De volta à Toca
NA RUA DOS ALFENEIROS
O dia ainda não amanheceu. Sob os reflexos pálidos da luz da lua, Harry prepara a sua bagagem. Dentro de alguns minutos ele estará deixando a casa dos tios definitivamente.
É a última vez que faço isso sem magia. Ele pensa enquanto coloca as últimas peças dentro de uma velha mochila. Em uma semana Harry Potter estará completando dezessete anos, em uma semana Harry entrará na maioridade bruxa, em uma semana o feitiço de proteção realizado por sua mãe chegará ao seu final... E logo eu estarei indo atrás do maldito. Eu, Rony e Hermione...
Harry não sabe se fica preocupado pelos amigos ou feliz em ter companhia. Meu único consolo é que minha ruiva estará em segurança. Tanto quanto possível...
Só ele sabe o quanto foi difícil não escrever para Rony ou Hermione perguntando como Gina estava. Só ele sabe o estado em que acordava quase todas as manhãs após sonhar com a garota. Só ele sabe o quão próximo esteve de enlouquecer de saudades
Harry nunca pensou que fosse ficar feliz com as inúmeras tarefas domésticas que os Dursleys impunham. Mas ele ficou. Pelo menos assim tento manter a minha mente ocupada. O trabalho era a única coisa que ele tinha para se distrair. Seus tios mal lhe dirigiam a palavra e quando o faziam era pra lembrá-lo do quanto a sua presença ali os incomodava. Harry se viu contando os dias para deixar aquele local, mas ao mesmo tempo rezando para que o tempo não passasse, para que o futuro não viesse, para que mais mortes não ocorressem
Mas agora não tem mais jeito... Ele pensa enquanto desce as escadas com suas coisas. Ele sai da casa com a mochila nas costas, a gaiola de Edwiges em uma das mãos e sua firebolt na outra. Seus tios ainda estão dormindo, mas Harry não sente a mínima vontade de se despedir nem de olhar pra trás. E ele sabe que para os Dursleys isso não fará a menor diferença. Foram longos anos se sentindo rejeitado, um ninguém. Se não fosse a escola, se ele não tivesse descoberto que era um bruxo, Harry não sabe se teria agüentado.
Do outro lado da rua, Moody e Tonks o esperam. Ele respira fundo, dá uma última olhada na casa e atravessa
Harry cumprimenta os dois aurores com um rápido movimento da cabeça, a expressão do jovem é séria e apreensiva
Pronto? – Ele ouve Moody perguntar
Harry responde que sim, Tonks o enlaça com os braços e todos aparatam em direção à toca.
XXXXX
NA TOCA
Os primeiros raios de sol inundam a cozinha. Todos na toca ainda dormem exceto Arthur que está fora e Molly que prepara o café da manhã. Ela sabe que em poucos minutos Harry Potter estará chegando. A ordem da fénix preparou um esquema para trazé-lo em segurança para a casa dos Weasleys onde ele deverá permanecer até voltar para a escola.
Assim que termina de arrumar a mesa ela ouve uma batida ritmada na porta. É o código combinado com Moody e Tonks. Não que alguém ache que os comensais irão bater na porta, mas em todo caso é melhor prevenir. A senhora pensa ao mesmo tempo em que abre a porta.
Moody, Tonks e Harry entram
Molly abraça Harry efusivamente. Ela percebe que o menino franzinho que ela conheceu há quase sete anos não existe mais, ela percebe que Harry não está só crescido. Ele parece amadurecido... Ela fala consigo mesma observando que o semblante de Harry exibe uma preocupação. Uma preocupação que nenhum jovem deveria ter...
Você está muito magro. Venha comer alguma coisa. - Molly fala pra não perder o costume
Harry entra com a senhora Weasley, Tonks e Moody agradecem e recusam o café, pois precisam voltar para a sede da ordem.
Molly faz com que Harry se sente à mesa e despeja montanhas de comida na sua frente sempre reclamando dos trouxas idiotas que não o alimentam direito.
Como estão todos? (Harry pergunta entre uma garfada e outra) E os preparativos para o casamento?
Molly suspira pesadamente – A Hermione chegou anteontem. Os pais dela não quiseram que viesse antes. Acho que eles, de alguma forma, ficaram sabendo do que anda acontecendo e é claro estão com medo. Eles não queriam nem que ela viesse, mas logicamente minha futura nora deu um jeito de convencê-los.
Harry engasga com os ovos mexidos. Será que eu ouvi direito? Pensa – Como? (Ele consegue perguntar em meio ao acesso de tosse). Ela... O Rony...
