Capítulo12






O carro então chegou à encruzilhada. James parou o carro, olhou para os dois lados, depois virou para a direita. Lílian respirou aliviada, mas Karen começou a ficar histérica.

- Você é um tolo, James! Deve me escutar! Preciso avisá-lo!

- Avisar? Que tipo de aviso?

- Das manipulações de Sirius, é claro. Ele planejou tudo para você e Lílian. – a voz de Karen estava exaltada.

Momentos depois ela saiu do carro, batendo a porta.

James saltou do carro. Sua intenção era acompanha Karen até a porta da casa, mas ela entrou correndo, fechando a porta antes que ele pudesse lhe falar.

Ele fez uma careta, e depois voltou para o Jaguar.

- Por favor, sente aqui na frente. Vou me sentir um motorista de táxi se você continuar aí no banco de trás.

- É uma boa razão para eu largar esse meu assento tão confortável – Lílian respondeu, tentando esconder a tensão que a conversa com Karen provocara.

Mas estava satisfeita que a outra tivesse ido embora.

Lílian arriscou perguntar com certa timidez.

- O que ela quis dizer com aqueles estranhos comentários?

- Estranhos comentários?

- Comentários sobre avisá-lo das manipulações de Sirius. Não tenho a menor idéia. E você?

Após um breve silêncio ele falou:

- Como posso saber? Não tenho a menor idéia do que se passa na cabeça daquela moça.

- Mas parece que você entendeu o que ela disse – Lílian comentou suavemente.

James sorriu.

- Algumas vezes devemos mostrar que entendemos, e quem sabe acabamos descobrimos mais.

Aquela resposta não convenceu Lílian. E ela resolveu insistir.

- Karen disse que Sirius planejou tudo entre mim e você. Tenho a sensação de que você entendeu muito bem o que ela quis dizer.

- O que a faz pensar assim?

- Não sei, é apenas uma impressão.

Ele pareceu um pouco tenso, e após alguns instantes disse:

- Por que não esquece esse assunto?

- Porque aparentemente esse assunto está relacionado comigo – ela lembrou. – você não acha que isso me dá o direito de saber detalhes sobre as intenções misteriosas de Sirius?

- Você está fazendo tempestade em copo d’água. Além disso, está se importando demais com os comentários de Karen. Provavelmente é outra invenção dela. Aceite meu conselho: esqueça este assunto.

Em seguida, durante o trajeto até a casa de Lílian, James começou a falar sobre a paisagem.

- Costumo admirar essa cena do mar pela luneta.

Lílian percebeu que James estava deliberadamente mudando de assunto.

Mas sabia que os comentários de Karen diziam respeito a ela, e estava preocupada. Permaneceu em silêncio, sentido-se deprimida. Sentia que James não confiava nela, e isso doeu fundo em seu coração.

Mas, de repente, tudo se clareou em sua mente. Só havia uma maneira de esclarecer esta questão: falar diretamente com Sirius sobre suas intenções secretas. E nem contaria seus planos para James. Se ele podia ter segredos, ela também poderia ter os seus!




Aquela decisão fez com que se sentisse bem melhor. Quando os dois entraram no apartamento ela sorriu e disse:

- Que tal uma xícara de café?

- Seria ótimo. Estou contente que não esteja mais deprimida.

Ela o encarou com um olhar desafiante.

- Deprimida?

- Sim, foi o que me pareceu. Sei que sua noite não foi um sucesso, com tantas confusões... – Ele se aproximou enquanto ela preparava o café.

- Devo admitir que passei por momentos bastantes desagradáveis.

- Eu nem agradeci você por ter sido tão prestativa comigo – James acrescentou.

- Prestativa?
- Por ter sido testemunha na assinatura do testamento. E há outra coisa; você ainda não me contou o que aconteceu entre você e Karen na cozinha.

- Já que você está tão empenhado em esconder certas informações de mim, também terei meus segredos. Assim ficaremos quites.

- Está se referindo ao fato de eu não querer discutir o que se passa na mente de Sirius.

Lílian permaneceu em silêncio.

