Capítulo13






Na manhã seguinte Lílian fez um esforço para sair da cama. Após tomar café, sentou-se para terminar o macacão de Dora. Queria que o trabalho afastasse as lembranças da noite com James. Mas ficou atenta para a chegada de Sirius e Arthur.

Será que viriam para plantar as sementes na horta conforme prometeram? Será que conseguiria perguntar a Sirius quais eram aqueles planos que de alguma forma a envolvia?

Era fácil imaginar que Sirius ficaria em seu apartamento, enquanto Arthur cuidaria da horta. E isso lhe daria oportunidade de fazer todas as perguntas que queria.

Sirius e Arthur só chegaram no final da tarde, quando Lílian já tinha até desistido de esperar. Mas agora eles estavam lá. Ficou surpresa que Sirius permanecesse ao lado de Arthur todo o tempo, em vez de se juntar a ela no apartamento.

Ela observou as atividades dos dois e saiu para agradecer os esforços. Mas, por causa da presença de Arthur, foi impossível perguntar alguma coisa a Sirius. Voltou rápido ao apartamento, esperando que Sirius fosse atrás para ter um momento a sós antes que ele partisse.









Contudo, quando eram cinco horas da tarde foi James quem apareceu. Estava impecavelmente vestido com um belo terno.

O choque daquela presença deixou Lílian ruborizada.

Suas mãos tremeram e ela quase deixou cair o macacão. Lílian abriu a boca mas o único som que emitiu foi:

- Olá.

Ele examinou o macacão de perto.

- Está quase pronto?

Lílian balançou a cabeça.

- Deve estar pronto amanhã de manhã. Eu... espero que a freguesa goste.

Quando ergueu a cabeça, James a encarava com uma expressão que ela foi incapaz de definir. Era algo que fez com que se sentisse quente por dentro, como se houvesse uma mágica entre os dois. E apesar do silêncio era como se quisesse dizer tudo que Lílian desejava ouvir.

Por favor, James, diga que me ama, ela repetia desesperadamente para si mesma.

Mas tudo que ele disse foi:

- É tão pequenino, veja o tamanho do bracinho...

- É verdade – ela disse, visualizando o pequeno bebê que vestiria aquela roupinha.

O coração de Lílian acelerou. Mas, de repente, ele mudou de assunto.

- Os rapazes trabalharam um bocado hoje. O solo parece estar bastante fértil. Tenho certeza que as sementes darão resultado.

Toda a suavidade daquele primeiro momento agora estava controlada, e o ambiente entre os dois era frio novamente.

Tentando manter a calma, Lílian perguntou:

- Foi ver o trabalho na horta antes de vir até aqui?

- Sim, passei lá primeiro.

O fato de James estar mais interessado na horta do que nela própria a deixava profundamente magoada. Mas outra vez ela disse a si mesma para controlar suas emoções.

James percebeu que ela estava abalada.

- Qual o problema, Lílian? Disse algo que a magoou?

Ela tentou esconder as lágrimas prestes a surgir.

- Oh, não. Por que acha isso?

- Está escrito em seu rosto. Você está chateada.

Ela ergueu a cabeça.

- Você está imaginado coisas. Estou muito feliz que minha horta esteja pronta. Será que eles não aceitam uma xícara de chá?

James olhou para o relógio e balançou a cabeça.

- Não a essa hora. Logo estarão indo jantar em casa.

Lílian não teve oportunidade de falar com Sirius. E agora que James estava lá seria impossível.

Outra vez James percebeu a preocupação de Lílian.

- O que a preocupa? Não adianta negar, Lílian.

Ela hesitou, mas admitiu:

- Eu...eu estou lembrando aquilo que Karen disse sobre Sirius. Não consigo esquecer o que ela disse sobre o plano de Sirius.

- Você perguntou algo a ele?

- Não, ainda não. Mas não vejo razão para não fazê-lo.

- Eu já lhe disse para não fazer isso.

Ela ergueu a cabeça, desafiante.

- Você pode ser advogado, James, mas eu não preciso seguir seus conselhos. – ela sorriu docemente e acrescentou: - Quando eu precisar de seus conselhos, eu peço.

- Pois eu acho que você está precisando agora mesmo. Então, esqueça esse assunto, Lílian. Se não esquecer, pode se meter em encrencas.