Molly dá uma risadinha irônica – Se eles estão juntos? Não... Pelo menos ainda não. Meu filho não percebeu os sintomas. Acho que o Rony não reconheceria o amor nem se ele o atingisse em forma de balaço. Infelizmente nesse ponto ele puxou ao pai... As coisas que tive que fazer pra que Arthur percebesse. (Ela para de falar e seus olhos permanecem com uma expressão saudosista. Então ela suspira e volta à realidade). Mas todos nós percebemos. Os gêmeos estão organizando um bolão de apostas pra ver quem acerta quando esses dois vão se entender.
Harry olha para a senhora incapaz de falar qualquer coisa. Ele próprio já havia desconfiado, é claro. Afinal os três convivem juntos durante todo o tempo. Mas ele nunca pensou que fosse assim tão evidente. De qualquer forma, é meio constrangedor falar sobre isso com a mãe de uma das pessoas envolvidas. – E os preparativos para o casamento? (ele pergunta tentando mudar de assunto)
O semblante da senhora Weasley se fecha – O casamento! Claro, o casamento. Eu poderia dar muitos detalhes se Fleur e aquela mãe dela me deixassem fazer alguma coisa! Mas não... Elas querem fazer tudo, tudo! (ela fala enxugando uma lágrima).
Se Harry estivesse ouvindo ele provavelmente se sentiria culpado por causar aquela situação. Mas ele definitivamente não está. Ele parou de ouvir no exato momento em que sentiu um perfume vindo da parte de cima da casa. Um perfume já conhecido...
Apesar de todas as semanas falando pra si mesmo que deveria esquecer Gina, para a própria segurança da garota, nada o preparou para reencontrá-la. Ainda mais assim... Digamos... Tão à vontade.
A ruiva desce as escadas bocejando e chamando pela mãe – Mãe! Eu juro que tentei acordar o Rony, mas acho que ele tomou poção do sono etern... (Para na escada olhando Harry estupefata)
Harry tenta com todas as suas forças desviar o olhar, em vão. É como se a ruiva tivesse um íma que o atraisse irremediavelmente, ele vê que Gina veste um pijama curto rosa bebê composto de short e camiseta regata. Os cabelos estão presos por uma trança que já teve dias melhores. Mesmo assim Harry nunca a viu tão bonita. Controle-se Harry... Lembre-se de Voldemort. Lembre-se dele para o seu bem. E para o bem dela. Lembre-se que, por maior que seja o seu desejo você não pode tomá-la em seus braços...
Gina permanece parada na escada sem saber direito o que dizer ou fazer. Controle-se Gina, é só o Harry... O amigo do seu irmão... Que você conhece desde os onze anos, lembra? É... Pensa ela. É só o Harry por quem eu sou apaixonada desde os onze anos! Mas não precisa perder a voz, vamos lá Gina, você consegue... Primeiro volte a respirar, você precisa respirar... Isso... Muito bem. Agora fale alguma coisa! Vamos lá sua tonta, não deve ser muito difícil articular algumas palavras! Lembre-se que você sempre fez isso...
Oi Harry... (A ruiva consegue balbuciar) não sabia que você ia chegar tão cedo – ela fala com um sorriso tímido nos lábios enquanto termina de descer as escadas. Gina senta-se à mesa e começa a se servir do café da manhã sem olhar para o moreno
Harry permanece olhando a ruiva. Ele luta para emitir algum som. Fale alguma coisa seu idiota. Daqui a pouco a senhora Weasley percebe.
Pra sua sorte a senhora Weasley só conseguiu perceber Gina dizendo que Rony ainda não acordou
Molly olha para Harry – Harry querido, se você já terminou seu café, por favor, suba e acorde o Rony. E diga a ele que se eu tiver que ir até lá ,ele vai se arrepender de ter nascido!
Harry demora alguns segundos para processar a informação, mas com algum esforço consegue balançar a cabeça afirmativamente e sobe para o quarto do amigo.
XXXXX
Harry bate na porta uma, duas, três vezes. Como não obtem resporta, ele entra. Rony ressona alto com a cabeça coberta pelo travesseiro. Harry não consegue conter o sorriso irônico. Algumas coisas não mudam...
Por um momento, Harry lamenta ainda não poder fazer magia fora da escola, não podendo assim conjurar um balde de água ou uma buzina. Então ele dá um suspiro e começa a bater no amigo com uma almofada
Rony (sonolento) – Onde... Como... Quando... Ah. É você... Deixou os bons modos na casa dos seus tios?
Bom dia pra você também! (Harry fala arrancando as cobertas do amigo) E você deu sorte, se fosse a sua mãe ela não se contentaria com almofadadas.
Rony suspira – A senhora Weasley está absolutamente a um passo da histeria. Eu e a Gina que moramos aqui é que sofremos as conseqüências. Tudo bem que o Gui é o primeiro filho que se casa. Mas definitivamente ela está exagerando!
Harry sorri – É... Eu percebi que ela está um pouquinho nervosa.
