Minha Por Direito

/A:  Hello pessoaaaaaas amadas \o
Entãooo, fiquei muito feliz por vocês também não terem me abandonado sabe? Sério, teve comentários que eu dei pulinhos de alegria e no próximo capitulo o Keke e o Sirius vão me ajudar a responder os comentários! Esse capitulo foi um pouquinho maior do que os outros que eu ando postando, mas eu pretendo a voltar com os capítulos maiores, espero que vocês gostem. Bemmm... Sobre o fato de ter um ONM7 ainda não sei, ando pensando e repensando, talvez acabe no 6 mesmo, masss eu não sou nenhum Guru pra prever o futuro então o jeito é esperar!
Espero maaaais coments pro próximo capitulo hein?! Os meninos querem responder ehhehe...
Curtam o capitulo! Uuuurrruuuu

 

Beijos

 

Kiki

 

Musica inserida no capitulo:

*~ Michelle Featherstone – Stay.

 

 

Minha Por Direito

 

Ainda se sentia um tanto quanto fraca, seu corpo doía por inteiro apenas por se mexer de uma maneira singular na cama confortável onde a instalaram há dois dias. Naqueles dois dias coisas haviam acontecido, como por exemplo, a visita estrondosa de Kevin e Luke que praticamente destruíram o quarto por inteiro apenas para demonstrarem algumas poções novas que estavam praticando juntos.

 

Stacy havia aparecido também, carinhosa como sempre e mandona... Ela praticamente expulsara Kevin e Luke dali causando boas risadas em Anne. Stacy havia espalhado flores do campo por todo o quarto e se encarregava pessoalmente de lhe trazer boas refeições, o problema era que as refeições eram de três em três horas e Anne não agüentava mais sequer ver comida em sua frente.

 

Sirius aparecia todas as noites para jogar uma partida de Black Jack, e tentava até ensiná-la alguns truques com cartas coisa que Anne não possuía talento algum, mas acabava por sendo divertido e suas noites não sendo tão entediantes, mas no final  Lauren sempre o expulsava quando chegava as duas da madrugada dizendo que ele iria desgastar demais sua paciente, e então ela assumia dali lendo alguns livros para Anne até que ela dormisse tranquilamente.

 

Jay e Emmy estavam ali praticamente o tempo todo junto da Sra. Trent que lhe trocava alguns curativos e lhe ajudava no banho, algo que andava sendo bastante complicado para Anne nos últimos dias. Mas tê-los ali perto estava sendo até que reconfortante.

 

A única coisa que lhe incomodava naquele momento era a falta da visita de três pessoas, Nathan não aparecera hora sequer para vê-la e se tivesse aparecido ela deveria estar dormindo o que a deixava muitas vezes segurando o sono apenas para ver o irmão mais velho e o abraçar com ternura, sentia falta dos abraços de Nathan, mais do que ele podia imaginar. Danielle também não havia aparecido até então, o que a deixava chateada, ela gostava de Danielle e queria que a loira lhe perdoasse pelo que havia feito, mas ainda não aprovava a relação da mesma com Caios... Caios... Ele também não fora vê-la nenhuma vez sequer e isso doía como uma espada fincada no peito, era certeza que ele não a havia perdoado se tivesse ele estaria naquele momento ao seu lado, apenas ao seu lado...

 

- Anne... – A voz de Amy Trent lhe despertava dos devaneios.

- Hum? Desculpe Sra. Trent, você disse algo?

- Estava perguntando se quer que eu te salve de mais uma das refeições de Stacy... – Rira a loira. – Acho que ela está empolgada demais na cozinha...

 

Sorriu singela, a Sra. Trent estava a acompanhando em todos os momentos, lhe trazendo uma paz pouco conhecida, talvez fosse assim que uma mãe normal se portasse... Gaya nunca a ajudou com banhos, curativos, alimentação... Gaya era mais fria... Mas mesmo assim Anne sentia falta de Gaya, estranho ou não, Gaya fora sua mãe e aquilo de uma maneira surreal lhe significava algo.

 

A porta do quarto abrira-se com delicadeza, Anne prendera a respiração pensando poder ser Nathan, Danielle ou Caios, sentiu a mão da Sra. Trent lhe tomar as suas como se soubesse que Anne esperasse que fosse qualquer um dos três, entretanto... Não fora... A porta dera espaço a uma linda menina loira de olhos azulados assim como os da Sra. Trent, talvez aquela menina fosse a própria Amy Trent, mas com seus doze anos de idade.

 

- Dalilah... – Amy sorrira carinhosa para a filha.

- Consegui despistar Stacy! – A menina sorria marota correndo em direção a cama de Anne. – Como você está se sentindo Anne?

- Estou bem, obrigada... – A morena corava sob os olhos azulados da cor do céu.

- Então vamos conseguir passear hoje? – Animava-se a menina. – Kevin e Luke estão doidos para te mostrar a propriedade! É bem legal, tem até unicórnios! E eles são mansinhos...

- Dalilah, por Merlim! Com calma, Anne ainda está se recuperando!

- Ah... Desculpe...

- Não, tudo bem Sra. Trent! – Anne sorria abertamente. – Eu adoraria passear com você, Kevin e Luke pela propriedade!

- Sério??? LEGAL! Vou chamar os meninos!!!

 

Dalilah saltara pela porta em segundos desaparecendo pela mesma, a Sra. Trent maneara a cabeça negativamente com um sorriso no rosto como se soubesse o que Dalilah iria acabar aprontando, Anne sorriu fazendo força para se levantar da cama tendo um pouco de dificuldade sendo logo ajudada pela loira ao seu lado.

 

- Não concordo em você sair agora desse quarto, Anne, você ainda está se recuperando.

- Eu realmente preciso respirar um pouco de ar puro Sra. Trent, além disso, não vai me matar passear um pouco com as crianças...

- Bem... – A loira sorria fracamente. – Devemos lembrar que um passeio com “crianças” como Kevin, Luke e Dalilah não pode ser considerado um passeio normal não é mesmo? Acho melhor chamar algum responsável, sabe-se Merlim o que essas crianças podem aprontar!

 

Sentiu uma felicidade lhe invadir, naquele momento a maior preocupação que envolvia a sua pessoa era um simples passeio com três crianças, sim, porque Kevin estava longe de ser considerado um adulto por assim dizer. Caminhou ao lado de Amy até o banheiro onde a mulher lhe ajudou a trocar as roupas, seus cabelos negros estavam grandes, quase na cintura novamente e ao ver seu próprio corpo nu cheio de cicatrizes e curativos frente ao espelho teve uma vontade imensa de correr.

