Crime e castigo



James tinha acabado de acordar e sentiu uma pequena dor na nuca. Aquela dor o fez lembra aonde a tinha arranjado. Então não havia sido um sonho. Ele realmente tinha sido petrificado pelo bostinha do Burns.

- Cabeçudo nojento!

Mas James sabia o que viria agora pela manhã. Mais sermão, por que na noite anterior seus ouvidos já tinha provado do que ele iria receber a seguir.
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Assim que o Burns o soltou do feitiço, levou James para o castelo predizendo castigos terríveis que ele sabia que por mais grave que fosse sua falta não iriam se concretizar. Enquanto passavam pelo lago James viu Dereck desmaiado no chão. Burns o enfeitiçou e conjurou uma maca que sozinha levou o jovem para dentro do castelo. Provavelmente para a ala hospitalar.

A festa dentro do castelo estava rolando solta. Era impressionante como lá dentro estava alegre e ninguém sabia que James Sirius Potter estava sendo levado para ser punido. James riu do seu pensamento. Sabia que esse incidente o tornaria mais popular.

Sr. Burns estava levando-o pelo salão, quando o professor O’ Conner o parou.

- Onde está indo Burns?- perguntou o professor

- Haaa... Professor estou levando esse garotinho desordeiro para a sala da diretora. Ele cometeu um crime hediondo...

- Foi sem querer...- retrucou James.

- Foi sem querer ? Tem certeza?- Replicou Burns

Burns contou ao professor o que havia ocorrido de uma maneira tão horripilante que até mesmo James castigaria o autor do “crime”. À medida que Burns ia relatando, o professor O’Conner o olhava com mais repugnância. James não o encarou, não que se importasse com o que o professor de Poções achava dele, não ia com a cara de O’Conner, mas aquilo já estava indo ao estremo.

Está bem que ele e seus amigos exageraram um pouco na brincadeira, mais o retardado do Derick estava vivo, não estava? Para quê tanto alarde?

- Sabe Potter, eu conheci seu pai e ele sempre se achou prepotente, e até quase matou um colega no tempo em que estudávamos aqui, assim como você. Mas pode ter certeza que a sua punição vai ser 100 vezes pior que a que ele teve. Farei questão disso.

James olhou para o professor com o mais puro ódio que pudesse exprimir. No que foi retribuído.

-Pode deixá-lo comigo Burns, eu cuido dele agora.

Burns olhou com uma cara como se tivessem lhe tirando um doce e se retirou resmungando.

- Agora Potter vamos assistir a apresentação do coral de Hogwarts antes de você ser entregue ao seu carrasco. Um pouco de diversão antes do sofrimento.

Era isso que James odiava em O’Conner, aquele sarcasmo.Era sempre assim nas aulas, vivia perseguindo James, tratando-o com ironia e sempre impondo - lhe castigos.

Seus pensamentos foram interrompidos pela música que encheu todo salão. O coral da escola começou a cantar. Ainda desejando atrocidades ao professor, James virou para olhar os cantores.

Como ele previa só tinha os babacas nerds da escola, e entre eles Emmyli O’Connor, a filha de Crhistian O’Connor. E ela o estava encarando. James não desviou o olhar, continuou encarando-a.
Ela percebendo que o jovem retribui o olhar, desviou.

Assim que terminou a canção, James e O’Conner foram para a sala de McGonagal, a diretora de Hogwarts. Lá James ouviu o maior sermão e a promessa de que seus pais iriam saber imediatamente do que havia feito. James não se importou, afinal seus pais não davam mínima para ele, pelo menos não seu pai, que tinha coisas mais importantes a tratar no Ministério da Magia do que seu filho problema. E além do mais tinham seus irmãos mais novos Alvo e Lily para se preocupar.
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Assim que se vestiu James desceu para o salão principal para tomar seu café da manhã. Seus amigos o estavam esperando. Scorpion e Lanna eram da Corvinal, mas mesmo assim estavam reunidos a Rose, Hugh, Lily e Alvo na mesa da Grifinória. James teve a impressão que eles estavam bastante agradecidos por ele não ter os envolvido quando McGonagal o interrogou.

- E a perna cara? –Scorpion sentou ao lado dele e apontou para a perna que James tinha machucado na queda quando foi petrificado.

- Está boa.