James continuou:

- Não lhe passa pela cabeça que eu posso saber qual é a melhor maneira de conduzir esse assunto?

Lílian começou a perder a paciência.

- Você se esquece que esse assunto diz respeito a mim. Creio que tenho o direito de saber, ou isso não importa? Você está tão preocupado com seu primo que nem se importa o quanto estou magoada com toda essa história.

James largou a xícara de café e tirou a xícara da mão de Lílian. Colocou as mãos nos ombros dela.

- Será que não entende que estou tentando protegê-la de mais sofrimentos?

Ela sentiu que as pernas enfraqueceram. Mas teve forças ainda para afastá-lo e pegar novamente a xícara, como se nada tivesse acontecido.

Ele a encarou com um olhar penetrante. Então saiu da cozinha e foi até a varanda.

- Você tem estado ocupada – ele comentou, examinando as roupinhas expostas.

- É verdade.

Mas uma coisa martelava em sua mente: o que ele quis dizer com protegê-la de mais sofrimento?

- Parece está fazendo varias roupas ao mesmo tempo. Sempre trabalha assim?

- Sim. O trabalho fica mais variado e posso terminar varias peças ao mesmo tempo.

- Como está indo o macacão de bebê? – a pergunta pareceu casual.

- Estou surpresa que lembre dessa peça em especial – ela comentou.

- É impossível esquecer a confusão que a roupinha causou.

- Talvez você ainda pense que estou grávida. E essa idéia ainda esteja no fundo de sua mente, como uma dúvida.

- É claro que não! Por que é tão desconfiada?

Ela ignorou a pergunta.

- O macacão está quase pronto. Está vendo? É um modelo tradicional, mas as mães preferem assim.

- Seus filhos vão usar este tipo de roupa? – James perguntou suavemente.

Lílian sentiu o coração acelerar, mas respondeu calmamente.

- Pode ser, se um dia eu tiver um... filho.

- Se precisar de ajudar, é só me chamar – ele murmurou.

Lílian corou, e virou-se para guardar o macacão, tentando disfarçar. Mas não conseguiu resistir quando ele a abraçou firme. Correspondeu ao carinho, erguendo os braços e acariciando-lhe o pescoço. Quando ergueu a cabeça, eles se beijaram apaixonadamente.

Pouco a pouco o beijo foi se aprofundando, e ela percebeu que James estava excitado com a aproximação dos corpos.

Um gemido de prazer escapou-lhe da garganta, e ela se viu sendo carregada para o quarto.

Ele a deitou na cama e debruçou-se sobre ela.

- Relaxe, querida – ele murmurou ao seu ouvido, e antes que ela pudesse reagir, os lábios de James percorreram seu pescoço sensualmente.

- Desde o dia em que a vi pela primeira vez sonhei com esse momento. Você sabe que eu a desejo, e sei que você me deseja...

Será que ele estava dizendo que a amava?

Lílian nunca experimentara sensações tão deliciosas. Mesmo tentando se controlar, sentiu que estava caminhando lentamente para o êxtase quando James começou a acariciar os seios. Ele afastou o decote em “V” e o sutiã enquanto os dedos percorriam a suavidade da pele.

Ele a amava?

Outra vez a pergunta martelou na mente de Lílian.

O desejo que tomava conta de seu corpo era indescritível, mas ainda esperava ouvir aquelas que tanto ansiava.

Lílian também não pôde perceber tampouco o estado de tensão em que James se encontrava. Sua resposta aos beijos e caricias diziam a ele que estava pronta para fazer amor, e isso o levou a loucura.



Mas, de repente, o tele fone tocou, assustando-os. James murmurou ao ouvido de Lílian:

- Deixe tocar, não atenda.

Mas o telefone insistia em tocar.

- Pode ser algo importante.

- Deve ser engano. Quem telefonaria a esta hora?

- Pode ser meus pais ligando da Escócia para me dizer seus planos de viagem. É melhor atender – persistiu Lílian, levantando-se da cama e correndo na direção do telefone.

A mão ainda tremia um pouco quando atendeu o telefone.

- Alô?