 

Amy não falava nada conforme lhe despia, mantinha-se em silencio conforme lhe colocava o vestido azul claro e as sapatilhas bege, sentou-se frente a penteadeira onde a loira lhe escovava os cabelos com carinho, fazendo Anne cerrar os olhos em prazer, ninguém nunca havia penteado seus cabelos antes, e era tão estranho sentir prazer naquilo, naquele simples gesto.

 

- Ter os cabelos penteados por outra pessoa é uma dádiva... – Amy comentara com carinho. – Você é muito bonita Anne, você tem uma beleza diferente das outras...

- É a maldição dos Adhara’s... – Comentou a morena baixinho ainda de olhos cerrados. – Nathan também tem isso, é como se nós seduzíssemos as pessoas apenas delas olharem para nós, creio que Stacy não gosta quando Nathan entra nos lugares e os olhos de todos ali se focam nele, na beleza descomunal dele, ás vezes é bem desconfortante...

- Mas você atrai ainda mais olhares do que Nathan... Fico pasma como os homens se apaixonam rapidamente por você, como alguns sequer conseguem ficar longe de você...

 

Os olhos castanhos esverdeados abriram-se com delicadeza voltando para observar a feição séria de Amy pelo espelho, Anne respirou fundo.

 

- Sirius está se apaixonando por você. – Afirmou a mulher.

- Não, não está... – Anne mordia o lábio inferior. – Ele tem essa necessidade de ficar próximo a mim, assim como todos vocês, é como se eu possuísse um campo magnético que atraísse todos para mim entende? Apus tentou desvendar isso uma vez, não é como uma Veella que seduz com um olhar... É mais do que isso... É como se eu pudesse controlar qualquer ser humano apenas se sorrir de uma maneira diferente. Sirius entende isso, ele também anda estudando sobre o assunto...

- Então... – Amy mordia o lábio inferior.  – Ás noites de vocês não tem apenas haver com cartas?

- Sirius tem me ajudado muito, eu gostaria muito que Jay entendesse ás coisas como ele entende.

- Jay?

- Sim... James tem a ilusão que eu sou à mulher da vida dele, que ele me ama cegamente... Mas... Amor, Sra. Trent, é algo diferente, amor é mais terno... Amor é construído... O que James sente por mim é uma paixão avassaladora que só cresce por conta desse campo magnético esquisito que atrai todos para mim entende?

- Eu me proibi de tocar neste assunto Anne, mas... – A loira respirava pesado. – Você sabe o quanto apresso eu tenho por você e o quanto eu admiro sua coragem , é algo que...

- Se a senhora quer perguntar sobre Caios, fique a vontade Sra. Trent.

 

Amy inclinou a cabeça para trás como se fizesse alguma prece antes de prosseguir com o assunto e então moveu o corpo para frente de Anne ajoelhando-se frente à garota a olhando no fundo dos olhos.

 

- Anne... Responda-me... Enquanto a você e Caios? O que há entre vocês?

- É estranho conversar sobre isso com você Sra. Trent, afinal ele é o seu filho... – A morena baixava a cabeça. – Eu amo Caios, talvez esse seja o único sentimento realmente puro e sincero dentro de mim e... Eu sei que não posso me aproximar fisicamente dele e tudo mais, mas...

- Você sabe que enquanto alimentar esse amor você morre cada dia mais não sabe Anne?

- Mas como não alimentar a única coisa boa em minha vida Sra. Trent?

 

Talvez aquela conversa se estendesse por algum tempo, se não fosse um enorme baque vindo da porta do quarto, Kevin estava ali com Luke dependurado em suas costas como um macaco, enquanto Dalilah mantinha-se a frente com um imenso sorriso traquina no rosto, Anne sorriu de volta erguendo as mãos para o alto.

 

- Como estou? – Indagou levantando-se com cuidado.

- Está igualzinha a uma camponesa! – Afirmou Kevin divertido. – E então Anitcha querida, vamos ou não vamos apavorar esse lugarzinho que mais parece um fazendão?

- Ei, ei! Vamos esperando aí criançada! – Amy os observava com censura.

- Ahhh não tia Amyzita! Eu custei a driblar a Lau-Lau e a Tacy! Você não vai cortar minha onda vai?

- Eu só acho que deveria ir alguém responsável com vocês! – Declarou a mulher.

- Mas eu sou responsável! – O loirinho dava seu maior sorriso eu-tenho-32-dentes-na-boca-e-eles-são-brancos. – Posso ficar por conta de tooodo mundo!

-  Acho conveniente James ir com vocês... – A loira forçava um sorriso.

- Ahhh não! – Luke saltava das costas do tio. – Ele vai ficar babando na Tia Anne e vai atrapalhar toda diversão!

- Luke! – Bradou Dalilah. – Anne é do meu irmão! Jay vai ter que superar isso!

- Vou chamar o James... – Amy acariciava a têmpora deixando o quarto.

 

Anne sentou-se na cama sorrindo para a discussão que começava a seguir entre Dalilah e Luke, Kevin desabou deitado ao seu lado apanhando sua mão com carinho e lhe beijando a palma.

 

- Não se preocupe Anitcha eu te protejo do Jay O Sem Nossão Potter.

 

 

As folhas secas do grande carvalho caiam displicentes sobre o gramado verde, onde uma garota loira mantinha-se sentada com as costas encostadas no tronco envelhecido daquela arvore. Danielle mantinha os olhos castanhos atentos a sua frente, olhos que poderiam ser julgados como olhos de Aguia, afinal, naquele exato momento ela não perdia nenhum movimento sequer a sua frente, enquanto narrava baixinho o que acontecia e uma pena de repetição rápida riscava sem parar um pergaminho ao seu lado.

 

Caios estava lá, a barba por fazer, o cabelo desgrenhado, o tórax coberto de suor e sujeira, talvez ele nunca estivera tão sexy quanto naquele exato momento para Danielle. Os olhos esverdeados brilhavam categoricamente conforme a luz do Sol lhe tocava a face imunda. Caios segurava uma espada e um escudo e mantinha uma posição de ataque, por mais que seu peito subisse e descesse demonstrando o quão exausto estava.

 

- Vamos lá Caios! – Nathan gritara. – Na guerra ninguém vai esperar seu fôlego voltar!

 

Nathan girara uma espada nas mãos, assim como o loiro, estava suado e imundo, mas os músculo evidentes o deixavam tão perfeito. O moreno sorria abertamente como se controlasse a respiração a cada frase dita ao loiro, Jay que também estava sem camisa e completamente imundo mantinha-se sentado com as pernas para cima ao lado de Sirius que girava em suas mãos pequenas adagas, Sirius era o mais limpo de todos ali, mas por sinal era o que analisava melhor o treinamento de Caios, narrando para Nathan e Jay depois onde o loiro poderia melhorar, onde Caios era fraco ainda... Sirius era o melhor estrategista que Danielle já vira em toda sua vida.

