Cumplicidades, lealdades e nov
Dumbledore não esperou os marotos pronunciarem palavras.
_Garotos, a situação é mais séria do que vocês pensam. Eu vinha desconfiando de que Voldemort planejava fabricar pra ele uma capa daquelas, mas é claro, seria mais prático pegar uma já pronta.
_Professor, você já sabe?
_Digamos no momento que fui informado da discussão entre você e seu irmão nos corredores do castelo, e que ela foi bem esclarecedora para mim e para a ordem.
_Para quem?
_Na hora certa saberão. Todos vocês saberão. Mas suas cabeças não devem ser ocupadas com essas preocupações de gente velha. Não ainda, não por hora. Vamos falar de outras coisas. Vejo que estão considerando os conselhos que dei a vocês antes dos feriados de natal, não é?
_Sim, professor, ou pelo menos estamos tentando, se tivermos compreendido corretamente...
_Sigam o coração de vocês, quase sempre ele tem razão, garotos. E Sirius, não precisa se preocupar tanto assim com seus novos acessórios. Admito que foram produzidos por meios um tanto anti-ortodoxos, mas não, não são olhos extraídos de um cadáver fresco. É apenas uma resina devidamente transfigurada e enfeitiçada para se aproximar de olhos reais.
_Então, papai só queria por medo em mim e no Reg. Obrigado Professor, isso me alivia de um tanto!
_Lamento não poder alongar essa agradável conversa com vocês, mas realmente essa nova informação incute uma série de providências urgentes a serem tomadas. Vocês devem ir agora. Creio que Lily e Alice têm uma surpresa para vocês.
_Então, até mais, muito obrigado, e boa tarde pro senhor.
_Boa tarde pra vocês também, meninos.
E descendo as escadas do escritório de dumbledore:
_Garotos, agora temos que ir todos para as salas de aula. Mas logo depois, antes do jantar, gostaríamos, eu e Alice, que pudéssemos nos reunir na sala precisa. Temos algo a mostrar. Acreditamos que será muito útil.
As aulas transcorreram tensas e os garotos não dedicaram nem um minuto de atenção ao que o professor dizia. Mas ao menos disfarçaram bem, evitaram muita conversa durante a aula, que foi substituída por um vai e vem muito discreto de bilhetinhos curtos e objetivos, mas que não esclareceram muito sobre o mistério das duas garotas na sala precisa.
Mal o horário de aulas acabou e em poucos minutos, estavam todos reunidos no sétimo andar, diante de um quadro incrivelmente cômico cheio de trasgos trajando frufrus de bailarinas.
Lily passeou diante da parede por três vezes e uma pequenina porta muito discreta se abriu. Entraram todos e as garotas se dirigiram para um pequeno armário.
Quando abriram as portinhas do armário, os garotos se surpreenderam inicialmente com o espaço incrivelmente ampliado que ele possuía internamente, e mais ainda quando perceberam que havia instrumentos, objetos, ingredientes, um incontável de trecos mágicos cuidadosamente organizado dentro daquele armário. A curiosidade dos marotos só fazia aumentar. O que as meninas andaram fazendo, pra precisar de tudo aquilo? Mas mantiveram o silêncio e tentaram disfarçar ao máximo a ansiedade, pois se as duas garotas notassem, com certeza iriam adorar se divertir com as caras deles enquanto faziam bastante hora pra mostrar o que tinham feito.
Mas as garotas também estavam bastante animadas e ansiosas, nem olharam para os lados. De dentro do armário retiraram cinco embrulhinhos e, enquanto caminhavam para se sentar nos banquinhos ao lado dos outros marotos, foram dizendo:
_Não fizemos uma pra você, Tiago, porque você já tem uma maravilhosa. Claro que as que fizemos não ficaram tão boas quanto as suas, mas estão funcionando direitinho, e serão úteis.
_Entrega logo esse pacote, não agüentamos mais.
E as meninas distribuíram três pacotes aos três rapazes: Sirius, Remo, Frank, e pegaram os outros dois, um para cada uma. E começaram a desembrulhar.
_Capas?
_De invisibilidade. Não imaginam o trabalho que deu.
_Mas acertamos de primeira não é Lily?
_garotas, vocês são incríveis! – disse Aluado enquanto sumia por detrás da sua nova capa. – perfeitas.
_Como poderemos agradecer? – perguntou galante Frank, mais a Alice do que a Lily, mas foi esta que respondeu.
_Fazendo um bom uso delas, e com responsabilidade, por favor.
_Seja como for, agora estamos preparados pra fazermos o que temos que fazer, sem chamar muita atenção, não é mesmo?! – disse Sirius.
_E espero que consigamos antes de começarem os NIEMs. Vai ser bem bravo. – disse com prudência Tiago, fazendo os olhos de Lily voltarem-se arregalados para ele e o maxilar da ruivinha despencar.
_Então vamos começar hoje, porque afinal temos só uns quatro meses pra fazer isso, e não podemos deixar a desejar nos deveres e nos estudos não é?
_Mas eu queria perguntar uma coisa. – disse pensativo Tiago. - nós vamos contar ao rabicho tudo isso? Tem uma capa pra ele também? Como vamos agir com ele a partir de agora?
_Bem, ele se afastou porque quis. Não temos que correr atrás dele. Um dia ele volta, você vai ver. Se for por causa dos estudos mesmo, depois dos testes estará tudo bem. – disse Lupin.
_Não fizemos uma capa pra ele. Nem pensamos. De mais a mais pra que ele precisaria de uma capa de invisibilidade? Não está precisando se esconder de ninguém no momento, está? – justificou-se Lily, tentando se livrar do sentimento de culpa por ter esquecido dele.
_Acno que só de nós. - disse lamentoso Aluado.
Mas todos concordaram e decidiram que esta aventura seria só deles e, mesmo que Rabicho voltasse agora, ficaria excluído: punição por ter se afastado tanto.
Então saíram da sala precisa e foram pegando diversas passagens secretas dentro do castelo, até se verem bem no meio do Salão Principal, invisíveis, todos eles graças às novas capas de invisibilidade que as garotas conseguiram genialmente produzir. Claro que não eram iguais as de Tiago. Ninguém conseguia explicar porque ela era tão perfeita, principalmente porque era muito velha. Os seis amigos sabiam que ela passava de geração a geração na família potter, mas nem imaginavam desde quando.
Seguiram galgando pelo salão, resolveram vasculhar primeiro os corredores que levavam até a cozinha. Quem sabe encontrariam alguma coisa por ali?
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