- Eu não acredito que você foi pego. – comentou Rose enquanto passava batom nos lábios.

- O que disse a eles? Perguntou Lanna.

James olhou para Hugh. Esse parecia mais cauteloso e visivelmente transtornado pela captura do amigo. Afinal essa foi a primeira vez que eles eram pegos depois de tanto quebrarem as regras

- Que tinha saído para passear, e encontrei o Derick perto da margem do lago descordado. Tentei ajudá-lo, mas me assustei.

- Sério cara, você é o mestre Jedi da mentira. –Scorpion riu e bateu no ombro do amigo.

- Você não tem vergonha James? Você tem idéia do que poderia ter acontecido com o Derick?- dessa vez foi Lily que o repreendeu.

- Olha aqui Lily, você vai ficar me dando sermão? Já não basta a McGonagal e o O’Conner me enchendo o saco?

- Isso é o que você merece por fazer uma coisa tão horrível assim. – Lily saiu parecendo transtornada.

-O que deu nessa garota? James perguntou atordoado.

-A Lily é muito amiga do Derick, ele é da Lufa-Lufa, mas é do mesmo ano que ela. - Foi Alvo que respondeu.- E eu também não achei nada engraçado o que você fez James.- E saiu de perto do irmão indo consolar a irmã.

- Dá pra acreditar nisso? Perguntou James incrédulo aos outros e sentou-se à mesa.

Todos ficaram calados um tempo.

- Nossa, essa Emmily O’Conner tem estilo! – Lanna comentou com Rose.

- Ela já usava esse suéter no 1° ano. –Hugh riu do próprio comentário.

James virou para ver Emmy. Uma das garotas mais descuidadas da aparência e inteligente da escola. Ela sempre usava aquele suéter bege pó cima das vestes da escola e aquilo era sempre motivo de piada.

- Ei, cuidado com as quietinhas, são as piores. – cutucou Scorpion em Hugh, apontando Emmy que vinha na direção deles - Com um banho de loja, ela até fica bonitinha!

- Belo suéter. –Emmy estava passando pelo lado deles quando Lanna a elogiou. Ela parou e a fitou.

- Obrigada. –Emmy voltou a andar e seguir seu caminho para a sua mesa: Corvinal.

- “Obrigada”. – Hugh ficou repetindo o que Emmy tinha dito num tom de voz feminino, fazendo todos rirem.

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James estava saindo da sua mesa quando foi chamado para comparecer a sala da diretora. Ele se despediu dos amigos e foi em encontro de McGonagal.
Quando chegou lá, bateu na porta. Quando a diretora viu quem era, indicou a sala para que ele entrasse. James seguiu para uma das cadeiras defronte a mesa dela e ali permaneceu.

Em todos esses seis anos de Hogwarts James nunca havia entrado na sala. Apesar de todas suas faltas ele nunca havia estado nessa sala. James ficou fascinado com a beleza da sala. Aqueles quadros dos diretores de Hogwarts, as estantes e prateleiras cheias de objetos fascinantes. Tudo aquilo não o fez perceber que havia mais alguém na sala além da diretora. Ela e assustou quando virou e viu sua mãe.

- Mãe?! – ele se assustou.

A diretora deu a volta e se sentou na frente dele. Abaixou-se e começou a pegar algumas garrafas de Fire Wisk vazias do chão. James ficou acompanhando esse movimento da diretora calado. Quando a professora deixou em cima da mesa pelo menos dez garrafas vazias, ela se ajeitou na cadeira e encarou James.

- Alunos dizem que você bebeu na escola no sábado. – ela indicou as garrafas - Sorte sua Derick não poder falar, pois eu acho que vocês está mais envolvido no acidente dele do que disse . Mas nem por isso vou deixar de puni-lo!

- Vai me expulsar? – James já estava impaciente. Odiava receber sermão, principalmente quando essa pessoa não tinha nenhum tipo de parentesco com ele.

- Não. Além de freqüentar as aulas, você ajudará a limpar a escola...

- Por um salário?

A professora McGonagal parecia estar se divertindo.

- Pela satisfação. Aos sábados vai ajudar alunos do 1° ano com baixo rendimento. E você vai participar do evento do teatro, junto com a professora de estudo dos Trouxas, Clarisse Adersen.Além é claro das detenções as quintas-feiras com o professor O’Conner por tempo indeterminado.