 

- Você tem que olhar para os pés do adversário Caios! – Declarara Sirius numa voz séria. – Dependendo de onde ele pisa diz muito onde ele vai te atacar!

- Para você é fácil! – Bufou o loiro.

- Tem que persistir! – Jay sorria maroto. – Vamos lá Cacazitinho, precisamos de sua liderança na guerra e não de suas reclamações.

 

Caios bufara mais uma vez demonstrando sua irritação, estavam a mais de oito horas naquele treinamento, respirou fundo observando o imenso casarão, estavam nos fundos do quintal e podia-se ver claramente a cabeleira branca de Cold Malfoy e o cigarro aceso de Blake Zabini, ambos estavam ali desde o inicio do treinamento, enquanto Draco Malfoy e Harry Potter II iam e voltavam.

 

Sentiu-se tonto, seu pai havia lhe dito que seu corpo iria fatigar com dois dias de treino puxado, mas que no terceiro dia tudo iria voltar a ser mais tranqüilo, seu corpo deveria se acostumar com aquele ritmo, Caios deveria se acostumar com aquela “nova vida”. Baixou os olhos, havia ido ver Anne duas vezes apenas, era de madrugada quando ele entrou com sutileza no quarto da morena e pediu licença a Lauren.

 

Ver Anne ali, adormecida lhe dava uma tremenda vontade de lhe tomar nos braços, apenas de vê-la ali, sã e salva seu coração se enchia de sorrisos. Lauren o chamara a atenção algumas vezes, dizendo que Anne andava aflita esperando sua visita, mas como ele poderia explicar a Anne que estava proibido de se encontrar com ela? Como lhe dizer que a amava mais do que tudo, mas que naquele exato momento sua distancia era mais do que necessária.

 

- FOCO! TENHA FOCO CAIOS! – A voz de Nathan ecoava grave.

 

Girou o corpo a tempo sentindo a lâmina da espada de Nathan lhe roçar o pescoço causando um pequeno arranhão que logo fora coberto por sangue. Danielle levantou-se do chão e correu ate o amigo, retirando  o próprio lenço branco que usava no pescoço para que Caios limpasse o sangramento.

 

- Eu acho que a Danielle não vai ter tempo para te dar lençinhos na hora da guerra... – Zombara Sirius dando uma piscadela a loira que girara os olhos.

- Caios está farto! Nathan, já tem oito horas de treinamento, por Morgana! – A loira suspirava. – Ninguem agüenta!

- Correção Dandan... – Sirius se intrometia novamente. – Anne treinou 18 horas por dia enquanto estava no pais do fogo, então...

- Está tudo bem Dani... – Caios sorria fracamente. – É algo que eu tenho que fazer.

- Mas... – A loira mordia o lábio inferior.

- Danielle... – Nathan a chamava a fazendo morder o lábio ao ver aquele corpo musculoso e aqueles olhos negros profundos. – Me desculpe, mas você aqui só está atrapalhando...

- Mas eu...

- Acho que você é mais útil na parte de investigação... – O moreno coçava a cabeça. – E nós precisamos que você vá a Hogwarts procurar livros, qualquer coisa, sobre a maldição de Anne... Aqui, você está desperdiçada.

- Compreendo... – A loira baixava os olhos.

- E eu farei o favor de acompanhá-la! – Sirius erguia-se animado.

 

Jay segurou a gargalhada assim como Caios, Danielle lançou ao moreno um olhar frio que foi ignorado pelo mesmo, Sirius laçou o ombro da loira e lhe dera um beijo estalado na bochecha que fora limpado imediatamente.

 

- Vai ser como os velhos tempos Dandan, eu e você, Hogwarts! Bem... A única diferença é que naquela época você não usava esse anel horroroso... Na contra o anel que você escolheu Caios, mass.... Digamos que qualquer anel de noivado em seu dedo que não seja meu, fica extremamente brega em você.

- Aiiiiiii! Cala a boca Sirius! – Gritou a mulher. – Se você quer ir comigo ótimo! Mas eu juro que a primeira graçinha eu arranco sua língua e dou de presente para qualquer animal faminto que eu ver pela frente!!!

 

A loira girara os calcanhares saindo em direção ao casarão, Sirius alargou o sorriso dando uma piscadela aos amigos praticamente correndo atrás da loira que pisava duro.

 

- Pelo menos as coisas estão voltando a ser como eram antes... – Rira Jay.

- Tudo vai voltar a ser como era antes. – Afirmara Caios lançando um olhar significativo ao melhor amigo.

- Bem... Algumas coisas podem mudar Caios...

- Tem coisas que não mudam James.   

Nathan coçou a cabeça encarando a boca de Jay que abria e fechava sem resposta alguma, era engraçado ver Caios tratando daquele assunto tão tranquilamente, talvez aquilo fosse uma prova de que o loiro havia de certa forma amadurecido. Se Jay estivesse tentando “roubar” Anne de Caios há quatro anos atrás, certamente não estariam tendo uma conversa civilizada, digamos que haveria bastante sangue no meio e alguns roxos e cortes.

 

- James!

 

 A voz de Amy Trent atraia a atenção dos três, Nathan girou o escudo na mão esquerda e se afastou como se não tivesse interesse algum no que aquela mulher tinha a dizer, Caios aparentemente tentou a mesma coisa, entretanto... De uma forma estranha seus pés não se moveram nem um milímetro.

 

- Sim? – Respondia o moreno.

- Preciso que vá passear com Anne, Kevin, Luke e Dalilah. – Declarou a mulher. – Anne ainda não está completamente recuperada e acho que não deve fazer esforços...

- Kevin poderia cuidar dela... – Murmurara Caios.

- Kevin? – Amy arqueava uma sobrancelha encarando o filho. – Bem... Kevin é responsável, mas olhar duas crianças marotas e ainda ter de tomar cuidado com Anne não é lá uma tarefa muito fácil... Creio que James poderá acompanhá-los sem tentar alguma aproximação intima de Anne, não é mesmo James?

- Cla-claro Tia Amy! – O moreno aderia um estado beta. – Eu... Eu não me aproveitaria de um momento de fraqueza... Eu...

- Muito bem! – A loira batia palma. – Eles estão o esperando no casarão! E você Caios, volte ao treino, com foco total, por favor.

- Pode deixar mãe... – O loiro girava o corpo indo ao encontro de Nathan que já estava em posição de ataque.

 

Jay respirou fundo apanhando na grama verde sua varinha e uma camisa branca caminhando ao lado de Amy, murmurando um feitiço de limpeza no meio do caminho fazendo com que todo o suor e sujeira desaparecessem num instante, vestiu a camisa e bagunçou os cabelos negros, sabia que Amy não se sentia lá muito confortável com ele próximo a Anne, na verdade todos estavam contra ele o que deixava tudo mais difícil.

