurou:
─ Não, eu... Esqueci.
─ Tudo bem, então onde você mora agora?
─ Com você, em sua casa em Napier Hill.
─ Quem toma conta de nós dois?
Sirius ficou pensativo, e logo sua expressão clareou.
─ Molly e Arthur Weasley ─ ele declarou, com certo triunfo.
─ Está certo. Agora, de que maneira eles cuidam de nós?
─ Molly cozinha e faz o ser viço de casa Arthur trabalha na horta.
James sorriu aliviado.
─ Isso mesmo. Graças a Deus sua memória voltou. Agora que tal irmos para casa? Molly pode fazer uma xícara de chá e você pode descansar.
─ Seria ótimo ─ Sirius caminhou a passos lentos na direção da porta.
James foi atrás e colocou a mão no ombro do primo.
─ Você ainda não agradeceu a hospitalidade da senhorita.
Lílian começou a protesta.
─ Não ofereci nenhuma hospitalidade...
James fez um gesto de Silêncio.
─ É melhor não confundi-lo.
Sirius foi ate Lílian.
─ Obrigada por permitir que eu pousasse em sua cama. Precisava muito, estava mesmo cansado─ ele admitiu, com a voz ressonante que era estranhamente similar ao tom de James.
Lílian então sorriu. Havia algo de errado com aquele homem, pois falava muito lentamente, ela pensou.
─ Foi um prazer poder ajudá-lo. Mas não sei como conseguiu entrar. Lembro-me de ter traçado a porta quando entrei.
Ele sorriu.
─ Você esqueceu a porta dos fundos aberta, e eu entrei pela cozinha. Não é a primeira vez que faço isso ─ Ele fez uma pausa para admirar os detalhes do rosto de Lílian. ─ Você é mesmo muito bonita. ─ Ele então se inclinou e beijou no rosto dela.
Surgiu então um riso irônico no rosto de James.
─ Completamente estranhos, não é? Se há algo que eu não suporto é mulher mentirosa.
─ Aí está a porta de saída ─ ela disse, com o tom mais frio que conseguiu. ─ E não se atreva a se aproxima de mim outra vez. Nenhum dos dois!
─ Eu voltarei. Termos que conversar.
─ Sobre o que? Não tenho a menor intenção de recebê-lo. E não quero mais nenhuma visita de seu querido primo.
─ É sobre isso que termos que conversar. Estou farejando mais confusão. Pego você hoje á noite, ás sete. ─ As palavras saíram tensas, como se fossem uma ordem do que um convite.

Depois disso, os dois saíram do apartamento.

Lílian foi até a janela da cozinha. Pode ver os dois atravessando a rua na direção dos carros estacionados á beira da praia. Momentos depois um jaguar partiu na direção de Napier Hill. O encontro com James Potter e seu primo deixou Lílian tensa apesar de ter de termina a roupinha para o filho da vizinha, ela sentiu que o esforço seria inútil.

Era ela que precisava de um repouso, e em sua própria cama. Quando entrou no quarto, lembrou do homem deitado ali há poucos momentos, e desistiu. Resolveu voltar para o trabalho. Tentando apagar as imagens dos dois estranhos, ela sentou e continuou a costurar, exatamente como estava antes de ser interrompida por James Potter.