- O que? E vou fazer uma peça também?A peça dos trouxas? –James ficou aturdido por uns instantes. Participar da peça dos trouxas era suicídio social

A professora percebeu sua reação e sorriu.

- Está na hora de experimentar outras coisas, de conhecer pessoas diferentes. Não vá estragar tudo!

- Mas isso não é justo! Replicou James

- Justo? – Agora sua mãe falou em um tom indignado- Você acha que o que fez foi justo James? Você acha?

James não respondeu. A professora Mc Gonagal se levantou e saiu da sala.

- Vou deixar você conversar um pouco com sua mãe. – Falou a professora antes de sair.

Gina sentou perto do filho com um olhar triste e perguntou:

- Por que James? Por que tudo isso?

James não respondeu.

- Seu pai ficou tão desolado com o que vc fez. Se ele pudesse ele estaria aqui. – Ela continuou.

Ele riu desdenhoso.

_ Há! Duvido que o grande e todo poderoso Harry Potter teria tempo de vir até a escola do seu filho fora da lei. Nem se eu matasse alguém. – Falou James com desdém.

Gina se horrorizou.

- Como vc pode falar isso? James não tente culpar seu pai pelos seus erros. Você sabe como ele te ama...

- Não me ama mais que seu cargo de Auror?

- Cale-se James ! Eu não admito que vc fale assim do Harry. Você é que aprontou algo terrível aqui. Você não mediu as conseqüências do seu ato. Estimular aquele garoto a pular no lago foi uma atitude ridícula.

- Eu já disse mãe, eu o encontrei desmaiado na beira do lago. – Mentiu ele.

- Chega de mentiras. James meu filho eu não sei onde errei com você. Mas agora você vai ter que pagar pelo que fez.

E dizendo isso ela se retirou.
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Como parte do castigo, James estava numa das salas do colégio limpando o chão. Naquele momento estava ocorrendo o clube de estrelas e astros. Emmy estava a poucos passos dele, ensinando a outros alunos alguns experimentos úteis.

Ela escolheu um objeto estranho que estava em cima da mesa e mostrou para os alunos que estavam nas carteiras próximas a sua mesa.

- Esse é um aparelho simples, feito com invólucro plástico, cabide e corretor. Alguém sabe o que é?

James que tinha visto o que era, ao ver que ninguém sabia responder a pergunta dela, não resistiu e deu a resposta.

- É um localizador de estrelas.

Emmy se virou e olhou para ele. James deu os ombros e voltou a varrer a sala.

- É um localizador, para ver estrelas e planetas a olho nu. É um aparelho utilizado muito pelos trouxas. – repetiu ela, voltando à atenção aos alunos.

Scorpion e Hugh entraram na sala. Eles queriam falar com James, mas Hugh não ia deixar de perder aquela oportunidade para mexer com Emmy.

- Aposto que dá para ver os anjos voando. – disse ele em seu ouvido enquanto passava por trás dela, em direção a James.

Emmy largou o objeto que segurava e se virou para falar com Hugh que estava cumprimentando James.

- De fato há coisas milagrosas. Einstein disse que estudar o universo é acreditar em Deus.

Hugh a encarou e olhou de cima a baixo, nunca perdendo o sorriso cínico do rosto.

- Se é que Deus existe mesmo, porque ele não te dá outro suéter?

Scorpion segurou a risada. Emmy não se abalou com o comentário de mal gosto de Hugh.

- Porque ele está ocupando procurando o seu cérebro. – respondeu ela com toda a calma. Emmy deu meia volta e voltou a explicar os apetrechos para os alunos.

Scorpion que não esperava aquela resposta caiu na gargalhada. Hugh olhou furioso para ela, mas James o puxou para o lado, antes que ele fizesse alguma besteira.

- O que vocês estão fazendo aqui?

- Viemos te salvar! Vamos embora, cara! – respondeu Hugh um pouco mais calmo.

- Não posso.

- Mas já tem um tempão que você esta aqui. – argumentou Scorpion.

- Não insistam, por favor! Senão eu vou ficar mais encrencado do que estou.

- Esta bem, mas depois não diga que não nos importamos com você.

Eles se despediram do amigo e sairam pela porta lateral. James olhou de relance para Emmy e voltou a varrer o chão.