 

Subiram a escadinha que dava para a soleira e Amy abriu a porta com cuidado, Carter e Blake tomavam café na cozinha enquanto Danielle conversava em um canto afastado com Emmy e Sirius, ambos com feições tensas, fez um leve cumprimento de cabeça aos presentes seguindo para a sala, parando apenas quando a vira...

 

Anne descia as escadas de mãos dadas com Luke, o loirinho a ajudava degrau por degrau enquanto Kevin se mantinha atento logo atrás. Os cabelos dela estavam soltos, lisos e negros como a noite, a pele pálida e os lábios carmim contrastava com tudo aquilo dando-lhe uma beleza descomunal, Anne era perfeita isso não havia discussões.

 

- Fecha a boca se não entra moscas Potter. – Emmy murmurara ao seu ouvido logo lhe dando uma cotovelada no braço.

- Hã? – O moreno voltava a si.

 

Sirius maneou a cabeça de um lado para o outro enquanto Danielle rolava os orbes castanhos em desaprovação, Emmy deu-lhe outra cotovelada, mas aparentemente o cérebro de Jay não funcionava quando estava próximo a Anne Adhara, como se seu cérebro travasse ali mesmo.

 

- Boa tarde Aninha! – Sirius acenava quebrando o silêncio ao ver a morena pousar no ultimo degrau. – Vejo que está evoluindo,está descendo até as escadas!

 

Anne sorriu largamente, um sorriso pouco visto em seu rosto de boneca, Emmy sentiu suas bochechas corarem até arderem, olhou para o lado vendo que Danielle aparentemente tivera aquela mesma sensação estranha, como se Anne pudesse iluminar todo aquele local se sorrisse mais vezes daquela forma, uma sensação estranha de abraçá-la tomava o corpo de Emmy a fazendo se sentir realmente desconfortável.

 

- Espero logo poder descer as escadas sozinha, Sirius...  – Respondeu a morena com uma voz aveludada.

- Mas eu não vejo problemas em te ajudar sempre Tia Anne!  - Luke respondia pomposo.

- Ai bobão! Mas a Anne não vai querer andar com você como se você fosse uma bengala o resto da vida né?! – Zombara Dalilah saltando para frente de ambos.

- Olá Danielle... – Anne a saudava aproximando-se vagarosamente soltando a mão delicada do sobrinho. – Como você tem passado?

 

Se Emmy achara que Danielle estava corada, estava muito enganada, as bochechas da loira coraram ainda mais fazendo até mesmo que uma gota de suor escorresse da testa da mesma. Anne franziu a testa dando um passo para trás encarando os olhos castanhos da mulher.

 

- Desculpe. – Murmurou. – Essa coisa... Eu... É como um campo magnético, eu não consigo controlar.

- Hã? – Danielle sacudia a cabeça. – Não, tudo bem... Eu, eu estou bem Anne, obrigada. Vejo que você melhorou bastante também, fico realmente contente com isso, estávamos todos bem preocupados... – A loira sorria sincera.

 

Anne correspondera o sorriso,mas logo o desfizera encarando o dedo direito da loira, Emmy aproximou-se com cuidado de ambas notando o desconforto da morena, mas Anne sabia ser uma dama, certamente havia recebido treinamento para isso também.

 

- Bem, vou lá fora tomar um ar... – Ela girara o corpo estendendo o braço para Kevin que praticamente correra ao seu encontro.

- Sim, sim! O melhor ar do planeta! – Kevin sorria maroto. – E devo dizer também que não possui nenhuma fumaça tóxica e nada que possa fazer você tossir até sangrar!

- Fico aliviada com isso Keke, acredite! – Anne sorria novamente. – Você nos acompanha James?

- Será um prazer milady! – Jay sorria arteiro laçando o outro braço da morena.

 

Luke e Dalilah praticamente correram para fora da casa sendo seguidos pelo trio. Emmy respirara pesado como se o ar ficasse mais limpo após a saída de Anne do local, Danielle desabara no sofá encarando o teto, sua mão ainda tremia, como se tivesse pavor da proximidade de Anne.

 

- Vocês realmente são tão bobas quanto Jay! – Declarara Sirius.

- O que quer dizer com isso? – Emmy franzia o cenho. – Não em compare aquela Mula Chinesa!

- Anne ainda está tentando controlar, ela tem um... Como posso dizer... Um campo magnético em torno dela que faz com que as pessoas façam o que ela deseja, como uma persuasão por assim dizer.

- Ah... Isso... – Emmy corara. – Bem... Eu havia percebido, mas...

- Ela me apavora. – Murmurara Danielle. – Desde aquele dia do julgamento, ela me dá calafrios Sirius...

- Bem... No seu lugar eu teria pavor mesmo! – Emmy dava os ombros. – Você ainda usa o anel do cara que ela ama! Ela não sabe que você não é mais noiva do Caios não é?

- Eu... Eu não sei.

- Danielle, essa garota deu uma surra no Nathan de olhos fechados!  - Emmy declarava gesticulando com as mãos fazendo Sirius se divertir com a cena. – Acho que apenas de piscar para você, ela seria capaz de te explodir!

- Urghhh!!! Não seja exagerada Emmy Gordon!

- Exagerada? Eu? – A loira sorria abertamente. – Eu, no seu lugar, sumia com esse anel, eu não iria querer ver uma crise de ciúmes de Anne Adhara, acredite!

 

Sirius segurou a gargalhada, Emmy sabia utilizar tudo ao seu favor, era obvio que ela queria tirar Danielle do caminho para juntar Caios e Anne o mais depressa possível, entretanto Danielle com aquele anel e Jay com sua falta de bom senso estavam atrapalhando por demais. Assistir aquela cena estava por demais confortável, ficaria ali vendo a conversa daquelas duas enquanto descansava um pouco, afinal, nem tudo era trabalho não é mesmo?

 

 

 

Estava em um lugar estranho, parecia um local conhecido, entretanto aquela luz diferente não lhe deixava enxergar direito, havia uma voz melodiosa ali, uma voz que ele sabia conhecer, mas até então não conseguia identificar da onde vinha aquele canto de sereia. Caminhou por um corredor de mármore branco chegando a um imenso salão, onde um piano negro dava um contraste a todo local junto de uma linda mulher de cabelos negros e vestido dourado.

 

A mulher levantou-se do piano e lhe sorriu largamente, os lábios carmim lhe pareciam extremamente convidativos naquela ocasião, aproximou-se com velocidade pronto a laçar aquela mulher e dizer a ela o quanto a amava e sentia muito, entretanto... Ela correu, e conforme ela corria e ele corria logo atrás, podia ouvir o timbre da gargalhada suave que ela emitia.

