O fim



Gina vê Harry se afastar após dizer aquelas palavras, após terminar tudo... Ele não olha pra trás, mas a ruiva não consegue desviar o olhar. Aos poucos a sua expressão “dura e intensa”, a expressão de quem compreende o que ele precisa fazer vai se desfazendo e os olhos cor de chocolate se enchem de lágrimas. Eu sei que ele está fazendo o que ele pensa que é certo... Ela pensa. Mas droga! Por que dói tanto?

Antes mesmo do moreno falar a ruiva já sabia, ela sentia que Harry pretendia ir atrás de Voldemort. Gina sentiu no fundo de seu coração que Harry tomaria esse tipo de atitude. Ela soube disso no momento em que ouviu a notícia da morte de Alvo Dumbledore. Sim, ela soube, talvez de forma inconsciente, mas Gina soube que a sua vida e a vida de todos que cercam Harry Potter nunca mais seria a mesma...

Além disso, ela viu a expressão de Harry na hora do enterro. Ia além da dor... Era raiva, desejo de vingança e algo que Gina não soube precisar direito o que era, mas que dizia claramente que Harry Potter estava pronto para fazer o que teria que ser feito.

Não poderia ser diferente sendo ele quem é. Gina não pode deixar de pensar. E eu não esperaria nada diferente da parte dele, mais do que isso... Eu preciso que ele destrua aquele maldito... Todo o mundo bruxo precisa. Eu sei que o destino de todos nós estará traçado se o mal vencer. Um destino pior do que a morte... Meu... Do Harry... De toda a minha família... De todos aqueles que ousaram ir contra as idéias doentias de Você-sabe-quem. Gina sabe que há muita coisa envolvida e que todo o mundo bruxo sofrerá as conseqüências brevemente

Gina vê que Harry agora conversa com seu irmão e Hermione. Ela sabe que o casal certamente irá acompanhar o menino que sobreviveu. Eles morreriam pelo Harry... E eu também seria capaz de morrer por ele. Talvez seja preciso, ninguém pode dizer quantos sobreviverão...

A ruiva permanece em seu devaneio até que escuta uma voz suave dizendo seu nome. Sua mãe caminha até ela e a abraça afagando o cabelo ruivo – Não dá pra acreditar... (Molly fala como se conversasse consigo mesma). Sabe filha, eu me sinto como se tivesse ficado um pouco órfã... Como se tivéssemos perdido nosso porto seguro

Gina se aconchega nos braços da mãe – Nós perdemos, mãe. Nós todos perdemos. O Harry mais do que qualquer um. (Ela fala segurando as lágrimas)

Como vai ser agora? Essa é uma pergunta retórica. Todos sabem que a guerra vai começar. Nada, nem ninguém, vai impedir que ela aconteça.

As duas mulheres ruivas caminham silenciosamente. É hora de ir...

XXXXX

Do outro lado, Harry, Rony e Hermione conversam. Eles planejam o próximo encontro, que acontecerá quando Harry for para a toca para o casamento de Gui e Fleur. Será a última atividade social do trio, antes que eles partam ao encontro de Voldemort.

Harry ouve os amigos conversarem com ele, mas sua mente para de prestar atenção no momento em que vê Gina sair abraçada com a mãe. Ele tenta desviar o olhar, mas simplesmente não consegue e seus olhos seguem as duas ruivas até que elas desapareçam.

Nunca em sua vida ele odiou tanto ter sido o eleito. Ele odiou por saber que não teria um futuro com Gina. Não poderia tê-la, pois seria arriscado demais. Eu nunca poderia expô-la a este perigo. Mesmo que ela não se importe. Ele pensa com um sorriso triste ao lembrar-se das palavras dela.

Harry dá uma última olhada no túmulo branco e se retira com os amigos. É hora de ir...

XXXXX

Mais tarde no trem

A viagem de volta transcorria em silêncio. Não havia muito que falar e o pouco a ser dito era reprimido pelo desânimo, pela angústia, pelo desejo de vingança. Harry e os amigos refugiaram-se em uma cabine vazia. Gina não está com eles.

Como será que ela está? Harry não consegue deixar de pensar. A ausência da ruiva não significa em absoluto que ela não povoe seus pensamentos. Será que está sofrendo? O coração de Harry falha uma batida só em imaginar a sua ruiva sofrendo por sua culpa. Mas ele não pode evitar. Melhor que ela sofra agora do que ser morta por esse maníaco. É melhor que ela fique triste, mas viva apesar de tudo

Se os amigos acharam estranho a ruiva não estar com ele, não falaram nada. Atitude essa que Harry agradeceu mentalmente. Pelo menos isso... O menino que sobreviveu pensa com certo alívio. Não estou preparado pra falar sobre o fim do namoro. Não agora, não com Voldemort nos meus calcanhares. Eu não posso ser egoista e colocar as minhas vontades como prioridade, eu não quero pensar em como tudo poderia ter sido diferente se eu não fosse quem eu sou

XXXXX

Gina está sozinha em uma cabine. Por incrível que pareça ela conseguiu um lugar só pra ela. Acho que todos estão buscando companhia. Ela pensa. Melhor pra mim... Eu preciso da solidão. Preciso estar sozinha pra colocar minha cabeça em ordem.