Lílian percebeu que James estava ficando profundamente irritado com a conversa.

- Não vamos brigar por isso, James. Tudo bem, vamos esquecer esse assunto. Talvez seja uma idéia maluca de Sirius.

Ele a olhou em silêncio por um instante.

- Vai mesmo esquecer?

Lílian balançou a cabeça.

- Eu vou...tentar.

- Fico feliz com sua decisão.

Havia satisfação na voz de James. Ele se aproximou de Lílian e seus lábios moveram-se lentamente para beijá-la.

Quando seus corpos se juntaram James aprofundou o beijo. Lílian sentiu então a pressão em seus seios. Mas quando ela começou a entrar em um mundo mágico de paixão foi acordada pela batida da porta de um carro.




Ela o afastou delicadamente e momentos depois os dois avistaram o carro de Arthur em frente ao apartamento. Sirius caminhou até a entrada do prédio e avistou James na varanda de Lílian.

- Ah, você ainda está aí – ele disse a James em tom jovial. – Não quer se afastar de nossa garota, não é? Vocês estavam se beijando?

James ficou enfurecido.

- Isto não é problema seu!

- Não há razão para negar. É só olhar para os dois. Os olhos estão brilhando...

Lílian ficou embaraçada com aquele comentário malicioso. Mas decidiu que era hora de intervir para mudar de assunto. Ela encarou Sirius e disse:

- Obrigada por tudo que você e Arthur fizeram por mim. Serei eternamente grata. E meus pais também.

- Foi um prazer – Sirius assegurou. – Avise-me quando as sementes começarem a brotar. As mudas precisam ser podadas.

- Pode deixar, Sirius. Saberei cuidar das plantinhas.

- Mas elas podem estragar suas mãos delicadas.

James interrompeu a conversa.

- Uma bela encenação, Sirius. Você é mesmo um grande ator.

Lílian percebeu que havia uma estranha raiva no olhar de James. Aquilo a surpreendeu, mas logo Arthur apareceu na porta.

- Desculpe, patrão – ele disse a James. – Sirius voltará para casa comigo ou com o senhor?

James pensou alguns segundos.

- Ele voltará comigo, obrigado Arthur.

- Tudo bem. Nesse caso, estou indo para casa.

- Espere Arthur. Gostaria de agradecer por tudo que fez para mim. Tenho certeza que a horta vai ficar maravilhosa.

- Foi um prazer, senhorita.

Ela ficou olhando até Arthur entrar no carro. Quando se virou, James e Sirius estavam a encarando.

Lílian ficou um pouco decepcionada por James decidir que Sirius ficaria.
Concluiu então que James não voltaria a tê-la nos braços outra vez.

James e Sirius partiram logo em seguida. Mas enquanto James se despediu de maneira rápida, Sirius a beijou calorosamente no rosto.

Se Sirius voltasse para casa com Arthur, James teria oportunidade de tê-la mais uma vez nos braços. Mas ele não quis. Era como se tentasse evitar ficar a sós com ela, após aqueles momentos íntimos. Lílian concluiu que James poderia se comprometer se os dois se tornassem íntimos e assim ele perderia sua liberdade.

Ainda bem que Lílian nem comentou nada sobre James nas cartas que escrevia aos pais. Pareceria uma tola quando eles voltassem e perguntassem pelo “amigo”.

Deveria deixá-lo ir embora para sempre, tirá-lo da cabeça o mais rápido possível.
Mas Lílian sentiu-se terrivelmente abalada com aquela idéia. De alguma forma James fazia parte de sua vida e seria impossível esquecê-lo.

Foi até o banheiro e começou a chorar em desespero.

Então, quando conseguiu se acalmar, lavou o rosto com água fria. Não ajudou muito. Quando se olhou no espelho, estava pálida.

“Pretende continuar com isso até quando, Lílian?”, ela se perguntou. “Dia após dia derramando lágrimas por este homem. Você deve esquecê-lo!”

Mas ela sabia que sua vida nunca seria a mesma.











N/A: Desculpe não deu para posta no fim de semana e hoje eu consegui um tempinho para posta bem rápido o capitulo, que foi bem triste. E eu tenho uma noticia para dar a vocês a fic ta acabando só faltam três capítulos para acaba de vez. : (

zihsendin

Tonks & Lupin

Obrigada pelo comentário, desculpe não poder responde.


Beijos e até!




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