 

Ela escondera-se atrás de uma pilastra, fazendo um jogo de esconde-esconde, sentia-se atiçado, com uma vontade tremenda de tomá-la para si. E então ela correu novamente entrando em uma outra sala, assim que chegou próximo ela começou a fechar as portas com sutileza.

 

- Próximo demais... – Ela sussurrava.

 

Abriu com certa violência a porta para finalmente vê-la ali, sentada com o vestido dourado iluminando toda sua majestade, aproximou-se como um leopardo faminto enfiando as mãos debaixo do vestido, sendo segurado pelos ombros pelas mãos suaves e delicadas. Os olhos dela brilhavam, aqueles olhos verdes lhe deixavam sem fôlego e seu corpo tremia por completo.

 

Abriu os olhos de repente, erguendo o corpo com velocidade sentando-se na cama com a respiração ofegante, ela não estava ali, ele estava sozinho como sempre naquela imensa cama de casal.

 

Procyon respirou fundo esfregando o rosto, apanhando as roupas e as vestindo com velocidade, teriam noticias dela? Seu plano já estava próximo a ser concluído? Merlim, quanta agonia podia sentir naquele momento? Quanto desespero aquela mulher lhe trazia... Ela estava o deixando louco! Sim, completamente louco.

 

Vários bruxos se curvaram ao ver o Grande Rei passar por eles, Procyon estava completamente desarrumado, mas ainda assim possuía uma beleza incomparável. Ele sequer cumprimento algum de seus seguidores, cortando o salão para ir diretamente a um dos generais de suas tropas, murmurou algo ao mesmo recebendo em troca uma resposta que não lhe permitia sentir mais nada do que a imensa fúria.

 

 Procyon andava de um lado para o outro aflito, como se pudesse matar qualquer ali presente apenas para extravasar sua raiva.  Já do outro lado do salão, encostado na parede de maneira displicente estava ele, Ephran, o irmão caçula.

 

Eprhan era o oposto de Procyon, não possuía a beleza majestosa e nem o poder surpreendente, não possuía o pavio curto e nem o olhar assassino. Eprhan preferia relaxar e ver o circo pegar fogo e de uma maneira estranha era o único a conseguir chegar próximo demais do grande Rei, Epran, o príncipe, era ali o único que poderia manipular Procyon, além, é claro da Dama Negra.

 

- Viu o que você fez moleque? – Sussurrou Marco de uma forma que só o ruivo escutasse.  – Quando o convoquei aqui era para tirar aquela mulher da cabeça de seu irmão e não fazê-lo querer encontrá-la!

- Não seja patético Marco... – Ephran girava os olhos. – Ter a Dama Negra ao nosso lado é guerra ganha, além do mais, imagina um filho entre ela e Procyon? Merlim, é o inicio de uma linhagem poderosa...

- Aquela mulher é tinhosa, você não a conhece!

- Bem... Conhecendo ou não, eu sei que ela vai estar conosco por vontade própria... – Ephran sorria largamente. – Agora me deixe cuidar dessa reunião, detesto ver Procyon matando seus seguidores...

 

Marco engoliu em seco, Ephran caminhara até o irmão mais velho murmurando algo no ouvido do mesmo, logo a expressão carrancuda do moreno deu espaço a um imenso sorriso de satisfação, Procyon abraçara Ephran fortemente e alargando o maior dos sorrisos como se todos os seus planos estivessem finalmente dando certo.

 

 

 

Sentir o vento bater em sua face era gostoso, assim como sentir os raios de Sol iluminando sua pele em cada milímetro, Dalilah e Luke corriam de um lado para o outro, enquanto Kevin os tentava atingir com algum tipo de feitiço qualquer, estava ali, sentada no gramado fofo sentindo todo aquele calor gostoso do Sol.

 

Merlim, como as pessoas não paravam diariamente para sentir aquilo? Sentir uma brisa, o calor do Sol, respirar fundo e olhar para o mundo e ver a beleza em cada detalhe, em cada mínima coisa... Talvez, quase morrer tivesse feito isso, mudado isso em Anne, feito ela perceber o quanto as mínimas coisas são importantes e o quão a vida é frágil.

 

Inclinou a cabeça para trás cerrando os olhos castanhos esverdeados, Jay mantinha-se em silencio ao seu lado, pensativo e retraído, mas naquele momento era melhor assim, era melhor um silencio do que um comentário que provavelmente magoaria a todos.

 

- LUKE! DEVOLVE A MINHA VARINHA! – Kevin berrava correndo atrás do sobrinho. – EU TE ENSINEI A ROUBAR A VARINHA DOS OUTROS E NÃO A MINHA QUE SOU SEU MESTRE!!! EU VOU TE DENUNCIAR PRO CONSELHO INFANTIL DE BRUXOS DELINQUENTES!!!

- TIA ANNE ME PROTEGEEE!!! – O loirinho se jogava nos braços da morena.

 

Anne sentira uma fisgada no peito, Jay e Kevin ao mesmo tempo arregalaram os olhos para encararem a morena que fizera uma pequena expressão de dor, para logo sorrir abertamente e tomar a varinha de Luke e levantar-se rapidamente correndo com certa dificuldade pelo gramado.

 

- Ela podia correr assim? – Murmurara Kevin embasbacado. – HEYYYYYY VOLTE AQUI SUA CUMPLICE DE LADRÕES DE VARINHAS! ISSO É CRIME SRTA. ANNE ADHARA!

 

Jay gargalhara, Anne jogava a varinha para Luke que logo a jogava para Dalilah, Kevin corria de um lado para o outro tentando atentamente apanhar sua varinha de volta em vão, para logo saltar sobre Anne a derrubando no chão e tomando a força.

 

- Rà! Eu sou o MESTRE DOS MESTRES! Eu sou o cara! Além de ser o mais gostoso, lindo, maravilhoso...

- Convencido... – Sussurrava Anne para Luke que confirmava com a cabeça.

- EU SOU O GRANDE REI DAS VARINHAS MUAHHAHAHAHAHAH!

- Sabe Luke... – Dalilah colocava a mão na cintura. – Eu sei que você admira muito o Keke, mas... Me assusta pensar que um dia você pode ficar assim...

- Erm... Ás vezes eu também tenho medo... – O loirinho sorria maroto ao ver o tio fazer a dança da bundinha ao redor de Jay que girava os olhos em tédio.

- OIÉ, OIÁ, OIÍ, OIÓ! EU SOU O MESTRE DAS VARINHA! URRU, URRU, URRU, SOU SIM, SOU SIM, SOU PRAVALER!