Era Dora, vizinha de Lílian.

- Olá, você demorou um bocado para atender esse telefone!

Lílian pensou rápido

- Você sabe que eu tenho pavor de atender telefone a esta hora.

Dora riu.

- Pavor? Com o charmoso Sr. Potter ao seu lado? Sei que ele está aí, estou vendo o carro lá fora. Além disso, a luz da sala está acesa.

- É claro – Lílian respondeu aliviada, pensando que sorte que não acenderam a luz do quarto. – Está tudo em ordem Dora? Por que está me ligando?

- Tentei telefonar mais cedo, mas você não estava. É sobre o macacão que está fazendo para minha amiga. Ela me disse que talvez vá para a maternidade antes do esperado. Queria saber se você já começou a fazer o macacão?

- Está quase pronto, Dora. Mais dois dias e posso entregá-lo.

- Obrigada, Lílian espero não ter perturbado nada importante. – havia certa curiosidade na frase.

Lílian tentou se controlar.

- Não, claro que não.

Como poderia admitir que estava simplesmente esperando que James dissesse que a amava? Ele teria dito se o telefone não tivesse tocado?

- Então, boa noite. – ela fez uma pausa depois acrescentou. – Se aquele maravilhoso carro estiver parado aí até amanhã de manhã eu saberei, e não se preocupe pois terá minha aprovação.

- Boa noite, Dora.

Ela desligou o telefone e percebeu que James não estava mais na cama. Estava de pé, encostado na porta, ouvindo a conversa. O brilho dos olhos havia desaparecido.

Ele se aproximou de Lílian.

- Quer dizer que não poderá ficar com o macacão para você?

- Claro que não. – ela deu um leve sorriso e encostou a cabeça no ombro de James. Ele a abraçou carinhosamente.

- Que pena. Pensei que seria uma roupinha para seu próprio bebê.

As palavras fizeram o coração de Lílian acelerar.

- Você deve entender que não tenho intenção de... de... – mas as palavras não saíram.

Ele abaixou os olhos para encará-la.

- Não? Pois você deve entender que eu tenho todas as intenções. E se esse maldito telefone não tivesse tocado...

- Eu estaria grávida de verdade, não é? – Lílian respirou fundo, depois acrescentou. – Amanhã vou agradecer Dora por ter telefonado naquele exato instante.

A voz de James tornou-se sombria.

- Está dizendo que não gosta da idéia de ter um filho meu?

- Não foi isso que eu disse. Mas não esqueci quando você teve arrepios ao imaginar a mesma situação. Ou já se esqueceu a acusação de Karen aqui mesmo nesse apartamento?

- Isso mexeu com você, não é mesmo?

- Claro que mexeu. Foi a partir de então que eu percebi o enorme valor que dá a sua liberdade. Posso entender como se sente, pois também prezo minha liberdade.

James a encarou com intensidade.

- Está tentando me enganar ou enganar a si própria?

Incapaz de responder, Lílian desviou o olhar. Mas ele a forçou a encará-lo.

- Não pretendo discutir esse assunto – ela disse calmamente. Então, num esforço para mudar de conversa, ela disse: - Você acha mesmo que Sirius e Arthur virão trabalhar no jardim amanhã?

- Eu posso garantir que estarão aqui.

- Você está preocupado que Arthur ficará lá fora enquanto Sirius se instalará aqui em meu apartamento?

James respondeu em tom sério.

- Não, estou desistindo de me preocupar com Sirius.

Ela nem acreditou no que ouviu.

- É verdade? Posso perguntar o que o fez mudar de atitude?

- Para ser franco, foi uma Conversa com o médico. Ele me garantiu que Sirius está muito melhor que eu imaginava. – e fez uma pausa, relutante em admitir seus verdadeiros pensamentos sobre o assunto.

- Quer dizer que começar a perceber que ele não está mais tão esquecido?

- Exato. O médico também salientou que protegemos Sirius muito bem do mundo. Ele não tem nem problemas domésticos nem financeiros. Tudo era feito para ele. Molly tem sido maravilhosa com ele.

- E então?... A que conclusão chegaram nessa conversa?