─ Maldito!─ ela disse em voz alta. ─ Se acha que vou sair com ele hoje á noite está muito enganado.
Lílian ligou o rádio alto, esperando que a música afastasse a imagem daquele homem atraente em sua casa. Resolveu fazer um último esforço e terminar o presente.
No dia seguinte seria o primeiro aniversário do Ted, e ela queria presentear com uma bela roupinha de marinheiro.
Pouco tempo depois, ela foi até a vizinha e tocou a campainha. Pensou em dividir com Ninfadora Lupin. Logo a porta se abriu.
─ Lílian! ─ Os olhos azuis de Dora brilharam. ─ Entre, estava mesmo pensando em convidá-la para um café.
Lílian sorriu e estendeu um belo pacote.
─ O que é isso! ─ Dora admirou o embrulho e as duas entraram na sala, repleta de brinquedos. ─ Cuidado onde pisa ─ ela avisou, brincando. ─ Vejamos esse embrulho...
─ Deveria trazer amanhã, mas você pode se adiantar.
─Fez um presente para ele?
─Uma coisinha bem simples ─ Lílian respondeu com modéstia.
Ninfadora desembrulhou o presente e abriu um largo sorriso.
─ Oh, obrigada. É lindo! Ele vai ficar um amor amanhã! Algumas mães trarão seus filhos para uma festinha. Por que não vem?
─ Não, obrigada. Tenho ainda alguns pedidos para entregar, mas adoraria ver ele com a roupinha.
─ De qualquer maneira, todas as mães vão poder admirar as belas roupas que você faz, e assim, quem sabe, terá muitas encomendas.
─ Obrigada, é muito gentil da sua parte.
Quando as duas ficaram em Silêncio. Dora hesitou um pouco, mas iniciou uma conversa em um tom reservado.
─ Será que foi Sirius Black e seu primo que vi saindo de seu apartamento hoje á tarde?
─ Sim, eles passaram lá. ─ Mas não quis revelar detalhes daquela estranha visita.
─ Aquele primo dele é mesmo um homem e tanto.
─ É mesmo? Nem reparei.
─ Querida, você deve ser cega. Como consegue costurar?
─ Ele veio á procura de Sirius ─ E tentou mudar de assunto, pegando Ted no colo.
─ Então agora já sabe que sirius morou em seu apartamento.
Lílian sorriu e decidiu coloca Ted no chão.
─ Sim, agora sei esse pequeno detalhe. Você conhecia bem? ─ A pergunta pareceu casual.
Ninfadora balançou a cabeça.
─ Nós raramente o víamos. Ele tem uns quarenta anos, você sabe, vivia viajando nos fins de semana.
─ Em que ele trabalhava? ─ Lílian tentou, morta de curiosidade.
─ Parecer que é advogado, segundo a senhora Mackie, antiga proprietária da casa.
Lílian hesitou, e então perguntou:
─ Conheceu o primo dele, James Potter?
─ Só o vi uma vez. Ele também é advogado. São sócios em uma firma. A senhora Mackie disse que a família esta nesse ramo há varias gerações. ─ Dora fez uma pausa ─ Tem certeza que não quer um café?
─ Não, obrigada. Vou sair hoje à noite. É melhor ir para casa e tentar arrumar o cabelo.

Foi uma força desconhecida que fez tomar a decisão naquele instante. Despediu-se rapidamente de Dora e foi correndo para casa, ansiosa para abrir o armário e escolher a roupa que usaria naquela noite.

James disse que chegaria às sete horas. Seria melhor não insistir naquela atitude agressiva, pensou. James disse que precisavam conversar, e ela no mínimo ouvir o que ele tinha a dizer, mesmo se não estivesse particularmente interessada.

Lílian teve de reconhecer que de fato estava bastante curiosa sobre aquela historia. Tomou um banho rápido e ajeitou o cabelo. Escolheu um vestido em tom pastel, com um belo franzido que esvoaçava conforme caminhava. Dedicou especial atenção à maquiagem, e deu o toque final com colar e brincos de pérolas. Depois, foi ao espelho para checar o visual final.
─ O vestido é um sucesso ─ ela murmurou para si mesma. ─ Faz você parecer uma mulher bastante interessante...

As sete em ponto a campainha soou. Por alguma estranha razão ela se sentiu apreensiva, mas ergueu a cabeça e abriu a porta. James Potter estava lá, com um belo terno escuro. Ele não sorriu, e ficou alguns instantes em Silêncio quando a viu.

─ Vai precisar de um agasalho ─ ele disse simplesmente, quebrando o silêncio.

Lílian sentiu que havia algo de errado na voz de James, mas não fez nenhum comentário. Foi ate o quarto e voltou com um xale de lã no mesmo tom do vestido. Jogou-o sobre os ombros e saíram. Quando ele abriu a porta do jaguar ela percebeu que estava realmente frio. Pelo menos ele pensou em seu bem estar, concluiu aliviada.

A conversa seguiu polida entre os dois enquanto passavam por um bairro residencial. De repente, James estacionou em frente ao Hotel Masonic, o mais sofisticado da cidade.
Lílian acompanhou James através do luxuoso saguão principal do hotel, ate um aconchegante bar, onde uma pequena mesa lateral os aguardava.