- Eu havia me esquecido o quanto ele consegue ser irritante... – Jay segurava o amigo pela cabeça. – Ok, Keke, chega de cantorias e danças irritantes, ninguém fica feliz te vendo rebolar!

- Ahhh qual é Jay Jay  O Jatinho Potter, eu sou O CARA! Entende? Por exemplo, eu consigo TUDO o que eu quero, bem... Nem tudo já que desde que eu casei eu não consumei meu casamento, maaaasss...

- O que é uma consumação de casamento Tio Keke? – Indagara Luke.

- Bem... Erm... Eu...

- Você começou a falar demais, agora termina! – Jay lançava um olhar mortífero. – Quero ver como depois você vai se livrar dessa com a Stacy.

- Eu acho que vamos nos divertir muito com essa explicação... – Anne comentava sentando e sorrindo largamente fazendo Dalilah a imitar.

 

Kevin pigarreara, coçara a nuca, massageara as cotas enquanto Luke mantinha os olhinhos castanhos atento no tio, como se esperasse a maior das respostas.

 

- Bem... Você sabe sobre peixinhos não sabe? – Começou o loiro.

- Peixinhos? – Luke arqueava a sobrancelha. – O que isso tem haver com casamento Tio Keke?

- Calma praga Junior! Eu chego lá! – Kevin pigarreara novamente causando risinhos em Jay, Dalilah e Anne. – Como eu ia dizendo... Existem muitos peixinhos na lagoa, correto Luke?

- Correto, Tio Keke!

- E na lagoa, do que os peixinhos se alimentam?

- Humm... Minhocas?

- EXATAMENTE! Esse meu sobrinho é quase um Albert Einstein! Bem... Os peixinhos comem as minhocas correto?

- Correto.

- Eles ficam felizes comendo as minhocas não é?

- Bem... Acho que sim.

- E todo mundo fica feliz quando o peixinho come a minhoca! Não é?

- Hã... É?

- PRONTINHO! Está explicado!  - O loiro fazia uma pose pomposa arrancando gargalhadas de Anne e Jay que logo o aplaudiram.

- Eu não entendi nada Keke!  - Dalilah exclamava. – O que peixe, lagoa e minhoca tem haver com seu casamento.

- Nada, simplesmente nada! – O loiro bufava. – Minha minhoquinha nem foi comida ainda pelo peixão e isso anda me deixando magoado na lagoa imensa que é minha vida...

- É... O Tio Keke pirou de vez... – Murmurara Luke a Dalilah que confirmava com a cabeça.

- Bem, ta tudo muito bom, ta tudo muito bem... Mas vamos comer! Já já a Tacy vai começar a nos gritar para jantar e sinceramente Luke a garganta da sua mãe deve ser de ouro para cada berro que ela dá com a gente...

 

Anne levantara-se com cuidado da grama, era estranho ver que a tarde havia se passado tão depressa, haviam passado o dia conhecendo cada cantinho daquela propriedade, alimentado unicórnios, visto as carpas no rio, visitado os trestálios... Caminhar de volta para o casarão estava até sendo prazeroso, Jay lhe oferecera o braço conforme caminhavam, sentia uma pequena fisgada no coração, talvez não deveria ter brincado com as crianças, corrido e extrapolado, mas... Havia valido a pena. Luke praticamente saltitava de alegria ao lado de Dalilah e ver seu sobrinho tão feliz assim a fazia se encher de felicidade também.

 

Olhou para o céu limpo, o casarão já estava a vista, mas um pouco antes deve havia um celeiro vermelho, quando era pequena ela e Nathan sempre se escondiam de seus pais no celeiro, era o único lugar que ninguém os procurava, talvez fosse lá sozinha mais tarde, a vista do celeiro sempre é a melhor do céu, mas desta vez iria precisar de um momento sozinha, precisava respirar sem ninguém ao seu lado lhe dizendo para comer, ou tagarelando coisas simples... Precisava estar só consigo mesma, iria escapar depois do jantar, iria reviver sua infância se escondendo no celeiro.

 

- Minha sobremesa pelos seus pensamentos.

- Bem... Dependendo do que for a sobremesa... – Anne sorria para Jay.

- E então? Gostou de passear?

- Sim... Havia tempos que não me divertia tanto...

- Fico feliz... – O moreno sorria abertamente. – Se ficar comigo prometo que sempre vai estar feliz assim Anne...

- Você quis dizer... – Kevin se jogava no meio dos dois. – Que se a Annezita não fugir mais da gente, ela sempre vai ter a minha linda presença em sua vida, ou seja, se ela ficar conosco sempre, sempre vai ficar feliz!

- Prometo não abandoná-los mais Kevin... – Anne sorria agradecida ao loiro que a puxava pelo braço.

- Muito beeeem! Suba nas minhas costas Anitcha! Vamos fazer uma corrida!

- Corrida? – Anne arqueava uma sobrancelha vendo Luke saltar nas costas de Jay assim como Dalilah.

- Siiiiim, nós dois contra esses três! 1, 2, 3! FUIIIIIIIIIIIIII!

 

A gargalhada invadia todo o jardim, Caios podia escutar de longe a voz de Kevin e Jay, o que queria dizer que ela também estaria ali.

 

Estava a algumas horas na varando ao lado de Stacy e Nathan, conversando sobre planos da guerra quando os havia escutado chegar, Stacy levantou-se da cadeira ficando na pontas dos pés, Nathan a imitou imediatamente, mas ele... Ele não podia olhar, ele não podia se aproximar. Ouviu uma gargalhada melodiosa, a gargalhada dela...

 

Talvez ela ficar com Jay fosse melhor, ela não iria morrer, iria ter uma vida normal e seria feliz... Sentiu o monstro do ciúmes urrar em seu peito, bufou indignado entrando para dentro do casarão e logo saindo pelos fundos, não ficaria ali, não agüentaria vê-la.

 

- NATEZITOOOOOOOOOOOOOOOOOO! – Kevin parava frente a escadinha que ligava a varanda.

 

Nathan olhava embasbacado a Anne que saltava das costas de Kevin, logo atrás Jay chegava com Dalilah e Luke que saltavam das costas do moreno e corriam para dentro da casa.

 

- Esses meninos vão sujar tudo! Estão imundos! LUKE! DALILAH! JÀ PARA O BANHO! – Gritara Stacy correndo atrás de ambos.

- Bem... Eu também vou indo... Vamos Keke? – Jay puxava o amigo para dentro da casa praticamente a força.

- Hã? Por que? Eu quero conversar com meu cunhado! Eu tenho uma denuncia a fazer! Hey! Espera James!