- O médico acha que já era hora de ele andar com as próprias pernas. Se não ele nunca vai recobrar a confiança em se próprio.

- Está dizendo que não terá mais de cuidar de Sirius?

- É isso mesmo. Os dias de andar atrás de Sirius acabaram. Aliás de agora em diante vai ser impossível ir atrás dele, pois o médico disse que pode comprar um carro.

- Que noticia maravilhosa! Tenho certeza que ficou contente quando o médico disse que ele está bem melhor. – Lílian fez uma pausa. – Ou será que estou errada? Por que tenho a impressão que está preocupado?

- Por que tenho medo que ele continue a incomoda-la. Ou quem sabe até mais.

-Não entendo por que está tão preocupada. E por que fala em incômodo? Posso me divertir ao lado de Sirius.

James fez um gesto de impaciência.

- Não seja ridícula, Lílian! Você não poder se juntar a um homem da idade de Sirius.

- É melhor ser a amada de um homem velho do que a escrava de um jovem.

- Está dizendo que se casaria com Sirius? Isso é absurdo!

-Você realmente me deixa confusa, James. Por que está se contradizendo?

Ele pareceu surpreso.

- Me contradizendo? Do que está falando?

- Bem, eu lembro claramente de suas palavras. Você disse que a vida de casada com Sirius não seria desagradável. E isso resolveria todos os meus problemas financeiros, você me assegurou. Isso me daria segurança, você salientou. E nem precisaria costurar mais para os filhos doa outros – ela acrescentou. – Essas foram as palavras exatas que saíram de sua boca.

Quando terminou de falar, os olhos estavam cheios de lágrimas.

Ele se aproximou e a abraçou.

- Você está traumatizada emocionalmente. Talvez seja melhor dormir, assim se sentirá melhor. – James fez uma pausa, depois disse em voz baixa.

- Espero que admita que tivemos alguns bons momentos...

Ela balançou a cabeça.

- Oh, sim, tivemos momentos lindos.

Lílian o abraçou com força.

O movimentos fez com que James a abraçasse carinhosamente.

- É melhor você ir para a cama. Dessa vez sem me levar junto.

- Se você não se lembra, foi você quem me carregou para a cama.

- Não percebi que você não queria – ele provocou. – E com você em meus braços e uma cama tão perto quem poderia resistir?

- Resistir?

_ Só um homem fora de sua sanidade mental. Nós nos encontraremos mais cedo ou mais tarde – ele disse em tom casual.

Cedo ou tarde? Parecia vago demais, mas o orgulho não permitiu que ela perguntasse o que aquilo significava. Então ela se viu ardendo novamente, quando James a beijou na e nas bochechas. Mas quando esperava que ele lhe beijasse a boca, James se afastou.

- Boa-noite, Lílian – ele murmurou, e saiu em seguida.

A Partida brusca de James a deixou sem ação. Ela foi até a janela da cozinha para ver o carro desaparecer na noite.

Cedo ou tarde? As palavras ecoavam em sua mente. E a imagem e James deitado em sua cama era impossível de ser apagada. O corpo rígido abraçado ao seu... se o telefone não tivesse tocado, eles teriam feito amor? Era bem provável, pois ela o amava, e o queria.

Ele teria dito que a amava, se o telefone tocasse? Essa era outra pergunta que martelava a mente de Lílian. Não, se ele a amasse, teria dito de qualquer forma.
Com certa tristeza, Lílian concluiu que ele estava simplesmente ansioso para satisfazer suas necessidades sexuais. Sentiu-se humilhada e começou a chorar. A tristeza tomou conta de sua alma.







N/A: Mais um capitulo, as coisas não estão indo tão bem para nossa Lílian. Mas eu tenho certeza que vai melhora.



Tonks & Lupin _ Não adianta ameaça afinal eu sei que você não vai me matar, por que sem me você não saber o final da fic. Rsrsrs : )


zihsendin _ Eu sou cruel, terrível, ruim. Rsrsrs
A mascara da Karen ta começando a cai, mal posso espera para que caia de vez.





Beijos e até!




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