Ele a encarou com firmeza.
─ Um martíni? Ou prefere algo mais forte?
─ Um martíni seria ótimo, obrigada. Com gelo, por favor.
Ele se levantou e foi até o bar, voltando logo depois com martíni e um uísque.
─ Estamos aqui para esclarecer a situação de uma vez por todas.
─ Está se referindo a Sirius? Devo admitir que estou curiosa.
─ Vamos discutir isso durante o jantar, e quem sabe podemos nos conhecer melhor. Quem sabe até lá você estará mais relaxada e sua mente um pouco mais receptiva.
─ Está sugerindo que não estou á vontade?
─ Pessoas que ficam brincando com a borda do copo geralmente estão tentando esconder seu nervosismo. ─ ele apontou.
─ É muito observador, Sr. Potter. ─ e imediatamente apoiou o copo na mesa.
─ Assim é melhor. Odiaria ver seu belo vestido respingado de martíni. ─ Ele fez uma breve pausa. ─ Foi um presente?
A pergunta a surpreendeu.
─ O que faz pensar assim, Sr. Potter?
─ Nada verdade, foi Sirius quem me contou.
─ Posso continuar a perguntar?
─ Acho que sim. Sirius me contou que se encontrava com sua garota adorável, mas infelizmente ela tinha uma relação com o sujeito do andar de cima.
─ Aquele cuja mulher não o compreende bem?
─ Exato. Uma ruiva, ele disse. É um belo tom se me permite o elogio.
─ Obrigada. Deve ver quando bate o sol, fica bem mais avermelhado. ─ Ela ficou pensativa por uns instantes depois perguntou: ─ Sirius falou a você hoje sobre essa moça?
─ Não. Foi há cerca de duas semanas. Ele estava bastante irritado com a situação. Tinha a intenção de conquistá-la, mas não seria fácil competir com um homem que dá presentes como esse vestido. Devo admitir que fica estonteante com ele.
─ Obrigada. ─ depois de alguns segundos de silêncio ela continuou: ─ Você tem certeza que Sirius se referia a mim? Não acredita que ele esteja falando de outra pessoa?
James sorriu.
─ Depois de ter encontrado em sua cama? Está brincando... Não há como estar enganado.
Ela sorriu docemente.
─ Pois gostaria de reafirmar que não conheço seu primo Sirius, Sr. Potter. Nunca o vi antes, e espero que acredite em mim.
Ele se ergueu de repente.
─ Gostaria de poder acreditar em você. Vou pegar outro drinque. Enquanto isso pode começar a considerar a possibilidade de me chamar de James. Não é tão difícil assim.
Enquanto ele caminhava na direção do bar Lílian concluiu que lá estava um homem que dificilmente mudava de opinião.
“Pense o que quiser Sr. Potter. Quanto a chamá-lo de James, não sei se quero. É melhor manter distância”, ela pensou.
─ Bem, já se decidiu? ─ ele perguntou assim que se sentou.
Ela ergueu a taça de martíni e encarou o liquido transparente.
─ Sim, James.
─ Ótimo ─ ele disse, aparentemente satisfeito. ─ Tenho certeza que não chama Sirius de Sr. Black, muito menos o senhor que lhe comprou o vestido.
─ Na verdade, nunca chamei Sirius de nome algum ─ ela disse ─ Quanto ao outro senhor... ─ Ela começou a rir sem conseguir se controlar.

James esperou até ela conter o riso, depois se inclinou sobre a mesa entre eles.
─ Estou louco pra saber o que há de tão engraçado, não quero saber nenhum detalhe íntimo de sua vida. Minha preocupação é Sirius. Não quero que ele se machuque, nem fisicamente e nem emocionalmente.

Lílian finalmente conseguiu para de rir.
─ É responsável por seu primo?
James ficou sério de repente.
─ Atualmente esse papel cabe a mim, e posso garantir que não é uma tarefa das mais fáceis.
─ Está dizendo que Sirius não é capaz de ser responsável por si mesmo? ─ ela perguntou, lembrado da expressão vaga no rosto de Sirius.
─ Para ser franco, ele está em um estado bastante vulnerável, que faz com que vá atrás do primeiro rosto bonito que encontra pelo caminho.
─ Quer dizer, eu? ─ ele perguntou, determinada a controlar o nervosismo.
─ Bem, você parece ser a pessoa que Sirius descreveu, e eu o encontrei em seu apartamento. E parece claro também que tem um caso com o sujeito que mora lá em cima ─ ele completou apontando para o vestido.
─ Ele me deu esse vestido no meu aniversário.
─É mesmo? E qual o nome do felizardo?
─Na verdade, é Evans, o mesmo que o meu.
James ergueu a sobrancelha.
─Bem que coincidência interessante.
Ela sorriu com doçura.
─ Não muita, considerando que ele é meu pai.





N/A - Bem essa fic é universo alternativo. A idéia é inspirada de um daqueles romances de banca. Os direitos da história são da autora do livro.
Essa fic é a minha primeira espero que vocês gostem, e me digam o que acharam, então comente. Desculpem qualquer erro, e até o próximo capitulo.

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