 

Anne sorriu ao ver ambos entrando na casa, subiu com delicadeza as escadinhas apoiando no corrimão. De certa forma sentia vergonha de olhar para Nathan, lhe dava um aperto forte no coração, lembrava-se do dia em que lutaram, ela pediu para ele se afastar e bem... Agora que ele estava afastado, ela sentia-se envergonhada em pedir para que ele voltasse. Entretanto uma mão surgiu a sua frente, Nathan estendera a mão para que ela terminasse de subir as escadas e a olhava com aqueles orbes cor de ônix com tanta intensidade que Anne podia sentir seus olhos marejarem e suas pernas falharem.

 

Tomou a mão do irmão e ele a puxou com força para um abraço apertado, um abraço que dizia muito mais do que qualquer palavra. Nathan chorou, afundou seu rosto no ombro da irmã caçula e chorou como uma criança, Anne sentia as lagrimas descerem de seus olhos conforme afagava os cabelos do irmão mais velho, Merlim, como ela amava seu irmão, como sentia falta e como queria que ele a perdoasse por tudo...

 

- Nathan... Me desculpe... Eu...

- Não fala nada... – O moreno se afastava a olhando de volta. – Você tem idéia do medo que eu tive de te perder? Eu entrei em pânico Anne... Você... Você é tão importante para mim... Morgana! Eu não sei como eu viveria sem você... Eu amo você.

- Eu também te amo Nate... Me desculpe... – A morena chorara abraçando o tronco do irmão.

- Não precisa pedir desculpas Anne, você está em casa agora... E nada de mal vai te acontecer de novo, eu prometo.

 

Talvez aquele momento durasse por mais alguns minutos, mas o baque da porta abrindo e batendo fora o bastante para os irmãos Adhara’s se afastarem e observarem Kevin descer as escadinhas correndo em velocidade,  logo em seguida a porta abrira-se novamente e Stacy saia como um tufão com a varinha as mãos lançando vários feitiços em direção ao loirinho que corria e saltava.

 

- Mas o que...? – Nathan balbuciava.

- VOLTA AQUI SUA AMEBA ALBINA! COMO OUSA TENTAR ENSINAR SOBRE SEXO AO MEU FILHO DE QUATRO ANOS DE IDADE! EU VOU TE CAPAR KEVIN MALFOY!!!

- CALMA TACY! CALMA! NÃO FOI MINHA INTENSÃO!

- AHHH MAS A MINHA INTENSÃO VAI SER ARRANCAR SEU COURO! EU VOU TE SOCARRRRRRRR!!!

 

Os olhos de Nathan se arregalaram, mas logo um imenso sorriso brotou em seus lábios, tomou os ombros da irmã com carinho a puxando para dentro de casa.

 

- Vamos jantar, uma hora eles voltam...

- Você acha que Kevin vai ficar em segurança? – A morena indagara.

- Bem... Não. Mas, briga entre irmãos, quem somos nós para nos metermos não é mesmo?

 

 

 

 

O vento uivara alto, nos jardins de um imenso castelo um homem de olhos cor de ouro mantinha-se de pé apenas admirando as flores balançarem de um lado para o outro, as mãos enfiadas no bolso e a expressão seria demonstravam o quão ansioso estava aquele homem. Procyon,  o Grande Rei, o Grande Imperador, o Grande Mestre, dentre tantos nomes, estava rendido a uma simples dama, a uma Dama Negra.

 

If I build a wall a hundred feet tall

Se eu construísse um muro com centenas de altura

Would that keep you in

Conseguiria ele te segurar

If I shackle your feet

Se eu prendesse seus pés

So you couldn't leave

De um modo que você não pudesse partir

Would you try and run

Você tentaria e fugiria

 

- Procyon! – A voz de Marco lhe tocava os tímpanos.

- Hum? O que foi? Ephran conseguiu algo?

- Filho... – O velho respirava fundo. – Por que isso? Por que essa necessidade dessa mulher? Você está tão bem sozinho...

- Ninguém está bem sozinho Marco. – O homem voltava a encarar as flores. – Você conhece a história da Guerra de Oberon? Sabe o porquê da guerra?

 

If I promise not to fight

Se eu prometer não brigar

Atleast not tonight

Pelo menos esta noite

would you stay the night?

Você ficaria a noite?

If i wore that little dress

Se eu vestisse aquele pequeno vestido

That you like the best

Que você mais gosta

Would you pass my test

Você passaria no meu teste

 

- Procyon...

- Tem uma mulher envolvida sabe? A filha de Merlim... Diz que Oberon queria criar a linhagem mais poderosa do mundo e então desejava que a filha de Merlim se casasse com seu filho, a menina ainda era um bebê, mas os anos passam rápido não é mesmo? Bem... Morgana foi contra essa coisa toda e todo mundo sabe que Morgana, a Grande Bruxa era apaixonada por um bruxo que não era da nobreza, bem... Morgana teve um filho desse bruxo e quando Oberon soube, ficou irado com ciúmes e a matou...

 

Would you stay?

Você ficaria?

Would you stay with me

Você ficaria comigo?

 

- Meu filho... Eu...

- Por causa deste maldito filho que aquela bruxa teve, tudo começou. Quando Merlim foi contra de dar sua filha a Oberon, eles lutaram e Oberon amaldiçoou toda descendência de Merlim, dizendo que toda mulher Merliniana que não se apaixonasse e se casasse com um herdeiro de Oberon, iria morrer de amor, iria ser envenenada... E então foi assim, a linda filha de Merlim cresceu amaldiçoada, conheceu o grande filho de Oberon, mas não o amou... Não se apaixonou! Mas se apaixonou por um camponês qualquer e então... Ela engravidou dele e por amá-lo demais a morte a consumiu... E vem sendo assim por gerações! Agora me explique Marco, porque elas sempre se apaixonam pelos herdeiros de Morgana? Quantas vezes essa história vai ter que se repetir...

 

If I poured another drink

Se eu servisse outra bebida

What would you think about staying in?

O que você pensaria sobre ficar?

If I was sincere

Se eu fosse sincera

And whispered my fears

E sussurrasse meus medos

would you still be here?

Você ainda estaria aqui?

 

- Eu não sei lhe responder Procyon...

- Mas eu sei Marco... Anne Adhara é minha, ela é MINHA por DIREITO, e eu vou até o inferno para conseguir o amor dessa mulher.

- Você está ensandecido por ela filho...

- Não Marco... – O moreno sorria fracamente. – Eu estou amando, eu a amo Marco, cada detalhe daquela mulher, e farei qualquer coisa para tê-la comigo entendeu? E então a maldição dela vai se quebrar e ela vai viver a vida normal ao meu lado e tudo... Tudo vai ser como deveria ter sido feito, quando Merlim deveria ter aceito a proposta de Oberon, dado sua filha a ele, tudo teria sido evitado...

 

Would you stay?

