Susto



Depois daquele dia eu nunca mais fui a mesma. Eu pensava diferente sobre ele, sobre suas manias e gostos. Só de lembrar de seu sorriso torto, de seu jeito de tocar guitarra, eu já me arrepio. Harry Potter simplesmente não sai da minha cabeça, se ele não fosse tão...perfeito...quem sabe eu não estaria me remoendo assim. O que eu posso fazer se ele é carinhoso, gentil e ainda por cima, foi super atencioso? Minha única saída é admitir que eu estou incondicionalmente apaixonada por ele.

Dois meses se passaram desde a visita de Harry na casa de Hermione. A garota agora esperava ansiosa toda terça e quinta para poder ver o garoto dos olhos verdes e cabelos rebeldes que ela tanto adorava. As aulas de francês pareciam curtas agora, ela queria aprender mais, apenas para sentir o braço de Harry roçando no seu.
Gina Weasley já percebera a mudança de comportamento de Hermione. A morena não falava tanto mais de seu irmão e só reclamava de uma tal Luna Lovegood, a melhor amiga de Harry, segundo ela. Dizia que ela era um exibida e metida, apenas por ser amiga dele.
Era quinta-feira e Hermione se arrumava para a aula de francês, colocou uma regata vermelha, uma calça jeans e um all star preto, estava linda.

- Hermione querida, vamos!

- Já estou descendo, mãe!

Hermione pegou seus materiais em cima da mesa e desceu as escadas correndo.

- Por que a pressa, filha?

- Não, nada. Eu só não quero chegar atrasada. Você sabe como eu odeio quando isso acontece.

- Hm.

Jane e Hermione seguiram para a garagem, entraram no carro e Jane aproveitou a oportunidade.

- Filha, você usou perfume? – Hermione ficou escarlate – Está cheirosa.

- Passei sim mãe, mas foi só um pouco. Não gosto mais de sair sem.

- E eu posso saber porquê?

- Nada, só estou acostumando. É bom ser cheirosa as vezes. – Hermione deu um sorriso maroto.

- Tem certeza? Sabe filha, quero te dizer que pode confiar em mim para qualquer coisa.

- Não sei do que você está falando, mãe.

- Querida, já tive essa idade, e sei muito bem quando uma garota está apaixonada, principalmente se ela for do meu sangue. – Jane olhou para a filha – E não precisa ficar vermelha.

- Mãe, não estou me sentindo confortável.

- Você supera – disse Jane piscando o olho para a filha – Então, quem é?

- Harry Potter. – disse Hermione cada vez ficando mais vermelha. A mãe sempre lhe dera liberdade pra falar sobre isso, mas ela nunca tentou falar sobre isso, pois nunca gostara de ninguém como estava gostando do Harry agora, nem de Rony.

- Ai filha, magnífico! Achei ele uma graça desde o primeiro momento que eu vi. Você já contou para ele?

- QUÊ? Ficou louca? É claro que não!

- Por que não, querida?

- Porque ele é meio “em cima do muro”, sabe? Ele me dá mole, mas ao mesmo tempo ele pode estar sendo legal. Parece que ele gosta de outra pessoa.

- Você acha? Eu acho que você deveria se arriscar, e se você acha que ele é em cima do muro, pare de dar mole, vamos ver se ele corre atrás.

Hermione pensou na dica da sua mãe. Deveria arriscar? Conseguiria ficar sem tocar nele por muito tempo?

Ela deve saber do que está falando, já deve ter passado por isso.

- Ok mãe, vou tentar. Mas não prometo.

- Confie em mim.

O carro parou na frente da escola de francês, Hermione olhou diretamente para sua mãe, seu coração começou a palpitar.

- Boa sorte, querida.

- Obrigada. – Hermione abriu a porta do carro, pegou seus materiais e saiu.

Foi andando lentamente como sempre fazia, e logo seus pensamentos importunos começaram a invadir sua mente. Será que ele ia hoje? Vai chegar atrasado? Vai me cumprimentar com um abraço? Será que ele vai se declarar?

Ah, cala a boca Hermione, se toca. Quanto mais você pensa nisso, menos acontece.

Chegou na sala e logo pegou seu lugar, o material de Harry já estava lá ao seu lado, mas onde estaria ele? Olhou no relógio, anda faltava quinze minutos para começar a aula, e então foi procurá-lo.
Olhou em todas as partes, na sala de espera, na recepção, no pátio, na biblioteca e ele não estava em lugar algum, olhou em seu relógio novamente e faltavam 5 minutos. Cansada de procurar, se jogou no sofá da sala de espera e fechou ou olhos. Não passou nem 5 segundos e alguém lhe tampou os olhos.

- Adivinha quem é? – disse Harry afinando a voz.

- Harry.

- Nossaa! Como você adivinhou? – perguntou Harry tirando a mão dos olhos da garota e se sentando do lado dela com um sorriso no rosto.

- Obvio. Você é a única pessoa que faria isso comigo aqui.

- Não acho. Todos gostam de você.

- Você que pensa.