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A semana tinha passado devagar e James estava todo dolorido do trabalho que ele estava fazendo. Era sexta de noite e tinha aproveitado para jogar Snap Explosivos com os amigos para se divertir um pouco.

James sabia que no dia seguinte ele tinha que ir dar orientação aos alunos do primeiro ano, por isso encerrou sua noite mais cedo do que o normal.

Quando estava indo deitar, Lanna pediu para conversar com ele. Eles estavam parados agora em frente à porta que dava acesso ao dormitório das garotas.

- E então o que é?

-É que com tudo isso que aconteceu eu andei pensando muito sabe... sobre nós? –Lanna chegou um pouco mais perto dele.

-Lanna, nada mudou. –James sabia que isso ia acontecer em algum momento.

- Eu sei, só achei que...

- Acabou. – ele não queria magoá-la, mas não podia fazer com que ela ainda tivesse esperanças que eles voltariam a ficar junto.

Lanna recuou. Não esperava que James a negasse. Sempre achou que ele ainda gostava dela, mas parecia que tinha se enganado.

- Tudo bem.

Ela abriu a porta e entrou no dormitório. Estava com tanta raiva que bateu com a porta. James tinha que voltar para ela!

Ele ficou um tempo ali parado olhando ela entrar. Tinha feito o que era certo. E não ia voltar a trás.

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Por pouco não chegou atrasado para a orientação das crianças do 1°ano. Não se surpreendeu ao encontrar Emmy lá também. Ela fazia o tipo de pessoa que ajuda o outro. Quando chegou lá, foi apresentado a um menino que seria seu aluno por algumas semanas.

- Vamos tentar de novo. Qual desses triângulos estrelares é semelhante? O que você acha? – ele estava sentado numa mesa com o menino e tentava ensinar os ângulos que os astros faziam, era Astronomia. Mas parecia que o garoto não estava muito interessado em aprender.

- Eu acho que isso é uma droga! – o menino saiu da sala, deixando a cadeira cair no chão.

- Eu concordo. – James se virou e viu que Emmy o observava. Aquele castigo que o diretor tinha lhe passado, estava começando a tirá-lo do sério.

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Eles estavam voltado para a sala comunal e deu graças a Deus por isso. Ele caminhou sozinho pelos corredores quando sentiu alguém a suas costas. Era Emmy O’Conner.Continuou andando.

- Você quer comprar uma rifa? É para conseguir fundos para a sociedade dos astros e estrelas. O clube de Astronomia– começou ela tímida.

- Não. – James foi curto e grosso com Emmy.

- Eu te vi com o Brendon. - James podia ser grosso com ela, mas não se importava com o que ele dizia. - Pode ser bem complicado, mas você pode tentar outra abordagem. –James permaneceu calado e sem olhar para ela - Você vai visitar Derick? – novamente ele não deu resposta a ela - Acho que é não. Eles o transferiram para o St. Mungus?

- É assim que joga conversa fora? – James se virou para ela nervoso - Porque você precisa ser mais social! E além do mais ninguém o forçou a pular.

- Ele foi pressionado. – respondeu ela calmamente.

- Como você sabe disso? Leu no seu precioso livro? – ele apontou com o rosto a bíblia que ela carregava no colo.- Que eu saiba isso é coisa de trouxas.

Emmy respirou fundo e se virou para ele novamente.

- Não finja que me conhece, ok?

- Mas eu te conheço. – começou ele sarcástico - Temos as mesmas aulas desde o 1° ano. Claro eu na Grifinória e vc na Corvinal . – ele virou o rosto e a encarou - Você é Emmily O’Conner. Você na tem amigos e está sempre só. Canta no coral da escola. É filha do professor de poções.Você só tem um suéter. Gosta de andar olhando para os pés. Ah! E nos fins de semana dá instrução e freqüenta astros e planetas. Que tal? – ele se virou para ela vitorioso certo que ela se calaria agora.

- Bem previsível. Nada que eu já não tenha ouvido.

James ficou surpreso.Emmy parecia não se abalar com nada.

- Você não se importa com o que as pessoas falam de você?

- Não. – respondeu ela sinceramente.

Emmy o deixou e seguiu seu caminho em direção a torre da Corvinal deixando James boquiaberto.

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