Você ficaria?

Would you stay with me

Você ficaria comigo

Would you stay?

Você ficaria?

with me...

Comigo...

 

- Procyon, eu sempre te apoiei filho, mas... Ela pode lhe levar a ruína... Ela ama aquele tal de Trent!  Você viu o que ela fez por ele e por todos que o cercam... Dizem que uma mulher pode levar um homem à vitória, mas pode levá-lo a ruína! Não a faça de seu calcanhar de Akiles!

- Todo homem, por mais poderoso que seja Marco... Tem uma fraqueza... – Declarou com um sorriso fraco.

- PROCYON! ACHAMOS NÓS ACHAMOS! – Ephran corria a sua direção.

 

Um imenso sorriso inundou os lábios de Procyon, ergueu o olhar para o céu para aquela noite maravilhosa que cobria seu castelo, a lua cheia e as estrelas davam aquele momento, um dos momentos mais importantes de sua vida, iria trazê-la de volta.

 

Distante dali a lua cheia e o céu estrelado também podiam ser admirados, Anne saia pé ante pé do casarão, usava um casaco de lã branco, não se importava com o frio que estava ali, precisava de um tempo sozinha e sabia exatamente onde iria encontrar esse recanto reservado. O céu estava tão lindo aquela noite, deslumbrante para ser mais exata.

 

Aquele dia havia sido tão bom que ela tinha até medo de questioná-lo, quando a esmola é muita o santo desconfia... Bem, era sempre isso que Gaya lhe falava, o que a deixava com o pé atrás com aquela sorte toda, com tudo aquilo... Mas se bem que nem tudo estava perfeito, Caios ainda não estava a visitando...  É, nem tudo estava nas perfeitas ordens... Ela sabia que Caios estava ali, naquela propriedade, mas aparentemente ele estava evitando sua presença.

 

Abriu a porta do celeiro com cuidado, estranhamente a luz do mesmo estava atenta, olhou para os lados para ver se identificava alguém, mas não havia ninguém apenas uma escada ligando ao andar de cima. Subiu com cuidado degrau por degrau, aquela ainda era uma tarefa um tanto complicada para seu corpo que se recuperava aos poucos.

 

Arqueou uma sobrancelha, havia uma luneta ali e uma pequena poltrona onde uma blusa de frio verde escura com o emblema da sonserina estava depositada. Ela reconheceria aquela blusa em qualquer lugar... Era a blusa dele, a blusa de Caios. A tocou com cuidado como se qualquer deslize pudesse a destruir... A puxou para si a abraçando com ternura, aquela blusa ainda tinha o cheiro dele, como se ele tivesse a acabado de tirar.

 

- Caios... – Sussurrou sentindo os olhos encherem de lágrimas.

 

Escondido atrás de uma estante de leiteras, Caios a observava, como ela poderia ter ido lá? Ela sabia que ele estava ali o tempo todo tentando a evitar? Segurava a respiração, havia feito um trato com seu pai,não poderia se aproximar de Anne de forma alguma... Mas estava sendo tão difícil, vê-la ali completamente rendida e indefesa abraçada a sua blusa de frio lhe dava uma vontade de mandar tudo as favas e amá-la, e beijá-la, e estar com ela e lhe fazer promessas de amor eterno... Mas se fizesse isso, ela morreria e ele jamais se perdoaria.

 

A porta do celeiro abriu novamente, espiou por cima da prateleira e logo girou os olhos, Jay subia as escadas  com uma animação fora de sério, Anne largou a blusa de frio em cima da poltrona imediatamente como se tivesse medo de ser o dono da mesma e a pegasse ali naquela cena tão “indefesa”. Ao ver que era Jay, ela respirara aliviada caminhando até a luneta observando as estrelas.

 

- Linda noite não é?  - Começara Jay.

- Sim... – A morena o encarava finalmente. – Muito bela.

- Anne...  Eu estou feliz de ver que você está bem... Sério...

- Obrigada... – A morena caminhava em direção as escadas. – Bem, acho que vou dormir...

- Não, Anne... Eu... Espere!

 

A morena parou, James praticamente correu para se colocar a frente dela e a olhar nos olhos, Anne engolia em seco como se temesse pelo que estivesse por vir, mas sabia que não poderia esperar mais, James iria fazer de uma forma ou de outra.

 

- Eu amo você. – Ele afirmou sério. – Por Merlim, durante toda Howgarts, durante esses quatro anos você esteve em minha mente Anne Adhara, e eu te amo não é pela sua beleza, eu te amo pelo que você é...

- Jay...

- Eu sei que você ainda sente algo pelo Caios, mas... Dizem que esquecemos velhos amores com novos! E eu estou disposto a fazer você esquecer o Caios... Então Anne... – O moreno ajoelhava-se ao chão. – Eu estou aqui, de joelhos, rendido por você te pedindo que por tudo que é mais sagrado, fique comigo, me dê uma chance de te fazer gargalhar todos os dias como hoje...

- James... – Anne aderia uma feição dura. – Eu jamais me casaria com você.

- Anne...

- Eu jamais teria algum tipo de relacionamento diferente da amizade com você. – Ela cortara séria.  – Eu amo Caios e durante todos esses anos que eu passei distante, a única coisa que não me levou a insanidade foi saber que eu o amava e que aquilo era algo bom dentro de mim...

- Mas isso te mata!

- Então eu morrerei feliz. – Ela declarou.

 

Caios respirou fundo prendendo o ar cerrando os olhos, Merlim, como ele queria beijá-la.

 

- Você é meu amigo James, mas acho que essa sua paixão platônica está indo longe demais. Você sequer enxerga que já está apaixonado por outra pessoa e é correspondido!

- Eu, eu nunca...

- É como se você tivesse me colocado em sua cabeça Jay, mas não soubesse que não estou mais em seu coração... Eu jamais ficaria com você Jay... Eu seria uma hipócrita se o fizesse.

 

E então ela descera as escadas, Jay levantou-se do chão os olhos cobertos de lágrimas, apoiou-se no corrimão da escada e chorou, Caios saiu de seu esconderijo assim que Anne fechara a porta e então encarou o melhor amigo com pesar, Jay estava sofrendo, mas Caios estava mais ainda.

 

- Ela ama você. – Afirmou o moreno encarando o amigo. – Você ouviu? E você sequer foi visitá-la!

- Você sabe que eu não posso James... – O loiro baixava os olhos.

- Não é justo Caios, não é justo tantas pessoas a amarem e ela só amar a você.

 

Caios laçou sua blusa de frio descendo as escadas e deixando o celeiro, Jay estava certo em ao menos uma coisa “Não era justo”. Simplesmente não era justo ela o amar e ele a amar, mas não poderem ficar juntos.

 

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.