Hermione estava com um pensamento fixo na mente, ia ignorá-lo como sua mãe disse. Estava decidida. Harry a olhava nos olhos e ela desviou o olhar, foi quando o celular do moreno tocou.

- Alô?

- Harry?

- Ah, oi Lu!

- Tudo bom?

- Tudo ótimo!

- Nossa, que felicidade. Por que está tão feliz?

- É porque eu to com a Mione aqui do meu lado.

Ahh, a Mione. UI MIONE, UI MIONE! EU TE AMO, MIONE!

- Pare de gritar! – disse Harry entre risos.

Hermione olhou para ele atônita, ela ouvira isso mesmo? Luna estava gritando seu nome?

- Ah Harry, você tem que se declarar pra ela, cara. E não ficar falando de mim. Isso vai deixar ela frustada.

- Tudo em seu tempo.

- Tudo em seu tempo o cace*e Harry! Quanto mais demorar, pior será. Fala hoje, aproveita.

- HOJE? – Harry olhou pra Hermione com um sorriso torto.

- É, hoje! Você vai deixar ela te esperando pra sempre?

- Mas...- ele olhou para Mione de novo, cada vez mais a morena ficava mais confusa – e se... não for o mesmo?

- O mesmo o quê?

- Ah, você sabe...

- Ah, você vai ter que se conformar! Mas eu tenho certeza que corresponde. Vai fundo, amigo, vai dar tudo certo.

- Ok, vou tentar.

- Um beijo e boa sorte.

- Obrigado.

E desligou. Hermione olhava pra ele de boca aberta, porque Luna estava gritando o seu nome? Ela a odiava tanto assim?

- Harry?

- Sim? – ele a olhou espantado, como ia fazer isso? O suor caía em sua nuca.

- Eu ouvi ela dizer meu nome ou foi só impressão?

- Seu...seu nome?

- É, meu nome.

- Ahn...er...é...é, ela disse seu nome.

- Porquê?

- É..porque...porque...- suspirou – sabe Mione, preciso te dizer uma coisa. – Harry se aproximou mais de Hermione.

- Garotos – começou uma voz desconhecida – Desculpe interromper. – disse o professor Marcos, vermelho, pois percebeu que Harry quase segurava a mão de Hermione – Mas a aula vai começar.

- Ok, já estamos indo, professor! – disse Hermione se levantando na hora. Tinha que evitá-lo, não era?

Hermione saiu com passos apressados da sala, Harry logo atrás dela. O moreno pegou em sua mão a virando pra ele.

- Eu te digo isso no final da aula.

- Tudo bem. – disse Hermione puxando a mão delicadamente de volta.

Ele quer me deixar louca.

A aula nunca passou tão devagar. Hermione tentava prestar atenção em cada palavra que o professor dizia, tentando esquecer de adivinhar o que Harry ia dizer para ela no final da aula. Seu estômago estava formigando, ansioso por mais notícias e nervoso com medo de qual notícia seria. Evitava toda vez que Harry encostava seu braço no seu, cada vez mais difícil de se controlar.
Harry estava espantado com a maneira que Hermione estava tratando-o nesse dia. Estava perdendo-a? Era tarde demais? Harry, ao contrário de Hermione nem tentava prestar atenção na aula de tão desesperado que estava. Precisava arriscar, era sua última chance, ou a perderia para sempre.

- Por hoje é só. Façam o dever e não se esqueçam que aula que vem tem prova oral.

Hermione coçou a cabeça, estava na hora de Harry lhe dizer o que queria.

O que eu faço? O que eu faço? Ignoro? Não consigo...

- Ei Mione, posso falar com você? – disse Harry pegando seu material em cima da mesa e se dirigindo para Hermione. Sua nuca suava de uma tal maneira que seu cabelo ficou molhado. Era agora ou nunca.

- Pode sim, Harry.

- Bom, Mione...é, é muito sério...

- O que aconteceu? – perguntou Hermione pensando no pior.

- Bom...não sei como começar. – disse Harry se aproximando.

- Comece do começo. – disse Hermione marota.

Harry deu uma risadinha – Vou tentar.

Harry se aproximou mais de Hermione, suas mãos tremiam e ele não parava de suar. Pegou as mãos da morena. Um barulho muito forte chegou aos ouvidos dos dois, como se alguém tivesse dado um tapa na porta. Os dois pularam e susto, Harry largou a mão de Hermione na hora.

- O que é que você pensa que está fazendo?


N/A.: Presentinho de fim de ano! ;)

Queria agradecer todos os comentários que me deixaram, e por ter esperado eu postar (coisa que não é muito frequente, né? :/).
Muito obrigada, de verdade!

Queria pedir desculpas também aos que me esperaram no dia que eu prometi. Acabou a força aqui em casa e no outro dia fui pra casa do papis, e o pc dele quebrou. Dei um jeito de voltar pra casa pra postar pra vocês. Me desculpem! :'(


Um feliz 2009 para vocês! ;D


Quem era na porta? MUAHAHAHAHA (6)

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