Dizer que a senhora Weasley está um pouquinho nervosa é o mesmo que dizer que Voldemort é um pouquinho cruel... (O ruivo fala desanimado) Ela está absolutamente louca! Às vezes não a reconheço. Só espero que quando for a minha vez, ela já tenha se acostumado
Harry se lembra da conversa com a senhor Weasley e não contém a vontade de provocar o amigo – E o seu casamento por acaso seria com uma certa bruxa que nós conhecemos? Uma bruxa extremamente inteligente e que ficou muito bonita de uns anos pra cá?
Rony fica vermelho e tenta balbuciar alguma coisa. Antes que o ruivo consiga, a porta se abre e os amigos vêem Hermione. Ela olha rapidamente pra Rony e seu rosto fica levemente corado. O que não passou despercebido por Harry. Não me admira a família toda ter percebido... O menino que sobreviveu pensa
Hermione – Oi Harry. Pensei que você fosse chegar um pouco mais tarde. (Olha para o ruivo com seu costumeiro ar mandão) Rony... Eu não preciso dizer exatamente o que a sua mãe me disse que ia fazer caso você não se levantasse, preciso?
Rony murmura algo inteligível e dirige-se para o banheiro ainda cambaleante pelo sono
Hermione fica olhando pra Harry inquisidoramente. O silêncio prevalece por alguns minutos, então Harry fala – Muito bem Hermione, eu te conheço! Pode perguntar
Hermione faz cara de paisagem – Perguntar? O que você acha que eu quero perguntar?
Harry perde a paciência – Qual é Mione! Eu sei que você está louca pra perguntar (abaixa os olhos meio desconcertado) sobre o que aconteceu comigo e com a Gina.
Hermione olha para Harry – Bem senhor Potter, já que tocou nesse assunto eu quero mesmo saber o que você fez com a minha amiga.
Harry olha pra Hermione, a morena continua – Ela anda calada, triste. Praticamente não dorme. Ela não me falou nada, mas eu sei que tem algo errado...
Harry sente seu coração falhar uma batida ao pensar. Ela está sofrendo...
Nós... Terminamos. (Ele fala meio envergonhado). Quer dizer, eu terminei com ela. Não havia outro jeito
Hermione olha pra Harry sem acreditar. Definitivamente os garotos sabem ser idiotas. A morena pensa – Como assim, não havia outro jeito?
Harry fica em silêncio procurando as palavras. Hermione o encara por um momento. Então ela fala percebendo a linha de raciocínio do amigo – Espera aí... Não vai me dizer que você terminou com ela por causa do Voldemort!
O silêncio do moreno diz tudo – Ela falou que entendia... (Harry consegue balbuciar). Ela disse que...
Harry! (Hermione interrompe exasperada) O que você queria que ela falasse? Queria que ela chorasse suplicando pra você não deixá-la? Às vezes eu acho que nem você nem seu amigo ruivo nunca vão entender as mulheres!
O que foi que eu fiz? (Rony pergunta enquanto sai do banheiro enrolado na toalha).
Hermione olha pra ele meio desconcertada se esforçando para não fixar o olhar no peito nu do ruivo – Vou ver se sua mãe quer ajuda. Não demora que ela precisa de você. (Ela fala enquanto sai do quarto)
Harry contém o sorriso. Apesar de tudo acho que minha estadia aqui vai ser bem interessante...
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NOTA DA AUTORA
Em primeiro lugar, mil desculpas pela demora. Eu andei meio enrolada nestes últimos dias por causa do trabalho e também porque eu estou postando mais duas fics. Além disso tirei uns dias pra fazer uma propaganda básica da fic, afinal a propaganda é a alma do negócio!
Não se preocupem que eu não pretendo abandonar a fic sob hipotese alguma! Quem já me conhece sabe que eu odeio com todas as minhas forças fics inacabadas. Então eu nunca faria isso com vocês.
Eu quero aproveitar também pra agradecer a todo mundo que está lendo. Obrigada mesmo viu gente! De coração... E agradeço mais ainda aqueles que perderam um minutinho pra me deixar um comentário. Eu sei que muita gente não gosta de fazer isso. Mas é muito importante pra quem escreve saber o que os leitores estão achando. Então... Não sejam tímidos vamos... O botãozinho está aí... No menu... Ele não morde nem transmite qualquer doença... E ele deixa a autora muito feliz!
Finalizando, aquelas pessoas que deixaram comentáios e receberam um trechinho do capítulo devem ter notado algumas modificações. É que eu mandei antes de revisar e depois que eu havia feito isso decidi acrescentar algumas coisinhas. Na verdade eu não mudei muita coisa, só acrescentei né. Espero que ninguém tenha ficado chateado.
Bjos e boa leitura. E comentem por favor!
Comentários (1)
a sua fic ta muito legal nao sei quanto tempo faz que voce termiou ela mais parabens viu
2011-11-27