Ela fecha os olhos tentando ordenar os pensamentos. Ela permanece assim por um longo tempo tentando aquietar seu espírito e consolar seu coração.

Sua mente vaga pelos últimos acontecimentos. É difícil para a ruiva acreditar que ela estava tão feliz com Harry e então tudo desmoronou... Não fique pensando nisso Gina, não fique pensando em como poderia ter sido. Não aconteceu! O Harry vai fazer o que tem que ser feito e você vai ser forte! Você vai estar sempre ao lado dele, mesmo que ele não queira ou não perceba!

A ruiva está perdida em seu devaneio quando ela ouve.

Tristinha, minha cara?

Gina olha para os lados. Não há ninguém.

Ela ouve novamente

Tristinha, Gina? Está tão triste que não reconhece mais o seu amigo? Será que passou tanto tempo assim? Você já se esqueceu de todos os momentos que passamos juntos?

Por um momento ela fica procurando, então ela se lembra... Gina reconhece a voz maligna.

Não! De novo não... Não aqui... Não agora! Não depois de tudo o que nós passamos... Gina fala para si mesma

A ruiva sente seu estômago embrulhar. A náusea trás uma vontade incontrolável de vomitar. E a dor... É como se a sua cabeça fosse explodir, Gina encosta na parede e escorrega lentamente para o chão. Permanecendo em posição fetal como se isso fosse calar as vozes

Você não pode impedir... Você não pode me deter Gina. Não pôde aos onze anos e não pode agora...

Ainda sem acreditar, a ruiva sai da cabine tentando fugir das vozes em sua mente. Ela corre com a visão embaralhada pelas lágrimas. Ela foge pelos vagões até que se choca com algo rígido que a faz parar. Ela levanta os olhos. Não... Ele não. Pensa olhando para a última pessoa que ela gostaria que a visse neste estado.

Ela olha para aqueles olhos que tanto ama – Desculpa, eu estava distraida, não vi você (Fala meio desconcertada).

Você está bem? (Harry pergunta tentando disfarçar a preocupação)

Gina procura disfarçar seu nervosismo e sorri tristemente – Tanto quanto qualquer um...

É... Pergunta idiota. Desculpe (ele fala meio sem jeito. É estranho ficar perto de Gina e não poder tocá-la)

Gina – Eu que peço desculpas... Acho que minha língua fica mais ferina quando estou triste

Harry – E você está triste?

Todos nós estamos não é mesmo? (Gina fala evitando encará-lo, ela sabe que se o fizer Harry vai perceber que há mais alguma coisa) Dumbledore...

Harry – Ah... (O que você queria seu idiota? Que ela dissesse que está triste por sua causa?)

Ela tenta seguir seu caminho, mas o moreno a segura delicadamente. - Tudo bem? (Ele pergunta meio tímido). Quero dizer, tudo bem com a gente?

Gina olha pra ele – O que você quer que eu fale? Se você vai se sentir melhor eu posso te dizer que meu lado racional compreende perfeitamente... Eu sei que você tem que fazer isso. Agora por favor, não me pergunte como eu me sinto... (Gina luta para que as lágrimas não aflorem. Ela sabe que está sendo infantil, mas pra tudo há um limite, até para compreensão e nobreza de caráter)

Harry olha pra Gina. O desejo de tomá-la nos braços e beijá-la é quase indescritível. Não posso fazer isso. Ele pensa – É melhor eu ir agora (Ele fala desconcertado). Se você achar melhor eu não vou para o casamento...

Gina interrompe – Nem pense nisso. Você sabe que minha mãe não o perdoaria. Você é quase da família

Antes que Harry fale alguma coisa eles percebem que o trem está parando. Eles trocam um olhar. O último.

Por enquanto...


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NOTA DA AUTORA

Aqui está o primeiro capítulo. Espero que gostem. Eu sei que peguei pesado fazendo o cara-de-cobra fazer uma visitinha pra Gina logo no começo, mas tudo vai ser explicado no decorrer da história.

Se alguém se interessar em ver a capa da fic, o link está no meu profile.

Beijos e boa leitura. E por favor comentem! A opinião de vocês é muito importante pra mim (fazendo cara de pidona)

Ah! Vou mandar um trechinho do próximo capítulo pra quem comentar ok

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